Terça-feira
30 de junho
Estendendo a mão
O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes. Mateus 25:40, ARA

Saí do culto animada. Aquela meditação trouxe motivos de sobra para que eu ajudasse alguém. Fiz uma breve oração e pedi ao Senhor para que me enviasse uma pessoa. O coração aquecido por dentro me motivava a fazer planos de doar cestas básicas, visitar pessoas necessitadas ou acolher uma família.

No domingo pela manhã, eu e meu esposo saímos para caminhar pelas ruas pouco movimentadas de São José, Santa Catarina. Pelo caminho, vi que alguns andarilhos dormiam no chão. “Onde estão as pessoas carentes de ajuda?”, pensava. Mais à frente percebi que havia alguns jovens bêbados sentados no chão, sem forças para levantar. Fiquei profundamente triste ao ver aquela cena, mas não parei para oferecer ajuda; segui caminhando. Estava tão empolgada em ser um soldado de Cristo que me esqueci de ir para o campo de batalha.

Enquanto retornava para casa, avistei uma figura enigmática de longe; fiquei paralisada. Seu olhar me alcançou a metros de distância. Ele vestia trapos, mas se portava com postura. Então veio silenciosamente em minha direção e estendeu os braços. Num ímpeto, meu esposo quase me arrastou para o outro lado da rua. Olhei para trás várias vezes, e aquele homem continuava mantendo seu olhar fixo no meu. Não falou nada, apenas sorriu.

Reconheci aquele olhar e desabei em lágrimas. Paramos, e expliquei rapidamente a meu esposo que precisávamos voltar. Era a resposta de minha oração. Saímos para procurar aquele homem; porém, ele não estava mais lá. “Passaram-se apenas dois minutos, como ele poderia sumir?”, questionei-me. Olhamos nas ruas ao redor e não o avistamos mais.

Naquele momento, veio à minha mente uma voz mansa e suave: “Filha, você não está preparada. Havia muitas pessoas ao seu redor precisando de ajuda, mas você não pôde suportar Meu olhar. Faça o melhor onde você estiver, floresça onde está plantada”. Deus reforçou em meu coração que o momento de ajudar é agora e que as pessoas que necessitam de auxílio estão ao meu redor.

Nunca mais esquecerei aquele olhar. Talvez tenha visto um anjo, não sei. No entanto, uma coisa é certa: quem buscar ao Senhor vai encontrá-Lo. As respostas estão ao nosso alcance; portanto, faça o seu melhor e estenda sua mão. Mas, por favor, não se esqueça de abrir os olhos!

Juliana Lang da Silva