Lição 3
12 a 18 de janeiro
A mensagem de Jesus às sete igrejas
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Gn 37–39
Verso para memorizar: “Ao vencedor darei o direito de sentar-se Comigo em Meu trono, assim como Eu também venci e sentei-Me com Meu Pai em Seu trono” (Ap 3:21, NVI).
Leituras da semana: Ap 2:8-11; Ap 2:12-17; Ap 2:18-29; Ap 3:1-6; Ap 3:7-13; Ap 3:14-22; Is 61:10

Por intermédio de João em Patmos, Jesus enviou uma carta com sete mensagens para Seu povo. Embora essas mensagens estivessem relacionadas às igrejas na Ásia dos dias de João, elas também descrevem profeticamente em símbolos a condição da igreja ao longo da história.

Uma comparação dessas sete mensagens mostra que elas seguem seis vezes a mesma estrutura. Todas começam com Jesus dirigindo-Se à igreja específica pelo nome. A segunda parte começa com a frase: “Estas coisas diz […]”, na qual Cristo Se apresenta a cada igreja utilizando descrições e símbolos encontrados no capítulo 1. Essas descrições de Cristo foram adequadas às necessidades de cada igreja. Portanto, Jesus mostrou Sua capacidade de resolver as diferentes situações dessas igrejas. Em seguida, Ele faz uma avaliação da igreja em questão e depois a aconselha sobre a maneira de sair da sua tribulação. Por fim, cada mensagem é concluída com um apelo para ouvir a mensagem do Espírito e com promessas aos vencedores.

Como vimos na mensagem à igreja em Éfeso na semana passada, e como veremos nas seis mensagens restantes nesta semana, Jesus ofereceu esperança e respostas às necessidades das igrejas em cada situação. Portanto, Ele certamente pode também atender às nossas necessidades hoje.



Domingo, 13 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 40–42
Mensagens de Cristo a Esmirna e Pérgamo

Esmirna era uma cidade bela e rica, mas também um centro de adoração obrigatória ao imperador. A recusa em cumprir essa ordem podia levar as pessoas a perder seu status legal, ser perseguidas e até martirizadas.

1. Leia Apocalipse 2:8-11. Qual era a circunstância da igreja de Esmirna? Que advertência Cristo deu sobre o que estava por vir?_______________________________________________________________________________________________

A mensagem a Esmirna se aplica profeticamente à igreja na era pós-­apostólica, em que os cristãos foram perseguidos. Os “dez dias” (Ap 2:10) indicam os dez anos da perseguição promovida por Diocleciano, a partir de 303 d.C, e que durou até 313 d.C., quando Constantino, o Grande, publicou o Edito de Milão, que concedeu liberdade religiosa aos cristãos.

Pérgamo foi o centro de vários rituais pagãos, incluindo o culto a Asclépio, o deus grego da cura, chamado de “Salvador” e representado por uma serpente. As pessoas vinham de todos os lugares ao santuário de Asclépio para ser curadas. Pérgamo tinha uma função de liderança na promoção do culto ao imperador que, assim como em Esmirna, era obrigatório. Não é de admirar que os cristãos em Pérgamo vivessem na cidade “onde Satanás” habitava e na qual seu trono estava localizado.

2. De acordo com Apocalipse 2:12-15, como Jesus Se apresentou a essa igreja? Qual foi a avaliação de sua condição espiritual?

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Os cristãos em Pérgamo enfrentavam tentações tanto de fora quanto de dentro da igreja. Embora a maioria deles tivesse permanecido fiel, os “nicolaítas” defendiam a transigência para com o paganismo a fim de evitar a perseguição. Como Balaão, que apostatou e incitou os israelitas a pecar contra Deus no caminho para a Terra Prometida (Nm 31:16), eles acharam mais conveniente, e até mais recompensador, fazer concessões em relação à sua fé. Embora o Concílio de Jerusalém tivesse proibido as “coisas sacrificadas a ídolos” e as “relações sexuais ilícitas” (At 15:29), a doutrina de Balaão ensinava os membros da igreja a rejeitarem essa decisão. A única solução que Jesus ofereceu a Pérgamo foi: “Arrependa-se!” (Ap 2:16, NVI).

A igreja em Pérgamo é uma descrição profética da igreja do período de 313 a 538 d.C. Embora alguns membros da igreja tenham permanecido fiéis, o declínio e apostasia aumentaram rapidamente.

O que significa não negar a fé de Jesus (Ap 2:13; veja também Ap 14:12)? Como resistir à tendência de fazer concessões e ser fiéis até a morte (Ap 2:10)?


Segunda-feira, 14 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 43–45
Mensagem de Cristo a Tiatira

Comparada às outras cidades, de acordo com o que conhecemos, Tiatira não tinha importância política nem cultural na história antiga, e a igreja era obscura. A fim de dirigir um negócio ou ter um emprego, as pessoas no Império Romano deviam pertencer a associações comerciais. Tiatira era especialmente famosa por fazer cumprir essa exigência. Os membros da associação tinham que comparecer aos festivais da associação e participar dos rituais do templo, que muitas vezes incluíam atividades imorais. Aqueles que não obedecessem eram excluídos das associações e recebiam sanções econômicas. Para os cristãos naquela época, isso significava escolher entre a completa transigência ou total exclusão por amor do evangelho.

3. Leia Apocalipse 2:18-29. Como Jesus Se apresentou a essas pessoas (veja também Dn 10:6)? Quais qualidades Ele elogiou na igreja, e qual questão a afligia?

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Assim como ocorreu com a igreja em Pérgamo, a igreja em Tiatira foi pressionada a transigir com o ambiente pagão. O nome “Jezabel” se refere à esposa do rei Acabe, que levou Israel à apostasia (1Rs 16:31-33). Jesus a retratou como espiritualmente imoral. Aqueles que transigiram com a verdade e adotaram ideias e práticas pagãs e “impuras” estavam cometendo adultério espiritual com ela.

A igreja em Tiatira simboliza a condição do cristianismo de 538 d.C. a 1565 d.C. O perigo não veio de fora da igreja, mas de dentro. A tradição substituiu a Bíblia, um sacerdócio humano e relíquias sagradas substituíram o sacerdócio de Cristo, e as obras foram consideradas o meio de salvação. Os que não aceitavam as influências corruptoras foram perseguidos e até mortos. Por séculos, a igreja verdadeira encontrou refúgio nas regiões desertas (veja Ap 12:6, 13, 14). Mas Jesus também elogiou a igreja em Tiatira por sua fé e amor, obras e serviço, o que profeticamente aponta para a Reforma e para o começo de um “retorno à Bíblia”.

Pense nas palavras de Apocalipse 2:25: “Conservai o que tendes, até que Eu venha”. O que essas palavras significam para nós, tanto como instituição quanto individualmente? Daquilo que recebemos de Cristo, o que devemos conservar?

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Terça-feira, 15 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 46, 47
Mensagem de Cristo a Sardes

Sardes teve uma história gloriosa. No entanto, até o período romano, a cidade já havia perdido seu prestígio. Embora ainda estivesse desfrutando de riquezas, sua glória estava fundamentada em sua história passada, não na realidade presente. A cidade antiga havia sido construída no topo de um monte íngreme e era quase inacessível/inconquistável/impenetrável. Visto que os cidadãos se sentiam tão protegidos, as muralhas da cidade eram guardadas de maneira negligente.

4. Leia Apocalipse 3:1-6, Mateus 24:42-44 e 1 Tessalonicenses 5:1-8. Quais são as três coisas que Jesus exortou os cristãos de Sardes a fazer para curar sua condição espiritual? Como Sua advertência para “vigiar” corresponde à história da cidade?_______________________________________________________________________________________________

Embora Jesus tenha reconhecido alguns cristãos em Sardes como fiéis, a maioria deles estava espiritualmente morta. A igreja não foi acusada de nenhum pecado aberto nem de apostasia (como os cristãos de Pérgamo e Tiatira), mas de letargia espiritual.

A mensagem à igreja em Sardes se aplica profeticamente à condição espiritual dos protestantes no período pós-Reforma, aproximadamente de 1565 d.C. a 1740 d.C., à medida que a igreja se degenerava em um formalismo morto e em um estado de complacência espiritual. Sob o impacto da crescente onda do racionalismo e do secularismo, o foco na graça salvadora do evangelho e o compromisso com Cristo diminuíram, dando lugar aos argumentos filosóficos insípidos e relacionados aos credos. Embora parecesse estar viva, a igreja desse período estava espiritualmente morta.

A carta também pode se aplicar a todas as gerações de cristãos. Alguns cristãos sempre falam em termos gloriosos de sua fidelidade a Cristo no passado. Infelizmente, muitos desses não têm muito para compartilhar sobre sua experiência atual com Jesus. Sua religião é nominal; falta-lhes a verdadeira religião do coração e o compromisso genuíno com o evangelho.

Mesmo mantendo sempre diante de nós a maravilhosa verdade da salvação pela fé somente em Cristo, nossas obras ainda não se encontram “perfeitas” diante de Deus. O que isso significa? Como podemos “aperfeiçoar” nossas obras diante Dele? Veja Mt 5:44-48.


Quarta-feira, 16 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 48–50
Mensagem de Cristo a Filadélfia

sexta igreja a quem Jesus endereçou a carta foi Filadélfia (“amor fraternal”). Essa cidade ficava na estrada comercial imperial e servia como passagem, uma “porta aberta”, para um grande e fértil planalto. As escavações indicam que Filadélfia era um centro em que as pessoas iam buscar saúde e cura. Por conta de frequentes terremotos, os habitantes da cidade se mudaram para o campo, vivendo em humildes cabanas.

5. Leia Apocalipse 3:7-9. Como a maneira pela qual Jesus Se apresentou se relaciona à situação dessa igreja? Ele disse: “Tens pouca força” (Ap 3:8). O que essa declaração revela sobre a condição da igreja?_______________________________________________________________________________________________

A mensagem a essa igreja se aplica profeticamente ao grande reavivamento do Protestantismo durante o Primeiro e o Segundo Despertamentos que ocorreram na Grã-Bretanha e na América aproximadamente de 1740 a 1844. Tendo em conta a luz que possuíam, os cristãos de fato buscaram guardar a Palavra de Deus (Ap 3:8) nessa época. Houve uma ênfase crescente na obediência aos mandamentos de Deus e na vida pura. Parece que a “porta aberta” é o caminho/passagem para o santuário celestial, pois o santuário de Deus também é mencionado (Ap 3:12, compare com Ap 4:1, 2). O fechamento de uma porta e a abertura de outra indicam a mudança que ocorreria no ministério sumo-sacerdotal de Cristo em 1844.

6. Leia Apocalipse 3:10-13. Quais são os indícios de que o tempo é curto e que a vinda de Jesus está se aproximando? Qual é a importância do nome de Deus ser escrito em Seu povo (2Tm 2:19)? Se um nome representa o caráter de uma pessoa, o que Êxodo 34:6 revela sobre aqueles que levam o nome de Deus?

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Grandes reavivamentos ocorreram nas igrejas dos dois lados do Atlântico. Nos anos que antecederam 1844, a mensagem da breve vinda de Cristo foi proclamada em muitas partes do mundo. A promessa de escrever o nome de Deus nos vencedores indica que o caráter de Deus será visto em Seu povo. A mensagem de que Cristo em breve virá é tão importante quanto a mensagem de que Ele promete preparar Seu povo para esse grande evento, perdoando seus pecados e escrevendo Sua lei em seu coração (veja Fp 1:6; Hb 10:16, 17).


O que a esperança da breve vinda de Cristo significa para você? A promessa de Cristo de completar a obra que Ele começou lhe dá segurança?

Quinta-feira, 17 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 1–4
Cristãos em Laodiceia

A rica cidade de Laodiceia estava situada em uma importante estrada comercial. Era famosa por ter uma indústria de fabricação de lã, por seus bancos (que tinham grande quantidade de ouro) e por uma escola de medicina que produzia um colírio famoso. A prosperidade de Laodiceia enchia os cidadãos de autossuficiência. Em torno de 60 d.C., quando um terremoto destruiu a cidade, os cidadãos recusaram a ajuda de Roma, alegando que tinham tudo de que precisavam para a reconstrução. Como faltava água na cidade, seu fornecimento se dava por meio de um aqueduto que vinha das fontes termais em Hierápolis. Visto que a fonte ficava distante de Laodiceia, a água tornava-se morna quando chegava ali.

7. Leia Apocalipse 3:14-17 e Oseias 12:8. Como o espírito autossuficiente da cidade permeava os cristãos de Laodiceia?_______________________________________________________________________________________________

Jesus não repreendeu os cristãos em Laodiceia por um pecado grave. Seu problema era a complacência que levava à letargia espiritual. Assim como a água que chegava à cidade, eles eram mornos. Declaravam ser ricos e não precisar de nada; no entanto, eram pobres, nus e cegos em relação à sua condição.

A igreja de Laodiceia simboliza a situação espiritual da igreja de Deus perto do fim da história da Terra. Na advertência de Jesus em Apocalipse 16:15, há uma referência às “vestiduras brancas” da justiça de Cristo, necessárias a Laodiceia em sua nudez espiritual (veja Ap 3:18). Essa advertência em meio a uma referência à batalha do Armagedom pode parecer estranha, pois não mais é possível receber essas vestiduras. Afinal, a porta da graça já terá fechado para todos. Mas a advertência aparece em conexão com a sexta praga e o Armagedom, pois Jesus desejava lembrar Laodiceia de estar preparada para o terrível conflito, antes que fosse tarde demais. Se o povo de Laodiceia preferir permanecer nu (Ap 3:17, 18), estará perdido e envergonhado em Sua vinda (veja 1Jo 2:28–3:3).

Jesus assegurou aos habitantes de Laodiceia que os amava. Ele apela para que eles se arrependam (Ap 3:19). Ele concluiu Seu apelo descrevendo-­­Se como o Amante de Cânticos 5:2-6, que está à porta, batendo e implorando para entrar (Ap 3:20). Todos os que abrem a porta e O deixam entrar têm a promessa de que terão um jantar pessoal com Ele e, finalmente, reinarão com Ele em Seu trono (veja Ap 20:4).

8. Leia Apocalipse 3:18-22. Que conselho Jesus deu aos laodiceanos? O que o ouro, as vestes brancas e o colírio simbolizam (veja 1Pe 1:7; Is 61:10; Ef 1:17, 18)?


Sexta-feira, 18 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 5–8
Estudo adicional

Leia o capítulo “O Apocalipse”, do livro Atos dos Apóstolos, de Ellen G. White, p. 578-592.

As sete mensagens às igrejas mostram o declínio espiritual em cada uma delas. A igreja de Éfeso ainda era fiel, embora tivesse perdido o primeiro amor. As igrejas de Esmirna e Filadélfia eram, em grande medida, fiéis. Pérgamo e Tiatira transigiram cada vez mais, até que a vasta maioria apostatou completamente da fé pura dos apóstolos. A igreja de Sardes encontrava-­­se em uma situação séria. A maioria dos membros não estava em harmonia com o evangelho, enquanto Filadélfia representava os poucos fiéis. Quanto à igreja de Laodiceia, não havia nada de bom a ser dito sobre ela.

Ao concluir cada mensagem, Jesus fez promessas a quem aceitasse Seu conselho. Porém, pode-se observar que, juntamente com o evidente declínio espiritual nas igrejas, há um aumento proporcional nas promessas. Por fim, Laodiceia, embora tenha recebido uma única promessa, recebeu a maior: compartilhar o trono de Jesus (Ap 3:21).

Perguntas para discussão

1. O aumento de promessas, bem como o declínio espiritual, reflete o fato de que, quando o pecado aumenta, a graça aumenta muito mais (Rm 5:20)? Pense nesta afirmação: “A igreja, enfraquecida e defeituosa como seja, é o único objeto na Terra a que Cristo concede Sua suprema consideração. Ele vela constantemente com solicitude por ela, e fortalece-a por Seu Espírito Santo” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas,
v. 2, p. 396).

2. Nas cidades prósperas da Ásia havia cristãos que permaneceram leais ao evangelho e inabaláveis em sua fidelidade a Deus em meio às pressões do ambiente pagão. O que aprendemos com esse fato? Pense na oração de Jesus em João 17:15 a 19. Como o conceito de estar no mundo, mas não ser do mundo, se aplica aos cristãos de hoje?

3. Como podemos prestar mais atenção à mensagem aos laodiceanos?

Respostas e atividades da semana:

1. A igreja em Esmirna estava sofrendo perseguição e muita tribulação. Muitos estavam sendo mortos. Por isso, Jesus Se apresentou como o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver. Mesmo que esses cristãos enfrentassem a morte, eles também tornariam a viver.

2. Comente com a classe.

3. Comente com a classe

4. Leia e comente o texto (Ap 3:2, 3).

5. Ao Se apresentar como Santo e Verdadeiro, que tinha as chaves de Davi, Jesus estava dizendo aos cristãos de Filadélfia que, embora tivessem pouca força, estavam levantando a verdade em meio aos erros pregados pelos filósofos iluministas. A igreja em Filadélfia representa o reavivamento que ocorreu entre os cristãos, do qual fez parte Guilherme Miller e Ellen G. White.

6. O próprio Senhor falou que vinha sem demora. Aqueles que receberem a inscrição do nome de Deus estarão representando Seu caráter.

7. Laodiceia era uma cidade próspera e autossuficiente. Os laodiceanos julgaram não precisar de ajuda para reconstruir a cidade quando um terremoto a destruiu em torno de 60 d.C. Como faltava água ali, os laodiceanos usaram um aqueduto que trazia água de Hierápolis para Laodiceia. Ao percorrer o aqueduto, a água chegava morna em Laodiceia. Isso reflete a vida espiritual dessa igreja. Seus membros eram mornos.

8. Leia e comente o texto (Ap 3:18).



Resumo da Lição 3
A mensagem de Jesus às sete igrejas

RESUMO DA LIÇÃO 3 – o povo de Deus nas cidades

PARTE I: ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Apocalipse 3:21

FOCO DO ESTUDO: Na semana passada examinamos a primeira das sete mensagens às sete igrejas do Apocalipse. Nesta semana, estudaremos da segunda à sétima mensagem (Ap 2:8–3:22).

INTRODUÇÃO: As mensagens às sete igrejas têm encorajado o povo de Deus ao longo dos séculos. Elas nos asseguram que Deus está intensamente interessado nas ações de Sua igreja. Ele conhece todos os seus desafios e anseia apresentar conselhos e preciosas promessas a todos que desejarem ouvir.

TEMAS DA LIÇÃO: A lição e a passagem em foco introduzem os seguintes temas:

I. O quiasmo das sete igrejas

As mensagens às sete igrejas são estruturadas segundo um estilo tipicamente hebraico (ver detalhes no comentário abaixo).

II. Encorajamento em meio às dificuldades

As mensagens às sete igrejas demonstram declínio espiritual e aumento correspondente no número e no peso das promessas feitas a cada igreja.

III. O maior avanço do cristianismo e suas consequências contemporâneas

A mensagem a Filadélfia previu um período de grande avanço missionário, porém esse avanço incluiu aspectos que colocaram o cristianismo na defensiva nos dias atuais.

IV. A mensagem a Tiatira é diferente

As igrejas como um todo exibem declínio espiritual. Isso também se manifesta nas mensagens a Éfeso, Pérgamo e Sardes. Mas a mensagem a Tiatira se desvia desse padrão em muitos aspectos.

V. Laodiceia e a era final da história da Terra

Evidências do texto apoiam a ideia de que Laodiceia representa a igreja no fim da era cristã.

APLICAÇÃO PARA A VIDA: A inclusão de Jezabel na mensagem a Tiatira convida os alunos a refletir sobre o papel das quatro mulheres no Apocalipse. Os adventistas do sétimo dia também são convidados a aplicar a si mesmos a mensagem de Laodiceia.

PARTE II: COMENTÁRIO

As mensagens para as sete igrejas têm uma estrutura comum, semelhante ao formato das cartas antigas. (1) Jesus Se dirige a cada igreja pelo nome. (2) Então, Ele Se apresenta a cada uma, usando características tiradas do capítulo 1. (3) Ele oferece uma análise dos pontos positivos e/ou fraquezas de cada igreja. (4) Jesus apresenta conselhos adequados à Sua análise de cada igreja. (5) É feito um apelo para ouvir o Espírito. (6) Cada mensagem é concluída com uma promessa ou promessas aos que vencerem. Nas mensagens da quarta à sétima igreja (começando com Tiatira), o quinto e o sexto componentes estão na ordem inversa.

EXPLICAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMAS DA LIÇÃO 3:

I. O quiasmo das sete igrejas

A estrutura das mensagens às sete igrejas exibe uma forma literária que se baseia na lógica hebraica. No pensamento ocidental, A + B = C. Mas na lógica hebraica, A + B = A ampliado. Essa forma literária é chamada de quiasmo (da letra grega X [pronuncia-se “qui”]). Os escritores produzem quiasmos quando raciocinam em círculo, voltando ao ponto inicial de um argumento. O primeiro ponto é paralelo ao último; o segundo ponto é paralelo ao penúltimo, e assim por diante, com o clímax no centro e não no final. Talvez não seja coincidência que a forma do candelabro de sete hastes no tabernáculo seja análoga a um quiasmo literário.

A carta para Esmirna (segunda carta) compartilha muitas semelhanças com a carta a Filadélfia (sexta carta); ambas são mensagens amplamente positivas. As cartas para Pérgamo (terceira) e Sardes (quinta) são para igrejas em declínio acentuado. A mensagem para Tiatira (a quarta igreja, localizada no centro do texto) é duas vezes maior que as outras e é diferente de todas (veja o tema 4 abaixo). Esse arranjo significa que a primeira e a última carta (para Éfeso e Laodiceia) também são paralelas. Essa estrutura sugere que Laodiceia, assim como Éfeso, sofresse de uma deficiência de amor.

II. Encorajamento em meio às dificuldades

Quando olhamos para as sete igrejas como um todo, elas parecem estar em declínio, e as repreensões de Jesus se tornam cada vez mais sérias. As igrejas em Éfeso e Esmirna são fiéis, sendo que a única falha de Éfeso é a deficiência de amor. Mas ao lermos as mensagens às igrejas, as coisas parecem declinar de Pérgamo a Sardes até chegarmos a Laodiceia, sobre a qual Jesus não encontra nada de bom para dizer. Embora a mensagem para Filadélfia seja positiva, a igreja é muito mais fraca que Esmirna. Na mensagem a Éfeso, Jesus anseia por seu arrependimento. Laodiceia faz Jesus sentir vontade de vomitar. Essa forma de descrever produziu uma expressão severa.

Mas essa expressão leva à parte mais encorajadora das mensagens às sete igrejas. A primeira igreja recebe uma promessa: a árvore da vida. A segunda recebe duas: a coroa da vida e a libertação da segunda morte. A terceira recebe três: o maná escondido, a pedrinha branca e um nome novo. A quarta igreja recebe quatro promessas; a quinta, cinco; a sexta recebe seis. Cada igreja recebe mais promessas que a anterior, e a sétima igreja, Laodiceia, recebe a promessa mais sublime de todas: sentar-se com Jesus no Seu trono.

À medida que a condição espiritual das igrejas declina, à medida que as repreensões de Jesus se tornam mais severas, as promessas aumentam cada vez mais. Quanto pior é a situação, maior é a graça e o poder de Deus. Quanto mais profundos são os problemas, mais poderosa é a atuação da graça de Jesus Cristo. Essa mensagem fala tão poderosamente para nós hoje como falou nos tempos antigos.

III. O maior avanço do cristianismo e suas consequências contemporâneas

A lição ressalta que a mensagem a Filadélfia se aplica ao grande reavivamento do protestantismo durante os séculos 18 e 19. Esse acontecimento motivou a igreja a levar o evangelho ao mundo todo, o que resultou na maior expansão do cristianismo desde o tempo do Pentecostes. Mas houve um lado negro nessa expansão. Os esforços missionários muitas vezes estavam atrelados à expansão colonial da civilização ocidental nos domínios econômico e político. Como resultado, muitos povos não cristãos nos dias atuais veem o cristianismo como uma ferramenta a serviço do imperialismo ocidental, e não como um movimento humilde e modesto que busca melhorar a vida dos outros. Essa postura se faz cada vez mais presente até nas regiões mais “cristãs” do mundo. Atualmente, o cristianismo, como um todo, está na defensiva. Nesse contexto, a manipulação ou envolvimento político de qualquer tipo por parte da igreja reforçam os estereótipos negativos que têm surgido. A mensagem do evangelho não deve contar com o apoio político e econômico para seu êxito. Seu avanço deve ser pautado no plano original de Jesus, no qual “o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12:9).

IV. A mensagem a Tiatira é diferente

Como mencionado antes, as igrejas do Apocalipse como um todo exibem declínio espiritual. Esse declínio também é claramente manifestado nas mensagens a Éfeso, Pérgamo e Sardes. Mas a mensagem para Tiatira se difere em muitos aspectos quanto ao padrão estrutural estabelecido nas mensagens anteriores. Em primeiro lugar, a mensagem para Tiatira é duas vezes mais longa que as outras seis. Essa extensão se ajusta ao seu papel no centro do quiasmo e ao longo período de perseguição por ela representado na história cristã. Em segundo lugar, Tiatira é a única igreja cujos membros fiéis são chamados de “restantes” (os “demais [grego: loipois] de Tiatira”, Ap 2:24), mostrando que mesmo durante esse período sombrio, Deus tinha seguidores fiéis.

Em terceiro lugar, Tiatira é a única igreja sobre a qual Jesus diz: “As tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras” (Ap 2:19). Enquanto todas as igrejas anteriores estavam em declínio ou mantendo-se firme, Tiatira já estava melhorando. Colocada no centro da história das sete igrejas, essa mensagem positiva significa que Deus está tirando as pessoas da apostasia e, nas mensagens subsequentes, Ele está preparando a igreja para a segunda vinda de Jesus. Enquanto Satanás acusa os seguidores de Deus para desencorajar e distrair, Jesus e o Espírito Santo repreendem para encorajar e curar.

V. Laodiceia e a era final da história da Terra

Como adventistas do sétimo dia, com frequência consideramos que a mensagem para Laodiceia se aplica particularmente a nós no fim dos tempos. Uma das maiores evidências disso é a conexão entre Apocalipse 3:18 e Apocalipse 16:15. Nenhum outro texto na Bíblia contém as quatro principais palavras encontradas em ambas as passagens. Ambos os versículos contêm as palavras gregas para “vejas” (grego: blepô), “vestiduras” (grego: himation), “vergonha” (grego: aischunê, aschêmosunê) e “nudez” (grego: gumnotês, gumnos). Essa inclusão é um paralelo impressionante. Em meio aos versos que falam do Armagedom (Ap 16:14-16), há um chamado para a vigilância no fim dos tempos na linguagem de Laodiceia (Ap 16:15; compare com Ap 3:18). Esse chamado é uma evidência impressionante de que Laodiceia representa a igreja no período final da história da Terra.

PARTE III: APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. Quantas mulheres são retratadas no livro do Apocalipse e qual é o papel delas na mensagem do livro? Há quatro mulheres retratadas: duas são imagens positivas e duas são negativas. A primeira é Jezabel, a líder da oposição aos fiéis em Tiatira (Ap 2:20-23). A segunda é a mulher piedosa de Apocalipse 12 (Ap 12:1, 2, 5, 6, 14-17). A terceira é a meretriz Babilônia (Ap 17:1-7, 16). A quarta é a noiva do Cordeiro (Ap 19:7, 8). Todas as quatro estão associadas à igreja positiva ou negativamente. Jezabel, a oponente de Tiatira, antecede a meretriz Babilônia, que está vestida como o sumo sacerdote (Ap 17:4). Se a primeira parte de Tiatira representa a igreja medieval, então as duas imagens estão intimamente relacionadas. A oposição a Cristo com frequência tem um semblante cristão.

Da mesma forma, a mulher de Apocalipse 12 representa o povo fiel de Deus ao longo da história – simbolizada pela Nova Jerusalém. A esposa do Cordeiro em Apocalipse 19:7, 8 representa os fiéis de Deus no fim da história – simbolizados pela nova Jerusalém. Portanto, é evidente que a mulher de Apocalipse 17 representa todos aqueles que se opõem a Deus, especialmente os poderes religiosos que se unem com poderes seculares do mundo para formar uma Babilônia do tempo do fim. “Mulher” no Apocalipse representa os que professam ser seguidores de Cristo, mas dependendo de qual mulher, a profissão pode não ser sincera.

2. Como os adventistas do sétimo dia devem aplicar a mensagem de Apocalipse 3:18-21 a si mesmos? O que podemos aprender com o texto? O ouro pode expressar o valor que temos aos olhos de Deus, bem como a fé que passou por um processo de refinamento e purificação. As vestes brancas representam a justiça de Cristo que nos é dada; o colírio, o discernimento espiritual que nos ajuda a ver claramente nossa necessidade de Cristo.

Embora as repreensões de Jesus sejam necessárias (Ap 3:19), Ele nunca força ninguém a segui-Lo. Ele gentilmente convida e deixa a decisão para nós (Ap 3:20), e mantém Suas promessas. Se convidamos Jesus a governar nosso coração e a vencer (Ap 3:21), participaremos do Seu trono. Conforme expresso pelo ouro provado no fogo, Deus vê infinito valor em nós.

3. Que encorajamento encontramos no fato de que muitos cristãos antigos permaneceram fiéis a Deus em meio a cidades ímpias?


Longe do mal

A primeira vez que Atija ouviu falar sobre a Igreja Adventista foi quando visitou a avó em um vilarejo distante de sua casa, Nampula, a principal cidade de Moçambique. Ali, 80% dos habitantes são muçulmanos. Atija tinha oito anos, e o ancião da igreja a convidou para participar de uma refeição na igreja. Depois disso, convidou-a para ouvir o sermão. Ela ainda se lembra do sermão. O pregador falou sobre Mateus 24 e descreveu como Jesus ressuscitará os mortos em Sua segunda vinda. O jovem coração de Atija foi tocado. Havia um mês que ela perdera sua irmã de quarto anos, Muanacha, vítima de anemia.

“Ao ouvir o pregador, percebi que poderia encontrar minha querida irmã novamente”, Atija disse. Sete anos se passaram e, aos 15 anos, casou-se com um homem criado em um lar evangélico, mas frequentava a igreja adventista em Nampula. Certo sábado, ela aceitou o convite para ir à igreja. O hino inicial da Escola

Sabatina foi “Quando Deus fizer chamada”. Atija ouviu, paralisada, uma garota de seis anos cantar com a voz limpa e doce. “Sua voz me comoveu e senti que algo aconteceu no meu coração”, ela disse. A partir daquele dia, ela decidiu permanecer na igreja adventista.

Decisão e oposição

Na região norte de Moçambique, é tradição consultar os mais idosos da família antes de tomar decisões importantes. Atija e o esposo se reuniram com a tia Carmem, que a tinha criado e que era curandeira. Tia Carmem ouviu o pedido de Atija e sugeriu: “Fale sobre isso com sua mãe.” A mãe de Atija, viúva, disse: “Não criei você. Fale com seu tio.” Tio Candido não quis dar permissão. Ele jurou que nunca mais a visitaria se decidisse pelo batismo.

Aquelas palavras lhe foram assustadoras, mas decidiu ir adiante com o batismo. Ela e o marido foram batizados no mesmo dia. Nenhum parente assistiu à cerimônia. Naquele período, Atija teve um menino, Dionisio, que sofreu séria enfermidade. Porém, recusou qualquer tratamento dado pela tia ou outro curandeiro.

Certo dia, o tio Candido apareceu à sua porta com uma lança. “Estou esperando esse menino morrer”, disse. “Quando acontecer, cortarei seu pescoço.” Dois dias se passaram. O menino se recusava comer e começou a enfraquecer. Atija e o marido oravam fervorosamente. No terceiro dia, o bebê começou a amamentar e os exames revelaram que estava bem. Então, o tio voltou para casa com a lança.

O mal foi derrotado

“Nós vimos a derrota do mal”, Atija diz. “Meu filho estava tão doente que poderia ter morrido. Mas, pela graça de Deus, foi curado”. A cura impressionou a irmã mais nova de Atija, que decidiu se tornar adventista do sétimo dia. Um ano depois, o irmão e outra irmã foram batizados. Em seguida, a mãe foi batizada, seguindo-se a tia Carmem.

No dia do batismo da tia Carmem, o pastor a mergulhou três vezes. Na primeira vez, ao ser erguida da água, ela começou a gritar palavras que ninguém entendia. O pastor olhou para ela e disse: “Vamos batizá-la novamente.” Quando levantou a

segunda vez, continuou gritando uma torrente de palavras. Finalmente, o espírito mau a deixou após a terceira imersão.

Atualmente tia Carmem é diaconisa da igreja. O tio Candido, que jurou nunca visitar a sobrinha se ela se batizasse, foi visitá-la depois do batismo da esposa, anunciando que também desejava ser batizado. Ele morreu um ano após o batismo.

“Toda minha família se entregou a Cristo e somos membros da mesma igreja”, Atija diz. “Louvo a Deus porque a mesma família que se opunha está ao meu lado na igreja adventista”. Atualmente com 57 anos, Atija é casada com Lázaro, pastor em Nampula.

Parte da oferta deste trimestre ajudará a construir um orfanato para crianças que perderam os pais vítimas do HIV/AIDS em Nampula. Muito agradecemos por sua oferta.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2019

Tema Geral: O livro do Apocalipse

Lição 3: 12 a 19 de janeiro

A mensagem de Jesus às sete igrejas

Autor: Érico Tadeu Xavier

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia” (Ap 1:1).

Essas sete igrejas e as mensagens que lhes são dirigidas se aplicam a sete períodos ou condições da igreja do primeiro ao segundo advento de Cristo. Tem-se afirmado que essas igrejas foram escolhidas porque suas necessidades espirituais e condições gerais representavam a situação das diversas partes da igreja no mundo em algum tempo da história. O fato de que o número total é sete denota que todas elas juntas representam a totalidade dos crentes no passado e no presente.

1. As quatro primeiras igrejas

Diagrama com as quatro primeiras igrejas do Apocalipse:

ESMIRNA. Durante o período de Esmirna, os imperadores romanos favoreceram as perseguições aos cristãos. Houve ataques durante os reinados de Trajano (98-117), Adriano (117-138), Tito Antonino Pio (138-161), Marco Aurélio (161-180), Sétimo Severo (193-211), Décio Trajano (249-251) e Valeriano (253-260).ÉFESO. Simbolizava a igreja apostólica e foi brevemente estudada na lição anterior.

O livro de Atos revela que muitas das dificuldades da igreja primitiva resultaram de acusações caluniosas lançadas contra ela pelos judeus (ver Atos 13:45; 14:2 e 19; ·17:5 e 13; 18:5, 6 e 12; 21:27). Evidentemente, esta era também a situação em Esmirna.

PÉRGAMO. Visto que o período representado por Pérgamo foi o do desenvolvimento do papado (313 a 538 d.C.), parece ser evidente que 'o trono de Satanás' é uma referência ao centro da adoração papal: Roma. Foi nesse período que os costumes do paganismo tiveram ingresso na igreja cristã. Muitos dos ritos e cerimônias pagãos previamente introduzidos na religião, incluindo a festividade pagã relacionada ao domingo (dia do Sol), foram então estabelecidos por lei. “A conversão nominal de Constantino, na primeira parte do século quarto, causou grande regozijo; e o mundo, sob o manto de justiça aparente, introduziu-se na igreja” (O Grande Conflito, p. 49, 50).

TIATIRA. "Tiatira significa 'sacrifício de contrição' e adequadamente representa o período da história da igreja em que a fé simples foi mudada por meio da apostasia, ou sacrificada, sendo substituída por obras e penitências. A salvação não pode ser comprada nem merecida por nenhum meio. Ela é dom de Deus. Vem a nós pela graça, e pela graça somente. Mas no quarto período da história da igreja os homens se desviaram da simplicidade do evangelho de Cristo e em seu lugar construíram um elaborado ritual e um sacerdócio de feitura humana” (O Apocalipse Revelado, p. 39).

2. As três últimas igrejas

Diagrama com as três últimas igrejas do Apocalipse:

FILADÉLFIA. Amor fraternal é o significado de Filadélfia, período aplicado à igreja durante a mensagem da hora do juízo, em 1844. A Chave de Davi: "Este versículo aplica a profecia de Isaías acerca de Eliaquim a Cristo (Is 22:20-22; ver 2 Reis 18:18). Eliaquim foi designado para supervisionar a casa de Davi, conforme demonstra o fato de que receberia “a chave da casa de Davi”. Cristo tem a “chave”, o que indica Sua jurisdição sobre a igreja e sobre o propósito divino que deve ser alcançado por meio dela” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 757, 758; sobre a porta que “ninguém pode fechar”, ver Primeiros Escritos, p. 42 a 44).SARDES. "Aplicando esta mensagem ao período pós-Reforma, veremos que se ajusta de modo cabal. Os que lideraram a Reforma eram homens de vigorosa consagração, mas seus seguidores, supondo que todas as batalhas já houvessem sido ganhas, acomodaram-se em uma religião organizada. Grandes movimentos iniciados por homens como Lutero e Knox tornaram-se meras religiões de Estado, sustentadas pelo erário público. Autossuficientes e satisfeitas com conquistas passadas, essas pessoas deixaram de sentir as necessidades do grande mundo pagão" (Roy Allan Anderson, O Apocalipse Revelado, p. 46).

LAODICEIA. Esta igreja existe no tempo do juízo e da proclamação das mensagens angélicas finais (Ap 14:6-12). "Muitos dentre o professo e peculiar povo de Deus se acham tão conformados com o mundo que seu caráter exclusivo não é distinguido; e isso dificulta a distinção ‘entre o que serve a Deus e o que não O serve’ (Ml 3:18). Deus faria grandes coisas por Seu povo, se ele se apartasse do mundo e permanecesse separado. Se tivessem se submetido à Sua guia, Ele os tornaria um louvor em toda a Terra. Diz a Testemunha fiel e verdadeira: “Eu conheço as tuas obras” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 125).

Conclusão – A verdade inigualável da igreja cristã é a de que Deus tomou a iniciativa em Cristo de buscar os perdidos e salvá-los de seus pecados. Nas cartas às sete igrejas, Cristo é retratado como Alguém que Se aproxima de Seu povo com conselhos, conforto, repreensões e elogios, a fim de prepará-lo para Seu reino.

Conheça o autor do comentário: Érico Tadeu Xavier é graduado em Teologia Pastoral (1991). Tem mestrado (2000) pelo Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia; Doutorado (PhD) pelo South African Theological Seminary (2011). Pós-doutorado (2014) na área de teologia sistemática pela FAJE – Faculdade de Filosofia e Teologia Jesuíta, de Belo Horizonte. Foi professor de teologia na Bolívia e na Bahia, na FADBA. Atualmente é professor de teologia sistemática no SALT – IAP. Autor de 11 livros, é casado com a psicopedagoga e mestre em educação Noemi, com que tem dois filhos, Aline e Joezer, que são casados e vivem no Paraná.