Sexta-feira
17 de maio
Motivo certo, método errado
Então, Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita; e o nome do servo era Malco. João 18:10

Pedro era um discípulo cheio de boas intenções, mas que, às vezes, usava o método errado. Ele demonstrou isso em várias situações, sobretudo ao cortar da orelha de Malco. Quem está seguindo Jesus de longe (Mt 26:58) nunca consegue agir de modo equilibrado.

Como Pedro, quantas vezes queremos defender boas causas, usando os métodos errados? A motivação é boa, mas os métodos não são divinos. A motivação é ajudar, preservar ou mesmo purificar a igreja, mas a maneira como isso é feito não reflete o caráter ou as atitudes de Cristo. Quantas vezes podemos ferir pessoas em nome da defesa da fé ou da verdade? Quantas vezes podemos causar divisão na igreja por querer defender nossa visão de como as coisas devem ser feitas? Podemos ter boas intenções, mas os métodos usados são semelhantes ao que Pedro utilizou.

Precisamos confiar mais na direção divina e menos em nossa força para manter a igreja unida da maneira como cremos que ela deve ser. A igreja é a menina dos olhos de Deus. Ele é o maior interessado em conservá-la pura e executar justiça sempre que for necessário. Assim como aconteceu quando Cristo foi preso, algumas vezes Ele não age no momento em que esperamos ou da maneira como queremos. Seus planos, bem como Seu amor, justiça e paciência são maiores que os nossos.

Não podemos permitir que intenções boas produzam ações más. Se as coisas não são como gostaríamos e não conseguimos modificá-las usando os métodos de Cristo, então precisamos deixar que Ele resolva da Sua maneira. Somos chamados para defender a causa certa usando os métodos certos. Por isso, Ele aconselha: “Embainha a tua espada” (Mt 26:52).

É interessante, porém, que, logo após sua crise pessoal, Pedro experimentou a verdadeira conversão (ver Educação, p. 89, 90). Jesus não desistiu dele, mas enxugou suas lágrimas e lhe deu um novo coração. Acabou a violência e começou a submissão. O medo foi abandonado. Nasceu uma santa ousadia. Em vez de ser autossuficiente, Pedro se tornou dependente do poder e da vontade de Deus.