A primeira lição teológica da vida é saber que Deus deve estar no controle, não eu mesmo. Ele deve estar no comando de minhas decisões. Como, porém, abrir mão da própria vontade se tudo ao nosso redor é contra os princípios bíblicos da abnegação, humildade e rendição do próprio eu? Pelo contrário, o comum são os discursos que supervalorizam nosso poder interno e a importância da autoajuda.
O fato é que, por causa do pecado, vivemos a era da divinização do eu. Ser escravo do eu é o que há de mais comum, e o ser humano, imperador da própria vida, a cada ação errada fortalece mais seu egoísmo. Acontece que essa divinização cria abismos emocionais e uma espiritualidade falsa. É por isso que não existe salvação se o eu está no controle da vida. Ellen White declara: “Quem vive para si mesmo não é cristão” (Parábolas de Jesus, p. 49).
Como, então, experimentar uma reforma de vida? Como crucificar o próprio eu? A entrega total da mente, do coração e das forças a Cristo, sem reservas, é nossa única saída. Jesus mesmo disse: “Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. […] É necessário que vocês nasçam de novo” (Jo 3:4, 7). E ainda: “Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor” (Jr 17:5).
Devemos alimentar a natureza espiritual para viver outra dimensão. Os lugares que frequentamos, os compromissos que aceitamos, o passatempo que escolhemos, os estudos que fazemos, os projetos que queremos desenvolver, nossas viagens, os amigos com os quais nos relacionamos, tudo em nossa vida deve ser submetido à aprovação de Deus, por meio da oração. Tudo influencia nossa vida espiritual. Se algo não nos leva à submissão a Deus, leva para a entronização do eu.
Na cruz, Jesus garantiu liberdade a todos. Somos livres, principalmente para ceder o controle de nossa vida a Jesus. Se você quer viver o cristianismo verdadeiro, tire da vitória de Cristo forças para se entregar a Ele. Porque Cristo venceu, você não precisa ser escravo de si mesmo.