Lição 2
01 a 07 de julho
A autoridade de Paulo e o evangelho
“Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1:10).
Prévia da semana: Paulo iniciou sua carta aos Gálatas com uma referência autorizada e sucinta à supremacia dos dons da graça de Deus e uma firme condenação de qualquer doutrina contraditória.
Leitura adicional: 1 Coríntios 15:1-11; 1 Tessalonicenses 2:1-12. Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, capítulo 36, “Apostasia na Galácia”; Timothy Keller, Galatians for You (The Good Book Company, 2013), capítulos 1 e 2
Domingo, 02 de julho
Distorção do sentido

O slogan da Nike é “Simplesmente faça” [Just do it]. O do McDonald’s é “Amo muito tudo isso”. Durante cinco anos, o HSBC, um dos maiores bancos do mundo, usou o slogan: “Não pressuponha nada” [Assume Nothing]. Era um bom slogan para um banco. Porém, em 2009, o HSBC gastou cerca de 10 milhões de dólares para mudá-­lo. Por quê? Porque o slogan havia sido traduzido em muitos países como “Não faça nada”, o que transmitia a imagem de profissionais preguiçosos.

Na verdade, não precisamos trocar de idioma para ser mal interpretados ou mal compreendidos. Basta lembrar a última vez que dissemos: “Não foi isso que eu quis dizer!”

Jesus havia ordenado: “Vão e façam discípulos de todas as nações” (Mt 28:19), e os discípulos levaram essa instrução a sério. A mensagem da salvação se espalhou não só nas cidades importantes do Império Romano, mas também nos países da Ásia Menor. Ela foi levada aos judeus e também aos gentios. Entretanto, esse método de trabalho provocou discórdia na igreja, porque os judeus convertidos ao cristianismo se consideravam os únicos escolhidos por Deus de maneira especial (Dt 14:2).

Se a opinião desse grupo tivesse prevalecido na igreja primitiva, o cristianismo jamais chegaria a ser o maior grupo religioso do mundo.* Para esses judaizantes a expressão “todas as nações” significava, simplesmente, os judeus que moravam em outras partes do mundo. Os gentios poderiam se unir à igreja cristã, mas com uma condição: tinham que observar os costumes judaicos, inclusive a circuncisão.

Não é de admirar que Paulo tivesse sentido a necessidade de escrever uma carta severa às igrejas da Galácia, que estavam pregando uma versão distorcida da instrução dada por Cristo. Paulo escreveu: “Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguir outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho” (Gl 1:6, 7).

O evangelho apresentado por Jesus era simples. Não tinha nada a ver com obras nem com obediência à lei, mas com fé. Para ser membro da igreja cristã, a pessoa tinha apenas que crer e aceitar a graça salvadora de Cristo, e não necessitava obedecer aos costumes judaicos.
A carta aos Gálatas enfatiza a essência do evangelho e trata dos temas importantes do cristianismo.

* “The Global Religious Landscape”, Pew Research Center, 18 de dezembro de 2012, http://www.pewforum.org/2012/12/18/global-religious-landscape-exec/.

Daniel Bell | Wahroonga, Nova Gales do Sul, Austrália

Mãos à Bíblia

1. Leia 2 Pedro 3:15, 16. Como a igreja primitiva considerava os escritos de Paulo? O que isso nos ensina sobre a inspiração? 

Cartas como a Epístola aos Gálatas desempenharam papel importante no ministério apostólico de Paulo. Sendo o missionário enviado ao mundo dos gentios, ele fundou várias igrejas espalhadas ao redor do Mediterrâneo.

Embora visitasse essas igrejas sempre que possível, ele não podia ficar em um lugar por muito tempo. Para compensar sua ausência, Paulo escrevia cartas às igrejas, a fim de lhes dar orientação.

Segunda-feira, 03 de julho
Escravo de Cristo

Paulo havia trabalhado entre as igrejas da Galácia antes de lhes enviar a sua carta. Porém, algum tempo depois ele descobriu que as igrejas que ele havia servido se desviaram do ensinamento original que o apóstolo havia transmitido. Em resposta a esse problema, Paulo se sentiu na obrigação de corrigir os membros da igreja e trazê-­los de volta à verdade.

Sua motivação não foi política nem sociológica. Ele não tratou da questão porque desejasse ser respeitado pelas igrejas nem porque, sendo o “pioneiro”, achasse que tivesse o direito de dizer algo sobre o assunto.

Em Gálatas 1:10, ele mencionou que sua motivação para abordar os erros dos gálatas procedia do fato de que ele se considerava servo de Cristo. A palavra “servo” vem do termo grego doulos. Embora algumas versões bíblicas traduzam a palavra como “servo”, ela traz um significado mais profundo e complexo. Doulos era o termo usado para descrever o tipo mais inferior de escravo na antiga civilização grega. Um doulos não tinha nenhum direito pessoal e sua liberdade dependia inteiramente de seu senhor. Foi dessa maneira que Paulo descreveu seu relacionamento com Jesus. Paulo não mais tinha direito sobre sua vida. Tudo que ele passou a fazer foi cumprir as solicitações e as ordens de seu Senhor. Portanto, sua motivação não se originava de qualquer agenda ou intenção pessoal, mas do serviço ao verdadeiro Senhor e Mestre, Jesus Cristo.

Somente aqueles que possuem autêntico relacionamento com Cristo são capazes de demonstrar o poder divino manifestado em sua vida e no ministério que exercem. Isso aconteceu com Paulo, que se tornou ousado na pregação do evangelho e se dispôs até mesmo a morrer por seu Senhor, em virtude de sua convicção de que Cristo era o Senhor de sua vida.

Lerie Paculanang | Cingapura

Mãos à Bíblia

2. Quais são as diferenças e semelhanças entre a saudação introdutória de Paulo em Gálatas 1:1, 2 com as que ele escreveu em Efésios 1:1, Filipenses 1:1 e 2 Tessalonicenses 1:1?

A saudação de Paulo em Gálatas é um pouco mais longa do que a saudação das outras cartas. Além disso, ele teve que agir de forma diferente ao descrever a base de sua autoridade apostólica. Literalmente, a palavra apóstolo significa “alguém enviado” ou “mensageiro”. No Novo Testamento, no sentido estrito, ela se refere aos primeiros doze seguidores de Jesus e aos outros a quem o Cristo ressuscitado apareceu e comissionou para ser Suas testemunhas (Gl 1:19; 1Co 15:7-9). Paulo declarou que pertencia a esse grupo seleto.

O fato de Paulo negar com tanta força que seu apostolado se apoiava em qualquer ser humano sugere que havia uma tentativa, por parte de alguns na Galácia, de enfraquecer sua autoridade apostólica. Paulo reconheceu o perigo dessas afirmações e defendeu imediatamente o apostolado que Deus lhe havia concedido.

Pense Nisto
De que forma podemos conciliar o conceito da “liberdade” em Cristo com a ideia de que somos “escravos” dEle? Como podemos saber se estamos fazendo as coisas para o Senhor com a mesma convicção que o apóstolo Paulo teve?
Terça-feira, 04 de julho
A declaração do apóstolo

No Novo Testamento, além da carta de Paulo aos Romanos, a epístola aos Gálatas também discute o tema da salvação. Contudo, na carta aos Gálatas, Paulo usou uma linguagem mais forte em relação ao problema que ocorreu em suas igrejas. Paulo foi claro sobre a posição que ocupava e que o habilitava a tratar da questão: ele era um apóstolo segundo a vontade de Deus. Ao longo dos dois primeiros capítulos de Gálatas, Paulo falou como se estivesse tentando afirmar sua autoridade para fazer com que as igrejas acatassem o que ele tinha em mente para elas. Por que ele usou essa abordagem?

O evangelho é uma questão pessoal (Gl 1:6-10). Nesses versos, de maneira muito direta, Paulo expressou seu desapontamento e sua indignação em relação ao “evangelho” que estava sendo pregado de modo direto. Ele chegou a dizer que aqueles que ensinavam um evangelho diferente deviam ser amaldiçoados! (Gl 1:8, 9). Essa expressão forte pode estar associada à personalidade de Paulo, que ficou conhecida por ser muito direta e, às vezes, severa.

Contudo, um exame mais atento da passagem indica que a razão pela qual Paulo usou linguagem forte não foi apenas uma questão de personalidade. Para o apóstolo, a mensagem do evangelho verdadeiro podia não agradar a todos, mas ele não estava ali para ser politicamente correto (v. 10). Em segundo lugar, o evangelho não era uma invenção humana, mas uma mensagem do próprio Jesus (v. 11, 12). O evangelho ultrapassa assuntos humanos. É a solução divina para o problema do pecado.

Talvez os membros das igrejas da Galácia tenham pensado: “Como Paulo pode provar que seu ensino do evangelho é segundo a vontade de Deus?” Parece que o apóstolo já esperava por essa indagação, pois ele imediatamente deu uma resposta para ela, contando como seu encontro com Cristo transformou sua vida (v. 13-24).

Seu encontro com Jesus na estrada para Damasco foi tão real que ele não podia deixar de pregar sobre essa experiência (At 9:1-10). Na verdade, o evangelho precisa ser um assunto pessoal, e não apenas uma história da qual se ouviu falar. Até que uma pessoa experimente o poder do evangelho, a mensagem da salvação será apenas uma boa história, sem nenhuma aplicação à vida real.

O evangelho é totalmente relacionado com Cristo (Gl 1:11, 12). Outro ponto impressionante, mencionado por Paulo na introdução da carta aos Gálatas, é a ênfase no fato de que a mensagem que ele pregava não estava relacionada à sua agenda particular. Ao contrário, tinha a ver com a revelação de Jesus Cristo (Gl 1:11, 12). Paulo falou constantemente sobre isso em muitas de suas cartas, escritas a diferentes igrejas, e enfatizou que Jesus era a única razão pela qual ele havia dedicado a vida como mensageiro do evangelho (1Co 1:4; Ef 1:2; Cl 1:2).

Não há nenhuma outra boa notícia que o cristianismo possa anunciar da qual Jesus não seja o centro. O que torna o evangelho tão poderoso é o fato de que o seu centro é a mensagem da salvação em Cristo. Sem isso, o cristianismo não tem nenhuma mensagem singular a ser pregada. Foi a distorção dessa verdade que deixou Paulo tão contrariado, quando ele soube que as igrejas da Galácia estavam acrescentando ensinos que apresentavam Jesus apenas como “parte” da salvação, e não como o “único” caminho para a salvação (Gl 2:15, 16).

Bayu Kaumpungan | Cingapura

Mãos à Bíblia

3. Além de defender seu apostolado, o que Paulo enfatizou em sua saudação aos gálatas? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso. (Compare Gl 1:3-5 com Ef 1:2; Fp 1:2; e Cl 1:2.)

A.( ) A divindade de Cristo.

B.( ) A ressurreição dos mortos.

C.( ) A graça e a paz.

Uma das características singulares das cartas de Paulo é sua maneira de ligar as palavras graça e paz nas saudações. A combinação delas não é uma simples cortesia. Ao contrário, essas palavras descrevem basicamente sua mensagem do evangelho. A graça e a paz não eram de Paulo, mas de Deus, o Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

4. Quais aspectos do evangelho Paulo apresentou em Gálatas 1:1-6?

O evangelho se fundamenta inteiramente no que Cristo realizou por nós por meio de Sua morte na cruz e da Sua ressurreição. A morte e a ressurreição de Cristo fizeram algo que nunca poderíamos fazer por nós mesmos.

Pense Nisto
Paulo teve uma experiência pessoal com Jesus que produziu nele convicção, transformou sua vida e fez dele um mensageiro do evangelho. Você já teve uma experiência semelhante? Que coisas podemos “acrescentar” à mensagem da salvação e que podem anular o poder que só Cristo tem para nos salvar?
Quarta-feira, 05 de julho
Obedecer é melhor do que sacrificar

Saul tinha recebido uma ordem divina para destruir completamente os amalequitas, não poupando nem os despojos da guerra. Todavia, em vez disso, ele poupou o melhor das ovelhas e do gado “a fim de os oferecer como sacrifício ao Senhor” (1Sm 15:21, NTLH).

Esse pode ter parecido um gesto nobre, mas, na verdade, foi presunção: “Olha, Deus, eu sei o que o Senhor me disse para fazer, mas eu sei mais do que o Senhor. Sei das Tuas necessidades mais do que o Senhor mesmo sabe!”

Numa situação semelhante, houve, “no tempo de Paulo, aqueles que estavam constantemente se demorando no assunto da circuncisão e que conseguiam apresentar muitas provas bíblicas para mostrar que ela era obrigatória aos judeus; mas esse ensino não tinha nenhuma importância naquele momento, pois Cristo havia morrido na cruz do Calvário, e a circuncisão na carne não mais podia ter valor algum.”1

O que Deus desejava não era o sacrifício da circuncisão, mas a obediência ao Seu chamado. “A porta que muitos dos judeus conversos haviam fechado aos pagãos devia então ser aberta completamente. E os gentios que aceitassem o evangelho deveriam ser considerados em condição de igualdade com os discípulos judeus, sem a necessidade de observar o rito da circuncisão.”2

“Como medida de precaução, Paulo aconselhou prudentemente Timóteo a que se circuncidasse – não que Deus o exigisse, mas a fim de tirar da mente dos judeus aquilo que poderia servir de objeção ao ministério de Timóteo. […] Em toda parte, o apóstolo encontrou firme oposição e severa perseguição. Ele desejava levar a seus irmãos judeus, assim como aos gentios, o conhecimento do evangelho e, por essa razão, ele buscava, tanto quanto estivesse em harmonia com a fé, remover cada pretexto para oposição. E, embora fizesse essa concessão ao preconceito judaico, acreditava e ensinava que a circuncisão ou incircuncisão não eram nada, mas o evangelho de Cristo era tudo.”3

Obediência é a resposta de alguém que desfruta um relacionamento de confiança com Deus. Obedecer a Deus é melhor do que fazer-Lhe um sacrifício, porque estamos deixando o Senhor assumir o lugar que Lhe compete na liderança, enquanto nos mantemos em atitude de dependência e submissão diante de Sua providência.

1. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1179.

2. Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 136.

3. Ibid., p. 204.

Faith Toh | Cingapura

Mãos à Bíblia

5. O que normalmente aparece depois da saudação inicial nas cartas de Paulo? Qual é a diferença em Gálatas? Gl 1:6; Rm 1:8; 1Co 1:4; Fp 1:3; 1Ts 1:2

6. Quais palavras fortes Paulo utilizou para demonstrar sua preocupação com o que estava acontecendo na Galácia? Gl 1:6-9; 5:12

Paulo não reteve as palavras em sua acusação contra os gálatas. Simplificando, ele os acusou de trair sua vocação como cristãos. Na verdade, a palavra abandonando (NVI) ou passando, (RA), que aparece no verso 6, muitas vezes era usada para descrever soldados que desistiam de sua lealdade ao país, abandonando o exército. Espiritualmente falando, Paulo estava dizendo que os gálatas eram desertores que estavam virando as costas para Deus.

Quinta-feira, 06 de julho
Permanecendo firme na fé

Em 1517, ao afixar suas 95 Teses nas portas da Igreja de Todos os Santos, em Wittenberg, na Alemanha, Lutero protestou contra as práticas e dogmas do catolicismo romano, os quais, ele acreditava, haviam se desviado do evangelho. Lutero escreveu suas teses para lembrar aos líderes cristãos que o perdão de Deus é obtido somente pela fé, sem a necessidade de quaisquer outros atos.

Conceitos abstratos como fé e perdão podem ser difíceis de compreender, especialmente, quando sabemos que cometemos erros terríveis no passado. Então, como podemos fortalecer nossa fé?

Estudando a Palavra de Deus. Procure especialmente versículos que falem sobre a fé.

Pedindo a Deus que aumente nossa fé. Assim como Deus está interessado em nos ajudar em aspectos práticos da vida, tais como a nossa compreensão da Sua vontade, a cura das nossas enfermidades e até mesmo a localização de coisas perdidas, Ele também está interessado em nossas necessidades espirituais. Lembre-se do homem que exclamou: “Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!” (Mc 9:24).

Recordando as ações divinas em nossa caminhada com Cristo. É uma boa ideia anotar as intervenções de Deus em nossa vida. Essas anotações nos encorajam quando sentimos que a fé está desfalecendo.

Agradecendo pela paz que provém do perdão divino. Isso não terá muito sentido se você não se sentir perdoado. Mas agradeça a Deus de qualquer maneira. Os palestrantes motivacionais nos incentivam a colocar frases inspiradoras em locais em que possam ser vistas. Aquilo que pensamos e falamos acabará se tornando realidade para nós.

Lembrando-nos de que pertencemos à família de Deus. Qualquer pessoa que lhe diga que você precisa fazer algo para ser aceito por Deus está ensinando outro evangelho. No entanto, lembre-se de que nossos atos não determinam nossa salvação, mas refletem quem somos.

Melody Tan | Wahroonga, Nova Gales do Sul, Austrália

Mãos à Bíblia

7. Os perturbadores da Galácia alegaram que o evangelho de Paulo era dirigido por seu desejo de obter a aprovação dos outros. Em sua carta, o que Paulo poderia ter feito de maneira diferente, se estivesse apenas buscando a aprovação dos homens? Gl 1:6-9, 11-24

8. Segundo a opinião de Paulo, por que é impossível ser seguidor de Cristo e, ao mesmo tempo, querer agradar as pessoas? 

9. Em Gálatas 1:11, 12, Paulo disse que havia recebido seu evangelho e autoridade diretamente de Deus. Quais são os argumentos apresentados nos versos 13-24 para provar esse conceito? 

Pense Nisto
Que outras coisas você pode fazer para fortalecer sua fé? Concentrar-se em “obras” pode prejudicar nossa fé?
Sexta-feira, 07 de julho
Princípios cristãos e tradições humanas

Na adolescência, quando comecei a frequentar a igreja, logo me disseram como eu devia “me comportar”. Falaram-me de coisas que eu não devia fazer e tipos de roupas que eu devia usar por serem “mais apropriadas”. Em resumo, eu tinha que me encaixar em determinado “molde” para ser considerada membro da igreja. Aceitei, porque achava que ser uma cristã verdadeira significava tudo aquilo.

Porém, esse conceito de cristianismo desabou quando comecei a frequentar uma de nossas universidades em outro país. As pessoas faziam coisas que eu achava que não eram permitidas, e se vestiam de maneira diferente do que, ao meu ver, devia se esperar de um membro da igreja. No entanto, eram pessoas consagradas e que amavam a Deus.

Será que nosso relacionamento com Deus e nossa salvação dependem do que fazemos? Se sim, onde terminam as normas culturais e os preconceitos pessoais, e onde começa o evangelho? Por outro lado, embora haja diferenças na visão dos cristãos sobre o que é certo e errado quanto ao comportamento, isso significa que os cristãos não devem ter padrões éticos?

Obviamente, Deus espera que Seus filhos adotem o “padrão” aprovado pelo Céu a fim de que possam honrá-lo nesta Terra. Ele deu estatutos, normas de conduta e os dez mandamentos para nos proteger das consequências que resultam da desobediência aos Seus mandamentos.

Nosso dever é refletir Seu caráter. Afinal de contas, “todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a Sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2Co 3:18). Em outras palavras, tornamo-nos semelhantes àquilo em que concentramos nossa atenção. Mas, o que quer que façamos, devemos fazer por amor a Ele, não pelo medo de perder o Céu se agirmos de modo diferente.

No que diz respeito à salvação, Deus a concede a “todo aquele que crê” (Rm 1:16, ênfase acrescentada). Nossa certeza da salvação repousa unicamente na fé. Nossos atos devem agradar a Deus. E o mais importante: não cabe a nós decidir como as pessoas devem se comportar, mas a Deus.

Rislyn Soo | Wahroonga, Nova Gales do Sul, Austrália

Mãos à obra
Escreva um texto comentando o que você pode fazer para evitar as distrações deste mundo e permitir que Deus seja a única coisa importante em sua vida. Faça uma colagem de figuras ou palavras que representem as mentiras nas quais as pessoas tentam fazer você acreditar. Depois, coloque sobre elas um “X” na cor vermelha para se lembrar de que as instruções da Palavra de Deus são inegociáveis. Convide alguém de sua classe para estudar sobre a vida de Maria Madalena e da Mulher Adúltera. Notem como o critério de julgamento divino foi diferente em comparação com a postura das pessoas envolvidas. Faça de Gálatas 1:10 sua oração diária. Lembre-se de que os princípios contidos na Palavra de Deus e a submissão à Sua vontade são tudo o que nos importa.