Você se considera violento? Geralmente, pensamos em violência como algo que está fora de nós. Somos calmos; os outros é que são nervosos. Estávamos tranquilos, os outros é que quiseram perturbar nossa paz. Será? De acordo com o Atlas da Violência 2019, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o homicídio é a principal causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos no Brasil. Por isso, devemos dedicar tempo para refletir sobre o tema.

Há várias maneiras de ser violento, seja em meio à multidão enlouquecida, que grita: “Mata! Mata!”, ou mediante um humor cínico, agudo e sofisticado, que “mata” a dignidade do outro. A violência é tão perceptível na humanidade, que podemos encontrá-la em qualquer ambiente social, do barraco à mansão.

A sociedade diz ter aversão à violência, ódio ao ódio. E isso não é algo recente. No início dos anos 1300, Dante Alighieri compôs o maior poema do Ocidente, A Divina Comédia, e nele classificou a ira como um dos sete pecados capitais; ou seja, todos os “estourados” estariam condenados à perdição.

Ao longo da história, ocidental ou oriental, antiga ou moderna, a violência sempre esteve presente. Apesar da imagem pacífica que o brasileiro tem, existem registros de várias barbáries ocorridas no país, como o assassinato de milhares de nativos durante o período de colonização, a brutalidade na contenção das revoltas dos escravos, a guerra de Canudos e as várias revoltas civis que foram testemunhadas ao longo do tempo, sem mencionar a violência cotidiana e a guerra entre facções criminosas e o Estado em todo o país.

Como pecadores, reconhecemos que há uma violência original em nós, ainda que muitas vezes velada, da qual não podemos nos livrar sozinhos. Ao admitir essa realidade, só nos resta buscar um milagre, pois só Deus pode nos transformar totalmente. Jesus declarou que os pacificadores são bem-aventurados, pois eles entendem que sua sede de justiça só pode ser satisfeita pelo Juiz de toda a Terra. Por isso, observe o mandamento de Cristo e tenha paz!