Quinta-feira
14 de setembro
Cuidar da casa
Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês [...] e que vocês não são de si mesmos? 1 Coríntios 6:19

Eu costumava achar que, se condescendesse com alguma coisa – digamos, comida sem nutrientes ou TV – a condescendência não afetaria a ninguém, além de mim. Ah, claro, eu praticaria alguma coisa parecida com moderação.

Porém, essa mentalidade descuidada mudou quando, como jovem esposa de missionário, fiquei sabendo que estava grávida. Enquanto carregava essa criança em sua primeira “casinha”, meu útero, passei a ser muito cuidadosa com a “administração da casa”. Bebia água suficiente para nós dois. Dormia uma sesta, me exercitava e respirava ar puro. Tomava cuidado com aquilo que eu permitia entrar, ou não, na minha mente. Eu havia lido que a maneira como uma futura mamãe trata a si mesma é a maneira como ela trata o bebê em seu ventre. De uma hora para outra, eu me senti muito responsável como mãe, antes mesmo de ver a criança com quem me importo tão profundamente agora.

O bebê chegou com segurança, apesar das chuvas fora de época que levaram embora uma ponte, fazendo com que ele nascesse em uma clínica na selva do Congo, em vez de em um hospital em Uganda.

O processo foi um tanto casual, já que dei à luz vestida com minha roupa comum, assistida por duas dedicadas enfermeiras missionárias. O francês era o nosso idioma de comunicação. Em algum momento, durante minha 14o hora de trabalho de parto, quase ao pôr do sol, o gerador da pequena clínica parou de funcionar. Duas horas depois, meu filho chegou. Com um parto normal, em todo o sentido da palavra, a entrada dele no palco da vida foi iluminada pela insuficiente claridade de uma lâmpada a querosene e de uma lanterna. Embora cinco semanas prematuro, o menino de 2 quilos e 400 gramas era saudável e logo começou a ganhar peso de modo extraordinário.

Fiquei feliz por ter cuidado bem dele, ao cuidar bem de mim.

Anos mais tarde, enquanto refletia sobre essa experiência, eu me perguntei se o cuidado da mãe para consigo mesma e com o feto poderia também ter uma aplicação espiritual. Afinal de contas, a Bíblia diz que meu corpo é o “santuário do Espírito Santo”, pois ele abriga o próprio Ajudador que, conforme a promessa de Jesus, habitaria em Seus seguidores e estaria com eles para sempre (Jo 14:16). Assim, o meu ser físico ainda abriga Outro. Minhas escolhas ainda são importantes – e sempre serão. Mais do que nunca, desejo ser uma zeladora atenta, com propósito. Não quero que escolhas más, que me prejudicariam, prejudiquem a Ele também.

Deus, ajuda-me a recordar sempre que habitas em mim e me capacitarás a fazer o meu melhor por Ti.

Carolyn Rathbun Sutton