Terça-feira
24 de março
Do riacho para o monte
Então o fogo do Senhor caiu e queimou completamente o holocausto, a lenha, as pedras e o chão, e também secou totalmente a água na valeta. 1 Reis 18:38, NVI

Aqueles eram dias escuros na terra de Israel, por causa da iniquidade patrocinada por Acabe, sob influência de sua ímpia e sanguinária esposa, Jezabel. O reino trocou o verdadeiro Deus por Baal e, como consequência, a fome e o prenúncio da morte eram sentidos em todos os lugares. Foi então que Elias, natural de Tisbe, apareceu anunciando os juízos divinos sobre a nação. Não cairia orvalho nem chuva durante anos. Advertência dada, o profeta saiu do cenário, sendo enviado para o esconderijo provido pelo Senhor às margens do ribeiro de Querite. O nome Querite é sugestivo na experiência de Elias. Em hebraico, o termo significa “cortar, colocar no tamanho certo”, mas também pode ser usado no sentido de “aparelhar”, “talhar” ou “ser separado”, “afastado”.

Certamente, Elias precisava ser moldado, talhado, treinado e provado a fim de cumprir os propósitos que Deus tinha para ele. No exílio, o profeta não ficou desamparado, tendo sido alimentado com pão e carne que lhe eram levados pelos corvos. A sede era saciada com as cristalinas águas do ribeiro que, surpreendentemente, secou.

O estágio seguinte foi em Sarepta, onde milagrosamente alimentou uma viúva, o filho dela e a ele mesmo, fazendo multiplicar “um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija” (1Rs 17:12). Coroando a ação divina na vida daquela viúva, posteriormente, o profeta ainda retirou o garoto dos braços da morte, restituindo-lhe a vida.

Então veio a ordem para que se apresentasse a Acabe, por quem foi saudado como “perturbador de Israel” (18:17). O homem de Deus não se deixou intimidar. A resposta foi a atribuição de culpa ao rei, seguida do desafio para que fossem reunidos no Carmelo, diante dos israelitas, 850 profetas de Baal e Aserá. Era preciso evidenciar quem era o verdadeiro Deus, e todos deviam escolher de qual lado ficariam. No monte Carmelo, de nada adiantaram o clamor, as oferendas, o sacrifício dos adoradores de Baal. Mas o Senhor respondeu à oração do profeta, fazendo cair fogo que consumiu o holocausto. O povo se voltou para o verdadeiro Deus.

Muito tempo mais tarde, referindo-se ao episódio, Tiago falou de Elias como homem sujeito às mesmas paixões que nós (Tg 5:17). Isso soa confortador. Se Deus usou Elias para realizar tão extraordinário milagre, que proeza existe que Ele não possa fazer tendo como instrumentos você e eu?