Segunda-feira
14 de agosto
Boneca
Quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira. Mateus 16:25

Na noite anterior, a professora da semana de oração infantil havia desafiado os alunos a levar à reunião seguinte algo para presentear crianças carentes. Entendi que aquela era uma ótima oportunidade para reforçar em minha filha de três anos a importância de compartilhar.

Ana Clara ama bonecas e cuida delas como se fossem um tesouro muito valioso. Ela tem várias, ganhadas dos pais, avós, tios e amigos. Porém, aquelas de que mais gosta são as de estilo bebê, sem cabelo. Embora essas bonecas sejam praticamente idênticas, a Ana sabe a exata diferença entre elas e as chama pelo nome com muito carinho.

Achando que seria algo relativamente fácil convencer minha filha a doar uma de suas bonecas preferidas, um pouco antes de sair para a igreja, entrei no quarto dela e perguntei empolgado: “Filha, você já escolheu a boneca que vai doar para as amiguinhas?” “Boneca?! Que boneca, papai?”, ela perguntou, já querendo chorar, aterrorizada com o fato de ter de abrir mão de um de seus tesouros.

A “batalha” estava só começando. Ela desconversou e, quando voltei ao assunto, sugeriu: “Que tal doarmos umas roupinhas, papai?” “Ótimo!”, respondi, “mas as amiguinhas vão ficar muito felizes em ganhar bonecas, você não acha?”

Então, Ana Clara teve uma ideia para resolver a questão. Retirou do fundo de sua caixa de brinquedos uma boneca de pano bem velha e descabelada. Eu disse a ela que poderia doar também aquela, mas que o ideal seria levar também uma boneca bebê. Ela chorou e deixou muito claro o quanto era difícil o que eu estava pedindo; em realidade, quase impossível para ela.

Conversamos por um bom tempo até que a Ana entendesse a necessidade de doar algo semelhante ao que gostaria de ganhar. Então, ela pegou uma linda boneca bebê, a abraçou com carinho, apertou os olhinhos como que para tirar força do fundo do coração e colocou, por livre e espontânea vontade, seu bebê de brinquedo na sacola que levaríamos à igreja.

Naquela noite, percebi, com ainda mais clareza, que fazer a vontade de Deus não é algo natural e que dói renunciar ao próprio eu. No entanto, como Jesus ensinou no versículo de hoje, isso é necessário. Resolva hoje colocar os interesses de Deus e do próximo antes do seus e experimente o que Cristo chama de vida verdadeira.