Lição 7
08 a 14 de maio
Aliança no Sinai
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 1Cr 25-27
Verso para memorizar: “Vocês viram o que fiz aos egípcios e como levei vocês sobre asas de águia e os trouxe para perto de Mim” (Êx 19:4).
Leituras da semana: Dt 1:29-31; Os 11:1; Ap 5:9; Dt 29:10-13; Êx 19:5, 6; Rm 6:1, 2; Ap 14:12; Rm 10:3

Certa vez um garotinho, um dos sete da família, sofreu um acidente e foi levado para o hospital. Em sua casa, raramente havia o suficiente para comer. Ele nunca tinha bebido mais do que uma parte de um copo de leite, que era repartido entre duas crianças, e quem bebia primeiro tinha que tomar cuidado para não beber mais do que devia. Depois que o menino foi acomodado em seu leito no hospital, a enfermeira lhe trouxe um grande copo de leite. Ele examinou com ansiedade aquele copo e então, lembrando-se das privações em casa, perguntou: ‘Até onde eu posso beber?’ A enfermeira, com os olhos brilhando e um nó na garganta, disse: ‘Beba tudo, meu filho!’” (H. M. S. Richards, “Free Grace” [“Livre Graça”]; Voice of Prophecy News [Notícias da Voz da Profecia], junho de 1950, p. 4).

Assim como esse garotinho, Israel tinha o privilégio de beber profundamente dos mananciais da salvação, como também nós o temos. A libertação de Israel de séculos de escravidão e opressão foi uma maravilhosa revelação da graça. A graça está envolvida em nossa libertação do pecado.

Resumo da semana: Quais imagens Deus usou para descrever Seu relacionamento com Israel? Como as histórias do Êxodo e do Sinai se assemelham à salvação pessoal? Qual era a função da lei na aliança do Sinai?



Domingo, 09 de maio
Ano Bíblico: 1Cr 28, 29
Sobre asas de águia

Israel esteve imerso no paganismo egípcio por longos e difíceis séculos, uma experiência que evidentemente obscureceu seu conhecimento de Deus, de Sua vontade e bondade.

Como o Senhor poderia recuperá-los para Si?

Primeiramente, Ele demonstrou a sinceridade de Seu amor por Israel mediante poderosos atos de libertação. Ele começou a atrair a nação a uma resposta de amor à Sua proposta de aliança. Deus primeiramente lembrou a nação dos atos de graça em seu favor no Sinai.

1. Quais duas ilustrações descrevem a maneira pela qual o Senhor levou Israel do Egito para o Sinai? Êx 19:4; Dt 32:10-12; Dt 1:29-31; Os 11:1

2. O que essas ilustrações ensinaram a Israel e a nós sobre a natureza da atitude de Deus em relação ao Seu povo? 

Essas ilustrações indicam que Deus conhece bem nosso desamparo. Leia o Salmo 103:13, 14. Nas figuras da águia e do pai que carrega seu filho, percebemos a preocupação de Deus com nosso bem-estar. Terno, apoiador, protetor, encorajador, Seu desejo é nos conduzir à plena maturidade.

“A águia era conhecida por sua devoção incomum aos seus filhotes. Também vivia no topo das montanhas. Ao ensinar suas crias a voar, ela as levava nas costas a grandes alturas sobre as planícies do Sinai, e então as soltava nas profundezas. Se a avezinha era ainda muito jovem e desnorteada para voar, a águia-mãe mergulhava por debaixo dela, tomava-a nas costas e voava de volta para o ninho nos penhascos acima. E foi assim, disse Deus, que ‘os tirei do Egito para Mim mesmo’” (George A. F. Knight, Theology of Narration [Teologia da Narração]; Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans, 1976, p. 128). 

Compare o interesse de Deus em nós com o nosso interesse pelos outros. Como Seu interesse por nós influencia nosso interesse pelas pessoas? Com base em sua experiência, quais ilustrações podem descrever o interesse altruísta de Deus por nós? Crie ilustrações a partir de suas experiências, de acordo com a cultura em que você vive. Compartilhe-as com a classe.


Segunda-feira, 10 de maio
Ano Bíblico: 2Cr 1-4
Padrão de salvação

Portanto, diga aos filhos de Israel: ‘Eu sou o Senhor. Vou tirá-los dos trabalhos pesados no Egito, vou livrá-los da escravidão, vou resgatar vocês com braço estendido e com grandes manifestações de juízo. Eu os tomarei por Meu povo e serei o seu Deus; e vocês saberão que Eu sou o Senhor, seu Deus, que os tiro dos trabalhos pesados no Egito’” (Êx 6:6, 7).

3. Com base nos versos acima, quais são as funções de Deus para com a humanidade na aliança? Concentre-se na frequência com que a palavra “Eu” aparece nesses versos.

A libertação de Israel da escravidão egípcia e o livramento de Noé e sua família do dilúvio são os dois eventos salvíficos de destaque nos escritos de Moisés. Ambos apresentam percepções sobre a ciência da salvação. Mas o êxodo especialmente apresenta o padrão básico. 

Quando Deus disse a Israel, por meio de Moisés, “vou resgatar vocês” (Êx 6:6), Ele literalmente disse: “Eu agirei como o parente que resgata”, ou go’el.

“A palavra ‘resgatar’ no verso 6 [de Êxodo 6] se refere ao costume no qual um membro da família comprava de volta ou resgatava outro, especialmente quando esse membro estava em condição de escravidão por motivo de dívida, ou quando ainda estava em vias de entrar em escravidão. Aparentemente, Israel não tinha parente terrestre para resgatá-lo, mas agora Deus era parente de Israel, seu parente Redentor” (Bernard L. Ramm, His Way Out [Sua Saída]. Glendale, CA: Regal Books Division, G/L Publications, 1974, p. 50).

4. Como entender a ideia de “resgatar” ou comprar o povo da escravidão? Qual era o preço a pagar? O que isso revela sobre nosso valor? Mc 10:45; 1Tm 2:6; Ap 5:9 

Em Êxodo 3:8, Deus disse que “desceu” para resgatar Israel. Esse é um verbo hebraico comum para designar a interação de Deus com a humanidade. O Senhor estava no Céu, e nós, na Terra. Somente quando Deus “desceu” à Terra Ele pôde nos resgatar. No sentido mais verdadeiro da ideia, somente quando Jesus desceu, viveu, sofreu, morreu e ressuscitou por nós, pudemos ser resgatados. “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1:14) é outra maneira de dizer que Deus desceu para nos salvar.



Terça-feira, 11 de maio
Ano Bíblico: 2Cr 5-7
Aliança no Sinai

O livro de Êxodo chama a atenção do leitor para três grandes eventos. Como três montanhas, o próprio Êxodo, o estabelecimento da aliança e a construção do santuário-tabernáculo se sobrepõem aos acontecimentos menores. O estabelecimento da aliança, registrado em Êxodo 19 a 24, foi como o Monte Everest dos três eventos. Um breve resumo de Êxodo 19 a 24 mostra a sequência e a relação dos eventos.

Concentre-se na sequência de eventos abaixo:

1. A chegada e o acampamento de Israel no Sinai (Êx 19:1, 2).

2. Proposta de Deus de uma aliança com Israel (Êx 19:3-6).

3. A resposta de Israel ao aceitar a aliança (Êx 19:7, 8).

4. Preparativos para o recebimento formal da aliança (Êx 19:9-25).

5. A proclamação dos Dez Mandamentos (Êx 20:1-17).

6. Moisés como mediador da aliança (Êx 20:18-21).

7. Princípios da aliança explicitados (Êx 20:22-23:22).

8. A confirmação da aliança (Êx 24:1-18).

Essa aliança desempenha função vital no plano da salvação. É a quarta aliança da Bíblia (após as de Adão, Noé e Abraão), e nela Deus Se revelou mais plenamente do que antes, especialmente quando o ritual do santuário foi estabelecido. Portanto, o santuário se tornou o meio pelo qual Ele mostrou ao povo o plano da salvação que eles deveriam revelar ao mundo.

Embora o Senhor tivesse resgatado Israel da escravidão do Egito, Ele desejava que a nação israelita entendesse que a redenção tinha um significado maior e mais significativo do que apenas a libertação da escravidão física. Ele desejava resgatá-la do pecado, a escravidão suprema, e isso só poderia ocorrer mediante o sacrifício do Messias, conforme ensinado nos tipos e símbolos do serviço do santuário. Não é de admirar então que, não muito tempo depois de terem sido resgatados da escravidão e recebido a lei, os israelitas foram instruídos a instituir o serviço do santuário, pois nele Deus lhes revelou o plano da redenção – que é o verdadeiro significado e propósito da aliança. Pois a aliança não é nada senão uma aliança de salvação, que o Senhor oferece à humanidade decaída. Foi assim no Éden e também no Sinai.

5. Por que uma aliança entre Deus e o povo de Israel era necessária? (Veja Dt 29:10-13; observe novamente o aspecto relacional da aliança).

 



Quarta-feira, 12 de maio
Ano Bíblico: 2Cr 8, 9
Deus e Israel

“‘Agora, pois, se ouvirem atentamente a Minha voz e guardarem a Minha aliança, vocês serão a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos. Porque toda a terra é Minha, e vocês serão para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa’. São estas as palavras que você falará aos filhos de Israel” (Êx 19:5, 6).

Nesses versos, o Senhor estava propondo Sua aliança com os filhos de Israel. Embora em certo sentido o Senhor os tivesse chamado, esse chamado não foi automaticamente concedido sem a escolha deles. Eles tiveram que cooperar. Até a libertação do Egito tinha envolvido sua cooperação: se não tivessem feito o que o Senhor havia mandado (como colocar o sangue nos umbrais das portas), eles não teriam sido libertos. Era simples assim.

Nesse verso, também, o Senhor não lhes disse: “Quer vocês gostem ou não, serão um tesouro peculiar para Mim e uma nação de sacerdotes”. Não é assim que funciona, e não é isso que o texto diz.

6. Leia Êxodo 19:5, 6. Como você entende o que o Senhor disse no contexto da salvação pela fé? A ordem de obedecer ao Senhor de alguma forma anula o conceito de salvação pela graça? Como resolver essa questão? Rm 3:19-24; 6:1, 2; 7:7; Ap 14:12

 

“Não ganhamos a salvação pela nossa obediência, pois a salvação é um dom gratuito de Deus que recebemos pela fé. Mas a obediência é o fruto da fé” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 61).

Pense no que o Senhor estava disposto a fazer pela nação de Israel: Ele não apenas a libertou milagrosamente da escravidão egípcia, mas desejava torná-la Sua propriedade preciosa, uma nação de sacerdotes. Ao fundamentar seu relacionamento com Ele em Sua salvação (tanto a temporal, da escravidão egípcia, como a eterna), o Senhor buscava elevá-la a um nível espiritual, intelectual e moral que a tornaria a maravilha do mundo antigo. Tudo isso com o propósito de usar os filhos de Israel para pregar o evangelho às nações. Tudo o que eles tinham que fazer, em resposta, era obedecer.

Nossa experiência com o Senhor deve refletir o mesmo princípio visto no estudo de hoje?


Quinta-feira, 13 de maio
Ano Bíblico: 2Cr 10-13
Promessas, promessas... (Êx 19:8)

À primeira vista, tudo parecia bem. O Senhor tinha livrado Seu povo, oferecido a ele as promessas da aliança e ele havia concordado em fazer tudo o que o Senhor lhe havia ordenado. Era um negócio de sucesso, certo?

7. Qual foi a resposta de Israel à aliança? Rm 9:31, 32; 10:3; Hb 4:1, 2

 

Em tudo o que Deus nos pede para fazer, nosso relacionamento com Ele deve ser fundamentado na fé, que apresenta o fundamento sobre o qual as obras se desenvolvem. As obras em si mesmas – por mais puros que sejam seus motivos, por mais sinceras e numerosas que sejam – não podem nos tornar aceitáveis aos olhos de um Deus santo. Não podiam no tempo de Israel e também não podem em nossos dias.

8. Se a Bíblia repetidamente enfatiza as obras, por que elas não podem nos tornar aceitáveis aos olhos de Deus? Is 53:6; 64:6; Rm 3:23

 

Infelizmente, o povo hebreu acreditava que a obediência havia se tornado o meio de sua salvação, não o resultado da salvação. Ele buscou a justiça em sua obediência à lei, não a justiça de Deus, que vem pela fé. A aliança do Sinai – apesar de ter vindo com um conjunto muito mais detalhado de instruções e leis – foi concebida como uma aliança de graça tanto quanto todas as outras alianças anteriores. Essa graça, concedida livremente, provoca uma transformação no coração que leva à obediência. Evidentemente, o problema não era a tentativa do povo de obedecer (a aliança exigia que eles obedecessem); o problema era o tipo de “obediência” que ele prestava, que realmente não era mesmo obediência, como mostrou a história subsequente da nação.

Leia com atenção Romanos 10:3, especialmente a última parte. Que argumento Paulo apresentou ali? O que acontece com as pessoas que buscam estabelecer sua própria justiça? Por que essa tentativa leva inevitavelmente ao pecado, injustiça e rebelião? Examinemos a nossa vida. Não estamos em perigo de fazer a mesma coisa?


Sexta-feira, 14 de maio
Ano Bíblico:
Estudo adicional

Textos de Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 281-290 (“O êxodo”), p. 291-302 (“Do Mar Vermelho ao Sinai”) e p. 304-314 (“A lei de Deus”).

“O espírito de escravidão é gerado por se procurar viver de acordo com a religião legal, pelo esforço de cumprir as reivindicações da lei em nossa própria força. Há esperança para nós apenas ao nos colocarmos sob a aliança abraâmica, que é a aliança da graça pela fé em Cristo Jesus. O evangelho pregado a Abraão, por meio do qual ele teve esperança, era o mesmo que é pregado a nós hoje, por meio do qual temos esperança. Abraão olhou para Jesus, que é também o Autor e Consumador de nossa fé” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1.198, 1.199).

“Durante o cativeiro no Egito, muitos israelitas haviam perdido em grande parte o conhecimento da lei de Deus e misturaram seus preceitos com costumes e tradições pagãos. Deus os levou ao Sinai, e ali, com a própria voz, declarou Sua lei” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 334).

Perguntas para consideração

1. De que maneira a aliança foi concebida para manter as liberdades físicas e espirituais de Israel? (veja Lv 26:3-13; compare com Dt 28:1-15).

2. Em Êxodo 19:5, 6 o Senhor declarou: “toda a terra é Minha”. Por que Ele disse isso, especialmente nesse contexto de buscar estabelecer uma aliança com aquele povo? Como nossa compreensão do sábado e o que ele significa se encaixam aqui?

3. Se somos perdoados pela graça, qual é a função da graça na vida de fé e obediência?

Resumo: A aliança de Deus com Israel no Sinai foi uma aliança de graça. Tendo mostrado Seu amor por meio da libertação do Egito, Deus convidou a nação a fazer uma aliança com Ele, que manteria e promoveria suas liberdades. Embora Israel tivesse respondido afirmativamente, ele não tinha fé verdadeira motivada por amor. Na maior parte das vezes, o povo não entendeu a verdadeira natureza da aliança e a corrompeu em um sistema de salvação pelas obras. Não precisamos repetir esse fracasso e ignorar a graça estendida aos pecadores.

Respostas e atividades da semana: 1. Deus os levou “sobre asas de águia” e “como um homem” que “leva seu filho”. 2. A. 3. O princípio de que Deus era o responsável pela libertação e cuidado do povo. Ele tomou a iniciativa de desenvolver a aliança. 4. Deus pagou um alto preço pela nossa libertação da escravidão do pecado: a morte de Seu Filho. Isso mostra quanto valemos para Ele. 5. Porque o ser humano precisava ser religado a Deus, após a queda de Adão. Sendo assim, Deus tomou a iniciativa de reestabelecer esse relacionamento mediante a aliança. 6. A obediência às ordens de Deus não invalida Sua graça. É Ele que nos salva. 7. Israel tentou se justificar por conta própria. Ele ignorou a justiça de Deus que vem pela fé. 8. Porque todas as nossas obras e justiça são como trapos de imundícia. Não temos dignidade por nossos méritos, mas pelos méritos de Cristo.



Resumo da Lição 7
Aliança no Sinai

Aliança no Sinai

 Foco do estudo: Êxodo 19:4

Esboço

Depois de ter vivido entre os egípcios, cuja religião ensinava que a salvação era adquirida pelas obras das mãos humanas, Israel perdeu de vista quem Deus é. Eles acreditavam que sua obediência a Deus garantia sua salvação e que a redenção surgia de seu próprio mérito, não de seu relacionamento pessoal com Ele.

Comentário

“Quando uma águia quer ensinar seus pequeninos a voar, [...] cutuca uma das aguiazinhas e, com seu bico, a empurra para fora do ninho. A aguiazinha começa a cair, e a grande águia voa por baixo, abre as asas, pega a pequena nas costas e voa uma milha no ar. Quando você mal consegue ver a águia como um ponto no céu, ela vira de lado e a pequena aguiazinha cai, e vai esvoaçando talvez uns cem metros. Enquanto isso, a águia circula ao redor da aguiazinha e, embaixo dela, a toma em suas asas e a carrega no ar novamente. Depois de lançar a aguiazinha para fora novamente e deixá-la ir, a aguiazinha desce cada vez mais – às vezes a trinta metros do solo. Novamente a grande águia pega a pequena nas costas e sobem mais uma milha. Aos poucos, a aguiazinha aprenderá a voar. A águia sabe quando a aguiazinha está cansada; ela põe a pequena águia no ninho, empurra a próxima e começa de novo” (Paul Lee Tan, Encyclopedia of 15.000 Illustrations [Enciclopédia de 15.000 Ilustrações]. Dallas, TX: Bible Communications, 1998, p. 3.050, 3.051).

Nas asas de águia

Com Suas afiadas garras da graça, a Águia da Montanha da eternidade tirou a aguiazinha hebraica do ninho da opressão egípcia. No Mar Vermelho, a aguiazinha desabou em pânico ao ouvir o som do solo tremendo com as rodas das carruagens ao perceber a aproximação dos perseguidores. Enquanto a fé da aguiazinha palpitava, ela avistou dois muros abertos nas águas do Mar Vermelho, que se erguiam em gloriosa atenção, saudando a onipotência da majestosa Águia. Entre os muros de água reluzente, uma estrada seca havia sido criada de forma sobrenatural, apontando à trêmula aguiazinha uma passagem segura.

O padrão de salvação

Assim como a expressão hebraica go’el em Êxodo 6:6 revelou Cristo como o Parente-Redentor de Israel, há quatro termos gregos do Novo Testamento que expandem o conceito de Cristo como nosso Parente-Redentor: “Existem quatro palavras diferentes usadas para denotar ‘redenção’ no Novo Testamento grego: agoridzo, exagoridzo, lutroo e apolutrosis. [...] 

“A primeira palavra para ‘redenção’ [agoridzo] nos diz que Jesus Cristo veio à Terra observar o estágio da nossa decadência e para inspecionar pessoalmente nossa escravidão a Satanás.

“A segunda palavra para ‘redenção’ (exagoridzo) declara que Jesus não veio apenas para inspecionar nossa condição, mas para nos remover permanentemente do poder de Satanás.

“A terceira palavra para ‘redenção’ (lutroo) nos diz que Jesus estava tão dedicado a nos libertar do domínio de Satanás que estava disposto a pagar o preço do resgate com Seu próprio sangue. [...]

“A quarta palavra para ‘redenção’ (apolutrosis) nos diz que, além de nos libertar permanentemente do domínio de Satanás, Jesus nos restaurou à posição de ‘filhos de Deus’. Agora estamos totalmente restaurados e feitos co-herdeiros com o próprio Jesus Cristo” (Rm 8:17; Rick Renner, Dressed to Kill: A Biblical Approach to Spiritual Warfare and Armor [Vestido para Matar: Uma Abordagem Bíblica para a Guerra Espiritual e a Armadura]. Tulsa, OK: Teach All Nations, 2007, p. 81, 98, 99; estude 1Co 6:20; Gl 3:13; 4:4, 5; Ef 1:7; Tt 2:14; 1Pe 1:18, 19; Ap 5:9; 7:23).

A aliança do Sinai

Na aliança do Sinai (Êx 19:5, 6), havia três elementos centrais, ou pontos, que Yahweh revelou quando Se dirigiu ao antigo Israel em relação à Sua vontade ordenada para eles. O primeiro elemento dessa aliança foi o desejo expresso de Deus de fazer da nação hebraica um tesouro pessoal. “Em contraste com outros tipos de bens, a saber, aqueles que não podiam ser movidos, como imóveis, Israel tornou-se, pelo amor e afeição de Deus, Seu tesouro móvel” (Gerhard M. Hasel e Michael G. Hasel, The Promise: God’s Everlasting Covenant [A Aliança Eterna de Deus], p. 65).

O segundo ponto dessa aliança era que Yahweh planejava fazer de Israel um reino de sacerdotes. Em outras palavras: “Cada israelita, de uma forma ou de outra, deveria ser um agente sacerdotal de Deus para trazer bênçãos às nações do mundo inteiro e ministrar às suas necessidades” (The Promise: God’s Everlasting Covenant [A Aliança Eterna de Deus], p. 66). O terceiro ponto nessa aliança focalizou o desígnio de Yahweh de que Israel se tornasse uma nação santificada. Em essência, o Israel da aliança da graça se tornaria uma entidade sagrada. Já sabendo que o antigo Israel logo quebraria a aliança (Êx 19:7, 8), Yahweh iniciou a aliança do Sinai. Por quê? (estude Êx 32).

Deus e Israel

“Agora, se Me obedecerem e cumprirem a Minha aliança, vocês serão o Meu povo. O mundo inteiro é Meu, mas vocês serão o Meu povo, escolhido por Mim. Vocês são um povo separado somente para Mim e Me servirão como sacerdotes. É isso o que você dirá aos israelitas” (The Interlinear Hebrew-English Old Testament, v. 1, p. 192; ver Êx 19:5, 6).

“O evangelho é a lei revelada, nada mais nem menos. [...] A lei aponta para Cristo, e Cristo aponta para a lei. O evangelho chama os seres humanos ao arrependimento. Arrependimento de quê? Do pecado. E o que é pecado? É a transgressão da lei. Portanto, o evangelho chama os seres humanos [...] de volta à obediência à lei de Deus” (Ellen G. White, “A lei e o evangelho”, The Signs of the Times, 25 de fevereiro de 1897).

Promessas, promessas...

“Se a fé e as obras adquirissem o dom da salvação para alguém, o Criador estaria em obrigação para com a criatura. Eis aqui uma oportunidade para a falsidade ser aceita como verdade” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 20).

Esta é outra forma de expressar essa verdade: não é fé e obras; não é fé ou obras. É uma fé que atua. Revelamos nossa fé por nossas obras; as obras fortalecem a fé.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Para reflexão: Durante a última semana de 1999, salon.com publicou uma história intitulada “A Galeria da Vergonha”. Ela falava das dez figuras esportivas mais desonrosas daquele ano. A lista incluía tudo, desde alguém que foi preso por assassinato até outra pessoa que foi pega com drogas. Eram homens que haviam firmado contrato com seus times e torcedores. Eles começaram suas carreiras com a melhor das intenções: jogar bem, viver com honra e se mostrar dignos das assinaturas em seus contratos. Mas acabaram desonrando seu compromisso.

Antes de firmar contrato com alguém, é importante conhecer o caráter dessa pessoa. O que há no caráter de Deus que nos faz sentir confortáveis em entrar no relacionamento de aliança com Ele? Você acha que Ele primeiro examina nosso caráter antes de entrar em um relacionamento conosco? Explique.

1. Na maioria das parcerias, os benefícios para ambas as partes são equivalentes. No entanto, quando Deus faz parceria com um ser humano pecador, o relacionamento começa terrivelmente desequilibrado, visto que Deus traz muito mais para a parceria do que jamais poderíamos oferecer. Como é possível estar sujeito a Ele e ainda ter o privilégio de ter uma sociedade com Ele? Explique.

2. Antes de assinar um contrato, você deve ler todas as exigências e as letras miúdas. Mas quando Deus faz uma aliança, Ele é muito claro. Não há letras pequenas ou leitura nas entrelinhas. Suas palavras são uma série de definitivos: “Eu os livrarei [...] Eu os libertarei da escravidão e os resgatarei [...] Eu os farei Meu povo e serei o Deus de vocês” (Êx 6:6, 7, NVI). Em resposta, o que você trará para a parceria? Se você estivesse no lugar de Deus, quão confortável se sentiria entrando em uma parceria com alguém como você?

3. Os contratos são personalizados para se adequarem às partes interessadas, ao tipo de negócios envolvidos, etc. De que maneira Deus personalizou Sua aliança com você? Como você mostra apreço pelas “concessões” que Ele fez no caso de você quebrar Seu contrato? De que forma o papel de Deus como seu amigo afeta o papel Dele como seu parceiro? Existe um conflito entre as duas funções? Explique. Deus reconhece nossa fragilidade (Sl 103:13, 14). Isso significa que Deus desculpa os pecados? Sabemos que Deus perdoa pecados. Qual é a diferença?

4. A ideia de Deus descer ao nosso nível humano é mais clara no Novo Testamento, e as pessoas muitas vezes assumem que Deus era distante e inacessível no Antigo Testamento. Por que essa concepção é imprecisa?

5. Muitas das instruções dadas a Israel após o Êxodo podem parecer irrelevantes e antiquadas hoje, e é claro que pelo menos algumas delas não se aplicam diretamente a nós. Como você acha que os regulamentos e rituais dados após o Êxodo funcionaram para ensinar as lições que Deus queria que o povo aprendesse? Como sabemos o que ainda pode se aplicar a nós hoje?

6. Muitos comentaristas da Bíblia consideram a promessa coletiva de Israel de obedecer a Deus (Êx 19:8) como arrogante e equivocada. Por quê? Você consegue pensar em outras respostas que poderiam ter sido mais apropriadas? O que distingue a verdadeira obediência da obediência falsa ou equivocada?


O método de Cristo

Alguns universitários pareciam mais necessitados que outros. Beatrice, mãe de duas crianças, era um bom exemplo desse quadro. “Você se importaria se me emprestasse um pouco de arroz?”, Beatrice perguntou certo dia à Maria, sua locatária. Ela era uma colega estudante que alugava quartos em sua casa em Monetia, Colômbia e, prontamente, atendeu o pedido. Após alguns dias, Beatrice precisou de outro alimento. “Você pode emprestar um pouco de açúcar?”, ela perguntou. Maria deu o açúcar.

Então, Beatrice precisou de bananas, mais arroz e açúcar. Maria não se importava de ajudar a inquilina. Em cada contato, orava para seguir o modelo evangelístico de Cristo. Ela havia lido a descrição do método de Cristo no livro A Ciência do Bom Viver, de Ellen White, à página 143, que diz: “Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava então: ‘Segue-Me.’”

Enquanto Maria demonstrava simpatia e ministrava as necessidades de Beatrice, as duas moças formaram uma calorosa amizade. Quando a igreja organizou séries evangelísticas, Maria convidou Beatrice. Ela gostou muito das reuniões e começaram a estudar a Bíblia juntas. Depois de algum tempo, Beatrice foi batizada. As orações e os estudos bíblicos continuaram. O filho, de 12 anos, e a filha, de oito, de Beatrice também foram batizados. Outros inquilinos também começaram a participar dos estudos bíblicos da semana e o grupo chegou a 30 pessoas.

Então, outro universitário foi pedir ajuda à Maria. Ele precisava que ela o acompanhasse até a universidade para lhe dar apoio moral, enquanto falava com a reitora. Quando os dois chegaram à universidade, a reitora não entendeu a presença de Maria.

“Quem é esta moça?”, ela perguntou ao rapaz. “É a moça que dirige meu grupo de estudos bíblicos”, ele respondeu. Surpresa, a diretora pediu mais informações. Maria explicou que o grupo de universitários se reunia uma vez por semana para estudar a Bíblia em sua casa e que se tornara também um grupo de apoio. “Que maravilha!”, a reitora falou. “Não existem muitas pessoas altruístas atualmente.” Então, pediu que Maria mudasse o local de estudo bíblico para o campus da universidade. “Afinal de contas, os participantes são universitários,” ela disse.

A universidade colocou o grupo em um centro de estudos para alunos, uma estrutura aberta apenas com cadeiras e um teto. Sem paredes ou portas, outros alunos que passavam pelo local notaram as reuniões e alguns pediram para participar. O grupo aumentou para 40 pessoas, incluindo três professores universitários. Entre esses, estava Rosa, uma colega de classe de Maria que, à princípio, relutou em participar das reuniões.

Maria não estava preocupada com isso, ela só queria ser sua amiga. Ela telefonava e enviava mensagens especiais. Maria também convidou a amiga para uma refeição em sua casa. Rosa disse que tinha medo de ler a Bíblia porque ela não queria decepcionar Jesus. Mas, finalmente, decidiu participar do pequeno grupo. Enquanto estudava a Bíblia e orava, seus medos desapareceram e começou a crer em Jesus. Depois de alguns meses, ela entregou o coração a Jesus e foi batizada.

Maria ficou muito feliz porque que Rosa entregou o coração a Jesus. Desde o início do grupo de estudos bíblicos, há três anos, Rosa foi a décima pessoa a decidir-se pelo batismo. De acordo com Maria, o motivo do sucesso do grupo de estudo bíblico é seguir o método de Cristo. Ela diz: “Usei o método de Cristo para me aproximar de Rosa. Eu uso o método de Cristo com cada jovem que participa do grupo.”

Parte da oferta do trimestre ajudará a abrir um centro de influência “Viva Melhor” na Universidade Adventista da Colômbia. Essa instituição está localizada a duas horas de avião da cidade natal de Maria. Agradecemos por planejar uma oferta generosa neste trimestre.

Informações adicionais

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2021

Tema Geral: A promessa: a aliança eterna de Deus

Lição 7 – 9 a 16 de maio de 2021

Aliança no Sinai

Autor: Gilberto Theiss

Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Introdução

Certa vez, um andarilho entrou em uma igreja pedindo um cobertor para se abrigar do frio. Não demorou para que um dos membros se dispusesse a ajudá-lo, pedindo que o acompanhasse até sua casa, onde, então, receberia um belíssimo cobertor. Ao chegar à casa do irmão, feliz por receber o cobertor, aquele homem necessitado saiu rumo à sua casa, que era, na verdade, uma ponte ou qualquer lugar em que pudesse se esconder da chuva. No dia seguinte, para a surpresa do irmão da igreja, o andarilho apareceu em sua porta pedindo comida. De imediato ele foi atendido. No outro dia, novamente, aquele morador de rua apareceu pedindo comida e roupas. Mais uma vez ele foi servido. No quarto dia, o pobre homem novamente foi à casa do irmão que o ajudava, para pedir mais comida. O rapaz que sempre o acolheu, atendendo suas necessidades, ofereceu-lhe um trabalho em um sítio e um quarto de uma pensão. O salário que ele ganharia no sítio seria suficiente para custear sua alimentação e o aluguel, e ainda lhe sobraria algum recurso. Infelizmente, aquele homem necessitado nunca mais retornou para pedir qualquer coisa. Por mais impressionante que pareça, é assim que às vezes ocorre quando alguns são desafiados a renunciar à velha vida para viver a aliança com Deus em novidade de vida.

Deus é capaz

Israel passou algumas centenas de anos no Egito, tempo que pareceu suficiente para que, em alguns pontos, o povo subestimasse o que Deus ainda era capaz de fazer pela nação. Os constantes murmúrios, revoltas e rebeliões pelo deserto evidenciam as dificuldades que as pessoas tinham em confiar plenamente no Deus da aliança. Em Êxodo 6:6, 7, percebemos a maneira muito enfática pela qual Deus apelou ao coração delas, transmitindo confiança quanto à Sua capacidade de tirá-las das garras egípcias e conceder-lhes liberdade e abundância de vida. Portanto, os versos 6 e 7 ensinam que Deus:

a) É capaz de libertar Seu povo da escravidão, mesmo que seja das mãos do poderoso Egito;

b) É capaz de liderá-lo, mesmo na hostilidade do deserto;

c) É capaz de trazer Seu povo para casa, mesmo que não tenha nenhuma terra para que chame de casa;

O significado da figura do “braço estendido” (Êx 6:6) era bem familiar para os israelitas. Muitos deuses egípcios eram representados com os braços estendidos, como símbolo de seu poder arrebatador. Nos hieróglifos que ainda podem ser observados no obelisco de Heliópolis, dois braços estendidos aparecem como parte do título de um dos reis, Osirtasen Racheperka, com a seguinte significação, “Osirtasen, o sol, é poder! (Exell, J. S., The Biblical Illustrator: Exodus, p. 130, 131).

Mas o Deus de Israel, que é infinitamente superior aos deuses criados pelos homens, apresenta-Se com Seus braços estendidos para Se opor ao braço estendido de Faraó e de seus falsos deuses. As palavras de Jeová, apresentadas por meio de Moisés, tinham por objetivo transmitir a confiança de que o Deus dos Céus batalharia por eles. As palavras foram incisivas: “Portanto, diga aos filhos de Israel: ‘Eu sou o Senhor. Vou tirá-los dos trabalhos pesados no Egito, vou livrá-los da escravidão, vou resgatar vocês com braço estendido e com grandes manifestações de juízo’” (Êx 6:6). Moisés foi o instrumento das mãos estendidas de Deus, pois foi por Suas mãos estendidas que Deus,

a) Trouxe diversas pragas sobre o Egito;

b) Realizou milagres para o sustento do povo pelo deserto;

c) Conquistou vitórias contra inimigos poderosos.

Um clássico exemplo de vitória contra inimigos poderosos foi a peleja de Amaleque contra os israelitas. Quando Moisés levantava as mãos, Israel prevalecia; quando, porém, ele abaixava as mãos, Amaleque prevalecia. Então, Arão e Hur sustentaram as mãos de Moisés erguidas até o fim do dia. Dessa maneira o exército inimigo foi vencido (Êx 17:11-13). Como Israel viveu muito tempo no Egito, provavelmente tenha se familiarizado com a cultura daquela nação. Por esse motivo, a linguagem das “mãos estendidas” transmitia credibilidade e confiança ao povo.

Aliança no Sinai

“Então, falou Deus todas estas palavras” (Êx 20:1). Moisés identificou o Autor das palavras que seriam proferidas – “falou Deus”. Possivelmente, o profeta tivesse pretendido, com essa introdução:

1. Despertar o sentimento de reverência e preparar o povo para aquilo que ele estava prestes a ouvir;

2. Como descreve o verso seguinte (v. 2), graças à bondade e misericórdia de Deus os israelitas seriam privilegiados em receber Sua santa lei.

Moisés deveria, então, comunicar a Israel toda essa bondade, amor e misericórdia da Divindade, que eram apenas o penhor da abundante, profunda e rica graça. A frase “falou Deus todas estas palavras” (Êx 20:1), impõe a soberania do Autor, a autenticidade das Palavras sagradas que seriam proferidas e o caráter de amor que é aprovado diante de Deus, sistematizado em cada um dos mandamentos. Essa voz que proferiu os Dez Mandamentos, se for obedecida, fará do fiel uma “possessão preciosa” para o Senhor “dentre todas as nações” (Êx 19:5), “reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êx 19:6). Portanto, aqui se encontra uma das promessas mais preciosas e universais.

A expressão “reino de sacerdotes” diz respeito a possuir dignidade e direitos reais (1Pe 2:9). O objetivo primordial do sacerdócio real era, e é tornar o povo de Deus uma nação preciosa, magnífica, sublime e santa. Mas, para isso, deveriam não apenas ouvir, mas também agir como sacerdotes, como Calvino observa: “Esta designação não foi devido à piedade ou santidade do povo, mas porque Deus o distinguiu por privilégios peculiares de todos os outros. Mas essa santificação implica, a saber, que aqueles que são tão distintos pela graça de Deus devem cultivar a santidade, de modo que santificam a Deus”. O termo hebraico para “santo” geralmente é traduzido como “separado”, mas essa é apenas sua significação secundária, derivada do propósito daquilo que é sagrado. Seu significado principal é ser esplêndido, belo, puro e não contaminado.

A lei e a graça

Em Êxodo 20:1-17 encontramos a descrição da lei de Deus que foi entregue em tábuas de pedra no Monte Sinai. Depois que o Senhor apresentou os Dez Mandamentos, os israelitas ficaram aterrorizados por causa das demonstrações da presença divina. Temeram pela própria vida e, por isso, pediram que Moisés fosse o interlocutor. O objetivo das manifestações sobrenaturais era revelar a santidade da lei e, com essa lei, mostrar ao povo sua profunda pecaminosidade. Os Dez Mandamentos não foram entregues para ensinar que a salvação do povo dependia da sua observância, mas, como descreveu Paulo em Gálatas 3:24, para conduzir o errante e transgressor ao único Ser capaz de inibir os efeitos da condenação da lei – o verdadeiro Cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1:29). É curioso notar que a maioria das pessoas, quando lê Êxodo 20, encerra a leitura no verso 17 e, por isso, perdem de vista a glória mais preciosa do capítulo, especificamente o verso 24. Após terem recebido os Dez Mandamentos e percebido quanto estavam perdidos, foi-lhes apresentado o antídoto – o altar com o sacrifício. Deus instruiu que levantassem um altar para lembrar o povo de que os pecadores só poderiam fazer parte da aliança especialmente por meio de um derramamento de sangue. O altar e o sacrifício apontavam para o Messias, Cristo, como o caminho único para alcançar a reconciliação com Deus. Então, aceitos através do cordeiro substituto, eles seriam amparados pelo Espírito para viver em novidade de vida. A obediência humana, embora imperfeita, se torna fruto do amor e gratidão pelo favor imerecido.

Conclusão

As promessas que Deus estabeleceu para Israel, são as mesmas promessas que Ele deseja estender a nós. A expressão “reino de sacerdotes” alcança todos de nossa geração com o mesmo objetivo de nos transformar em nação preciosa, honrosa, magnífica, santa e sublime. Deus deseja nos erguer de nossa terrena condição miserável para uma posição de realeza celestial. Nesse caso, é inevitável a pergunta: Aceitaremos esse tão grandioso convite?

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Gilberto Theiss é pastor, casado com Patrícia Vilela. Tem atuado por 9 anos como pastor distrital. Atualmente pastoreia o distrito Central de Fortaleza-CE. É graduado em Teologia e Filosofia. Pós-Graduado (especialista) em Ensino de Filosofia, Ciências da Religião, História e Antropologia, e Revisão Prática de Texto. Mestrando em Interpretação Bíblica e Pós-Graduando em História e Arqueologia do Oriente Próximo. Nas horas vagas, aprecia levar conteúdo bíblico para as redes sociais como o instagram @gilbertotheiss, o blog www.feoufideismo.com e o canal www.youtube.com/feoufideismo.