Sexta-feira
26 de novembro
A era do amor-próprio
Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na inutilidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus. Efésios 4:17, 18

Há muito tempo o sábio Salomão tinha percebido essa realidade da vida: “tudo é vaidade” (Ec 1:2, ARA). Na natureza do ser humano pecador, tudo é presunção. É difícil separar o homem de suas vaidades. Se tirarmos nossas vaidades, o que restará? Existe algo por detrás delas? Paulo nos adverte de que “tudo o que não provém da fé é pecado” (Rm 14:23). Isso nos mostra que até mesmo coisas boas e virtuosas, se não forem inspiradas pelo Espírito de Deus, são apenas vaidade.

Em uma era de tanto narcisismo, é fácil nos descobrirmos amantes de nossas virtudes, de nossa aparência e inteligência; orgulhosos de nossas conquistas, sem nos apercebermos de que esse apego é puro alimento à vaidade. Nossas redes sociais estão inundadas delas, vaidades que projetam nosso olhar sobre aquilo que não é pão. E o que dizer da tentação de nos acharmos mais santos e virtuosos? A vaidade de achar-se superior a outros. Quem nunca se sentiu tentado pela força do narcisismo? Diante dessa realidade fatídica, com as próprias forças, o máximo que conseguimos é disfarçar a vaidade por meio de recursos retóricos de simplicidade e humildade.

Como filhos de Deus, com uma vida renovada pelo Espírito, devemos implorar a Ele que apague de nosso cartão de visitas a marca de nossas vaidades e coloque nele nossa essência convertida. Em vez de vivermos preocupados com o que o outro vai achar da nossa aparência, de nossas grifes, de nossas vitórias, devemos viver preocupados em nos nutrir mais daquilo que é alimento para a alma.

Conscientes de nossa natureza corrompida, precisamos de força do alto para nos libertar de nossas amarras, ou estaremos definitivamente condenados à vaidade e ao reino do nada. Que nossa oração hoje seja a mesma que encontramos em Provérbios 30:7 e 8 (ARC): “Duas coisas Te pedi; não mas negues, antes que morra: Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa.”