Lição 9
25 a 31 de maio
Perdas
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ne 1–4
Verso para memorizar: “Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3:8).
Leituras da semana: Mc 5:22-24, 35-43; 1Pe 5:6, 7; Gn 37:17-28; Lc 16:13; Rm 6:16; 1Co 15:26

No momento em que Adão e Eva comeram do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, eles sofreram sua primeira perda, a da inocência. Essa inocência perdida foi substituída pelo egoísmo, pelo conflito, pela culpa e pelo desejo de controlar e exercer supremacia sobre os outros.

Logo após a queda, eles testemunharam a primeira perda de vida ao receberem peles de animais para cobrir sua nudez. Banidos do acesso à árvore da vida para que não comessem e vivessem para sempre, eles também perderam seu lar, o jardim perfeito, e anos depois perderam seu filho, Abel, nas mãos de seu irmão, Caim. No fim, um deles perdeu o cônjuge e, finalmente, o parceiro sobrevivente perdeu a própria vida. Tantas perdas vieram como resultado de uma única decisão!

Todos conhecemos a realidade e a dor da perda e sentimos mais profundamente quando ela nos atinge no âmbito familiar. E não é de admirar, pois na família temos nossos laços mais próximos. Portanto, a perda na família, em suas muitas formas, nos atinge da maneira mais dolorosa.

Nesta semana, continuaremos examinando a vida familiar e destacaremos o contexto das diversas perdas.



Domingo, 26 de maio
Ano Bíblico: Ne 5–8
Perda da saúde

Há milhares de anos estamos separados da árvore da vida; e percebemos isso, especialmente em relação à nossa saúde física. Mais cedo ou mais tarde, a menos que morramos jovens por uma situação fatal, chegamos à dura realidade da perda da saúde.

E, por mais difícil que seja a perda da saúde, não é muito mais doloroso quando ela ocorre conosco ou com alguém da nossa família? Quantos pais e mães, especialmente ao lidarem com um filho doente, desejaram que fossem eles que estivessem enfermos em vez de seu filho? Infelizmente, essa escolha não cabe a nós.

1. O que os seguintes relatos têm em comum? Mc 5:22-24, 35-43; Mt 15:22-28; Lc 4:38, 39; Jo 4:46-54. Assinale a alternativa correta:

A. (  ) Todas as pessoas curadas nesses relatos eram mulheres.

B. (  ) A insistência de familiares para que Jesus curasse o enfermo.

Em todos esses casos, e certamente em muitos outros, alguém suplica a ajuda de Jesus em favor de outro membro da família.

Sofremos porque vivemos em um mundo caído. Quando o pecado entrou no planeta, o resultado não foi apenas a morte, mas também dores e enfermidades crônicas. Quando nos deparamos com uma doença crônica ou terminal, podemos ficar chocados, desesperados, irados e até sentir vontade de gritar: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?” (Sl 22:1). Como fez Davi, faríamos bem em levar nossas perguntas, ira e dor a Deus.

Em muitos aspectos, a doença e o sofrimento permanecerão um mistério até que a morte seja finalmente derrotada no retorno de Jesus. Ao mesmo tempo, podemos extrair importantes verdades da Palavra de Deus. Embora tivesse sofrido uma dor inexprimível, Jó experimentou uma intimidade mais profunda com Deus. Ele explicou: “Eu Te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos Te veem” (Jó 42:5). Paulo teve uma doença crônica, e a maneira pela qual ele lidou com ela revela que o sofrimento pode nos habilitar a confortar outras pessoas, nos dar compaixão por outros sofredores e nos capacitar a ministrar de maneira mais eficaz (2Co 1:3-5),
isto é, se não permitirmos que ele nos destrua.

Se nós ou nossos familiares estivermos sofrendo com uma doença, quais promessas podemos reivindicar? Em momentos como esse, por que o sofrimento de Jesus na cruz é tão importante? Em meio às doenças, o que o Crucificado nos ensina sobre o amor infalível de Deus?


Segunda-feira, 27 de maio
Ano Bíblico: Ne 9–11
Perda da confiança: parte 1

Todos somos pessoas pecaminosas e disfuncionais que, em algum momento, nos mostraremos indignas da confiança que alguém depositou em nós. E quem já não foi vítima da traição de alguém em quem confiava? Por mais difícil que seja essa perda, é sempre muito pior quando essa situação envolve alguém da família.

Às vezes parece mais fácil fugir quando decidimos que o relacionamento não vale o esforço da reconstrução. Evidentemente, não é tão fácil quando a pessoa é um membro da família, como o cônjuge. Poderíamos dizer que um dos propósitos do casamento é nos ensinar a lição de reconstruir a confiança quando ela é quebrada.

2. Quando a confiança em um relacionamento fica comprometida, como podemos curá-la e restaurá-la? 1Pe 5:6, 7; 1Jo 4:18; Tg 5:16; Mt 6:14, 15

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Reconstruir a confiança quebrada é uma jornada; devemos dar um passo de cada vez. A jornada começa com um sincero reconhecimento da dor causada e a confissão da verdade, não importa qual seja a ofensa nem quem seja o ofensor.

Quando o adultério é a causa do rompimento, a cura começa quando o traidor confessa. Como parte do processo de cura, a confissão deve acompanhar a completa transparência por parte do traidor. Nada deve permanecer oculto, ou então, quando for descoberto (e será descoberto), a confiança restabelecida será destruída. E quando a confiança é quebrada uma segunda vez, torna-se ainda mais difícil restaurá-la.

Reconstruir a confiança requer tempo e paciência. Quanto mais grave a ofensa, mais tempo levará para ser reparada. Devemos aceitar o fato de que, às vezes, parece que estamos dando dois passos para frente e três para trás. Um dia parece que há esperança para o amanhã e, no dia seguinte, temos vontade de fugir. No entanto, muitos conseguiram reconstruir seu relacionamento rompido e desenvolveram um casamento mais profundo, íntimo, satisfatório e feliz.

Quais princípios da restauração do casamento podem ser usados em outras situações em que a confiança foi quebrada? Ainda que possamos perdoar, há ocasiões em que não devemos mais acreditar nessa pessoa?


Terça-feira, 28 de maio
Ano Bíblico: Ne 12, 13
Perda da confiança: parte 2

Outra maneira de perder a confiança é a prática da violência familiar. Por mais impensável que seja, pesquisas revelam que o lar é o ambiente mais violento da sociedade. A violência familiar atinge todo tipo de família, incluindo lares cristãos. E consiste em qualquer agressão cometida por uma ou mais pessoas contra alguém da família: verbal, física, emocional, sexual e negligência ativa ou passiva.

3. A Bíblia inclui relatos de violência familiar, mesmo entre o povo de Deus. Quais são seus pensamentos e sentimentos ao ler esses versículos? Por que essas histórias foram preservadas nas Escrituras? Gn 37:17-28; 2Sm 13:1-22; 2Rs 16:3; 17:17; 21:6

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Um comportamento abusivo é a escolha consciente de uma pessoa de exercer poder e controle sobre outra. Não pode ser explicado nem justificado pelo alcoolismo, estresse, necessidade de satisfazer os desejos sexuais, necessidade de controlar melhor a ira nem por algum comportamento das vítimas. As pessoas prejudicadas não são responsáveis pelo abuso cometido pelo abusador. Os abusadores distorcem e pervertem o amor, pois “o amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13:10). O tratamento profissional pode facilitar a mudança no comportamento de um abusador, mas somente se a pessoa assumir a responsabilidade por seu comportamento e procurar essa ajuda. Ao que estiver aberto à presença de Deus, Ele é capaz de fazer infinitamente mais para ajudar o abusador a parar de abusar, a se arrepender de suas atitudes e comportamento, a fazer restituição de todas as maneiras possíveis e a incorporar as qualidades do amor ágape para curar seu coração e capacitá-lo a amar as outras pessoas (compare com Ef 3:20).

Tente se colocar no lugar de alguém traumatizado pela violência. Quais palavras de aceitação, conforto e esperança você gostaria de ouvir? Por que é importante oferecer segurança e aceitação em vez de conselhos sobre como conviver melhor com o agressor?

Fortaleça sua vida por meio do estudo da Palavra de Deus: acesse o site http://reavivadosporsuapalavra.org

Quarta-feira, 29 de maio
Ano Bíblico: Et 1–4
Perda da liberdade

Só Deus sabe quantos milhões, até bilhões de pessoas, lutam contra algum vício. Até hoje os cientistas ainda não compreendem exatamente o que causa o vício, embora em alguns casos eles possam ver a parte do cérebro em que os anseios e desejos estão localizados.

Infelizmente, encontrar a “localização” desses vícios não é a mesma coisa que obter a libertação deles.

O vício é um problema para todos, não apenas para o viciado. Pais, cônjuges e filhos sofrem muito quando alguém da família está sob o domínio de um poder do qual ele simplesmente não consegue se livrar.

Drogas, álcool, fumo, jogos de azar, pornografia, sexo, e até mesmo comida – o que transforma essas coisas em vícios é a natureza habitual e progressiva de seu uso ou abuso. Somos incapazes de parar mesmo quando sabemos que o vício está nos prejudicando. Embora desfrutemos da liberdade de escolha, tornamo-nos escravos de tudo aquilo em que estamos viciados e, portanto, perdemos a liberdade. Pedro tinha uma explicação simples sobre o que é um vício e quais são seus resultados: “Prometendo-lhes liberdade, eles mesmos são escravos da corrupção, pois o homem é escravo daquilo que o domina” (2Pe 2:19, NVI).

4. O que pode levar as pessoas ao vício? Lc 16:13; Rm 6:16; Tg 1:13-15; 1Jo 2:16. Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A. (  ) A cobiça, a concupiscência da carne e dos olhos e a soberba da vida.

B. (  ) A liberdade de escolha e as injustiças sociais.

Pecado e vício não são necessariamente a mesma coisa. Você pode cometer um pecado no qual não é viciado, embora frequentemente ele possa se transformar em um vício. É muito melhor, mediante o poder de Deus, parar com o pecado antes que ele se torne um vício. A única solução duradoura para o problema do pecado e do vício é receber um novo coração. “Os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5:24). Paulo também explicou aos romanos o que significa morrer para aquela natureza pecaminosa e viciante, a fim de que possamos viver para Cristo (Rm 6:8-13). Ele também disse: “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13:14).

Quem ainda não lutou contra o vício ou conheceu a batalha de outras pessoas com algum vício? Como podemos ajudar os outros a perceber que não se trata de admissão de fracasso espiritual se, mesmo como cristãos, eles precisarem de ajuda profissional?


Quinta-feira, 30 de maio
Ano Bíblico: Et 5–7
Perda da vida

Como seres humanos, conhecemos a realidade da morte. Lemos a respeito dela, convivemos com ela e talvez até tenhamos chegado perto de enfrentá-la.

5. Leia 1 Coríntios 15:26. Como a morte é descrita? Por que ela é descrita dessa maneira?

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Quem, tendo perdido uma pessoa amada, não sente pessoalmente o quanto a morte é um inimigo poderoso? Por outro lado, os mortos estarão em “boas circunstâncias”, caso eles fechem os olhos no Senhor e, em um tempo que pareça apenas um instante, sejam ressuscitados para a imortalidade. “Para o crente a morte não é senão de pouca importância. [...] Para o cristão a morte não é mais que um sono, um momento de silêncio e escuridão. A vida está escondida com Cristo em Deus, e ‘quando Cristo, que é a nossa vida, Se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória’” (Cl 3:4; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 787).

Os vivos, especialmente os amigos ou familiares do falecido, conhecem a dor e a tristeza após a morte. O fato é que o luto é uma resposta natural e normal à perda. É o sofrimento emocional que vivenciamos quando algo ou alguém que amamos nos é tirado.

O processo do luto não é igual para todos, mas a maioria das pessoas passa por vários estágios. Normalmente, a primeira reação à morte de um ente querido é o choque e a negação, mesmo quando a morte é esperada. O choque é a proteção emocional por ser subitamente esmagado pela perda e dura de dois a três meses. Podemos também passar por um momento em que somos constantemente consumidos por pensamentos sobre o ente querido, mesmo durante tarefas comuns. Muitas vezes as conversas se voltam para nossa perda ou para a pessoa querida. Esse período pode durar de seis meses a um ano.

O estágio do desespero e depressão é um longo período de pesar, provavelmente o estágio mais doloroso e prolongado, durante o qual gradualmente aceitamos e lidamos com a realidade da perda. Nesse estágio, podemos sentir emoções como ira, culpa, arrependimento, tristeza e ansiedade. O objetivo do luto não é eliminar a dor ou as lembranças da nossa perda. No estágio final da recuperação, começamos a ter interesse renovado nas atividades diárias e a exercer nossas funções normalmente.

Quais palavras confortadoras encontramos na Bíblia? Rm 8:31-39; Ap 21:4; 1Co 15:52-57.


Sexta-feira, 31 de maio
Ano Bíblico: Et 8–10
Estudo adicional

Muitos sofrem como resultado de seus vícios. Eles se tornam escravos de seus desejos e perdem dinheiro, trabalho, saúde e liberdade. Mas Jesus veio para nos libertar do nosso pecado e de todos os nossos vícios. Se, pois, o Filho nos libertar, verdadeiramente seremos livres (Jo 8:36). Jesus também prometeu que sempre estaria conosco (Mt 28:20; Is 43:2); portanto, não temos que enfrentar essa guerra sozinhos. Na verdade, devemos nos lembrar de que a batalha é do Senhor (1Sm 17:47) e Ele promete a vitória (1Pe 1:3-9). Hoje podemos começar a trilhar o caminho da vitória sobre todo vício e receber a liberdade que desejamos e que Deus quer para nós. Isso não significa que não teremos lutas nem significa que não podemos, às vezes, falhar. Mas a boa notícia é que, desde que não desistamos do Senhor, Ele não desistirá de nós. E, evidentemente, não há nada de errado em procurar também ajuda profissional. Assim como o Senhor usa um médico para ajudá-lo com problemas de saúde, Ele também pode guiar um conselheiro profissional para o ajudar na questão do vício.

“Quando nos assediam dificuldades e provações, devemos fugir para Deus e confiantemente esperar auxílio Dele, que é poderoso para salvar e forte para livrar. Temos que pedir as bênçãos de Deus, se é que as queremos receber. A oração é um dever e uma necessidade; não negligenciamos, porém, o louvor? Não deveríamos mais frequentemente render ações de graças ao Doador de todas as nossas bênçãos? Precisamos cultivar a gratidão. Devemos frequentemente contemplar e contar de novo as misericórdias de Deus e louvar e glorificar o Seu santo nome, mesmo quando passamos por tristeza e aflição” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 268).

Perguntas para discussão

1. Qual é a função do perdão na restauração de um relacionamento rompido? (Mt 6:12-15; 18:21, 22) “O amor [...] não se ressente do mal”
(1Co 13:4, 5).

2. Qual é o benefício de contemplar e relatar as misericórdias de Deus ao passarmos por tristeza e aflição?

3. Como podemos, como igreja, ajudar os que estão sofrendo com qualquer tipo de perda?

Respostas e atividades da semana:

1. B.

2. Por meio do amor, quando confessamos os nossos pecados a Deus e uns aos outros e concedemos o perdão.

3. Peça que os alunos descrevam resumidamente os episódios apresentados nas passagens bíblicas e comentem a questão.

4. V; F.

5. A morte é descrita como nosso último inimigo a ser vencido, pois de todas as coisas deste mundo pecaminoso a morte é a última consequência do pecado.



Resumo da Lição 9
Perdas

Existem algumas fases da vida familiar que jamais gostaríamos de atravessar. Algumas são inevitáveis, mas também extremamente dolorosas, como a eventual perda da saúde e da vida. Outras fases nunca imaginamos que pudessem ocorrer conosco. Quem poderia imaginar que o dia do nosso casamento, quando ficamos em pé diante de amigos e familiares, também poderia ser o início de uma história de adultério, de vício ou de violência doméstica? A lição desta semana considera algumas das realidades mais difíceis da vida familiar às quais somos expostos, e as aborda à luz de conselhos bíblicos e cristãos.

Não há dúvida de que nossa saúde física e bem-estar são uma preocupação para o nosso Senhor. Quando sofremos, Ele sofre: “Certamente, Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si” (Is 53:4). Poderíamos pensar que, quando o Messias veio ao mundo, Ele tivesse responsabilidades mais urgentes do que passar o tempo curando pessoas, mas estaríamos errados. Ele passou a maior parte do tempo fazendo exatamente isso. Portanto, Sua constante preocupação e cuidado pelos doentes deve ser sempre o selo do ministério daqueles que levam Seu nome.

“Eu confiei em você!” – essas palavras geralmente são pronunciadas após terríveis atos de traição. O próprio Jesus sabe o que é ser traído (Lc 22:48) e pode ter compaixão de todos os que tiveram sua confiança destruída. Até mesmo Suas palavras a respeito do adultério (Mt 5:28), embora muitas vezes lidas à luz da santidade pessoal, podem ser vistas como uma tentativa de preservação do compromisso conjugal ao proibir sabiamente que se faça no coração aquilo que a lei condena no corpo.

A cosmovisão de um Deus sofredor

Em certo nível, todos devemos lutar intelectualmente com a persistente dor e sofrimento no mundo. A primeira luta séria de José aconteceu em um serviço memorial (um tipo de homenagem tradicional nos Estados Unidos, realizada em memória de uma pessoa falecida, e que acontece geralmente uma semana após o sepultamento) informal, em que ele teve que olhar dentro dos olhos de uma mãe e falar sobre um Deus que estava presente quando seu filho (o melhor amigo de José durante o ensino fundamental) sofreu um acidente de carro e teve danos cerebrais, os quais, posteriormente, o levaram ao suicídio para acabar com sua vida tão difícil. José ainda não tinha vinte anos de idade e tampouco seu melhor amigo. Geralmente é difícil saber o que dizer nesses momentos. Sem dúvida, não foi fácil para José. Mas teria sido mais difícil se o Deus que José estava compartilhando com a mãe do seu melhor amigo não tivesse visto Seu próprio Filho ser pendurado e morto sobre uma cruz. Nosso Deus bebeu até a última gota da própria dor e sofrimento e, portanto, está capacitado por Sua própria experiência a compreender nossa dor e nos ajudar a lidar com ela.

Em sua obra The Cross of Christ [A Cruz de Cristo] (Downers Grove, IL.: InterVarsity Press, 2006), o recentemente falecido teólogo John R. W. Stott afirmou: “Eu nunca poderia acreditar em Deus, se não fosse pela cruz. [...] No mundo real de dor, como alguém poderia adorar um Deus que fosse imune a ela?” E Ele continua dizendo que nossos sofrimentos se tornam mais aceitáveis à luz dos Seus sofrimentos. Que verdade confortadora!

Exemplos encorajadores

Annie Johnson Flint ficou órfã quando era criança e adquiriu grave artrite reumatoide, que torceu e atormentou seu corpo por meio da dor. Ela desenvolveu câncer e posteriormente lutou contra a cegueira. Sua dor e as feridas em seu corpo eram tão intensas que ela mantinha sete ou oito travesseiros apoiando seu corpo, conforme declarou seu biógrafo, descrevendo a última vez em que a viu. No entanto, dessa debilitada filha de Deus, veio este hino de louvor:

Mais graça Ele concede quando os fardos aumentam,

Mais força envia quando aumentam os labores;

Em grandes aflições, Ele acrescenta Sua misericórdia,

Em meio às muitas provações, Sua paz é multiplicada.

Quando exaurimos nossa reserva de resistência,

Quando nossa força falha antes do meio-dia

Quando chegamos ao fim dos nossos recursos acumulados

A plenitude das bênçãos do nosso Pai apenas começou.

Não temas que tua necessidade exceda Sua provisão,

Nosso Deus sempre anseia compartilhar Seus recursos;

Apoia-te firmemente no braço eterno, valendo-te dele;

Tanto a ti quanto o teu fardo o Pai vai suportar.

Seu amor não tem limites, Sua graça não tem medida,

Os limites do Seu poder são desconhecidos pelos homens;

Porque das Suas infinitas riquezas em Jesus

Ele dá e dá e dá outra vez.

Quando pensamos na perda da vida, devemos nos lembrar da morte de Henrique White, o filho primogênito de Ellen White. Ele contraiu um resfriado, desenvolveu pneumonia e ficou gravemente doente. Ellen White relata um momento comovente com seu filho: “Quando Henrique White, nosso filho mais velho, estava à morte, ele disse: ‘Um leito de dor é lugar precioso quando temos a presença de Jesus’” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 274). Em dezembro de 1863, Tiago e Ellen White perderam seu “doce cantor”. Ele pediu que o sepultassem ao lado de seu irmão mais novo, John Herbert, para que pudessem acordar juntos na ressurreição. Ele tinha apenas dezesseis anos quando morreu, mas deixou um dom nascido da experiência: a presença de Jesus e a promessa da ressurreição. Esses presentes gêmeos tornam todas as coisas suportáveis.

A raiz da violência e do adultério

Seja por cristãos ou incrédulos, todos deveriam elogiar Jesus de Nazaré por Sua disposição em expor as raízes do mal humano. A maioria das pessoas consegue reconhecer problemas sociais, como violência doméstica e adultério, mas falha em propor soluções rigorosas o suficiente para fazer uma diferença significativa. Jesus, por outro lado, não hesitou em expor e depois cortar a raiz desses vícios. Como a lição aborda o assunto da violência e infidelidade na família, faríamos bem em prestar atenção ao perspicaz discernimento de Jesus sobre esses assuntos.

Jesus conecta as sementes da infidelidade conjugal e do assassinato (o ápice da violência) a atividades de que todos nós já participamos pessoalmente (Mt 5:21, 22, 27, 28). A triste realidade é que o olhar sensual e o espírito irado, algo que todos experimentamos, coloca cada um de nós em uma trajetória que, se não for controlada, termina em adultério e assassinato. Se isso soa muito extremista, considere o apelo de Jesus ao mais alto tribunal do país, o Sinédrio e, finalmente, ao “fogo do inferno” simplesmente por causa das iradas declarações de desprezo dirigidas a outra pessoa (Mt 5:22). Essa linguagem não é um exagero, mas o realismo brutal de que o assassinato e o adultério são os frutos das sementes da lascívia e da ira.

Jesus não apenas preveniu como também Se antecipou ao lidar com o pecado sexual e o assassinato (violência extrema). Ele trouxe a “batalha até o inimigo” em sua fase inicial; ou seja, o olhar sensual e a palavra irada. Ele não é tão ingênuo a ponto de esperar para deter a violência de um homem já meio enlouquecido de ira ou esperar que haja fidelidade sexual de alguém completamente entregue aos insistentes olhares sensuais ou à imaginação. Imagine uma sociedade (família, igreja e Estado) que tivesse levado a sério as palavras de Jesus e inculcasse desde os primeiros anos uma sensação de pavor ou vergonha sempre que alguém tivesse um acesso de ira, e também censurasse toda pessoa que nutrisse pensamentos ou olhares licenciosos. Não seriam evitados muitos problemas e pecados?

Testemunho trágico

Seria de se esperar que os lares que proclamam seguir Jesus – lares cristãos – ficassem isentos da violência doméstica. Mas, ao contrário, Benjamin Keyes, do Centro para Estudos de Trauma da Universidade Regent, lamenta o fato de que “nos casamentos cristãos haja uma frequência muito maior de violência doméstica do que nos lares não cristãos” (Charlene Aaron, “Domestic Abuse in the Church: ‘A Silent Epidemic’” [Violência Doméstica na Igreja: “Uma Epidemia Silenciosa”], de 5 de fevereiro de 2006. Disponível em: <http://www1.cbn.com/cbnnews/us/2016/January/Combating-Domestic-Abuse-in-the-Church>). Talvez histórias como a de Marlene precisem ser destacadas: “Uma mulher que chamarei de ‘Marlene’ foi ao seu pastor para pedir ajuda. ‘Meu marido está me batendo’, disse ela. ‘Na semana passada ele me derrubou e me chutou, quebrando uma das minhas costelas. O pastor de Marlene foi compreensivo. Ele orou com Marlene – então lhe disse que voltasse para casa. ‘Tente ser mais submissa’, ele aconselhou. ‘Afinal de contas, seu marido é seu cabeça espiritual’. Duas semanas depois, Marlene estava morta – assassinada pelo marido violento. Sua igreja não podia acreditar. O marido de Marlene era diácono e professor da escola dominical. Como teve coragem de fazer isso?” (Chuck Colson, “Domestic Violence Within the Church: The Ugly Truth” [A Violência Doméstica Dentro da Igreja: A Verdade Repugnante], de 20 de outubro de 2009. Disponível em: <http://www.christianheadlines.com/news/domestic-violence-within-the-church-the-ugly-truth-11602500.html>).

O estudo desta lição apresenta uma oportunidade para tomar o que tem sido considerado uma “epidemia silenciosa” e denunciá-la, encorajando os que estão sob esse tipo de abuso a procurar ajuda imediatamente.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

A lição desta semana se ocupou com as experiências mais sombrias da vida. No entanto, ela aborda o que realmente está acontecendo nas casas dos membros da igreja.
A classe da Escola Sabatina apresenta uma oportunidade para que pessoas que estão sofrendo compartilhem e busquem ajuda. Fique atento a esses momentos. Discuta algumas das maneiras práticas pelas quais as igrejas podem se tornar refúgios para famílias em dificuldades. Aqui estão alguns pontos para iniciar a discussão.

1. Uma forma de criar uma comunidade de cura dentro de uma igreja é conectar aqueles que sofreram no passado com aqueles que sofrem no presente. Mesmo aqueles que estão sofrendo no presente podem ministrar a outros que sofrem. Peça à classe que pense em maneiras pelas quais a igreja local pode alcançar esse objetivo, inspirando-a com esta citação: “Os que têm suportado as maiores tristezas são frequentemente os que levam aos outros os maiores confortos, introduzindo a luz do Sol aonde quer que vão. Esses foram purificados e enternecidos por suas aflições; não perderam a confiança em Deus quando assaltados pelas dificuldades, mas se apegaram mais intimamente ao Seu amor protetor” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 275).

2. A violência na família é um problema por muitos motivos, mas, principalmente, porque  essa violência geralmente está oculta sob o silêncio e a negação. Assim como a Bíblia é transparente sobre os abusos de suas notáveis famílias (Gn 4:8, 37:17-36, 2Sm 11:4; 13:14), a violência de todos os tipos, dentro das famílias, precisa ser abordada por razões de segurança, responsabilidade e compromisso cristão. Como a igreja local pode criar meios para que as vítimas de abuso encontrem refúgio dentro de seus muros?


Desejo para o ano novo

 

Jovens erguiam as taças de vinho enquanto expressavam seus desejos a Deus, na festa de ano novo, na praia da ilha de Itaparica, Brasil. “Quero um ano repleto de bênçãos”, disse um. “Quero dinheiro”, disse outro. “Quero encontrar o amor da minha vida”, declamou um terceiro.

Beatriz de Jesus Santana escutou enquanto os amigos falavam na Praia de Aratuba, um ponto de encontro popular, localizado a uma hora de balsa de sua casa em Salvador, cidade de três milhões de habitantes. Ela se perguntou como beber e festejar melhoraria a vida. Então, falou: “Não quero pedir nada a Deus. Simplesmente quero agradecer por tudo o que aconteceu neste ano. Consegui uma bolsa na universidade e um bom estágio em uma empresa de engenharia. Muitas coisas boas aconteceram.”

Na segunda-feira, Beatriz não se sentiu bem no emprego. Ela estava exausta com os festejos do final de semana. Sua chefe, Ana Christina, compreensiva, sentou-se ao seu lado e pegou o celular. Nele, ligou um vídeo de três minutos. Beatriz assistiu com interesse a um pastor falar sobre Jesus. Ele não falava como seus amigos. Na manhã seguinte, Ana Christina enviou outro vídeo de três minutos para o celular de Beatriz via whatsapp. Outro vídeo curto chegou no dia seguinte. Beatriz ficou impressionada com a expressão pacífica do pastor. Ela morava com um pai divorciado. Ele bebia muito e os dois sempre discutiam. As discussões eram a principal razão para Beatriz sair para festas e começar a beber.

Depois de vários dias, Beatriz pesquisou o nome do pastor pois desejava conhecê-lo mais. Então, descobriu que o pastor era orador do canal Novo Tempo, afiliada brasileira do canal de televisão Hope Channel da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Beatriz começou a assistir aos programas e acompanhava as citações bíblicas, para se certificar de que o pastor falava a verdade. Ela ficou impressionada ao descobrir os Dez Mandamentos e a guarda do sábado. Ela nunca ouvira sobre o sábado.

Após três semanas estudando a Bíblia com o programa de televisão, Beatriz pediu a Deus que perdoasse a vida passada. Abriu o coração para Ele e, pela primeira vez, acreditou que Ele ouviu quando ela orou. Beatriz procurou uma igreja. Um amigo a convidou para uma igreja que guardava o domingo, mas ela se lembrou do quarto mandamento sobre o sábado do sétimo dia e se perguntou por que a igreja não obedecia à Bíblia. Percebendo o novo relacionamento de Beatriz com Deus, Ana Cristina a convidou para ir ao Projeto Partilhando Jesus, onde dezenas de pessoas se reúnem em pequenos grupos em várias salas para estudar a Bíblia aos sábados e outros dias da semana.

Imediatamente, Beatriz se apaixonou por essa homechurch. “Recebi abraços e me senti acolhida”, disse numa entrevista, “senti paz”. Também ficou surpresa com a forma como foi tratada, e se perguntou: “Por que estas pessoas se importam tanto comigo? Elas não me conhecem, mas me dizem: ‘Tenha um ótimo dia!’ Querem saber sobre meu conhecimento da Bíblia e como estou estudando. Preocupam-se comigo antes de saberem quem eu realmente sou!”

Dois jovens da igreja, Amanda e Vitor, deram estudos bíblicos a Beatriz todos os sábados. Finalmente, Beatriz entregou o coração a Jesus e foi batizada em uma piscina do lado de fora da igreja. Ana Christina chorou de alegria ao testemunhar essa entrega. Hoje, Beatriz ora para que o pai, mãe e irmão mais velho aceitem Jesus. Seu irmão já estuda a Bíblia com os programas do canal Novo Tempo. “Eu não costumava acreditar em milagres”, diz Beatriz. “Acreditava que os milagres eram impossíveis. Mas Deus realizou um verdadeiro milagre em minha vida. Eu tinha um vazio que as festas e a bebida não podiam preencher. Era um vazio que era do tamanho certo para Jesus preencher.”

Beatriz celebrou a última véspera de Ano Novo na casa de seu noivo. Eles beberam suco de uva não fermentado e louvaram a Deus por Suas bênçãos.

“Quero me aproximar de Deus”, ela diz. “Quero que o amor por Deus em meu coração jamais acabe.”

Parte da oferta do trimestre ajudará a igreja local a passar de instalações alugadas para um edifício maior, onde também oferecerá aulas de culinária saudável e seminários de saúde. Agradecemos por sua oferta missionária.

 


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2019

Tema Geral: Estações da família

Lição 9: 25 a 31 de maio

Perdas

Autor: Moisés Mattos

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Introdução: Em artigo no jornal Zero Hora do dia 18 de abril de 2013, o médico Flávio Kanter citou o relato de um experiente repórter esportivo. Segundo o jornalista, nos muitos anos de reportagem nos vestiários, ele percebeu que o trabalho mais significativo era no vestiário dos perdedores. Era lá que se defrontava com a natureza humana em toda a sua profundidade. Na derrota, sentindo, elaborando e entendendo o que aconteceu, prepara-se o futuro. A euforia e a bravata dos vencedores não ensinam muito, segundo o repórter. Quando os atletas venciam, não pensavam no que tinham que mudar. Não se ganhava autoconhecimento. Não havia crescimento.

Nesta semana, estamos estudando um pouco sobre as perdas que temos, especialmente no seio familiar. Como conviver com elas? O que aprendemos delas? Essas e outras questões apresentadas na Lição deveriam nos levar à reflexão.

I – Perdas, uma realidade da vida

As perdas são parte integrante da vida. Perde-se na morte, nas doenças limitantes, nas mudanças de fases e ciclos da vida. As pessoas lidam com perdas de maneiras diferentes. Umas negam, agem como se nada houvesse acontecido, reprimem os sentimentos impedindo ou retardando sua superação. Outras se revoltam, procuram achar culpados para o ocorrido e não se conformam. A reação mais saudável se dá quando se aceita a perda e a tristeza decorrente dela, incorporando lembranças e vivências que ficaram, que são o legado do que se perdeu. Quais são algumas perdas mais comuns?

II – Algumas perdas importantes

1. Perda da saúde

Alguém disse que só se valoriza a saúde quando se perde. E a perda da saúde pode ser fruto de transgressão ou do fato de que vivemos neste mundo de pecado e de destruição. Quando alguém fica doente, alguns têm o hábito errado de logo lhe atribuir culpa por algum erro, mas isso não é razoável. "Em muitos aspectos, a doença e o sofrimento permanecerão um mistério até que a morte seja finalmente derrotada na vinda de Jesus. Ao mesmo tempo, podemos extrair importantes verdades da Palavra de Deus. Embora tivesse sofrido uma dor inexprimível, Jó experimentou uma intimidade mais profunda com Deus. Ele explicou: ‘Eu Te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos Te veem’ (Jó 42:5). Paulo teve uma doença crônica, e a maneira pela qual ele lidou com ela revela que o sofrimento pode nos habilitar a confortar outras pessoas, a ter compaixão por outros sofredores e nos capacitar a ministrar de maneira mais eficaz (2Co 1:3-5), isto é, se não permitirmos que ele nos destrua” (Lição de domingo).

A verdade é que, com a doença, podemos aprender muitas coisas: 1. Quando adoecemos, descobrimos nossa finitude e nossa fragilidade. 2. Na enfermidade, vemos a importância da solidariedade humana. 3. Nesses momentos, percebemos que todos somos iguais: pobres e ricos, grandes e pequenos, sábios ou tolos. 4. Nas doenças, verificamos a importância da família, e do amor e cuidado que ela nos devota.

2. Perda da confiança

Como seres disfuncionais, podemos perder a confiança em alguma pessoa, até mesmo o cônjuge. Também podemos ser a “parte culpada” e fazer com que as pessoas percam a confiança em nós. No contexto familiar, essa perda ocorre especialmente em duas situações:

a) Adultério ou infidelidade

Na Bíblia aprendemos que o ser humano deve evitar a imoralidade. O sétimo mandamento da Lei de Deus fala: “Não cometerás adultério.” Deus deu esse mandamento porque sabia que a infidelidade conjugal poderia trazer sérios problemas de culpa e consequentemente de saúde física. Há uma relação entre a atitude mental e a saúde física. Aliás, grande parte das doenças está na mente das pessoas. “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a Tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. Confessei-Te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e Tu perdoaste a iniquidade do meu pecado” (Sl 32:3-5).

"Quando o adultério é a causa do rompimento, a cura começa quando o traidor confessa. Como parte do processo de cura, a confissão deve acompanhar a completa transparência por parte do traidor. Nada deve permanecer oculto, ou então, quando for descoberto (e será descoberto), a confiança restabelecida será destruída” (Lição de segunda-feira).

b) Violência doméstica

Essa é uma triste realidade que atinge lares não cristãos e cristãos. "Um comportamento abusivo é a escolha consciente de uma pessoa de exercer poder e controle sobre outra. Não pode ser explicado nem justificado pelo alcoolismo, estresse, pela necessidade de satisfazer os desejos sexuais, pela necessidade de controlar melhor a ira nem por algum comportamento das vítimas. As pessoas prejudicadas não são responsáveis pelo abuso cometido pelo abusador” (Lição de terça-feira).

Alguém que comete violência deve buscar ajuda profissional urgente, e alguém que é vítima deve buscar ajuda profissional e legal. Embora creiamos no perdão de Deus, precisamos trabalhar na restauração e no equilíbrio da vida das pessoas envolvidas em tal situação.

3. Perda da liberdade

Esse é o caso de alguém que perde sua liberdade devido aos vícios, sejam eles de qualquer natureza. Muita gente confunde o que de fato é liberdade. Liberdade é mais do que poder fazer alguma coisa; liberdade é ser liberto de alguma coisa. Os bêbados, os drogados, os viciados em internet e todos os demais acham que são livres, mas na prática são escravos.

O texto bíblico diz : "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:36).

"Somente é livre quem é livre do pecado. Os que desejam essa liberdade precisam recorrer a Cristo e satisfazer as condições. É a missão e o privilégio especial de Cristo emancipar todos os que O aceitam” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 5, p. 1099).

4. Perda da vida

A morte é o visitante mais indesejado, porém o mais certo de todos. Temos que aprender a sobreviver a esse tipo de perda. Como fazê-lo? Talvez o primeiro passo seja procurar entender o que acontece numa situação assim. Wayne Edward Oates descreveu as fases de alguém que perde pela morte uma pessoa próxima:

A. O golpe produzido pela perda. É um momento terrível quando se recebe a notícia de que uma pessoa querida perdeu a vida.

B. O efeito paralisante do golpe. Nesse momento, o enlutado pode sentir-se como se “não sentisse nada”. Parece ter ficado emocionalmente paralisado durante um tempo.

C. O conflito entre a realidade e a fantasia. Às vezes, parece que a pessoa falecida ainda está viva. Com frequência, os conselheiros ouvem experiências semelhantes àquela de um homem cuja esposa havia morrido, mas que depois de seu trabalho, ao entrar em sua casa, ele chamava sua esposa por seu nome, para logo depois recordar que ela já não estava mais ali.

D. O peso terrível do luto. Finalmente, quando já não se sente fortalecido pela ilusão de que o ente querido não parece estar morto e o efeito paralisante do golpe tenha passado, o enlutado sente todo o peso terrível da realidade e a amargura chega ao seu clímax.

E. Memórias e dor. Uma vez que o peso da dor tenha diminuído um pouco, o enlutado experimenta memórias ou recordações da pessoa que faleceu. Muitas dessas memórias são felizes. Porém, elas são interrompidas pela dolorosa realidade: “E agora que ele(a) se foi?!”

F. A aceitação da perda e a reafirmação da vida. Ainda que a tristeza possa continuar, o enlutado aceita a realidade da perda e a normalidade começa a retornar à sua vida. Aceitando que a vida tem que continuar adiante, a pessoa encontra novos valores ao redor dos quais pode organizar sua vida (Wayne Edward Oates, Anxiety in Christian Experience, The Westminster Press, 1955).

Essas fases que invadem o coração do enlutado no processo do luto podem vir todas ao mesmo tempo ou podem cristalizar-se em rápida sucessão, uma depois da outra. Às vezes, elas se sobrepõem.

Em tudo isso, é sempre bom lembrar que, como cristãos, temos a esperança da ressurreição e da vida eterna em Jesus Cristo (Jo 5:28, 29).

Conclusão: “Quando nos assediam dificuldades e provações, devemos fugir para Deus, e confiantemente esperar auxílio Dele, que é poderoso para salvar e forte para livrar. Temos que pedir as bênçãos de Deus, se é que as queremos receber. A oração é um dever e uma necessidade; não negligenciamos, porém, o louvor? Não deveríamos mais frequentemente render ações de graças ao Doador de todas as nossas bênçãos? Precisamos cultivar a gratidão. Devemos frequentemente contemplar e contar de novo as misericórdias de Deus, e louvar e glorificar Seu santo nome, mesmo quando passamos por tristeza e aflição” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 268).

Conheça o autor do comentário: O Pastor Moisés Mattos graduou-se em teologia em 1989 e concluiu o mestrado na mesma área no ano 2000 pelo Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Cursou também uma pós-graduação em gestão empresarial. Serve à Igreja Adventista há 29 anos como professor de ensino religioso; pastor distrital; departamental em nível de Associação e União; presidente de Missão e Associação. Atualmente, exerce sua atividade como pastor na Associação Paulista Oeste-UCB. É Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, e pai de Thamires (jornalista) e Lucas (estudante de publicidade e propaganda).