Lição 1
24 a 30 de junho
Paulo: apóstolo dos gentios
“Ouvindo isso, [os apóstolos e os irmãos da Judeia] não apresentaram mais objeções e louvaram a Deus, dizendo: ‘Então, Deus concedeu arrependimento para a vida até mesmo aos gentios!’” (At 11:18).
Prévia da semana: No início, a nova igreja enfrentou a oposição determinada do fanático Saulo de Tarso, mas a transformação desse homem, em resposta ao chamado de Deus, resultou no desenvolvimento de um forte ministério aos gentios.
Leitura adicional: Mateus 26:59-61; 1 Samuel 16:7; Atos 15:1-5. Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, capítulo 3, “A Grande Comissão”, capítulo 18, “Pregando Entre os Gentios”, e capítulo 20, “Exaltando a Cruz”
Domingo, 25 de junho
Transformados por Cristo

Era difícil acreditar que fazia só um ano que eu tinha ido à frente, em minha igreja local, para contar como Deus havia me libertado do vício do entretenimento, e que agora eu estava participando do culto numa igreja situada num país árabe, a milhares de quilômetros de distância do meu país natal!

Naquela época, se alguém tivesse me falado que essa seria minha realidade, eu teria achado que a pessoa estivesse “louca”. Como seria possível para uma moça cristã promissora, com emprego estável, muitos amigos e atividades na igreja (mas que não conseguia passar um dia sem assistir a um filme) renunciar a tudo para levar a mensagem da salvação a uma região distante?

Durante o tempo em que participei do projeto missionário, meditei na vida do apóstolo Paulo. Pude sentir um pouco do que ele experimentou. Eu me tornei muito diferente! Jesus havia Se tornado tudo para mim. Comecei a enxergar o mundo sob uma perspectiva diferente. Desejei muito que o mundo visse o que eu estava enxergando!

Como você reage quando Deus interrompe a trajetória de sua vida e pede que você siga em outra direção? Você olha para a Luz e a segue mesmo que ela o deixe cego por algum tempo, como aconteceu com o apóstolo Paulo? E quanto às pessoas das quais você antes zombava, como faz para convencê-las de que agora está do lado delas?

Paulo perseguiu os cristãos. No entanto, depois que a Luz de Cristo iluminou seu caminho, ele perdeu a visão física para obter a sabedoria celestial. Perdeu seu mundo para ganhar a Cristo, e abandonou os preconceitos para viver em defesa da verdade.

Talvez, como eu, você tenha a sensação de que ainda não é muito semelhante ao extraordinário Paulo. Mas oro para que possamos imitar sua vida, assim como ele imitou a de Cristo, nosso Senhor e Salvador (1Co 11:1).

Neste trimestre, enquanto mergulhamos num profundo aprendizado teológico sobre as maravilhas da salvação, a pureza da verdade e o poder do Espírito para realizar fantásticas mudanças, continuemos olhando para a Luz. Não importa aonde Deus nos envie como Seus embaixadores (Ef 6:20), que Ele nos torne cegos para o pecado, conceda-nos nova visão e nos torne capazes de amar.

Marisa Ferreira | Beirute, Líbano

Mãos à Bíblia

Saulo de Tarso aparece pela primeira vez no livro de Atos como um dos envolvidos no apedrejamento de Estêvão (At 7:58) e, em seguida, em conexão com a ampla perseguição que irrompeu em Jerusalém (At 8:1-5).

1. Leia Atos 6:9-15. Quais foram as acusações apresentadas contra Estevão? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Traição e suborno.

B.( ) Blasfêmia contra Deus, Moisés, a lei e o templo.

C.( ) Blasfêmia contra o Espírito Santo.

A hostilidade feroz para com a pregação de Estevão parece ter resultado de duas coisas diferentes. Por um lado, Estevão atraiu a ira de seus adversários por não dar importância primária à lei judaica e ao templo, que se haviam tornado o foco do judaísmo e eram símbolos preciosos da identidade religiosa e nacional. Mas Estevão fez mais do que simplesmente menosprezar esses dois valiosos ícones. Ele proclamou vigorosamente que Jesus, o Messias crucificado e ressurreto, era o verdadeiro centro da fé judaica.

Segunda-feira, 26 de junho
Conhecer a Deus intimamente

Nos capítulos 6 a 8 de Zacarias, vemos que o povo de Deus, depois de ter perdido sua soberania e ser oprimido pelo jugo estrangeiro, finalmente, aprendeu com a paciente disciplina do Senhor. Os israelitas se cansaram de fazer as coisas da maneira mais difícil e buscaram a Deus de todo o coração. Isso fica evidente pela pergunta que fizeram em Zacarias 7:3. Eles estavam procurando conhecer mais claramente a vontade de Deus em relação aos dias de jejum que haviam aprendido a observar pela tradição.

Em poucas palavras, Deus apontou o problema e deu a solução, que também pode ser aplicada à igreja da Galácia. Em ambos os casos, o problema era (1) conferir à tradição e à teologia popular da liderança da igreja uma autoridade que pertence somente à Palavra de Deus, e (2) a substituição do relacionamento íntimo com Deus por uma espiritualidade formal, como mencionado em Zacarias 7:11, 12.

Deus declarou, por meio do profeta Oseias, que Seu povo estava sendo “destruído por falta de conhecimento” (Os 4:6). O mesmo sentimento foi encontrado nas palavras de Jesus: “Ai de vocês, peritos na lei, porque se apoderaram da chave do conhecimento. Vocês mesmos não entraram e impediram os que estavam prestes a entrar” (Lc 11:52).

Depois que Zacarias revelou a linda profecia de que a igreja triunfante refletiria o amor divino ao mundo, ele descreveu um quadro interessante: “Muitos povos e nações poderosas virão buscar o Senhor dos Exércitos em Jerusalém e suplicar o Seu favor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: ‘Naqueles dias, dez homens de todas as línguas e nações agarrarão firmemente a barra das vestes de um judeu e dirão: Nós vamos com você porque ouvimos dizer que Deus está com vocês’” (Zc 8:22, 23).

Parece que as pessoas estão tão sedentas de amor que, quando finalmente compreenderem o verdadeiro amor, abandonarão o barco do pecado. No momento em que a verdade sobre Deus ficar tão clara quanto a luz do dia, será visto que o jugo e o fardo de Deus são exatamente o que Jesus disse que são: suave e leve (Mt 11:28-30). O governo de Deus parece belo em contraste com as crueldades e as dificuldades que, como a História tem demonstrado, são o cruel resultado do afastamento da divina lei do amor.

Alguns séculos depois de Zacarias, Saulo, o perseguidor dos cristãos, foi um “vaso escolhido” por Deus para defender e expandir a igreja cristã em seus primórdios. Os líderes eclesiásticos de Israel haviam colocado a tradição e a sabedoria humanas em lugar da vontade divina.

Porém, entre tantas pessoas, por que justamente Saulo? Talvez porque não havia ninguém igual a ele em relação a alguns atributos que tornam uma pessoa grande aos olhos divinos. Por exemplo: reverência e zelo pelas coisas sagradas, pureza de coração, defesa da fé e submissão à vontade divina.

No primeiro capítulo de Gálatas, Paulo apresentou um discurso lógico por meio do qual tentou salvaguardar a igreja da tendência de transformar ideais desejáveis de comportamento na chave de acesso ao favor de Deus.

A questão abordada na carta aos Gálatas pode ser identificada nas palavras introdutórias do apóstolo: “Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1:6, 7). Há apenas um “evangelho” verdadeiro. Paulo deu a entender que qualquer desvio desse evangelho é obra do adversário.

Jesus enfatizou qual deve ser nossa parte no plano da salvação: “Permaneçam em Mim” (Jo 15:4). “Todo o que come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele” (Jo 6:56). “O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que Eu lhes disse são espírito e vida” (Jo 6:63).

Michael Chesanek | Nampa, Idaho, EUA

Mãos à Bíblia

2. Examine as três descrições da conversão de Saulo (At 9:1-18; 22:6-21 e 26:2-19). Qual papel a graça de Deus teve nessa experiência? Saulo mereceu a bondade que o Senhor mostrou para com ele? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) Foi a graça de Deus que alcançou Saulo e o transformou.

B.( ) Deus olhou para Saulo e viu que ele merecia a graça.

Da perspectiva humana, a conversão de Saulo deve ter parecido impossível (essa foi a razão do ceticismo que muitos manifestaram quando ouviram falar dela pela primeira vez). A única coisa que Saulo merecia era a punição, mas, em vez disso, Deus concedeu graça a esse judeu fervoroso. Contudo, é importante notar que a conversão de Saulo não aconteceu num vácuo, nem foi forçada.

Saulo não era ateu. Ele era religioso, embora seriamente equivocado em sua compreensão de Deus. As palavras de Jesus a Paulo, “Resistir ao aguilhão só lhe trará dor!” (At 26:14), indicam que o Espírito estivera convencendo Saulo. No mundo antigo, o “aguilhão” era uma vara com uma ponta afiada utilizada para cutucar bois, sempre que se recusavam a puxar o arado. Saulo havia resistido ao aguilhão de Deus por algum tempo, mas finalmente, em sua viagem para Damasco, por meio de um encontro miraculoso com o Jesus ressuscitado, ele decidiu parar de lutar.

Pense Nisto
Procure textos bíblicos que explicam como conhecer intimamente a Deus. Compare com o grau de intimidade que você tem com Ele. Faça uma lista das “tradições” mais enfatizadas na sua família ou na sua igreja que possam estar sendo colocadas acima da verdade bíblica. Além disso, pesquise passagens bíblicas que contenham princípios que ajudem a formar uma perspectiva equilibrada da vida cristã.
Terça-feira, 27 de junho
Fé inspirada pela Palavra

Em sua carta aos Gálatas, Paulo “voltou a se referir à sua própria experiência, a qual já havia mencionado anteriormente a eles. Lembrou-lhes de como era versado no conhecimento judaico e zeloso na defesa do judaísmo. Ainda bem jovem já havia alcançado distinção como defensor da fé judaica. Porém, quando Cristo lhe foi revelado, renunciou imediatamente a todas as honras e vantagens que poderia obter e se dedicou à pregação da cruz. Ele apelou a seus irmãos para que julgassem se, em tudo isso, ele poderia ter agido por algum motivo mundano ou egoísta. Mostrou-lhes então que, depois de sua conversão, não recebeu instrução da parte de homens. As doutrinas que ele pregava lhe haviam sido reveladas pelo Senhor Jesus Cristo. Após a visão de Damasco, ele se retirou para a Arábia, a fim de estar em comunhão com Deus. Só depois de três anos foi que subiu a Jerusalém. Naquela ocasião, ficou apenas quinze dias ali, e depois partiu para pregar o evangelho aos gentios. Ele declarou que ‘não era conhecido de vista das igrejas da Judeia, que estavam em Cristo. Ouviam somente dizer: Aquele que, antes, nos perseguia, agora, prega a fé que, outrora, procurava destruir. E glorificavam a Deus a meu respeito’ (Gl 1:22-24, ARA).

“Ao recapitular, assim, sua história, o apóstolo procurou deixar evidente para todos que foi pela manifestação especial do poder divino que ele havia sido levado a conhecer e compreender as grandes verdades do evangelho, apresentadas nas Escrituras do Antigo Testamento e personificadas na vida de Cristo na Terra. Foi o conhecimento recebido do próprio Deus que o levou a advertir e a admoestar os gálatas de maneira tão solene e direta. Ele não apresentava o evangelho com hesitação e dúvida, mas com a segurança de uma convicção sólida e de um conhecimento absoluto. Em sua epístola, ele deixou claro o contraste entre ser ensinado pelo homem e receber instruções diretas de Cristo.”*

* Ellen G. White, Sketches from the Life of Paul, p. 190, 191.

Kirsten Holloway | Kalispell, Montana, EUA

Mãos à Bíblia

3. Leia 1 Samuel 16:7, Mateus 7:1 e 1 Coríntios 4:5. Por que devemos ter cuidado ao avaliar a experiência espiritual de outras pessoas? Que erros temos cometido em nosso julgamento sobre os outros? O que temos aprendido com esses erros?

Quando Jesus Se manifestou a ele na estrada de Damasco, tudo mudou. Nas questões sobre as quais Saulo pensava que tinha toda a razão, ele estava completamente equivocado!

Não é de admirar que Ananias tivesse ficado um tanto confuso. Se a igreja em Jerusalém estava hesitante em aceitar Paulo cerca de três anos após sua conversão (At 9:26-30), podemos imaginar as dúvidas e preocupações que enchiam o coração dos fiéis em Damasco, apenas alguns dias depois do evento!

Onde Saulo havia procurado impedir a propagação da fé cristã, Deus o usaria para disseminá-la muito além do que os cristãos judeus poderiam imaginar.

Pense Nisto
De que forma recebemos o conhecimento de Deus? Que vantagem temos em nos apegar a reconhecimentos mundanos, tais como honra, fama, prestígio, e abandonar o chamado mais elevado que Deus nos faz? (Mt 6:19-21).
Quarta-feira, 28 de junho
Paulo: o Lutero de sua época

Trevas espirituais pairaram sobre os povos que viveram sob a jurisdição dos líderes judeus e papais. A liderança, em cada uma dessas épocas, conseguiu mudar a doutrina da justificação pela fé para a falsa doutrina da salvação pelas obras. Deus não era visto como um Ser amoroso e misericordioso. As pessoas davam mais valor à tradição e aos ensinos dos líderes religiosos do que a um conhecimento pessoal de Deus.

Paulo e Martinho Lutero tiveram experiências semelhantes, cada um em sua época. Eles defenderam o correto conceito de reverência (ou temor) a Deus e o princípio da “justificação unicamente pela fé”. Nenhum deles minimizou a importância das boas obras, nem da santificação, no entanto, ambos chegaram à conclusão de que não podemos nos tornar semelhantes a Cristo sem antes compreender nossa verdadeira condição e a impossibilidade de guardar a lei pela nossa própria capacidade. “A Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, a fim de que a promessa, que é pela fé em Jesus Cristo, fosse dada aos que creem” (Gl 3:21, 22).

Ao nos tornarmos cada vez mais semelhantes a Cristo, Sua justiça se tornará uma fonte que nos levará a experimentar novos sentimentos em relação aos outros. Permaneceremos ligados a essa fonte pelo constante estudo e meditação em Sua Palavra. Assim, desenvolveremos maior “intimidade” com Deus.

Andrew McCoy | San José, Califórnia, EUA

Mãos à Bíblia

4. Onde foi estabelecida a primeira igreja gentílica? Quais acontecimentos ocasionaram a ida dos cristãos para lá? Qual lembrança do Antigo Testamento essa história traz? At 11:19-21, 26; Dn 2

5. De acordo com Atos 11:20-26, o que aconteceu em Antioquia, que resultou na visita de Barnabé à cidade e sua decisão posterior de convidar Paulo para se juntar a ele ali? Que descrição é apresentada da igreja daquela comunidade? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Alguns de Cirene e Chipre foram a Antioquia e começaram a pregar para os gregos. Muitos se converteram por meio de sua pregação.

B.( ) Houve um grande incêndio em Antioquia, motivando Barnabé e outros a ir até lá e oferecer auxílio.

Traçar uma cronologia da vida de Paulo é difícil, mas parece que cerca de cinco anos se passaram entre sua visita a Jerusalém depois da conversão (At 9:26-30) e o convite de Barnabé para que Paulo se juntasse a ele em Antioquia.

Pense Nisto
Você acha que precisamos nos comportar de certa forma para obter a aprovação de Deus? Identifique qual é o princípio que está por trás dessa compreensão. Pesquise na Bíblia e nos livros do Espírito de Profecia para obter uma compreensão mais equilibrada do assunto.
Quinta-feira, 29 de junho
Experimentar a Deus

Se alguém lhe mostrasse a figura de uma manga, descrevesse detalhadamente a fruta, e depois lhe dissesse: “Agora imagine-se saboreando essa manga!”, como você se sentiria? Certamente, teria ficado com vontade de dar uma mordida na fruta e sentir seu sabor.

Saulo não conhecia o verdadeiro sabor da verdade divina. Ele tinha amplo conhecimento da lei de Deus, mas não havia tido ainda uma real experiência com o Autor da lei. Ele se considerava irrepreensível no que diz respeito à justiça da lei, mas perseguia os cristãos por causa da sua fé no Autor da lei.

Como podemos usar o conhecimento e a experiência para equilibrar nossa visão espiritual? Eis aqui algumas sugestões:

Compreenda a diferença entre conhecimento e experiência. O conhecimento é constituído de fatos ou informações que arquivamos no banco de dados de nossa mente para futura consulta. Avaliamos situações e fazemos julgamentos com base nesse conhecimento. Por outro lado, a experiência é sensorial e está ligada às nossas emoções. A experiência fixa o conhecimento no contexto das situações. Ambos são importantes em nosso relacionamento com Deus e com Sua Palavra.

Associe o conhecimento com a experiência. Quando estiver estudando a Bíblia e encontrar promessas, reivindique-as. Deus nos deu promessas para que aprendamos mais sobre Seu caráter. Se você olhar atentamente para as promessas
que Ele fez, descobrirá que elas são fundamentalmente encorajadoras. Mesmo quando o povo deixou de ouvir o Senhor e sofreu as consequências do pecado, o Senhor lhe disse que teria misericórdia dele.

Esteja aberto para experimentar o amor divino. Visto que já fomos magoados por outras pessoas, talvez tenhamos medo de experimentar o amor de Deus. Pode ser mais fácil nos concentrarmos no mero conhecimento intelectual porque isso parece ser mais seguro. Mas uma vida espiritual equilibrada precisa combinar conhecimento com experiência, para que haja uma compreensão mais profunda do propósito de Deus para nossa existência.

Maria Lombart | Beirute, Líbano

Mãos à Bíblia

6. De acordo com Atos 15:1-5, como alguns fiéis da Judeia tentaram dificultar o trabalho de Paulo com os cristãos gentios em Antioquia?

Não demorou muito para que começassem os problemas na primitiva comunidade de fé. Nem todos ficaram satisfeitos com a entrada dos gentios cristãos na igreja primitiva.

Embora o concílio de Jerusalém, em Atos 15, finalmente tivesse se unido a Paulo na questão da circuncisão, a oposição ao ministério do apóstolo continuou. Muitos ainda desconfiavam do evangelho de Paulo. Os judeus da Ásia clamaram: “Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte ensina todos a serem contra o povo, contra a lei e contra este lugar!” (At 21:28; 21:20, 21).

Sexta-feira, 30 de junho
Medo do desconhecido

Os seres humanos se apegam ao que lhes é mais familiar e evitam o que não conhecem. Essa tendência é percebida em todas as faixas etárias, gêneros, etnias e povos. Mas ela não está relacionada apenas ao ódio e à guerra. Ela também pode determinar o que você pede num restaurante, as roupas que você usa, a igreja que você frequenta e a classe da Escola Sabatina que você escolhe.

Devido ao medo do desconhecido, a igreja primitiva experimentou sérios conflitos. Os líderes judaicos temiam a influência do crescente movimento dos seguidores de Cristo. Com medo de perder sua influência e poder, e de que sua religião milenar fosse corrompida, eles lutaram com todas as forças contra a igreja cristã primitiva. Paulo trabalhou incansavelmente para perseguir os que criam em Jesus Cristo.

Ironicamente, o medo do desconhecido também gerou conflito na igreja primitiva quando o evangelho começou a ser levado aos gentios. Os primeiros cristãos temiam a perda de controle que poderia resultar disso. Felizmente, Paulo havia passado por situação semelhante e, por experiência própria, trabalhou para ajustar as coisas com a ajuda do Espírito Santo.

Alguns de nós somos ansiosos para experimentar coisas novas. Entretanto, provavelmente, poucos iriam gostar da ideia de que uma das crenças que defendem há muito tempo seja contestada, ou rejeitada. Quando isso acontece, nossa reação frequentemente é muito negativa, a ponto de rejeitarmos todas as evidências. Mas o que ocorre quando essas crenças estão relacionadas ao que somos ou ao que outras pessoas são? Pode parecer absurda a ideia de rejeitar um grupo de pessoas (como os gentios foram rejeitados). Certamente somos esclarecidos o suficiente para não fazermos isso, não é?

Infelizmente não somos, a menos que estejamos em completa sintonia com Cristo. Ainda nos separamos e nos distanciamos dos que são diferentes, seja pela condição socioeconômica, seja pelo estilo de vida. Talvez não seja fácil nem natural nos aproximarmos dos que são diferentes de nós e amá-los. Na verdade, pode ser preciso um grande esforço para que mudemos a nossa atitude. Mas é o que Deus deseja que façamos, e Ele prometeu nos ajudar nesse propósito.

Joshua Holloway | Kalispell, Montana, EUA

Mãos à obra
Leia Zacarias 8:22. Tente extrair o significado desse verso tão importante. Compare as ações de Saulo em Atos 7 e 8 com as atitudes hostis de outras pessoas mencionadas na Bíblia. Pesquise sobre personagens bíblicos que foram transformados por Deus. Dê um exemplo de alguém cuja transformação foi tão radical quanto a de Saulo. Em 2 Coríntios 11:23-27, Paulo mencionou que sofreu por causa de Cristo. Como ele pôde permanecer firme em meio a tudo isso? Ore pelos missionários que estão pregando o evangelho em lugares e situações difíceis. Hoje, ainda há cristãos dispostos a sofrer e a dar a vida a fim de preparar outros para o encontro com Cristo. Faça um mapa das cidades que o apóstolo Paulo visitou em suas viagens missionárias. Escolha uma dessas cidades e pesquise sobre ela. Verifique se há presença cristã nessa cidade. Existe nela alguma igreja ou missão adventista