Terça-feira
24 de maio
Uma caminhada noturna na África
O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que O temem e os livra. Salmo 34:7

Alguns anos atrás, durante o verão, tive a oportunidade de ser voluntária no Hospital Adventista Heri, na Tanzânia. Situado no coração da selva africana, Heri é o hospital missionário adventista mais remoto do mundo. Ajudei a equipe médica a tratar dos pacientes e até dei assistência durante várias cirurgias. Eu gostava muito de trabalhar nas diferentes enfermarias do hospital, mas o que eu realmente gostaria de testemunhar era o nascimento de um bebê. À medida que os dias passavam, percebi que minhas chances de assistir a um parto estavam se esgotando, então o enfermeiro-chefe me deu um rádio bidirecional, dizendo que ele me chamaria quando alguma mulher entrasse em trabalho de parto.

No meio da noite, fui acordada pelo som de uma voz falando pelo rádio. Respondi, perguntei se havia alguém em trabalho de parto, mas não houve resposta. Eu estava hospedada na casa dos missionários, relativamente próxima do hospital, e eu não queria acordar a família, então decidi fazer a caminhada de 10 minutos até o hospital sozinha. Nenhum dos prédios do campus tinha eletricidade, e eu não tinha nem mesmo uma lanterna. Pensando bem depois do ocorrido, eu jamais deveria ter feito aquela caminhada sozinha pela selva na escuridão, mas eu queria tanto ver um bebê nascendo que agi por impulso.

Quando finalmente cheguei ao hospital, o enfermeiro me disse que alguém havia apertado o botão do rádio sem querer, e que, afinal, ninguém estava em trabalho de parto. Ele perguntou se eu tinha vindo da casa dos missionários sozinha, e eu admiti que sim. Ele me disse que era muito perigoso andar sozinha na selva à noite. Então ele enviou uma pessoa para me acompanhar de volta até em casa. No dia seguinte, fui informada de que soldados guerrilheiros de Burundi, bem próximo de onde estávamos, frequentemente patrulhavam aquele caminho da selva à noite. O campus do Hospital Heri é localizado a apenas alguns quilômetros da fronteira de Burundi, um país que estava no meio de uma guerra civil havia mais de uma década. Então foi somente pela graça de Deus que eu não encontrei ninguém.

O Senhor muitas vezes me protegeu de perigos ao longo da minha vida. E estou certa de que muitas outras vezes Ele me protegeu do perigo, e eu nem percebi. Mal posso esperar para ir para o Céu, onde aprenderemos mais sobre as intervenções divinas em nossa vida. Ele certamente jamais nos deixará nem nos abandonará.

Amanda N. Gaspard