Qualquer bicho parecido com uma folha é um bicho-folha. Há, porém, um grupo de esperanças que exibem detalhes de causar surpresa. Elas se parecem com folhas estragadas que tiveram a borda comida por uma lagarta ou roída por um besouro. Algumas esperanças são folhas secas “ornamentadas” com excrementos de pássaros sobre as asas. Outras parecem estar infectadas por fungos e em fase de apodrecimento.

Até mesmo as nervuras das folhas são imitadas. Às vezes colam as antenas em um tronco de árvore e deixam as patas soltas no ar, como se fossem galhos finos. À luz do dia, quando permanecem totalmente imóveis no meio da mata, é quase impossível percebê-las. À noite, o macho canta para atrair as fêmeas, que por sua vez são mudas. Diferentes das esperanças comuns, não voam, usando as asas apenas como paraquedas, quando caem de árvores altas.

Além de assumir a aparência das folhas, essas esperanças se comportam como folhas. Se um curioso se aproximar e tocar nelas, na maioria das vezes caem ao chão, como folhas secas. No caso de o invasor não ficar convencido de que se trata de uma folha, usam o último truque: ficam imóveis. Esses artifícios visam unicamente a preservação do bicho-folha, inseto normalmente inofensivo, mas que tem dezenas de predadores. A esperança sabe que não é suficiente se parecer com uma folha. Ela precisa agir como uma folha, seu objeto de imitação.

Uma pessoa pode ter aparência de cristão e não viver como um verdadeiro seguidor de Cristo. Nesse caso, sua sobrevivência espiritual está comprometida. “O caráter é revelado não por obras nem por erros ocasionais, mas pela tendência que palavras e atos costumeiros revelam” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 57, 58). A sobrevivência espiritual é resultado da confiança em Deus. Sobreviver significa escapar, resistir. É preciso lembrar que “o mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 João 2:17).