Lição 2
01 a 07 de abril
Uma herança eterna
“Agora que vocês purificaram as suas vidas pela obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero, amem sinceramente uns aos outros e de todo o coração” (1Pe 1:22).
Prévia da semana: Pedro lembrou seus leitores, estrangeiros dispersos no mundo, de que eles eram a posteridade do povo de Deus do Antigo Testamento, tendo sido redimidos da sua maneira vazia de viver e regenerados para uma esperança viva mediante a ressurreição de Cristo. Portanto, eles deveriam se comportar como membros da comunidade de fé, tendo em vista o juízo na segunda vinda de Cristo.
Leitura adicional: Ellen G. White, Parábolas de Jesus, capítulo 7, “Um Poder que Transforma e Eleva”; Max Lucado, It’s Not About Me (Nashville, Tenn.: Thomas Nelson, 2004)
Domingo, 02 de abril
O livro azul

Meu medo era visível. Eu já estava trabalhando como médica havia alguns meses, mas aquela seria minha primeira noite de plantão. Pacientes complicados chegavam a todo instante, e eu temia que pudesse me esquecer de algum procedimento. Eu tinha muito conhecimento, mas pouca experiência. Tinha um jaleco branco com meu nome inscrito, um estetoscópio e até um crachá, mas me sentia apenas uma “médica de fachada”.

Eu examinava detidamente o prontuário de cada paciente e consultava meu “livro azul” a respeito do seu problema. O “livro azul” era um manual que todo residente possuía. Ele nos orientava para que nada fosse esquecido. À medida que meu ano como residente avançava, precisei cada vez menos do livro. Suas informações se tornaram parte de mim. Eu as havia conhecido, memorizado, e agora elas me pertenciam.

Pedro conhecia seu Mestre melhor do que qualquer outra pessoa. Ele teve o privilégio de estar pessoalmente com Jesus. Mas ainda precisava passar por uma transformação. Ele sabia quanto é difícil ser um iniciante, um “residente” na fé cristã.

Pedro tinha diante de si a fragilidade humana e a indiscutível necessidade de redenção quando escreveu: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme Sua grande misericórdia, Ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder seu valor” (1Pe 1:3, 4).

Reconhecendo a fragilidade humana, Pedro admoestou seus leitores a se lembrarem de que, sem a graça, corremos o risco de naufragar na fé. Isso quase ocorreu com ele, na noite em que Jesus o convidou para andar sobre a água. Ele escreveu: “Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para a ação; sejam sóbrios e coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado” (v. 13).

Com base em sua experiência, Pedro escreveu sua primeira carta para que tivéssemos um manual de instruções, um “livro azul” para consultar em momentos de necessidade. Nessas ocasiões, precisamos da graça, do perdão e de depositar nossa confiança totalmente em Cristo. Precisamos examinar o “livro azul de Deus”, a Bíblia, e estudá-lo diariamente para que se torne parte de nós.

Lisa Hermann | Nashville, Tennessee, EUA

Mãos à Bíblia

Pedro começou sua carta como qualquer outra carta antiga. Ele identificou o autor e aqueles a quem ela era destinada.

1. Leia 1 Pedro 1:1. O que é revelado sobre o contexto dessa carta?  Assinale a alternativa correta:

A.( ) Pedro se apresentou como enviado de Deus aos judeus em Jerusalém.

B.( ) Pedro se apresentou como apóstolo de Jesus Cristo, escrevendo para os eleitos de Deus, peregrinos na Ásia Menor.

C.( ) Pedro se apresentou como a pedra angular da igreja e escreveu aos fiéis da África.

Pedro se definiu como “apóstolo de Jesus Cristo”, enfatizando seu chamado divino, assim como fazia Paulo (Gl 1:1; Rm 1:1; Ef 1:1). Sua carta era destinada às regiões do Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia (1Pe 1:1). Regiões da Ásia Menor, que equivalia aproximadamente à parte moderna da Turquia.

Segunda-feira, 03 de abril
Cartas de um apóstolo

As cartas de Pedro foram escritas para igrejas cristãs iniciantes. Tratam de assuntos importantes para os cristãos daquela época. Embora algumas referências careçam de explicações adicionais para nossos dias (por exemplo, o conselho sobre a relação entre senhores e escravos), outros trechos dessas cartas são totalmente pertinentes à nossa época.

Para compreender melhor o contexto dessas cartas, precisamos conhecer seu autor. A primeira carta de Pedro foi escrita em grego, aproximadamente em 60 d.C., no tempo do imperador romano Nero e de sua perseguição aos cristãos.1 A tradição cristã sugere que Marcos pode ter ajudado o apóstolo Pedro a escrevê-la, em Roma, enquanto este se encontrava na prisão.

“Embora essas cartas não se concentrem inteiramente na perseguição à igreja cristã primitiva, esse assunto constitui o pano de fundo e se encaixa numa época de grande hostilidade religiosa.”2

Em 1 Pedro 1:13, lemos: “Cingindo o vosso entendimento” (ARA). Essa figura de linguagem faz referência às longas túnicas usadas como vestimenta comum naquela época. Quando realizavam atividades que exigiam muita movimentação, as pessoas tinham que prendê-la com um cinto para que não tropeçassem na própria roupa. As palavras de Pedro constituem um conselho enfático para os cristãos que talvez tenham receio de que sua fé os tire das práticas convencionais, “aceitáveis” perante a sociedade. A primeira epístola de Pedro nos chama a vencer as coisas do passado que nos impedem de avançar na vida cristã.

1. The New Interpreter’s Bible, v. 12 (Nashville, Tenn.: Abingdon Press, 1957), p. 80.

2. Robert A. Spivey, D. Moody Smith Jr., C. Clifton Black, Anatomy of the New Testament, 7a ed (Minneapolis, Minn.: Fortress Press, 2013), p. 409.

Johanna Bjork | Bismarck, North Dakota, EUA

Mãos à Bíblia

2. Leia 1 Pedro 1:2. Do que Pedro chamou seus destinatários? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) Pedro escreveu aos outros onze apóstolos, instruindo-lhes como proceder após a ascensão de Jesus.

B.( ) Pedro escreveu aos eleitos segundo a presciência de Deus, que deviam viver em obediência e ser aspergidos pelo sangue de Jesus.

C.( ) Pedro escreveu para os fariseus hipócritas.

“Eleitos [ou escolhidos], segundo a presciência de Deus Pai” (1Pe 1:2).

Isso não significa que Deus tenha predestinado pessoas para a salvação e outras para a perdição. A Bíblia não ensina isso.

3. Leia 1 Timóteo 2:4; 2 Pedro 3:9; João 3:16; Ezequiel 33:11. O que Pedro quis dizer quando chamou essas pessoas de eleitas? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Todas as pessoas foram eleitas por Deus para a salvação, mas nem todas escolheram seguir o Senhor.

B.( ) Os eleitos eram aqueles que ocupavam posições de destaque, como os fariseus e saduceus.

C.( ) Os eleitos eram aqueles a quem o povo elegia para governar.

 

Pense Nisto
Em quais aspectos práticos as cartas do apóstolo Pedro poderiam ser aplicadas em nosso mundo interconectado?
Terça-feira, 04 de abril
Os peregrinos escolhidos

Forasteiros [parepidemoi] (Jo 3:16; Rm 8:28-30; Ef 1:4; 1Pe 1:1-3). Parece o nome de alguma criatura que vive numa região escura do oceano, e, em certo sentido, é isso mesmo. Essa palavra grega que aparece em 1 Pedro 1:1 e 2:11, traduzida como “peregrinos”, “estrangeiros” ou “forasteiros”, significa, literalmente, “pessoas que estão fora de seu lar”. A palavra tocava profundamente os cristãos primitivos, muitos dos quais haviam sido forçados a se mudarem para outros lugares por causa de sua fé.

Seu uso pelo apóstolo nos surpreendente porque Pedro esteve disposto a lutar por um reino terrestre em favor de seu Mestre! No entanto, a Bíblia relata o crescimento espiritual de Pedro, e seu uso de parepidemoi destaca o fato de que ele havia se convencido da natureza transitória da vida do cristão neste mundo. Nosso verdadeiro lar nos aguarda num mundo que ainda não vemos.

O homem que havia negado Jesus passou a se denominar simplesmente “apóstolo” (1Pe 1:1) e “testemunha dos sofrimentos de Cristo” (1Pe 5:1). Entre a comunidade cristã, para os outros presbíteros, ele se descreveu como “presbítero como eles”. Embora a data precisa da composição da carta não seja evidente, fica claro que Pedro a escreveu num período tardio de sua vida, em que ele sabia que enfrentaria circunstâncias adversas (Jo 21:18, 19). Em 1 Pedro 5:13, o apóstolo falou de “Babilônia”. Se essa foi uma referência a Roma, então é quase certo que ele estava escrevendo da capital romana, onde, segundo a tradição, Pedro foi martirizado.

Os “peregrinos” aos quais Pedro se dirigiu estavam longe de ser pessoas rejeitadas. Ao contrário, foram pessoas escolhidas por Deus (1Pe 1:2). Depois de aceitar o chamado divino, elas foram capacitadas a viver de modo santo e irrepreensível por meio do Espírito, e deram testemunho da graça de Deus e do sacrifício de Cristo. As palavras de Pedro no verso 2 estão repletas de significado. Elas confirmam a Trindade e destacam o papel que cada membro dela – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – desempenha em nossa vida.

O uso que Pedro fez do termo grego eklektoi, “escolhidos”, exige um esclarecimento teológico, principalmente, quando associado à palavra grega prognosis, traduzida como “pré-conhecimento” (NVI) e “presciência” (ARA). Essas referências têm sido usadas para provar o conceito errôneo da predestinação, o qual defende que Deus escolheu antecipadamente algumas pessoas para ser salvas e o restante para se perder. Pedro lançou luz sobre essa questão em 2 Pedro 3:9, onde lemos: “O Senhor não demora em cumprir a Sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, Ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.”

O convite para a salvação é estendido a todos. Em Romanos 8:28-30, Paulo descreveu como Deus atua na vida daqueles que O amam: “Aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou” (v. 29, 30).

Uma herança que jamais perecerá (1Pe 1:3-9). Pedro motivou seus leitores a lutar por uma “herança que jamais poderá perecer” (v. 4). A eternidade a ser desfrutada é contrastada com as provações passageiras desta vida. Pedro comparou a fé que os cristãos devem desenvolver ao ouro refinado pelo fogo. O ouro precisa ser derretido no fogo para ser purificado. Da mesma forma, o fogo das provações purifica e consolida nossa fé.

“Porque Eu Sou santo” (1Pe 1:13-21). Pedro nos advertiu a estar com a mente preparada, prontos para a ação, ser sóbrios e colocar toda a nossa esperança na graça de Cristo (v. 13). Esse é um chamado à ação, um convite a estar sempre alerta e vigilante, mas confiante na graça oferecida pelo Salvador que Se sacrificou em nosso favor.

O apóstolo citou as palavras proferidas por Deus a Moisés e a Aarão em Levítico 11:44, as quais deveriam ser transmitidas aos israelitas: “Sejam santos, porque Eu Sou santo” (1Pe 1:16). Pedro conhecia muito bem essa parte da lei mosaica, como mostra o episódio da surpreendente visão que ele recebeu de Deus, na qual lhe foram oferecidos animais impuros para comer (At 10:9-16). Isso o convenceu a aceitar os gentios (não judeus) como irmãos em Cristo. O livro de Levítico apresenta a ordem para que sejamos santos no contexto da orientação sobre os alimentos limpos e impuros (ver Lv 11).

Precisamos amar “sinceramente uns aos outros e de todo o coração” (1Pe 1:22). Se não tivermos “amor fraternal e sincero” uns pelos outros, isso é um claro sinal de que a verdade não está em nós.

Tompaul Wheeler | Nashville, Tennessee, EUA

Mãos à Bíblia

4. Leia 1 Pedro 1:3-12. Nesses versos, qual é a principal mensagem de Pedro?

As três pessoas da Trindade são o tema de 1 Pedro 1:3-12. O Pai e o Filho são o assunto de 1 Pedro 1:3-9, e o Espírito Santo é destacado em 1 Pedro 1:10-12. Ao escrever sobre a Trindade, Pedro introduziu muitos temas que ele retomou posteriormente.

Pedro ressaltou aos seus leitores que, ao mesmo tempo em que eram perseguidos por sua fé, eles faziam parte de um conflito muito maior entre o bem e o mal. No fim, ele estava tentando ajudá-los a permanecer fiéis à verdade, mesmo em meio às provações.

 

Pense Nisto
Como podemos viver sob a presente tensão entre a vida terrestre e o lar eterno? Que diferença faz saber que aguardamos um futuro que jamais se corromperá? Vale a pena lutar para ser santo e irrepreensível se, apesar de todos os nossos esforços, ainda ficaremos muito aquém do modelo que foi Jesus?
Quarta-feira, 05 de abril
Ao alcance

Minha amiga Rowena descobriu que o gato que ela adotou, Nicky, como a maioria dos felinos, gostava muito de brincar de pegar um objeto amarrado a um fio, o qual ficava preso na outra ponta a uma varinha. Rowena agitava a varinha e Nicky pulava, tentando apanhar o ratinho de brinquedo, então, ela erguia a varinha, fazendo com que o ratinho ficasse fora do alcance de Nicky.

O poema de Robert Browning, “Andrea del Sarto”, tem um verso que diz: “Ah, mas o esforço de uma pessoa deve exceder seu limite,/ se não, para que serve o Céu?”1 Isso pode parecer correto se aplicado ao Nicky, um gato. Mas, como podemos entender esse conceito em relação ao plano da salvação?

“Muitos dos que buscam santidade e pureza de vida parecem perplexos e desanimados. Olham constantemente para si mesmos e lamentam sua falta de fé; e porque não têm fé, julgam que não podem receber as bênçãos divinas. Essas pessoas pensam que sentimento seja fé. Olham por cima da simplicidade da genuína fé, e assim trazem sombras sobre sua vida. Deveriam desviar a mente de si mesmas, fixá-la na misericórdia e bondade de Deus e recordar Suas promessas. E então, simplesmente, acreditar que Ele cumprirá Sua palavra.”2

“Deveríamos evitar sobrecarregar a mente com intensas emoções. Podemos não sentir hoje a paz e a alegria que sentimos ontem; mas devemos, pela fé, segurar a mão de Cristo e confiar nEle, completamente, tanto nas trevas como na luz.”3

“Manifestar êxtases espirituais sob circunstâncias extraordinárias não é prova conclusiva de que uma pessoa seja cristã. Santidade não é arrebatamento: é inteira entrega da vontade a Deus; é viver por toda a palavra que sai da boca de Deus; é fazer a vontade de nosso Pai celestial; é confiar em Deus na provação, tanto nas trevas como na luz; é andar pela fé e não pela vista; é apoiar-se em Deus com indiscutível confiança, descansando em Seu amor.”4

1. Robert Browning, “Andrea del Sarto”, http://www.poetryfoundation.org/poem/173001, acessado em 24 de março de 2016.

2. Ellen G. White, Santificação, p. 89.

3. ___________ , p. 90.

4. ___________ , Atos dos Apóstolos, p. 51.

Christina Rasmussen | Laurel, Maryland, EUA

 

Mãos à Bíblia

5. Leia 1 Pedro 1:13-21. O que deve motivar o comportamento cristão? Assinale a alternativa correta:

A.( ) O caráter de Deus e o preço da redenção.

B.( ) O juízo vindouro

C.( ) Ambas alternativas estão corretas

No estudo de ontem, Pedro falou sobre a graça de Deus e a esperança que os cristãos têm em Jesus Cristo (1Pe 1:3-12).

6. Leia 1 Pedro 1:13. O que significa colocar sua esperança inteiramente na graça revelada em Jesus? Complete as lacunas:

“Por isso, cingindo o vosso ____________________________________, sede ____________________________________ e esperai inteiramente na ____________________________________ que vos está sendo trazida na revelação de ____________________________________”.

 

Pense Nisto
Satanás é um astuto observador e procura atingir nossos pontos fracos. Em que você é mais vulnerável? Se fé não é um sentimento, o que é?
Quinta-feira, 06 de abril
Motivação para uma vida santa

As provações nos testam até o limite fazendo com que sejamos tentados a desistir. Mas como podemos manter a esperança? Pedro nos diz: “Coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado” (1Pe 1:13). Não precisamos esperar a volta de Jesus, podemos desfrutar essa segurança hoje. Então, como devemos viver? Precisamos apenas confiar em Jesus e tudo ficará bem? Podemos simplesmente continuar a vida sem nos preocuparmos com nada mais?

Pedro nos exorta a ser “sóbrios”, subjugando nossa vontade egoísta de nos deixarmos “amoldar pelos maus desejos” (v. 13, 14). Ele também declarou que Deus “julga com igualdade as pessoas, de acordo com o que cada uma tem feito” (v. 17, NTLH). Portanto, fica claro que o Senhor tem expectativas quanto à maneira pela qual conduzimos nossa vida. Mas quais são essas expectativas?

“Amem sinceramente uns aos outros e de todo o coração” (v. 22), disse o apóstolo Pedro. Para muitos, isso pode parecer algo completamente indefinido e vago. Provavelmente, você já tenha ouvido esse conceito tantas vezes que talvez ele já tenha perdido um pouco do sentido. Mas continue lendo até o capítulo 2. Pedro destacou o engano, a hipocrisia, a inveja e toda espécie de maledicência como coisas abomináveis que devemos eliminar da nossa vida.

Talvez você ache que já fez isso, e esteja pensando: “Esse tipo de coisa não é meu problema.” Porém, creio que apóstolo Pedro sabia mais sobre comportamento humano do que imaginamos. Em 1 Pedro 2:12, ele aconselhou: “Tomem cuidado com o modo como vocês se comportam entre seus semelhantes não salvos.” Por que ele diria isso se fosse fácil viver de maneira santa? Na realidade não é. O mundo quer nos envolver. No entanto, Deus deseja que não percamos de vista que somos apenas “residentes temporários” nesta Terra.

Por meio de suas cartas, Pedro encorajou e instruiu os cristãos primitivos a viver de forma a não desanimar na fé quando enfrentassem provações. Essas exortações também podem nos ajudar em nossa caminhada cristã.

Brent J. Bergherm | Walla Walla, Washington, EUA

Mãos à Bíblia

7. Leia 1 Pedro 1:22-25. Qual foi o argumento de Pedro sobre o significado de ser cristão?

Pedro começou seu argumento afirmando que os cristãos já estavam purificados. O verbo “purificar”, ou “limpar”, está intimamente relacionado às palavras “santo” e “santidade”, relacionadas ao que Pedro havia escrito um pouco antes (1Pe 1:15).

Os cristãos haviam sido purificados por meio do batismo e de seu compromisso com Jesus (compare com 1Pe 3:21, 22), ao dedicar sua vida exclusivamente a Deus mediante a obediência à verdade.

Pense Nisto
Que atitude concreta você pode tomar hoje para viver de maneira mais santa?
Sexta-feira, 07 de abril
Amargura transformada em amor

Desabrigados. Ressentidos. Amargurados. É assim que poderiam estar se sentindo, após a dispersão, os peregrinos cristãos que haviam sido forçados a deixar seu lar. “Estou fazendo tudo certo. O que fiz de errado?”

Mas, apesar de todo o sofrimento, eles escolheram se regozijar na esperança eterna. Aguardavam sua herança celestial. As dificuldades que enfrentavam durariam somente um momento, testando a genuinidade de sua fé. Pedro os lembrou de que sua fé era muito mais preciosa do que o ouro. Contudo, havia algo sobre o que eles ainda precisavam de mais instruções.

“Sejam santos vocês também em tudo o que fizerem” (1Pe 1:15). Pedro estava querendo dizer: “Vocês podem ter a fé de um cristão, mas estão agindo como cristãos?” Será que, como cristãos, aprendemos a fazer discursos poderosos e inspiradores, mas ainda não aprendemos sobre o cristianismo prático?

O apóstolo chamou a atenção dos cristãos primitivos para que não se deixassem “amoldar pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância” (v. 14). Nós também, em outro tempo, não tínhamos o conhecimento que agora temos, mas o fato de ter sido ignorantes no passado não significa que precisamos continuar assim. Como cristãos, não mais devemos olhar para a “maneira vazia de viver”. Em vez disso, devemos nos lembrar daquilo que nos redimiu: o “precioso sangue de Cristo” (v. 19).

Como seres humanos, copiamos o exemplo que conhecemos. É fácil ser influenciado pelos costumes transmitidos de geração em geração. Temos a tendência de continuar fazendo as coisas da mesma forma que sempre foram feitas. Mas será que isso é certo?

É muito fácil nos concentrarmos no que devemos fazer, mas seria possível chegar ao ponto de nos esquecer de como isso deve ser feito? “Agora […] vocês purificaram as suas vidas pela obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero” (v. 22). Portanto, “amem sinceramente uns aos outros e de todo o coração”. O ponto que deve ser lembrado é que só podemos amar por causa do exemplo que Cristo nos deu.

Yaniz Seeley | Ooltewah, Tennessee, EUA

 

Pense Nisto
Pedro podia ter dado conselhos em muitas áreas para os cristãos de sua época. Por que ele se preocupou mais em exortá-los quanto à conduta?
Mãos à obra
Faça uma lista das coisas pelas quais você tem motivos para agradecer. Deixe-a em um lugar em que possa sempre vê-la. Desenhe algo que represente o altruísmo. Qual é a cor e o formato do altruísmo? Faça um diário de oração e anote pedidos em favor de outras pessoas. Escolha um trecho da Bíblia que você aprecia. Planeje memorizar dois versos por semana. Isso o ajudará a manter a mente afastada do mal. Comprometa-se a realizar um ato de amor em favor de alguém a cada dia. Pode ser: um telefonema, um cartão, um prato especial oferecido como presente, ou apenas dedicar algum tempo àquela pessoa. Submeta seu dia à agenda do Espírito Santo. Use todas as oportunidades que Ele lhe proporcionar para amar e servir a seus semelhantes