Sábado
12 de agosto
Minha filha, minha professora
Então disse Jesus: “Deixem vir a Mim as crianças e não as impeçam; pois o reino dos Céus pertence aos que são semelhantes a elas”. Mateus 19:14

A vida através dos olhos da minha filha quando pequena era cheia de euforia e admiração. Descer e subir a escada (mesmo tendo dito que não fizesse isso) era como vencer a maratona. Pular para cima e para fora da cama ou do sofá era como pular nas nuvens, tal qual as histórias nos livros infantis. Ela se alegrava ao desenvolver suas habilidades artísticas, ainda que isso significasse que eu precisaria limpar suas decorações com lápis de cor nas paredes. Era muito impressionante sua capacidade de recordar a letra dos corinhos e as rimas do berçário que não eram cantadas com frequência. Seus risinhos e risadas eram contagiantes.

No entanto, como acontece com qualquer outra criança da idade dela (2 anos e meio), ficar quieta e esperar com paciência eram tarefas extremamente difíceis, especialmente durante a oração. Ela não se importava em ficar quieta por, quem sabe, um minuto, mas diante de qualquer coisa mais demorada ela ficava agitada e distraída. Eu também a incentivava a orar, embora achando que ela não tinha ideia do que a oração significa.

Um dia, minha melhor amiga veio à minha casa para uma rápida visita. Como de costume, conversamos e rimos sobre eventos do dia a dia, família e trabalho. Não notamos que a rápida visita se tornara mais longa do que minha amiga havia planejado. Com pressa de chegar à sua casa, minha amiga nos beijou ao despedir-se e correu porta afora. Minha filha não disse nada, mas ficou em pé, junto à porta, observando, como se estivesse esperando alguém. Dois minutos mais tarde, minha amiga bateu à porta; ela deixara um pacote sobre a cadeira.

Dessa vez, minha filha não queria deixar minha amiga sair. Segurando a mão do seu irmãozinho, minha filha insistiu para que orássemos. Depois de passado o choque inicial, minha amiga, meu filho e eu inclinamos a cabeça, e minha filha começou a orar. Sei que Deus foi o único que entendeu sua oração. Uma vez terminada a oração, ela se virou para minha amiga e disse: “OK, titia, tchau, tchau. A gente se vê outra hora.”

Eu havia me esforçado para ensinar minha filha a ficar quieta durante a oração, e nem acreditava que ela entendesse o que a oração significa. Contudo, o que ela me ensinou naquele dia foi que uma boa oração não diz respeito, necessariamente, a como você ora, mas sim ao fato de que você orou.

Diantha Hall-Smith