Lição 2
07 a 14 de outubro
O conflito
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Mt 8–10
Verso para memorizar: “A lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1:17).
Leituras da semana: Hb 8:6; Mt 19:17; Ap 12:17; Lv 23; At 15:1-29; Gl 1:1-12

A igreja primitiva era composta principalmente de judeus que jamais pensaram que, ao aceitar Jesus, o Messias de origem judaica, estavam se afastando da fé de seus pais ou das promessas da aliança que Deus havia feito ao Seu povo. Como podemos verificar, eles estavam certos. A questão para os primeiros cristãos judeus não era se seus compatriotas tinham que se tornar cristãos para aceitar Jesus. A questão para muitos deles era se os gentios tinham que se tornar judeus antes que pudessem aceitar a Cristo.

Somente mais tarde, no concílio de Jerusalém, houve uma resposta sólida. Eles tomaram a decisão de não incomodar os gentios com uma série de regulamentos e leis. Ou seja, os gentios não precisavam se tornar judeus antes de aceitar a Cristo.

Contudo, apesar da decisão, alguns mestres continuaram a atormentar as igrejas, insistindo com os gentios convertidos à fé que era preciso obedecer essas regras e leis, inclusive a circuncisão (não exatamente um procedimento que tornaria atrativa para um adulto a adesão ao cristianismo). Isto é, eles pensavam que, a fim de participar das promessas da aliança, esses gentios tinham que obedecer a muitas regras e regulamentos considerados indispensáveis para os israelitas.

Quais foram as questões, e como elas foram resolvidas?


A partir de hoje, 7 de outubro, será lançado o Mutirão de Natal em todo o Brasil. Não perca a oportunidade de se envolver. Torne sua igreja mais humana.

Domingo, 08 de outubro
Ano Bíblico: Mt 11–13
Uma aliança superior

1. De acordo com Hebreus 8:6, o que são as “promessas superiores” e a aliança superior? Por que o ministério de Jesus é mais excelente?

Talvez a maior diferença entre a religião do Antigo Testamento e a do Novo seja o fato de que a era do Novo Testamento teve início com a vinda do Messias, Jesus de Nazaré. Ele foi enviado por Deus para ser o Salvador. Os seres humanos não poderiam ignorá-Lo e esperar ser salvos. Somente pela expiação que Ele proveu, os pecados da humanidade poderiam ser perdoados. Unicamente pela imputação de Sua vida perfeita poderiam permanecer diante de Deus sem condenação. Em outras palavras, a salvação era por meio da justiça de Jesus, e nada mais.

Os santos do Antigo Testamento aguardavam com expectativa as bênçãos da era messiânica e a promessa de salvação. Na época do Novo Testamento, as pessoas foram confrontadas com a seguinte pergunta: “Vocês aceitam Jesus de Nazaré a quem Deus enviou como Messias, seu Salvador?” Se acreditassem nEle, isto é, se O aceitassem como Redentor, o que Ele realmente era, e se entregassem a Ele, seriam salvas por meio da justiça que Ele lhes oferecia gratuitamente.

Entretanto, os requisitos morais permanecem inalterados no Novo Testamento, pois foram fundamentados no caráter de Deus e de Cristo. A obediência à lei moral de Deus faz parte tanto da nova aliança como fez parte da antiga.

2. Leia Mateus 19:17, Apocalipse 12:17, 14:12 e Tiago 2:10, 11. O que esses textos revelam sobre a lei moral no Novo Testamento? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Ela continua valendo, pois é atemporal.

B.( ) Ela não é mencionada no Novo Testamento, pois perdeu a validade.

Ao mesmo tempo, foi interrompido todo o conjunto de leis rituais e cerimoniais distintamente israelitas, que estavam claramente ligadas à antiga aliança, e que apontavam para Jesus e para Sua morte e ministério como Sumo Sacerdote. Teve início uma nova ordem com base em “promessas superiores”.

Um dos principais objetivos de Paulo no livro de Romanos foi ajudar os judeus e gentios a compreender o que estava envolvido nessa transição do judaísmo para o cristianismo. Levaria tempo para fazer essa transição. Muitos judeus que tinham aceitado Jesus ainda não estavam preparados para as grandes mudanças que estavam por vir.

Quais são suas promessas bíblicas favoritas? Você costuma reivindicá-las? As escolhas que você tem feito podem atrapalhar o cumprimento dessas promessas em sua vida?

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Segunda-feira, 09 de outubro
Ano Bíblico: Mt 14–16
Leis e regulamentos judaicos

3. Se o tempo permitir, folheie o livro de Levítico (veja, por exemplo, os capítulos 12, 16 e 23). Quais pensamentos vêm à sua mente ao ler essas regras, regulamentos e rituais? Por que muitos deles seriam quase impossíveis de seguir nos tempos do Novo Testamento?

É conveniente classificar as leis do Antigo Testamento em várias categorias: (1) lei moral, (2) leis cerimoniais, (3) leis civis, (4) estatutos e juízos e (5) leis de saúde.

Essa classificação é, em parte, artificial. Na realidade, algumas dessas categorias estão inter-relacionadas e há uma considerável coincidência entre elas. Os antigos não as consideravam separadas nem distintas.

A lei moral é resumida pelos Dez Mandamentos (Êx 20:1-17). Ela é uma síntese dos requisitos morais da humanidade. Esses dez preceitos são exemplificados e aplicados em vários estatutos e juízos nos primeiros cinco livros da Bíblia. Esses exemplos mostram o que significava guardar a lei de Deus em diversas situações.

As leis civis estão relacionadas à lei moral, pois também são fundamentadas nela. Elas definem a relação do cidadão com as autoridades civis e com outros cidadãos. Indicam as penalidades para diversas infrações.

As leis cerimoniais regulamentavam o ritual do santuário, descrevendo as várias ofertas e responsabilidades de cada cidadão. Os dias de festa são especificados e sua observância, definida.

As leis de saúde se sobrepõem às outras leis. As diversas leis relacionadas à impureza definem a impureza cerimonial, mas ainda vão além disso, incluindo princípios de higiene e saúde. As leis sobre carnes puras e impuras estão fundamentadas em considerações físicas.

Embora os judeus provavelmente pensassem, de modo geral, em todas essas leis como um único pacote, pelo fato de que todas vieram de Deus, eles devem ter feito certas distinções mentalmente. Os Dez Mandamentos haviam sido pronunciados por Deus diretamente ao povo. Isso os colocava à parte, tornando-os especialmente importantes. As outras leis tinham sido transmitidas por meio de Moisés. O ritual do santuário só poderia ser cumprido enquanto houvesse um santuário em funcionamento.

As leis civis, pelo menos em grande parte, não podiam mais ser impostas depois que os judeus perderam sua independência e passaram a estar sob o domínio civil de outra nação. Muitos preceitos cerimoniais já não podiam ser observados depois da destruição do templo. Além disso, depois que o Messias veio, muitos tipos tinham encontrado seus antítipos, e não tinham mais validade.



Terça-feira, 10 de outubro
Ano Bíblico: Mt 17–20
Conforme o costume de Moisés

4. De acordo com Atos 15:1, o que causava dissensão? Por que alguns acreditavam que isso não era apenas para a nação judaica? Veja Gênesis 17:10 e assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) As ofertas de sacrifício, que simbolizavam a salvação.

B.( ) A circuncisão, que fazia parte da aliança feita com Abraão.

Enquanto os apóstolos se uniam aos ministros e membros leigos em Antioquia num esforço intenso para ganhar muitas pessoas para Cristo, certos cristãos judeus da Judeia, “da seita dos fariseus” (At 15:5), conseguiram introduzir uma questão que logo levou a um conflito generalizado na igreja e deixou os cristãos gentios consternados. Com grande convicção, esses mestres defendiam que, para ser salvo, era preciso ser circuncidado e guardar toda a lei cerimonial. Os judeus, afinal de contas, sempre se orgulharam de suas cerimônias divinamente estabelecidas. Além disso, muitos dos que tinham sido convertidos à fé de Cristo ainda sentiam que, uma vez que Deus havia claramente delineado o modo hebraico de adoração, era improvável que Ele autorizasse uma alteração em qualquer uma de suas especificações. Eles insistiam que as leis e cerimônias judaicas deveriam ser incorporadas aos ritos da religião cristã. Demoraram para compreender que todas as ofertas de sacrifício haviam prefigurado a morte do Filho de Deus, na qual o tipo encontrou o antítipo, e que, depois dela, os ritos e cerimônias da dispensação mosaica não eram mais obrigatórios.

5. Leia Atos 15:2-12. Como esse debate foi resolvido?

“Embora buscando de Deus a orientação direta, [Paulo] estava sempre pronto a reconhecer a autoridade conferida ao corpo de crentes unidos como igreja. Sentia a necessidade de se aconselhar; e, quando surgiam assuntos de importância, alegrava-se em poder apresentá-los perante a igreja, e em unir-se com os irmãos para buscar de Deus sabedoria para fazer decisões acertadas” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 200).

Paulo, que muitas vezes falou sobre seu chamado profético e de como Jesus lhe deu sua missão, estava muito disposto a trabalhar com o corpo maior da igreja. Ou seja, qualquer que fosse sua vocação, ele percebeu que fazia parte da igreja como um todo e que precisava trabalhar com ela o máximo possível.

Qual é sua atitude em relação à liderança da igreja? Você é cooperativo? Por que a cooperação é tão importante? Como a igreja poderia funcionar se todos fizessem apenas o que desejam, independentemente do corpo maior?


Quarta-feira, 11 de outubro
Ano Bíblico: Mt 21–23
Os cristãos gentios

6. Leia Atos 15:5-29. Qual decisão foi tomada no concílio e qual foi o seu raciocínio?

A decisão foi contrária à opinião dos judaizantes. Essas pessoas insistiam que os gentios convertidos fossem circuncidados e guardassem toda a lei cerimonial, e que “as leis e cerimônias judaicas deviam ser incorporadas aos ritos da religião cristã” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 189).

É interessante notar, em Atos 15:10, a maneira pela qual Pedro descreveu essas leis antigas como um “jugo” que eles eram incapazes de suportar. O Senhor, que instituiu essas leis, faria delas um jugo sobre Seu povo? Parece ser pouco provável. Em vez disso, ao longo dos anos, alguns líderes, mediante suas tradições orais, tinham transformado em fardos muitas leis destinadas a ser bênçãos. O concílio procurou poupar os gentios desses fardos.

Além disso, não houve referência nem debate que pudesse sugerir que os gentios não precisavam obedecer aos Dez Mandamentos. Afinal, poderíamos imaginar o concílio dizendo-lhes que não comessem sangue, mas que era aceitável ignorar os mandamentos contra o adultério, assassinato e coisas do gênero?

7. Quais regras específicas foram impostas aos cristãos gentios (At 15:20, 29)? Por quê? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Eles não deviam congregar com os judeus, pois tinham costumes muito diferentes. Por isso, deviam viver separados.

B.( ) Deviam se abster de comidas oferecidas aos ídolos, da imoralidade sexual e da carne e sangue de animais estrangulados, pois essas coisas eram ofensivas aos judeus.

Embora os cristãos judeus não devessem impor suas regras e tradições aos gentios, o concílio queria se certificar de que os gentios não fariam coisas consideradas ofensivas aos judeus que estavam unidos a eles em Jesus. Portanto, os apóstolos e anciãos concordaram em instruir os gentios por carta a se abster das carnes oferecidas aos ídolos, da fornicação, das carnes de animais estrangulados e do sangue. Alguns dizem que, uma vez que a guarda do sábado não foi mencionada especificamente, ela não deve ter sido indicada aos gentios. É evidente que os mandamentos contra a mentira e o assassinato também não foram especificamente mencionados, de modo que essa argumentação não significa nada.

De certa maneira, estamos colocando sobre as pessoas cargas desnecessárias, mais provenientes da tradição do que da ordem divina? Comente com a classe.


Quinta-feira, 12 de outubro
Ano Bíblico: Mt 24–26
Paulo e os gálatas

Por mais claro que o concílio tivesse sido, havia aqueles que procuravam seguir seu próprio caminho e que continuavam a defender que os gentios mantivessem as tradições e leis judaicas. Para Paulo, isso se tornou um assunto muito sério. Os falsos ensinos de alguns judeus não eram simplesmente um desprezo de questões sutis da fé, mas tinham se tornado uma negação do próprio evangelho de Cristo.

8. Leia Gálatas 1:1-12. Paulo via com seriedade a questão que estava enfrentando na Galácia? O que isso revela sobre a importância dessa controvérsia?

Como foi dito antes, a situação na Galácia, em grande medida, motivou o conteúdo da carta à igreja de Roma. Na Epístola aos Romanos, Paulo desenvolveu ainda mais o tema da Epístola aos Gálatas. Alguns cristãos judeus estavam afirmando que a lei que Deus lhes havia transmitido por intermédio de Moisés era importante e deveria ser observada pelos gentios convertidos. Paulo estava tentando mostrar o verdadeiro lugar e a verdadeira função da lei. Ele não queria que essas pessoas ganhassem apoio em Roma como tinham feito na Galácia.

É uma simplicidade exagerada perguntar se Paulo estava se referindo às leis cerimoniais ou morais em Gálatas e Romanos. Historicamente, a discussão era se os gentios convertidos deveriam ou não ser obrigados a ser circuncidados e guardar a lei de Moisés. O concílio de Jerusalém já havia decidido essa questão, mas alguns se recusaram a seguir sua decisão.

Alguns “descobrem”, nas cartas de Paulo aos Gálatas e aos Romanos, evidências de que a lei moral, os Dez Mandamentos (ou, na verdade, apenas o quarto mandamento), não é mais obrigatória aos cristãos. No entanto, eles não compreendem o sentido das cartas, nem o contexto histórico e os assuntos que Paulo estava abordando. Paulo, como veremos, enfatizou que a salvação era somente pela fé e não pela guarda da lei, nem mesmo da lei moral. No entanto, isso não é o mesmo que dizer que a lei moral não deve ser obedecida. A obediência aos Dez Mandamentos nunca entrou em discussão; aqueles que a tornam um problema estão interpretando nos textos um problema contemporâneo, com o qual Paulo não estava lidando.

Qual é sua resposta aos que afirmam que o sábado já não é obrigatório para os cristãos? Como você pode apresentar a verdade do sábado de uma forma que não comprometa a integridade do evangelho?


Sexta-feira, 13 de outubro
Ano Bíblico: Mt 27, 28
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, “Judeus e Gentios”, p. 188-192, 194-197; “Apostasia na Galácia”, p. 383-388, em Atos dos Apóstolos; “Israel Recebe a Lei”, p. 310-312; “A Lei e as Alianças”, p. 370-373, em Patriarcas e Profetas; “O Povo Escolhido”, p. 27-30, em O Desejado de Todas as Nações.

Sem dúvida, nossa igreja tem enfrentado momentos de conflito e dissensão. Mas isso não é novidade. Satanás sempre esteve em guerra contra a igreja. Mesmo no início do cristianismo, surgiram dissensões e conflitos nas fileiras dos cristãos. E havia um conflito que, se não fosse resolvido, poderia ter destruído a igreja logo em seu surgimento.

“Por meio da influência de falsos ensinadores que tinham se levantado entre os crentes em Jerusalém, a divisão, a heresia e o sensualismo estavam rapidamente ganhando terreno entre os crentes na Galácia. Esses falsos ensinadores estavam misturando tradições judaicas com as verdades do evangelho. Desconsiderando a decisão do concílio geral em Jerusalém, impuseram aos crentes gentios a observância da lei cerimonial” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 383).

Perguntas para discussão

1. Sua igreja está colocando sobre os outros fardos desnecessários? Ou estamos em perigo de ir para o outro extremo? Isto é, como reconhecer se nos tornamos muito frouxos em nosso estilo de vida e padrões a ponto de não refletirmos nosso alto chamado em Cristo?

2. Quais são alguns argumentos que as pessoas usam para afirmar que os Dez Mandamentos não são mais obrigatórios para os cristãos? Como respondemos a essas alegações? Por que, na verdade, esses argumentos são tão equivocados?

3. Leia Gálatas 1:1-12. Note como Paulo foi intransigente, dogmático e fervoroso em relação à sua compreensão do evangelho. O que isso revela sobre a necessidade de permanecer absolutamente inabalável em certas crenças, especialmente em uma era pluralista e relativista? Quais ensinamentos precisam ser mantidos?

4. Quais questões provocaram a Reforma Protestante? Quais diferenças básicas não foram resolvidas?

Respostas e atividades da semana: 1. Trace com os alunos um paralelo entre as duas alianças e suas respectivas promessas. 2. A. 3. Peça a dois alunos que compartilhem seus pensamentos sobre como seria viver dentro das regras e rituais judaicos hoje. 4. B. 5. Peça que um dos alunos leia o texto em voz alta. Enquanto isso, os demais alunos devem ouvir com atenção. Depois, pergunte à classe como a questão de Atos 15 foi resolvida. 6.  Peça aos alunos que formem duplas. Um deve ficar responsável por informar a decisão do concílio, e o outro por desenvolver o raciocínio que levou a essa decisão. 7. B. 8. Peça aos alunos que compartilhem suas respostas.



Resumo da Lição 2
O conflito

TEXTO-CHAVE: João 1:17

O ALUNO DEVERÁ

Conhecer: O contexto teológico polêmico que inspirou o livro de Romanos.

Sentir: Firmar os pensamentos na importância da relação entre a lei de Deus e a salvação pessoal para todos – tanto judeus quanto gentios.

Fazer: Investir tempo orando a respeito das questões da lei e da graça, em sua relação com a salvação pela fé unicamente nos méritos de Cristo.

ESBOÇO

I. Conhecer: A “polêmica” que ocasionou o texto aos Gálatas e aos Romanos, influenciando essencialmente nossa teologia da expiação e salvação pela fé.

A. Quais eram as alegações dos que defendiam a circuncisão e outras observâncias da lei?

B. A justificação somente pela fé seria o alicerce para toda experiência genuína de salvação em Cristo?

II. Sentir: Uma percepção adequada da urgência de incorporar a teologia de Paulo ao nosso testemunho diário

A. Por que os crentes judeus sentiram tanta urgência em transformar gentios em judeus antes que eles se tornassem cristãos?

B. O que realmente motivaria os cristãos a alcançar os não cristãos com urgência?

III. Fazer: Desenvolver o senso de responsabilidade pelos pecadores e pelas necessidades que eles têm da graça de Deus

A. Pensando nas pessoas afastadas de Cristo, qual seria a relação equilibrada entre a salvação delas e as expectativas morais que precisam ser postas sobre elas?

B. Quais benefícios o evangelho da graça divina pode oferecer para motivar e atrair as pessoas afastadas de Cristo?

RESUMO: Para que sejamos “verdadeiros crentes”, nossa doutrina precisa estar fundamentada na Bíblia, ser genuinamente espiritual e eticamente saudável, sendo, portanto, confiável.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: João 1:17

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Para amadurecer espiritualmente, devemos compreender a importância do correto relacionamento entre lei e graça, nos aspectos teológico e ético.

Para o professor: Conduza a classe para uma clara compreensão do “conflito” entre lei e graça e apresente a sugestão de Paulo como a correta “resolução” da controvérsia.

Discussão inicial: Peça que os membros da classe compartilhem experiências pessoais relacionadas aos seus esforços para compreender adequadamente os polêmicos debates sobre lei e graça que surgiram na história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Essas experiências podem incluir as tentativas pessoais de compartilhar uma perspectiva equilibrada, as discussões adventistas internas e as tentativas de compartilhar nossa compreensão com cristãos não adventistas e com não cristãos que buscam a verdade.

Perguntas para discussão

1. Historicamente, por que os adventistas do sétimo dia têm encontrado tanta dificuldade para chegar a um consenso sobre o correto relacionamento entre lei e graça? Por que tem sido tão difícil chegar a um acordo acerca de como as experiências de justificação e santificação pela graça por meio da fé estão inter-relacionadas? O que deve significar para nós o fato de que outras igrejas também têm lutado com essa mesma questão?

2. Como o debate sobre a perfeição cristã se relaciona com a função do perdão (justificação) e a mudança de caráter (santificação)? No contexto dessa argumentação, como a justificação e a santificação se relacionam com o ensino bíblico de que haverá uma série de juízos cósmicos de acordo com as obras?

Compreensão

Para o professor: Mantenhamos em mente que os debates acerca de lei e graça vão além do sentido doutrinário. Eles também têm enorme potencial para trazer à nossa vida e ao nosso ministério a clareza prática nos aspectos espiritual, ético e de testemunho. Lembre-se de que a questão não é apenas nossa experiência com a lei, a graça e as questões relacionadas a elas.

Em vez disso, centraliza-se na lei e na graça enquanto elas conduzem a três coisas: (1) uma genuína experiência de fé salvífica; (2) vida santa; e (3) um testemunho vitorioso.

Comentário bíblico

I. Uma aliança superior – a nova aliança e a antiga

(Recapitule com a classe Hb 8:6.)

A questão da aliança não é apenas salvação pelas obras da lei na antiga aliança versus salvação pela graça na nova aliança, uma falsa distinção de qualquer maneira. A questão real tem a ver com os “tipos” da antiga aliança que apontavam para a obra expiatória de Cristo na nova aliança. Os crentes do Antigo Testamento olhavam para a frente, por meio de tipos e promessas, para a obra de Cristo. Pela fé, os crentes do Novo Testamento veem o que Deus tem realizado pela salvação deles na vinda de Cristo.

No entanto, de modo trágico, devemos observar que uma perversão se infiltrou perigosamente no pensamento do povo de Deus na época do apóstolo Paulo. Alguns passaram a crer que a salvação tinha por base as obras da lei, não a fé.

Pense nisto: Mudanças estavam acontecendo: as leis rituais e cerimoniais da antiga aliança foram interrompidas, e a obra de Cristo estava passando por um período de transição do judaísmo para o cristianismo. Tendo isso em mente, qual é a relação adequada entre as funções que a lei e a graça desempenham na teologia e na experiência da salvação?

II. O propósito das leis e regulamentações (judaicas) do Antigo Testamento

(Recapitule com a classe Lv 12; 16; 23.)

A lição do aluno apresenta uma ótima síntese ou panorama das leis do Antigo Testamento: (1) lei moral; (2) lei cerimonial; (3) lei civil; (4) estatutos e juízos; e (5) leis de saúde. Embora essa classificação seja um pouco “artificial”, é útil para nos ajudar a esclarecer o correto relacionamento entre lei e graça.

Pergunta para discussão

Qual é a função adequada das leis do Antigo Testamento em relação à experiência de salvação da nova aliança por meio da obra expiatória de Cristo?

III. Atos 15: o contexto polêmico para os debates que se refletiram em Gálatas e Romanos

(Recapitule com a classe Atos 15.)

Em Atos 15, encontramos o contexto dos debates acerca da função adequada da lei do Antigo Testamento na teologia da salvação pessoal da nova aliança. Eis a essência da controvérsia: os judaizantes alegavam que, a menos que os gentios fossem circuncidados, eles não seriam salvos. Afinal de contas, o objetivo da ordem divina a Abraão em Gênesis 17:10 não foi a salvação?

A igreja em Jerusalém e o apóstolo Paulo responderam que ninguém é salvo por obedecer à lei cerimonial. Com essa proclamação, Paulo deixou claro que a lei moral ainda é o padrão para a ética cristã. Além disso, outras leis precisavam ser obedecidas para não ferir a sensibilidade dos crentes judeus – por exemplo, não ingerir “sangue”. Toda essa situação criou alguns desafios interessantes que serão considerados nas questões a seguir.

Pense nisto: Por que Paulo, colocando sua autoridade profética em jogo, recorreu ao concílio da igreja para chegar a um acordo acerca da adequada relação entre a salvação dos gentios e a obediência à lei?

1. Que princípio parece estar envolvido na decisão do concílio de que algumas práticas impostas pela lei deveriam ser exigidas dos gentios? (Por exemplo, uma delas incluía não ingerir sangue e não comer a carne de animais estrangulados).

2. Qual é a função da lei moral na experiência cristã?

Aplicação

Para o professor: A lição afirma que a lei moral não foi eliminada pelos crentes da nova aliança. Esse fato suscita a questão da função adequada da lei moral na experiência da nova aliança, que é salvação pela fé somente em Cristo e em Sua justiça.

1. Paulo enfatizou que a salvação é somente pela fé. No entanto, como a lição demonstra, essa crença não é o mesmo que dizer que a lei moral não deve ser cumprida. Para Paulo, a obediência aos Dez Mandamentos nunca esteve em discussão. A observância da lei é uma questão importante para os adventistas do sétimo dia? Explique. Como deveria ser tratada?

2. Entre as questões éticas e teológicas que desafiam os adventistas do sétimo dia, uma das mais importantes se relaciona com o mandamento do sábado. (Nessa discussão, a maioria dos cristãos admite que o restante dos Dez Mandamentos são apropriados para a observância dos crentes da nova aliança). É fundamental perguntar: Como podemos dar razões bíblicas para a observância do sábado, fundamentadas na fé e na graça? Quais seriam alguns dos componentes-chave da resposta baseada na graça e na fé?

3. Um desafio antissabatista geralmente proposto por cristãos evangélicos segue um raciocínio semelhante a este: “Alguns dizem que, porque a guarda do sábado não foi mencionada especificamente (em Atos 15), ela não deve ser proposta para os gentios”. Uma resposta seria rejeitar o argumento alegando que os mandamentos contra mentir e matar também não foram mencionados. Esse é um fato real, mas precisamos ter cautela ao abordar o argumento pelo ponto de vista do silêncio. Argumentar com base no silêncio pode ser uma espada de dois gumes. Esse tipo de argumento facilmente poderia ser usado para inutilizar a efetividade das exigências mais óbvias dos Dez Mandamentos – as que proíbem mentir, roubar e assassinar. Os argumentos do silêncio, que levam a uma conclusão lógica, podem potencialmente conduzir a uma suposição errada de que a graça permite que os crentes ignorem as exigências mais óbvias da lei de Deus? Explique.

Atividade: Compartilhe experiências em que você foi desafiado com perguntas difíceis que pareceram minar o componente principal de suas crenças e ética. Quais foram as suas respostas?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: Encoraje a classe a refletir sobre a questão da lei e da graça; peça que mencionem o que o pecado infligiu à humanidade e à Divindade.

Perguntas para atividade final:

1. Como devemos lidar com a tentação de optar por um dos dois extremos: legalismo ou “graça barata”?

2. Por que seria impossível que seres humanos, de modo natural, sem a revelação especial, alcançassem clareza moral em questões polêmicas e dolorosos problemas éticos que confrontamos?

3. Uma preocupação importante de vários líderes eclesiásticos é a crescente frouxidão em termos do modelo tradicional de estilo de vida. Esse declínio no padrão abrange não apenas as instruções alimentares, mas também a modéstia no vestuário, os adornos e o hábito de frequentar lugares considerados proibidos (teatros, danceterias e assim por diante). Ao mesmo tempo, em que ponto terminam os padrões tradicionais e iniciam as atitudes legalistas? Como manter uma abordagem equilibrada acerca dessas questões?

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


Massagem abre uma porta

Nikolai recebeu um telefonema frenético que mudou uma família para sempre. Ele é um um rapaz adventista de 20 anos de idade que vive em um país muçulmano radical, onde é perigoso até mesmo declarar-se cristão. Nikolai participou de um curso de massoterapia que durou um mês, organizado pela Igreja Adventista em outro país. Ao voltar para casa, Nikolai colocou um anúncio em sua página no Facebook oferecendo serviços de massagem.

Mãe desesperada

Pouco tempo depois, ele recebeu um telefonema de uma mãe angustiada que tinha visto o anúncio. Ela implorou a Nikolai que tratasse seu filho.

Ele hesitou quando soube que o garoto possuía uma deficiência. “Eu não tenho muita experiência”, disse. “Sou iniciante.” Mas a mãe insistiu: “Por favor, venha. Ninguém quer ajudar meu filho.”

Relutantemente, Nikolai aceitou atender o garoto. Quando chegou e viu a condição do menino, percebeu que o caso era muito sério. Ele disse à mãe: “Lamento muito, mas não tenho experiência nem conhecimento suficientes para ajudá-lo.”

A mãe começou a chorar. “Por favor, ajude-o”, disse. “Chamei todos os massoterapeutas que pude encontrar. Todos se recusaram a ajudar. Você é minha última esperança.”

Deixe-me orar

O coração de Nikolai ficou tocado com o sofrimento daquela mãe. “Tudo bem”, disse. “Ajudarei sob uma condição. Sou cristão e preciso da sabedoria de Deus para ajudar seu filho. Se você me permitir orar antes de cada sessão de massagem, talvez Deus me dê sabedoria para ajudá-lo”. Para sua surpresa, a mãe concordou.

O pai do menino estava em casa quando Nikolai veio para a terceira sessão e observou com curiosidade e desconfiança quando ele orou e começou a massagem. O pai era um importante funcionário do governo. Não havia nada que Nikolai pudesse fazer além de explicar o que tinha acontecido. Ele contou que não se sentia qualificado para ajudar o garoto, mas finalmente aceitou realizar o tratamento sob a condição de receber a permissão para pedir a ajuda de Deus. O pai aceitou a explicação de Nikolai, que continuou seu trabalho.

Mais algumas sessões foram feitas. Um dia, durante uma sessão, o pai do menino recebeu um telefonema urgente. Nikolai não sabia o motivo do telefonema, mas percebeu que era uma emergência. O pai mudou de roupa rapidamente e correu em direção à porta. Nikolai o deteve e disse educadamente: “Senhor, eu não sei o que está acontecendo, mas podemos orar antes de ir?”

O pai do menino concordou e Nikolai orou por ele. Ele nunca descobriu o motivo do telefonema, mas soube que o problema tinha sido resolvido.

Recomendação inesperada

Enquanto o tratamento progredia, os pais viram mudanças em seu filho. O menino não estava curado, mas fazia progressos notáveis. Ele começou a fazer coisas que não conseguia, e os pais ficaram impressionados. O pai do menino começou a contar aos outros altos funcionários do governo: “Você não vai acreditar no massoterapeuta que está ajudando meu filho. É o melhor do país. Você devia experimentar!”

Com tantas recomendações, Nikolai se tornou massoterapeuta de vários importantes funcionários do governo. Ele cita a promessa divina encontrada em Filipenses 4:13: “Tudo posso nAquele que me fortalece” (NVI).

Podemos nos perguntar como a Palavra de Deus pode ser compartilhada em países restritivos ao evangelho. A história de Nikolai nos lembra de que servimos a um Deus poderoso. Como Nikolai, podemos não ter muita experiência. Mas quando oramos pedindo sabedoria divina, Ele abre portas de maneiras extraordinárias.

Por favor, orem por Nikolai e pela obra adventista em países radicais na Divisão Euro-Asiática. Obrigado pelas ofertas missionárias, que ajudarão a proclamar o evangelho em regiões do mundo em que é difícil levar a mensagem da esperança em Jesus Cristo.

Resumo missionário

• A maioria dos países da Divisão Euro-Asiática fazia parte da antiga União Soviética.

• Atualmente, os países da Divisão Euro-Asiática abrigam mais de 322 milhões de pessoas, mas apenas 111.531 pessoas são adventistas, ou seja, um adventista para cada grupo de 2.888 habitantes.

• Os países da região sul da Divisão, que inclui Afeganistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, são predominantemente muçulmanos e representam um desafio especial. Pouco mais de 4.200 adventistas vivem nessa região de
103 milhões de pessoas. Ou seja, um adventista para cada grupo de 24.500 habitantes – verdadeiramente um campo missionário!


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º trimestre de 2017
Tema geral: Salvação somente pela fé: o livro de Romanos
Lição 2: 7 a 14 de outubro
O conflito

Autor: Pr. Clacir Virmes Junior, professor de Teologia na FADBA – Cachoeira, Bahia.

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

 

Introdução

Depois da ascensão de Jesus, Seus apóstolos iniciaram o trabalho de levar adiante a missão que receberam de seu Senhor. A mensagem da salvação pela graça começou a ser espalhada a partir de Jerusalém para todos os povos, como podemos ver no livro de Atos. Isso acabou gerando algumas tensões entre os cristãos judeus e os gentios que aceitavam Jesus como seu Salvador. A carta de Paulo aos Romanos explica como ocorre a salvação, o papel da lei na vida cristã e o plano de Deus para os judeus à luz da cruz.

Uma aliança superior

O texto de Hebreus 8:6-13 é uma explicação de Jeremias 31:31-34 sobre algum tipo de mudança na aliança entre Deus e Seu povo. O autor de Hebreus diz que essa nova aliança estava baseada em “superiores promessas”. Por quê? Há duas grandes diferenças entre a antiga e a nova aliança. Em primeiro lugar, toda a antiga aliança dependia da futura vinda do Messias. Todo o sistema sacrifical apontava para Aquele que cumpriria de maneira plena as demandas da lei. Enquanto os crentes do Antigo Testamento olhavam para o futuro, os crentes do Novo Testamento olham para o passado, para uma expiação já consumada.

Além disso, na nova aliança, a lei não está mais em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, no coração. Biblicamente, ao contrário da noção moderna de que o coração é a sede apenas das emoções, enquanto a mente é o lugar da razão, tudo está centralizado no coração – ele é a sede das emoções (Dt 28:47; 1Sm 1:8; 2Rs 6:11), da razão (Pv 23:7; Dn 2:30 ; At 8:22) e das intenções ou vontades (Pv 16:1, 9). Assim, Deus quer que Sua lei modifique todo o nosso ser, não apenas nossas emoções.

Leis e regulamentos judaicos

Alguns mitos impedem os cristãos de se relacionarem de maneira positiva com o tipo de literatura bíblica que chamamos de “lei”, normalmente os cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco. Em primeiro lugar, existe o mito ritualista, que faz com que os cristãos acreditem que a lei lida apenas com rituais que não têm mais significado à luz do sacrifício de Jesus na cruz. Em segundo lugar, há o mito histórico, que faz com que as pessoas imaginem a lei como tendo se originado numa cultura antiquada e antiga, o que tornaria seu conteúdo irrelevante para a atualidade. Em terceiro lugar, há o mito ético, que entende que o padrão moral da lei seja inferior à lei do amor estabelecida nas páginas do Novo Testamento. Em quinto lugar, existe o mito literário que enxerga a lei como tendo uma linguagem tão diferente da atual que é quase impossível compreendê-la. Há, em sexto lugar, o mito teológico, que faz com que os cristãos sejam tão avessos ao Pentateuco como se ele falasse de um Deus incompatível em todos os sentidos com a mentalidade contemporânea. Nenhum desses mitos faz justiça ao significado da lei no Antigo e no Novo Testamento. De maneira geral, a visão bíblica da lei é muito positiva. Ela é vista como um presente de Deus e não pode ser descartada ao bel-prazer de nenhuma pessoa.

Conforme o costume de Moisés

Algumas características encontradas no Concílio de Jerusalém servem de modelo para a maneira pela qual a igreja deve discutir os temas que surgem em seu meio atualmente. Vejamos:

1) A assembleia que se reuniu em Jerusalém era constituída pelos principais líderes da igreja. Atos 15:2 parece indicar que isso envolveu, além dos anciãos e apóstolos, outros delegados enviados pela igreja cristã;

2) Houve debate aberto e franco das questões. Pedro fez uma apresentação mostrando tanto sua experiência (At 10) quanto as razões teológicas para a missão aos gentios;

3) Alguns delegados deram um relatório de como Deus estava realizando Sua obra entre os gentios. Isso foi feito especialmente por Paulo e Barnabé, que estavam diretamente ligados ao ministério entre as nações pagãs (At 15:12);

4) As decisões foram fundamentadas num estudo cuidadoso das Escrituras. Tanto a conclusão de Tiago (At 15:13-18) quanto as instruções aos gentios tinham por base um exame acurado da Bíblia;

5) Uma vez estabelecida a questão pelo testemunho bíblico, houve consenso entre os delegados. Atos 15:28 indica que essa decisão conjunta não foi simplesmente o resultado dos esforços dos líderes da igreja, mas o resultado da atuação do Espírito Santo;

6) O passo seguinte foi a divulgação das decisões para todas as igrejas através de pessoas determinadas pela assembleia reunida em Jerusalém (At 15:22);

7) Por fim, a decisão do concílio foi recebida como autoritativa, mesmo por Paulo. O texto de Atos 16:4 informa que Paulo e Timóteo, ao passar pelas comunidades cristãs, repassavam as diretrizes estabelecidas pelos líderes da igreja.

Os cristãos gentios

A fonte das quatro determinações do concílio para os gentios podem ser encontradas, com mais detalhes, em Levítico 17 e 18. Mesmo a ordem das prescrições dadas pelo Concílio de Jerusalém aos cristãos gentios é a mesma das orientações encontradas nesses capítulos de Levítico. Guiados pelo Espírito, os líderes da igreja primitiva entenderam quais leis cerimoniais deveriam ser seguidas pelos conversos gentios: o que se requeria dos peregrinos estrangeiros em Israel se solicitava dos cristãos gentios – nada menos, nada mais. É importante notar, também, que não houve nenhuma discussão sobre a validade da lei moral. Um exame cuidadoso da passagem mostra que o assunto era apenas como estabelecer em bases bíblicas a relação entre os cristãos judeus e os conversos gentios.

Paulo e os gálatas

Em Gálatas, Paulo mostrou que a questão entre os judaizantes e os conversos gentios girava em torno não apenas da observância de certas práticas, mas tinha relação com o lugar da lei na vida do cristão. Apesar da clareza das decisões da liderança da igreja primitiva, alguns insistiam não somente numa forma judaica de cristianismo, numa observância de traços distintamente relacionados à identidade étnica (como a circuncisão), mas sugeriam que a lei tinha papel salvífico. Paulo chamou a mensagem desses pregadores judaizantes de “outro evangelho”. Na visão do apóstolo, essas ideias perturbavam a igreja e pervertiam a mensagem pura do evangelho de Cristo (Gl 1:7).

Conclusão

A Carta aos Romanos pode ser vista como uma ampliação dos temas que Paulo discutiu em Gálatas. Podemos perceber que o ensino correto da mensagem bíblica facilita o cumprimento da missão e faz com que o reino de Deus se desenvolva. Ao mesmo tempo, uma doutrina errada pode ameaçar a evangelização e atravancar a obra missionária. Portanto, o tempo que gastamos pensando sobre a salvação, ao estudar a Carta aos Romanos, não é um tempo desperdiçado. Uma compreensão correta de como somos salvos e do papel da lei na vida do cristão nos dará motivação e alegria para compartilhar as boas-novas do evangelho.