Sexta-feira
10 de agosto
Disciplina com gentileza
Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Gálatas 5:22, 23

Certa vez, enquanto trabalhava como voluntária para uma escola, observei (embora não pudesse ouvir) um professor repreendendo asperamente um pré-adolescente na presença de sua mãe. A mãe também atuava como voluntária, quando o professor lhe fez sinal para que levasse o filho à sala dele. Quando saíram da reunião particular, vi a face abatida do menino e notei que a mãe enxugava as próprias lágrimas. Eles retomaram seu trabalho no projeto de captação de recursos, mas fiquei com pena deles. Fui de mansinho até a mãe e lhe dei um rápido abraço, sem inquirir a razão de suas lágrimas.

Pouco depois, tive a oportunidade de me aproximar do professor quando ele estava sozinho. “Também já fui professora”, eu disse a ele, muito à vontade. “E já fui mãe de um aluno entusiasmado, que hoje é um pródigo.” Como o professor estava prestando atenção, continuei. “Meu filho, desde tenra idade, fazia tudo o que lhe era possível para ajudar. Mas uma determinada professora, numa escola cristã, interpretou a ajuda dele a outros colegas como mau comportamento na sala de aula. Certo dia, chegou a puxá-lo até o banheiro das meninas para espancá-lo e acusá-lo de desobediência. Depois, ela se recusou a aprová-lo para a série seguinte, no fim do ano letivo.”

Como meu ouvinte não mostrava sinal de desinteresse, acrescentei mais algumas informações. “Então, no ano seguinte, matriculei meu filho em uma escola pública. Também escrevi a um colunista da área de aconselhamento cristão que, em certo sentido, tornou-se um ativista em favor do meu filho e de outros como ele, que haviam sido maltratados por professores. Os esforços do colunista foram recompensados – na forma de uma nova estipulação que exigia, de professores em perspectiva para escolas paroquiais, que fossem aprovados em um curso de psicologia infantil. Infelizmente, meu filho sempre carregará uma profunda cicatriz infligida por aquela professora.” A seguir, apelei fervorosamente ao meu ouvinte para que tratasse com gentileza os alunos e seus familiares. Mais tarde, naquele dia, notei que ele chamava o pré-adolescente e sua mãe à sua sala para uma outra reunião. Dessa vez, todos saíram sorrindo.

Paulo, em Gálatas 5, relacionou a mansidão como um dos frutos do Espírito. No rosto de quem você colocará um sorriso hoje, por ter cultivado o fruto da amabilidade e tocado um coração?

Consuelo Roda-Jackson