Segunda-feira
23 de março
Enfrentando a tentação
Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus. Tiago 1:13

Ao falar sobre as provações e o papel delas na experiência do cristão, Tiago declara feliz o homem que as suporta com perseverança, até o fim, sem pecar nem desanimar. É verdade que, às vezes, no redemoinho das dificuldades, esse cristão pode até se sentir infeliz; e até ser visto assim por outras pessoas. Mas Tiago corrige essa ideia. Inclusive menciona a coroa da vida eterna como recompensa do cristão paciente, esperançoso na providência divina.

Em seguida, ele apresenta o assunto “tentação”, ligando-o à provação. O significado original da palavra traduzida como “provação” abrange qualquer situação que teste a fé e o caráter, e também a ideia de insinuação direta ao pecado. Aqui, Tiago a utiliza para falar de tentação, deixando claro que a provação contribui para nosso amadurecimento espiritual, enquanto a tentação pode levar à falência espiritual.

Há três fatos referentes à tentação bem definidos por Tiago:

Deus não é seu autor. No 1o século, especialmente entre os gregos, circulava a ideia de que os deuses originavam as tentações e os pecados delas resultantes. Alguns cristãos foram influenciados por esse conceito. Era preciso dissuadi-los. Deus não nos induz a pecar.

Tentação é questão individual. “Cada um é tentado pela sua própria cobiça” (Tg 1:14). O gatilho que dispara o ato de ceder à tentação está em nossa natureza caída. Satanás sabe disso, razão pela qual todos os dias utiliza situações, coisas ou pessoas que fazem disparar o gatilho dos desejos pecaminosos.

Tentação segue um processo. Primeiramente, o ser humano é atraído e se deixa, seduzir pela própria cobiça. Então, o pecado acontece. Quando desejos impróprios, são alimentados, ou mesmo quando a satisfação de desejos lícitos é buscada fora dos planos de Deus, o pecado é “concebido”. A consequência é morte espiritual.

Contudo, não precisamos ceder. Paulo escreveu: “Não lhes sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças […]. [Ele] vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1Co 10:13).

Se ainda assim falharmos, devemos nos lembrar de que: “Mesmo se formos vencidos pelo inimigo, não seremos rejeitados nem abandonados por Deus. […] Aquele que começou em você a boa obra há de continuá-la até o dia de Jesus Cristo” (Ellen White, Caminho a Cristo, p. 64). Sim, por Sua graça, Ele nos reerguerá!