Sexta-feira
15 de janeiro
Apreço próprio
Que é o homem, para que com ele Te importes? [...] Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Salmo 8:4, 5

Era dia de prova prática na turma do 3o semestre de Enfermagem. Formamos duplas para cada um aplicar as injeções de soro fisiológico no colega. Com 19 anos, de branco dos pés à cabeça, fiz todo o preparo, mas estava tensa com a ideia de furar alguém.

Então a professora se aproximou, perguntou por que eu tremia e insinuou:

– Você deveria pensar se realmente quer ser enfermeira. Talvez devesse fazer outra coisa…

Eu desejava muito ser enfermeira. Era aluna disciplinada e tinha boas notas. Não entendi a sugestão dela.

Apliquei as injeções e saí do laboratório chorando. Nunca mais voltaria. Permiti que aquela atitude destruísse meu sonho da enfermagem.

Contudo, eu estaria sendo parcial não reconhecendo que também era responsável pelo desfecho desta história. Com uma autoestima assertiva, jamais teria abandonado o curso que escolhera, nem teria me permitido acreditar no rótulo de incapaz, mesmo nervosa durante a prova.

Nossos algozes não são os únicos responsáveis por nossos fracassos, mas a própria autoestima. Ela está por trás de nossa forma de reagir às contrariedades, define como damos e recebemos amor, nossas atitudes nos relacionamentos, as escolhas construtivas ou destrutivas que fazemos e as pessoas que escolhemos para estarem perto de nós. A baixa autoestima está por trás da dificuldade de colocar limites e de nosso descontentamento e infelicidade.

Autoestima ou amor-próprio se forma a partir de nossas necessidades preenchidas quando crianças: valor, atenção, aceitação, significado, propósito, objetivos, conexão com algo maior do que nós, estímulo, intimidade, conexão com os outros e segurança. Crianças que recebem críticas, rejeição, falta de limites para aprender a lidar com a frustração e as perdas podem ter seu desenvolvimento emocional comprometido na fase adulta.

Quando o mandamento diz para amar o próximo como a si mesmo, deixa claro que primeiro precisamos aprender a amar a nós mesmas. Qual é o tamanho do apreço que você tem por si mesma? Não permita que a baixa autoestima corroa seus sonhos, enfraqueça seu valor e determine seu fracasso. Aprenda a amar quem Jesus ama tanto e por quem chegou a dar a vida: você.