Segunda-feira
19 de junho
Tenho um pai
Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: sermos chamados filhos de Deus, o que de fato somos! 1 João 3:1

Aos 19 anos de idade, eu trabalhava em uma escola rural. A caminho da fazenda dos meus pais, após o trabalho, meu carro ficou atolado na lama. Quanto mais eu tentava sair, mais o carro deslizava para perto da valeta. Peguei algumas pedras e tentei empurrá-las por baixo das rodas para haver tração. Inclusive suspendi o carro e criei uma ponte de paus e pedras sob as rodas. Às vezes eu notava um pouco de progresso, mas, depois de duas horas de trabalho duro, percebi que não conseguiria tirar o carro. O barro chegava até o eixo, a valeta estava mais perto e o buraco de lama na estrada se estendia para mais além.

Então, à luz que enfraquecia no entardecer, ouvi o som de um veículo que se aproximava. Por fim, alguém estava chegando. O auxílio era iminente. No alto da colina, apareceu um caminhão vermelho – o caminhão vermelho do meu pai! Fiquei em pé à margem da estrada, acenando ansiosamente para o meu herói – meu pai. O caminhão se aproximou, acelerou e se desviou do meu carro, mal conseguindo passar pela estradinha estreita. Depois, prosseguiu e desapareceu da vista na colina próxima. O som do motor sumiu gradualmente e morreu à distância. No meu coração, a esperança também sumiu e morreu. A escuridão caía e, agora, minhas lágrimas também.

Eu precisava de um pai, um pai que me ajudasse. Eu não conseguiria fazer aquilo sozinha. Enquanto voltava para meu carro, desalentada, lembrei-me de outras vezes nas quais senti que meu pai fora muito duro comigo. Como ele deixaria sua filha naquela desgraçada situação? Questionei até se ele me amava.

Depois de algum tempo, ouvi outro motor se aproximando. Olhei para a estrada e, no alto da colina, vinha um trator – um trator grande, forte, dirigido pelo meu pai, grande e forte.

– Não pude parar o caminhão – ele explicou – porque ele teria atolado também. – Então, acorrentou meu carro e o puxou para fora da lama.

Tenho outro pai que conhece minhas necessidades. Às vezes acho que Ele me deixa esperando por ajuda. Às vezes, até me pergunto se Ele não age de modo muito duro comigo. Às vezes, não entendo os caminhos dEle, e outras vezes até questiono o Seu amor por mim. Entretanto, a despeito das minhas dúvidas, Ele, por fim, sempre me tira do lamaçal. Eu sou Sua filha, e Ele me ama.

Shelley Agrey