Lição 10
27 de maio a 03 de junho
Profecia e as Escrituras
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ne 9–11
Verso para memorizar: “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2Pe 1:19).
Leituras da semana: Is 53:1-12; Dn 7:13, 14; 2Pe 1:16-20; Mt 17:1-6; 2Tm 3:15-17

À medida que estudamos as cartas de Pedro, um ponto a ser destacado é a confiança e a certeza do apóstolo acerca do que ele escrevia. O mesmo pode ser observado em Paulo. Ele tinha clara e firme convicção do que proclamava em relação a Jesus Cristo e à cruz.

Nos textos desta semana, estudaremos mais sobre essa certeza de Pedro. Ele mesmo explicou por que tinha tanta convicção. Segundo ele, não cremos em “fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1:16), conforme as religiões pagãs de seu tempo. Em vez disso, Pedro tinha duas razões para ter certeza daquilo em que acreditava.

Primeiramente, ele havia sido testemunha ocular do “nosso Senhor Jesus Cristo” (2Pe 1:9). A segunda razão, e talvez ainda mais importante, é a “confirmada palavra profética” (2Pe 1:19). Outra vez, Pedro voltou à Bíblia para confirmar a verdade sobre Jesus, especialmente às seções proféticas que falam sobre Ele. Cristo utilizou algumas dessas mesmas seções para Se referir a Si mesmo (Mt 26:54; Lc 24:27). Portanto, se Jesus e Pedro levaram as Escrituras tão a sério, como ousaríamos fazer o contrário?


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Domingo, 28 de maio
Ano Bíblico: Ne 12, 13
Jesus no Antigo Testamento

Pedro escreveu suas duas epístolas com convicção. Ele sabia do que estava falando, pois conhecia Aquele sobre quem pregava. Pedro tinha certeza de que Jesus era Aquele a quem os profetas do Antigo Testamento haviam se referido. Sua confiança nas Escrituras o ajudou reconhecer o Verbo que “Se fez carne” (Jo 1:14).

Em 1 Pedro 1:10-12, o apóstolo dirigiu seus leitores ao Antigo Testamento, aos profetas do passado e ao que eles haviam ensinado sobre Cristo. De acordo com ele, o Espírito Santo revelou duas verdades fundamentais sobre Jesus no Antigo Testamento: os sofrimentos de Cristo e Sua glória futura (1Pe 1:11). Essas duas imagens podem ser encontradas em todo o Antigo Testamento.

1. O que os seguintes textos ensinam sobre as profecias a respeito de Jesus? Sl 22; Is 53:1-12; Zc 12:10; 13:7; Jr 33:14, 15; Dn 7:13, 14

Em 1 Pedro 1:10-12, o apóstolo declarou a seus leitores que eles ocupavam uma posição muito especial na história da salvação, tendo recebido uma revelação muito maior do que a dos profetas do Antigo Testamento. Os profetas falaram às pessoas de sua própria época; no entanto, algumas partes fundamentais de suas mensagens não foram cumpridas senão quando Cristo veio.

Certas coisas preditas pelos profetas somente se cumpriram nos dias em que os leitores de Pedro viveram. Esses cristãos puderam ouvir, “daqueles que lhes pregaram o evangelho pelo Espírito Santo enviado do Céu”, verdades que os anjos desejavam conhecer (1Pe 1:12, NVI). Tendo recebido a pregação do evangelho, eles conheceram a natureza do sofrimento e humilhação do Redentor com muito mais detalhes do que os profetas do passado. É evidente que eles tiveram que esperar, como veremos, pelas “glórias que se seguiriam” (1Pe 1:11, NVI). Visto que a primeira parte dessas profecias foi cumprida, podemos ter a certeza de que a última parte igualmente se cumprirá.

 

Quais promessas bíblicas já se cumpriram em sua vida? Quais ainda não se cumpriram? O que elas significam para você? Como você pode se apegar a elas, a despeito das circunstâncias?

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Segunda-feira, 29 de maio
Ano Bíblico: Et 1–4
Testemunhas oculares da majestade

2. De acordo com 2 Pedro 1:16-18, quais outras evidências o apóstolo deu para sua fé em Jesus? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) Sonhos, visões e fábulas poderosas.

B.( ) A voz de Deus no monte da transfiguração.

C.( ) O fato de que ele tinha sido uma testemunha ocular da majestade divina.

Além da palavra profética, Pedro havia testemunhado muitas coisas sobre as quais ele pregou. Segundo ele, o cristianismo não se fundamenta em “fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1:16), mas em acontecimentos reais na História.

Os evangelhos relatam que Pedro esteve presente em muitos momentos cruciais na vida e no ministério de Jesus. Ele presenciou as pregações, os ensinos e os milagres de Cristo. Pedro foi testemunha ocular de muitos acontecimentos, desde o primeiro milagre, o da multiplicação dos peixes (Lc 5:4-6), até o encontro com o Mestre na Galileia depois de Sua ressurreição (Jo 21:15).

3. Qual acontecimento testemunhado pelo apóstolo é especialmente enfatizado em 2 Pedro 1:17, 18? Qual é a importância desse evento? Assinale a alternativa correta:

A.( ) O momento em que Jesus afundou no mar da Galileia. Os discípulos viram que não podiam confiar nem mesmo em Cristo.

B.( ) A ocasião em que o Pai abandonou o Filho na cruz. Os discípulos perceberam que Jesus havia morrido em vão.

C.( ) O evento em que se ouviu a voz do Pai na transfiguração de Jesus.

Pedro destacou uma ocasião específica da qual havia sido testemunha ocular: a transfiguração de Jesus. Cristo havia levado consigo Pedro, Tiago e João ao topo de uma montanha, a fim de orar (Lc 9:28). Enquanto esteve com eles, foi transfigurado diante de seus olhos. Seu rosto resplandecia e Suas vestes se tornaram deslumbrantes (Mt 17:2; Lc 9:29). Moisés e Elias se juntaram a Ele e uma voz do Céu disse: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo” (Mt 17:5).

Pedro havia presenciado muitas coisas durante o tempo que passou com Jesus. No entanto, ele destacou essa ocasião. Ela revela que Cristo é o Filho de Deus, que Seus dias na Terra foram vividos conforme o plano dEle e que Ele tinha uma relação muito especial com o Pai. De tudo o que Pedro havia testemunhado e do que ainda haveria de testemunhar, ele enfatizou nessa carta a transfiguração de Jesus.

Pense em um acontecimento que marcou profundamente sua experiência espiritual. Como sua vida foi impactada? O que isso significa para você hoje?


Terça-feira, 30 de maio
Ano Bíblico: Et 5–7
A estrela da alva em nosso coração

4. “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2Pe 1:19). Por que esse verso é tão importante para nós? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Porque ressalta a “palavra profética” como uma candeia que aponta para Jesus, a “Estrela da alva”.

B.( ) Porque revela que precisamos aceitar qualquer palavra profética que escutamos, não importando a procedência.

C.( ) Porque revela que no Céu seremos estrelas da alva e iguais a Deus.

Nessa passagem, assim como em muitas partes da Bíblia (Gn 1:4; Jo 1:5; Is 5:20; Ef 5: 8), é feita uma distinção entre luz e trevas. Para Pedro, a Palavra de Deus brilhava como luz em lugar “tenebroso” (alguns traduzem a palavra tenebroso como “imundo”, “sujo”). Por essa razão, ele deixou muito claro que devemos seguir essa luz até que “o dia clareie e a estrela da alva nasça em” nosso “coração”. Somos seres caídos. Vivemos em um mundo caído e tenebroso. Precisamos que o poder sobrenatural de Deus nos tire dessa escuridão e nos conduza à luz que é Jesus.

Pedro estava mostrando um alvo a seus leitores. Alguns acreditam que a expressão “até que o dia clareie” se refira à segunda vinda de Cristo. Embora seja essa a nossa esperança suprema, a ideia da “estrela da alva” nascendo em nosso coração parece mais imediata e pessoal. Essa estrela se refere a Jesus (Ap 2:28; 22:16). O “nascimento” dEle em nosso coração significa conhecê-Lo, apegar-nos a Ele e provar do Cristo vivo em nossa vida. Jesus não deve ser apenas uma verdade doutrinária. Ele deve ser o centro da nossa existência, nossa fonte de esperança e fé. Portanto, nessa passagem bíblica, Pedro estabeleceu uma clara relação entre estudar a Palavra de Deus e ter um relacionamento salvífico com Jesus, a “Estrela da alva”.

Quando a luz brilhar em nós, certamente a comunicaremos a outros. “A Terra toda deve ser iluminada com a glória da verdade de Deus. A luz deve resplandecer para todas as terras e povos. E é daqueles que receberam a luz que ela deve resplandecer. A Estrela da alva raiou sobre nós, e devemos projetar sua luz no caminho dos que andam em trevas” (Ellen G. White, Vida e Ensinos, p. 220).

Como o estudo da Bíblia o ajuda a conhecer melhor a Cristo?

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Quarta-feira, 31 de maio
Ano Bíblico: Et 8–10
Palavra profética confirmada

5. Leia 2 Pedro 1:19-21. A quais profecias Pedro se referiu? O que ele quis dizer ao declarar que nenhuma profecia das Escrituras provém de particular elucidação? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Às profecias sobre a queda de Babilônia. Toda profecia é relevante, seja qual for a sua origem.

B.( ) Às profecias contra o rei de Tiro. Toda profecia é fruto do pensamento humano.

C.( ) Às profecias do Antigo Testamento. Nenhuma profecia é fruto de interpretação pessoal, mas provém da vontade de Deus e da inspiração do Espírito Santo.

Pedro apresentou duas evidências para enfatizar que o cristianismo não está fundamentado em fábulas engenhosamente inventadas (2Pe 1:16). Primeiramente, seu testemunho ocular (2Pe 1:16-18); em segundo lugar, as profecias das Escrituras (2Pe 1:19-21), um argumento utilizado anteriormente (1Pe 1:10-12).

Pedro declarou que “nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação” (2Pe 1:20). Nessa afirmação, ele não estava proibindo o estudo da Bíblia, pois seria a negação de suas palavras em 1 Pedro 1:13: “Cingindo o vosso entendimento” ou “estejam com a mente preparada, prontos para a ação” (NVI). Tampouco seria essa a intenção de alguém que tinha elogiado os profetas por sua diligente investigação do significado das profecias que haviam recebido (1Pe 1:10).

O que Pedro quis dizer? A igreja se desenvolvia e estudava em grupo. Os cristãos faziam parte de um corpo maior (1Co 12:12-14). Na realidade, o apóstolo estava advertindo contra o tipo de estudo em que se rejeita qualquer ideia proveniente de uma comunidade de cristãos. Ao interagir com outras pessoas, podemos crescer. O Espírito trabalha com a igreja e com seus indivíduos. Ideias podem ser compartilhadas, refinadas e aprofundadas. Mas aquele que age sozinho, recusando a contribuição de outros, provavelmente chegará a interpretações equivocadas em relação às profecias.

Nos versículos seguintes encontramos uma boa razão para esse comentário feito por Pedro. Havia entre seus leitores falsos profetas e mestres (2Pe 2:1). Ele recomendou que eles apresentassem sua interpretação das Escrituras à liderança da igreja como um todo. Quantas pessoas são levadas pelo fanatismo e erro, pois se recusam a seguir o conselho de uma comunidade de cristãos guiada pelo Espírito? Esse foi um perigo naquela época e continua sendo hoje.

Por que é importante estar aberto ao conselho da igreja? Até onde devemos nos submeter ao conselho dos outros?


Quinta-feira, 01 de junho
Ano Bíblico: Jó 1, 2
A Palavra em nossa vida

Como vimos, Pedro deu grande ênfase às Escrituras Sagradas. O trecho de 2 Pedro 1:19-21 é uma confirmação poderosa da importância da Bíblia para nossa experiência cristã e de sua inspiração divina. O verso 21 deixa claro o argumento do apóstolo. Diferentemente de outros livros, a Bíblia não é fruto da vontade ou imaginação humana. Ela foi produzida pelo poder do Espírito Santo, que atuou por meio de “homens santos que falaram da parte de Deus”.

6. De acordo com 2 Timóteo 3:15-17, qual é a função das Escrituras em nossa vida? Como essa passagem bíblica reforça a verdade de 2 Pedro 1:19-21? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) A Bíblia existe para nos incomodar. Assim como Pedro, Paulo enfatizou que as Escrituras são produto de espíritos estranhos.

B.( ) Sua função é nos guiar ao desespero, pois revela nossos pecados e não nos apresenta alternativa para eles. 

C.( ) Ela existe para nos conduzir à verdade. Ela nos ensina, corrige, repreende e instrui na justiça. Pedro e Paulo declararam que as Escrituras não têm origem humana, mas divina.

Depois de advertir Timóteo quanto aos perigos que ele e a igreja enfrentariam, Paulo resumiu a importância da Bíblia: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3:16).

Analisaremos esses três pontos.

Ensino: As doutrinas são os ensinamentos da igreja. Elas expressam as crenças da comunidade sobre vários temas bíblicos considerados importantes na Palavra de Deus. O ideal é que toda doutrina seja cristocêntrica e nos ajude a viver de acordo com a “perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2).

Orientação: Paulo disse a Timóteo que as Escrituras são úteis “para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3:16). Pedro fez um comentário semelhante ao dizer que as profecias bíblicas são como uma candeia que brilha em lugar tenebroso (2Pe 1:19). Em outras palavras, as Escrituras orientam como devemos viver e quais são as condutas certas e erradas. Inspirada pelo Espírito Santo, a Bíblia é a vontade de Deus revelada.

Sábio para a salvação”: Ao afirmar que as Escrituras nos tornam sábios para a salvação (2Tm 3:15), Paulo ressaltou que a Palavra de Deus aponta para Jesus. A salvação tem por base a crença de que Ele morreu pelos nossos pecados.

Ensino, orientação moral e conhecimento da salvação [...] Não é de admirar que a Bíblia seja como “uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em [nosso] coração” (2Pe 1:19).



Sexta-feira, 02 de junho
Ano Bíblico: Jó 3–5
Estudo adicional

“O primeiro e mais elevado dever de todo ser racional é aprender das Escrituras o que é a verdade, e então andar na luz, animando outros a lhe seguirem o exemplo. Dia após dia devemos estudar a Bíblia diligentemente, ponderando todo pensamento e comparando passagem com passagem. Com o auxílio divino devemos formar nossas opiniões por nós mesmos, visto que temos que responder por nós mesmos perante Deus.

“As verdades mais claramente reveladas na Escritura Sagrada têm sido envoltas em dúvida e trevas por homens instruídos que, com pretensão de grande sabedoria, ensinam que as Escrituras têm um sentido místico, secreto, espiritual, que não transparece na linguagem empregada. Esses homens são falsos mestres. Foi a essa classe que Jesus declarou: ‘Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?’ (Mc 12:24). A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com seu sentido óbvio, a menos que seja empregado um símbolo ou figura. Cristo fez a promessa: ‘Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus’ (Jo 7:17). Se os homens tão somente tomassem a Bíblia como é, e não houvesse falsos mestres para transviar e lhes confundir o espírito, seria realizada uma obra que alegraria os anjos e que traria para o redil de Cristo milhares de milhares que agora se acham a vaguear no erro” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 598, 599).

Perguntas para reflexão

1. Como podemos chegar a um entendimento claro das Escrituras?

2. Martinho Lutero escreveu: “A Escritura é sua própria luz.” Há uma unidade subjacente à Bíblia; uma passagem pode nos ajudar a compreender outras passagens. Quais exemplos desse princípio encontramos?

3. Quais acontecimentos impactaram profundamente sua experiência cristã? O que eles têm em comum? O que podemos aprender com a experiência dos outros?

4. De que maneira o estudo da Bíblia aprofunda sua caminhada com o Senhor?

Respostas e atividades da semana: 1. Com uma semana de antecedência, sorteie entre os alunos os textos bíblicos referentes às profecias messiânicas do Antigo Testamento. Peça que cada um deles destaque um aspecto da profecia encontrada no texto que recebeu. Pergunte à classe: Essas profecias se cumpriram no tempo dos profetas ou no tempo de Cristo? Existem aspectos dessas profecias que ainda não se cumpriram? 2. F; V; V. 3. C. 4. A. 5. C. 6. F; F; V.



Resumo da Lição 10
Profecia e as Escrituras

TEXTO-CHAVE: 2 Pedro 1:16-21

O ALUNO DEVERÁ

Saber: Que as Escrituras são a fonte autorizada de Deus para conhecermos Sua vontade e para nossa salvação por meio de Jesus Cristo.

Sentir: Encontrar a revelação objetiva de Cristo nas Escrituras, tendo assim uma fonte de fé e esperança mais confiável do que qualquer experiência subjetiva.

Fazer: Dar à Bíblia prioridade em sua vida, assim como daria a uma luz que brilha em lugar escuro.

ESBOÇO

I. Saber: Uma palavra profética mais confiável

A. De acordo com Pedro, por que a palavra profética é mais confiável do que as fábulas engenhosamente inventadas?

B. O que torna a palavra profética tão objetiva e digna de confiança, como uma luz na escuridão?

II. Sentir: Os perigos da experiência subjetiva

A. Como Pedro expressou confiança em sua experiência pessoal com Jesus?

B. Quais são os perigos de confiar em nossa experiência sensorial?

III. Fazer: Confiar em Deus e em Sua Palavra

A. Por que devemos confiar mais na Palavra de Deus do que em nossas experiências subjetivas?

B. Pedro afirmou que devemos compreender “acima de tudo” (1Pe 1:20, NTLH) que “ninguém pode explicar, por si mesmo, uma profecia das Escrituras Sagradas”. Qual é a natureza do processo de revelação e inspiração descrito no versículo 21?

RESUMO: Pedro mencionou suas experiências sensoriais com Jesus como base confiável para os relatos que fez sobre o poder e a vinda de Cristo. Contudo, ele declarou que a palavra profética de Deus é ainda mais segura do que essas experiências subjetivas, pois ela tem sua origem no Espírito Santo.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: 2 Pedro 1:20, 21

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Como seres humanos, temos a tendência de colocar nossa confiança em nossas experiências e em nossos sentidos. Consideramos essa tendência algo seguro, racional e até mesmo científico. A observação é a base da ciência empírica. No entanto, podemos ser enganados por nossos sentidos. Depois de apelar para o valor da experiência sensorial como evidência da verdade de sua mensagem, Pedro ampliou o teste da verdade, declarando que há um fundamento ainda mais seguro para determinar a realidade e a verdade, a saber, a palavra profética de Deus. Sua origem não se deu na vontade humana, mas na atuação do Espírito Santo sobre a mente de Seus agentes.

Para o professor: Embora vivamos em uma era científica, é abundante o ceticismo acerca da possibilidade de determinar a verdade por meio de métodos objetivos. O método empírico era o meio pelo qual a verdade era determinada na Modernidade, eliminando, assim, variáveis incontroláveis como o sobrenatural. Assim, todos os aspectos de uma questão poderiam ser explicados por meio de testes rigorosos, sendo investigados por muitos observadores ao longo do tempo a fim de produzir um resultado seguro. Em muitas áreas, incluindo a religião, não se chegou a nenhum consenso durante um prolongado período de tempo; portanto, desenvolveu-se o ceticismo acerca da possibilidade de um resultado garantido a partir desse método.

Consequentemente, o pós-modernismo surgiu, negando qualquer verdade absoluta ou metanarrativa que explicasse plenamente algo. A experiência pessoal se tornou o fundamento da verdade, sendo esta subjetiva e relativa à própria experiência. Como a mensagem de Pedro aborda essa tensão?

Discussão e atividade inicial: Peça aos alunos que leiam 2 Pedro 1:16-18 e Mateus
16:27–17:8. Discutam as evidências citadas por Pedro em favor da veracidade de suas declarações a respeito de Jesus. Por que ele pôde citar sua própria experiência como prova de que não estava engenhosamente inventando histórias? Como Pedro conseguiu distinguir essa experiência de algo que ele poderia ter, simplesmente, imaginado?

Compreensão

Texto bíblico: 2 Pedro 1:16

Para o professor: Pedro se opôs claramente ao ceticismo em relação à autenticidade e autoridade de seu ensino, não apenas em seus dias, mas também nos nossos. Ele não compartilhou com os cristãos histórias engenhosamente inventadas, mas suas experiências da vida real. Essa declaração atestaria a veracidade de seu testemunho como autor da carta; no entanto, para os céticos, ela tem demonstrado ter justamente o efeito contrário. Eles argumentam que o autor tentou demasiadamente provar quem ele era. Veem essa tentativa como prova de que Pedro não é o autor da carta, que teria sido escrita por outra pessoa. Os céticos quanto à autoria de Pedro não se veem, em 2 Pedro 3:3, como escarnecedores que seguem seus próprios desejos maus e negam a verdade da Palavra de Deus. Quantas vezes somos como esses céticos, não percebendo a aplicabilidade das Escrituras às situações da nossa vida?

Comentário bíblico

I. Um testemunho ainda mais confiável

(Recapitule com a classe 2 Pedro 1:19.)

Apesar da confiabilidade de seu testemunho ocular, Pedro passou a defender um testemunho ainda mais confiável, que não pode falhar. Nossos sentidos podem nos enganar, como às vezes acontece. As Escrituras nos advertem repetidamente que não devemos permitir que nossos sentidos nos enganem (Mt 7:15; 24:24; 2Co 11:13, 14; 2Ts 2:9, 10; Ap 13:13, 14).

Muitos ilusionistas ganham a vida fazendo truques que enganam a mente, mas Satanás é o mestre dos mágicos. Geralmente, ele realiza seus sinais e maravilhas por meio de pessoas que aceitam seus enganos. Pedro, ciente do perigo de confiar em nossos sentidos, recomendou uma fonte mais segura para que conhecêssemos a verdade. A Palavra de Deus é a única fonte de verdade totalmente segura e confiável. Faremos “bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em” nosso “coração” (2Pe 1:19).

Pense nisto: “O dia” é uma referência ao tão aguardado “Dia do Senhor” (2Pe 3:10) ou “Dia de Deus” (2Pe 3:12), também chamado de “Dia do juízo” (2Pe 2:9; 3:7) e “dia da visitação” (1Pe 2:12). É a segunda vinda de Cristo. “A estrela da manhã” (NVI) é uma referência ao próprio Jesus. Ele declarou em Apocalipse 22:16: “Eu Sou [...] a brilhante estrela da manhã”. Ela tem esse nome por ser a “estrela” mais brilhante do Céu na manhã, a última luz da noite a se apagar ao raiar do dia. Os astrônomos identificam o planeta Vênus como sendo a estrela da manhã, mas Jesus tomou esse título para Si. A Estrela da Manhã nascerá plenamente em nosso coração ao raiar do dia. Estamos nos preparando para o nascimento da verdadeira Estrela da Manhã em nosso coração?

II. A origem da Palavra profética

(Recapitule com a classe 2 Pedro 1:20, 21.)

Pedro começou o versículo 20 com as palavras: “Antes de mais nada, saibam que [...]” (2Pe 1:20, NVI). Não há nada que precisemos entender mais claramente do que o fundamento para a confiança na Palavra profética de Deus. Ela não teve sua origem na vontade humana. Em vez disso, “homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:21). Nesse verso, Pedro defendeu uma “revelação encarnada”, em que a mensagem divina foi confiada a agentes humanos como meio de revelar os pensamentos de Deus mediante a obra do Espírito Santo. A iniciativa e a mensagem são de Deus; Ele é o responsável pelo conteúdo e por sua preservação.

Em relação ao elemento humano nas Escrituras, Ellen G. White explicou: “A Bíblia foi escrita por homens inspirados, mas não é a maneira divina de pensar e se exprimir. Esta é da humanidade. Deus, como escritor, não Se acha representado. Os homens dirão muitas vezes que tal expressão não é própria de Deus. Ele, porém, não Se pôs à prova na Bíblia em palavras, em lógica, em retórica. Os escritores da Bíblia foram os instrumentos de Deus, não Sua caneta” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 21). Ela acrescentou este esclarecimento: “Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que o foram. A inspiração não atua nas palavras do homem ou em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é possuído de pensamentos. As palavras, porém, recebem o cunho da mente individual. A mente divina é difusa. A mente divina, bem como Sua vontade, é combinada com a mente e vontade humanas; assim as declarações do homem são a Palavra de Deus” (p. 21).

Pense nisto: Até que ponto podemos confiar no elemento divino quanto à produção da mensagem em Sua Palavra?

Perguntas para discussão

1. O que aprendemos em nossas experiências com Deus e Suas promessas? De que maneira elas confirmam nossa confiança nEle? Por que devemos sempre confiar em Deus acima dos nossos sentidos?

2. O que torna a Palavra profética tão fidedigna? Como o cumprimento das profecias fortalece nossa confiança na Palavra de Deus?

Aplicação

Perguntas para reflexão

1. Temos nos comportado como se não confiássemos no relato das Escrituras? Como podemos combater essa tentação?

2. Se nenhuma profecia das Escrituras provém da interpretação pessoal do profeta, qual seria um método seguro para obter o significado pretendido por Deus em Sua Palavra?

Atividade: Peça aos alunos que leiam juntos 2 Timóteo 3:14-16. De acordo com Paulo, qual era a base do entendimento de Timóteo a respeito das Escrituras? Qual é o valor da compreensão correta da Bíblia para os cristãos? Discuta com os alunos.

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: Temos a tendência de falar com eloquência sobre a importância da crença na salvação. Porém, não basta apenas ter uma crença intelectual nem aceitar certas verdades ou realidades. Em Tiago 2:19, o apóstolo disse que até mesmo os demônios creem em Deus, mas essa crença não os salva. Tiago disse que a crença precisa ser acompanhada por obras correspondentes (Tg 2:14-17). Um termo melhor do que “crença” é “confiança”. Confiar não significa apenas aceitar intelectualmente certas realidades, mas também agir com base na convicção de que Deus sabe o que é melhor. Ele revelou Sua vontade para nossa vida em Sua Palavra e nos dará poder para realizá-la à medida que nos entregamos a ela.

Atividade: Peça aos alunos que elaborem uma lista das profecias bíblicas que já se cumpriram e as evidências de seu cumprimento. Discuta sobre a confiança que podemos ter nas Escrituras, visto que temos provas de que Deus conhece todas as coisas, inclusive o futuro distante, e de que podemos confiar nEle e em Seu plano para nossa vida.

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?

 

 


O sonho de Jemima

Jemima gosta muito de compartilhar a fé na Universidade Babcock, onde estuda Direito. Muitos alunos não são cristãos e, frequentemente, ela tem oportunidades para falar de Jesus. Recentemente, surgiu uma oportunidade com um amigo por quem estava orando.

Jemima se dirigia para a lanchonete quando Fernando* correu em sua direção.

“Olhe pra você!”, ele disse, cutucando-a com uma caneta. “Você está sempre passeando pelo campus como se fosse muito feliz por ser adventista.”

“Sou realmente muito feliz por ser adventista”, respondeu Jemima, curiosa para saber aonde aquela conversa iria chegar.

“Como?”

“Bem, para começar, amo Jesus e o sábado!”

“Por que você acredita que o sábado é o dia de guarda?”, ele perguntou.

Jemima pensou por um momento na melhor resposta, enquanto Fernando esperava impacientemente: “Jemima, o tempo acabou! Qual é a resposta?”

“A Bíblia nos diz que Jesus guardou o sábado. Como cristãos, devemos seguir Seu exemplo em todas as coisas, certo?”

Com olhar questionador, Fernando olhou para a amiga. “Interessante!”, respondeu. “Vou pensar sobre o assunto.”

Após alguns dias, Fernando e Jemima se sentaram juntos na aula da matéria Vida e Ensinos de Cristo. Quando o professor mencionou o sábado, Fernando se animou. Ele participou com entusiasmo da discussão, usando as mesmas palavras que Jemima havia usado quando lhe explicou por que acreditava que o sábado é o dia sagrado escolhido por Deus. “Ele está falando como se realmente acreditasse nisso!”, ela pensou. “Será que é sincero?”

Duas semanas antes de começar as férias de verão, Fernando disse que queria ser batizado na Igreja Adventista. A princípio, Jemima deu uma gargalhada porque não acreditou. “Fala sério!?”

“Sim! Estou falando sério”, ele respondeu, “e o motivo dessa decisão é seu testemunho. Você nunca hesitou. Você está segura em suas crenças e não tem medo de testemunhar da sua fé.”

Jemima ficou muito feliz por Fernando, e grata porque Deus a usou para tocar o coração do amigo.

Apesar de ter crescido em um lar adventista, ela nunca havia levado a sério o relacionamento com Cristo. Mas isso começou a mudar quando se envolveu no Ministério Jovem Adventista na Universidade Babcock. Pela primeira vez na vida, ela separou tempo para estudo da Bíblia e oração diariamente.

No ano passado, um membro do Ministério Jovem falou na semana de oração jovem. Ela não se lembra dos detalhes, mas se sentiu profundamente tocada. Inclinou a cabeça e chorou. Ele disse: “Há alguém neste lugar que está lutando”, e começou a falar exatamente o que ela enfrentava. “Jesus deseja que você entregue sua vida a Ele”, o pregador declarou. Naquele dia, Jemima entregou a vida a Jesus e isso fez grande diferença.

O Ministério Jovem Adventista foi uma bênção na vida de Jemima, ajudando-a a assumir um compromisso com Cristo. Hoje, ela retribui essa bênção por meio do ministério no campus e na comunidade.

Jemima está muito feliz porque parte da oferta do trimestre ajudará a universidade. “Compartilhamos nossa fé com os jovens da cidade e desejamos convidá-los para assistir nossos programas, mas não temos espaço suficiente para recebê-los”, diz.

O novo centro de juventude servirá como igreja e local de treinamento em crescimento cristão e evangelismo. Ele terá um espaço para os amigos da comunidade e possibilitará a conquista de mais pessoas para Jesus.

“Tenho o sonho de que, um dia, jovens da cidade virão para nossa nova igreja e adorarão conosco. Eles vão dizer: ‘Isto em que eu acredito é real. Eu posso vê-lo na igreja, na vida das pessoas’,” diz Jemima.

“Quero incentivar outros a apoiar esse projeto. Ficarei muito feliz em ver esse sonho se tornar realidade”, acrescenta.

*Pseudônimo

Mensagem missionária

Segundo o professor Ademola Tayo, reitor da Universidade Babcock, a presença da igreja adventista ainda é pequena na Nigéria, mas temos a oportunidade fantástica de construir uma igreja para evangelizar muitos alunos não adventistas em nosso campus. Os membros do Ministério Jovem Adventista são fundamentais para o evangelismo porque realizam quase todos os nossos programas espirituais no campus.

Precisamos urgentemente de um centro jovem multiuso, no qual possamos treinar jovens no planejamento e participação nos cultos, e prepará-los para levar outros a Cristo. Por favor, orem pela nossa missão na Universidade Babcock e apoiem generosamente os projetos do trimestre. Muito obrigado!


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º trimestre de 2017
Tema geral: “Apascenta as Minhas ovelhas”: 1 e 2 Pedro
Lição 10: 27 de maio a 3 de junho
Profecia e as Escrituras

 

Autor: Moisés Mattos

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Além deste comentário escrito, o Pr Moisés Mattos publica a cada semana um esboço para professores, em sua página do facebook e no Youtube 

Introdução: Nosso estudo da semana tem por base o texto de 2 Pedro 1:16-20. Nessa seção, o escritor confirmou o que vinha abordando em suas cartas. Ele começou dizendo que não seguia fábulas engenhosamente inventadas (v. 16), mas suas palavras eram verdadeiras porque o que ele transmitia era a Palavra de Deus.

Entretanto, algumas perguntas devem ser respondidas. Abaixo trabalhamos com duas delas:

I. Por que ele tinha a certeza de que seus ensinos eram a verdadeira Palavra de Deus?

Em primeiro lugar, ele falou de uma experiência pessoal com Jesus. Pedro foi testemunha ocular da majestade de Jesus por ocasião de Sua transfiguração, quando ouviu as palavras que o Pai disse a Cristo, aprovando o ministério do Salvador (2Pe 1:16, 17).

Na sequência aparece a expressão “palavra profética”, ligada à veracidade do que Pedro estava falando. A palavra profética tem algumas características:

a. Não provém da vontade nem das ideias humanas. Sua origem é divina (v. 21)

b. Embora não tenha origem humana, tem a participação do homem como transmissor da mensagem. Trata-se de uma participação orientada pelo Espírito Santo (v. 21, última parte).

c. Essa palavra é transformadora. Diferente de outros escritos que informam e até deformam o caráter, a palavra profética transforma os que nela acreditam. Ela é “uma candeia que brilha em lugar escuro”. Pedro estava mostrando um alvo a seus leitores. Alguns acreditam que a expressão “até que o dia clareie” se refira à segunda vinda de Cristo. Embora seja essa nossa esperança suprema, a ideia da “estrela da alva” nascendo em nosso coração parece mais imediata e pessoal. Essa estrela se refere a Jesus (Ap 2:28; 22:16). O “nascimento” dEle em nosso coração significa conhecê-Lo, apegar-nos a Ele e provar do Cristo vivo em nossa vida. Jesus não deve ser apenas uma verdade doutrinária. Ele deve ser o centro da nossa existência, nossa fonte de esperança e fé. Portanto, nessa passagem bíblica, Pedro estabeleceu uma clara relação entre estudar a Palavra de Deus e ter um relacionamento salvífico com Jesus, a “Estrela da alva”. Quando a luz brilhar em nós, certamente a comunicaremos a outros. “A Terra toda deve ser iluminada com a glória da verdade de Deus. A luz deve resplandecer para todas as terras e povos. E é daqueles que receberam a luz que ela deve resplandecer. A Estrela da Alva raiou sobre nós, e devemos projetar Sua luz no caminho dos que andam em trevas” (Ellen G. White, Vida e Ensinos, p. 220).

II. Por que Pedro estava reafirmando a autoridade da palavra profética?

Em sua segunda epístola, Pedro se preocupou com seus sucessores, tanto no ministério como na vivência comum da igreja. Queria alertar bem sobre os falsos mestres. Mas, quem são eles? O que ensinam? Inicialmente eles foram crentes (2:1). O lugar de onde saíram está identificado como as “contaminações do mundo”, de onde escaparam mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo (2:20). Porém, desviaram-se da rota traçada pelo Senhor (2:15), sendo envolvidos e vencidos pelo mundo, terminando por se afastarem do santo mandamento de Deus (2:20-21). Mundo, aqui, é um sistema de valores voltados contra Deus, não o mundo social. Alguém pode estar na igreja e ser do mundo. Pode ser recluso do mundo social e estar no mundo. Não se trata do lugar. É um modo de vida. Seu modo de caminhar é identificado através de seu comportamento. O texto apresenta verbos e adjetivos que nos fazem compreender o caráter desses homens. Eles são falsos, dissimulados, hereges, destruidores, negam a Cristo, são libertinos, avarentos, mentirosos, fazem comércio de vidas, são carnais, seguem paixões imundas, são rebeldes, atrevidos, obstinados, agem como animais irracionais, são blasfemos, injustos, luxuriosos, enganadores, adúlteros, insaciáveis, malditos, vaidosos, arrogantes, inconstantes, escravos da corrupção (2:1-3, 10-14, 18, 19; 3:3).

E qual era o maior problema? Esses hereges estavam usando a Bíblia para validar suas doutrinas estranhas e errôneas. Por essa razão, o autor disse que nenhuma parte da palavra profética é de particular interpretação. Não que alguém fosse proibido estudar e entender a Bíblia por si só. O problema estava em interpretar sem levar em conta princípios, entre eles o principal: A Bíblia interpreta a si mesma. Há, portanto, a necessidade de se estudar com oração, sob a orientação do Espírito, não se esquecendo do contexto de cada passagem.

Parece que hoje a história se repete: Muitas pessoas estão com a Bíblia na mão, mas não a interpretam corretamente. Deus nos livre disso!

Conclusão: No ano de 2013 os jornais destacaram a história de uma personalidade política brasileira. Os jornalistas escreviam coisas do tipo: “Fulana de tal conta agora com proteção dupla contra mau-olhado. Depois de adotar o olho turco na eleição passada, ela agora desfila também com uma segunda pulseira – de ouro amarelo cravejado com 143 brilhantes bem pequenos. Nela está escrito Senhor do Bonfim. O acessório foi presente de um casal de amigos. Lançado há oito anos, numa exposição brasileira em Paris, a peça fez sucesso na ocasião, sendo exibida pela princesa Stephanie de Mônaco e pelo cantor Elton John. O preço da joia é estimado em R$ 13 mil.

A pulseira foi inspirada na fitinha do Bonfim, que geralmente é amarrada no braço com três nós, que simbolizam três desejos. Quando ela se rompe, de acordo com a tradição popular baiana, é um sinal de que os pedidos serão, ou foram realizados.

Preferências políticas à parte, eu acho engraçadas as atitudes das pessoas. Acreditam numa fitinha, numa pulseira, num amuleto qualquer, mas em Deus é muito difícil acreditar [...]

É difícil acreditar na Bíblia, afinal ela é um velho livro de histórias […]

A crença em Deus é improvável, afinal eu nunca O vi, nunca toquei nEle. Deus é produto da cultura dos povos. As pessoas O inventaram porque precisavam dEle.

Quem acredita nessas coisas é simplório. Precisamos ter uma mentalidade científica. Essas coisas de Deus são para pessoas sem cultura. Não precisamos dEle. Não podemos provar Sua existência. Por isso mesmo não O reconhecemos.

Deus, Bíblia e Céu, não […] Mas amuleto sim, pulseira sim. Isso é muito bom pra espantar o azar, o mau olhado e a inveja. Pode ajudar a ganhar coisas, conquistar espaços, melhorar de vida […]

É de lamentar que, por não poderem discernir todos os seus mistérios, o cético e o infiel rejeitam a Palavra de Deus e o próprio Deus! Homens estão correndo atrás de ilusões criadas para iludir o próprio homem. Ellen White afirmou: "Se aquilo que Deus revelou é tão difícil de entender, quão incoerente é aceitar meras suposições em relação ao que Ele não revelou” (Patriarcas e Profetas, p. 71).

Minha oração é que, neste dia, você e eu busquemos a orientação que vem do Senhor e não dos amuletos da vida. E ao mesmo tempo, em nossos contatos, possamos falar de Deus e das certezas que as Escrituras nos revelam. Que a fé e a confiança de Pedro na palavra profética nos inspirem!

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Moisés Mattos graduou-se em teologia em 1989 e concluiu seu mestrado na mesma área no ano 2000, pelo Seminário Adventista Latino Americano de Teologia. Cursou também uma pós-graduação em Gestão Empresarial. Serve à Igreja Adventista há 27 anos como professor de ensino religioso; pastor distrital; departamental em nível de Associação e União; presidente de Missão e Associação. Atualmente exerce sua atividade como pastor na Associação Paulista Oeste, na União Central Brasileira. É casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, é pai de Thamires (estudante de jornalismo) e Lucas (estudante de Arquitetura).