Sexta-feira
22 de maio
Quem pede recebe
Pois todo o que pede, recebe; o que busca encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Mateus 7:8

Vim de uma família complicada. Meu pai havia deixado a esposa com três filhas, e minha mãe tinha sido abandonada com dois filhos: um menino e uma menina. Meu pai era alcoólatra, violento e abusivo. Os dois se juntaram, e eu nasci nessa triste realidade. Diziam ser católicos, mas não iam à igreja. Tínhamos muito preconceito com crentes.

Quando completei nove anos, minha mãe me levou para a igreja a fim de receber o curso de catecismo. Quando terminei o curso, recebi um roupão de cetim e um cordão grosso. Estava voltando para casa com esse roupão nas mãos. Em minha cabecinha de criança, fiz uma pergunta silenciosa: “Qual será a religião verdadeira?”

Quando cheguei em casa, encontrei um folheto em cima da mesa. Perguntei à minha mãe o que era aquilo, e ela respondeu que não sabia. Tudo indica que alguém havia deixado embaixo da porta. Deus tinha respondido à minha pergunta!

Peguei o folheto e vi que era um convite para o cinema do bairro. Fiquei feliz, pois achei que teria o privilégio de ver um filme, algo que só acontecia quando o vizinho pedia para eu levar a filha dele ao cinema e pagava a minha entrada.

O convite informava que haveria uma semana inteira de programas. Quando chegou o primeiro dia, avisei minha mãe que eu iria ver o programa, mas ninguém quis ir comigo.

Fui recebida na porta do cinema com muito carinho – coisa que eu não tinha em casa. No início do programa, contavam histórias para crianças com figuras na tela.
Eu me lembro que uma das histórias falava de uma galinha que tinha salvado seus pintinhos de um incêndio colocando todos eles embaixo das asas. Amei! Gostei tanto que fui os sete dias. Assim fui conhecendo a Deus.

Quando terminou a semana, fui convidada para conhecer a igreja do bairro. Era a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ninguém da minha família se interessou pela igreja. Mesmo assim, eu continuei indo. Todas as noites em que eu ia à igreja, meu pai trancava a porta e não me deixava entrar quando eu voltava. O ancião da igreja me acompanhava para pedir que meu pai me deixasse entrar. Eu sempre era ameaçada por meu pai.

Aos dez anos, pedi o batismo e fui batizada. Hoje, após 58 anos, continuo firme na minha fé, assim como toda a minha família, filhas e netos. Meu pai e minha mãe, que já são falecidos, também aceitaram o Senhor.

Em meu coração, só tenho gratidão a Deus por ter me alcançado. Esperto ver Jesus em breve!

Juliana Barretto