Quarta-feira
20 de setembro
Até o que parece impossível
Até sobre os servos e as servas derramarei do Meu Espírito naqueles dias. Joel 2:29

Quando terminamos de arrumar as coisas em nossa nova casa, olhei pela janela e imaginei como seriam nossos novos vizinhos. Será que nos receberiam bem? Como nos relacionaríamos com eles, e como os influenciaríamos por meio do nosso testemunho?

Falei sobre isso com Rutinha, nossa fiel servidora que, mais do que uma funcionária, é uma companheira de oração, uma amiga confiável com quem posso partilhar preocupações.

Poucos dias depois, precisei viajar. Quando retornei, o sorriso de Rutinha seguramente significava algo. “Você parece muito feliz”, eu disse. Com um largo sorriso, ela me contou que estava estudando a Bíblia com o Dr. Carlos. “Quem é o Dr. Carlos?”, perguntei. E também indaguei a mim mesma: Como é que uma pessoa com pouco estudo formal pode explicar a Bíblia a um doutor?

Rutinha, então, me contou que o doutor era nosso vizinho que morava do outro lado da rua. – Um dia – ela disse –, por causa do calor, eu estava na cozinha, com a porta aberta, quando repentinamente um homem entrou, esbaforido, pedindo ajuda para se esconder, porque sua esposa queria matá-lo. – Depois que Rutinha lhe ofereceu um copo d’água, ele lhe contou a triste realidade do seu casamento. Então Rutinha o convidou para orar, garantindo que Deus podia ajudá-lo a resolver seus problemas. Com palavras simples, mas cheias de fé, Rutinha levou o problema a Deus, certa de que Ele agiria nessa situação. O Dr. Carlos, agora mais calmo, porém muito embaraçado, desculpou-se pela inconveniência, mas Rutinha disse que havia sido um privilégio orar com ele, e o convidou para estudar a Bíblia. Ela lhe disse que, mediante o estudo da Palavra de Deus, ele e sua esposa poderiam encontrar paz.

Rutinha e eu começamos a estudar a Bíblia com aquele querido casal, e, oportunamente, pudemos ver a transformação que Deus estava operando. Ocasionalmente, quando surgiam problemas, até mesmo profissionais, o Dr. Carlos me procurava e pedia permissão para orar com Rutinha. E quando eles oravam, ele saía mais confortado e em paz.

Isso me fez entender o que a escritora Ellen White escreveu: “Não há limites à utilidade de uma pessoa que, pondo de parte o próprio eu, oferece margem à operação do Espírito Santo na alma, e vive uma vida de inteira consagração a Deus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 250, 251).

Eunice Michiles Malty