Jesus não apenas disse coisas impressionantes sobre Si mesmo, sobre quem Ele é, sobre quem O enviou ou sobre de onde Ele veio. Ele também mostrou quem é pelos milagres e sinais que realizou. Algumas pessoas testificaram abertamente sobre Jesus: “Quando o Cristo vier, será que vai fazer maiores sinais do que este homem tem feito?” (Jo 7:31).
Jesus confirmou Suas palavras com ações que provavam a veracidade do que Ele disse.
À medida que o drama continua, no entanto, começa uma divisão entre o povo. A cura do homem junto ao tanque de Betesda atraiu a ira de alguns líderes religiosos. A discussão em Cafarnaum, após a multiplicação de pães e peixes, resulta na rejeição de Jesus por muitos dos Seus discípulos. A ressurreição de Lázaro produziu fé em algumas pessoas, mas desencadeou em outras uma hostilidade que levaria ao julgamento e à execução de Jesus.
A lição desta semana examina a história de algumas pessoas que deram testemunho sobre Jesus. Em cada um desses incidentes, são revelados alguns aspectos de quem Cristo realmente é. Juntos, eles nos dão uma compreensão mais profunda sobre Jesus, o Messias.
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A lição 2 descreveu como o testemunho de João Batista levou até Jesus os primeiros discípulos – André e João, Pedro, Filipe e Natanael. Seria de se esperar que o próprio João Batista, tendo dado seu testemunho, saísse de cena. Mas ele reaparece diversas vezes no Evangelho de João.
1. Leia João 3:25-36. Como João Batista se compara com Jesus?
Surgiu uma discussão entre os discípulos de João Batista e um judeu a respeito da purificação, provavelmente tendo a ver com a eficácia do batismo (Mc 1:4, 5). É interessante observar que quando os discípulos de João se dirigiram a ele, sem dúvida para tentar resolver a questão, mencionaram Jesus, dizendo: “Está batizando, e todos vão até Ele” (Jo 3:26). Não é difícil ler nas entrelinhas: eles tinham inveja de Jesus por causa do mestre deles e por causa de si mesmos.
Seria muito fácil para João ceder à inveja, mas ele não o fez, porque sabia qual era a sua missão. Em vez disso, lembrou aos seus discípulos que jamais tinha afirmado ser o Cristo. Pelo contrário: ele veio apontar para o Messias, preparar o Seu caminho e ser uma testemunha Dele (Jo 1:6-8).
Usando a ilustração de um casamento, João Batista se autodenomina amigo do noivo, tendo Jesus como noivo. A noiva, portanto, seria o povo de Deus (compare com Os 2:16-23; Is 62:1-5). Então, em palavras que revelam a verdadeira grandeza de João, ele diz: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30).
João 3:31-36 continua a comparação entre Jesus e João Batista, mostrando a superioridade do Messias sobre Seu precursor. A ideia de testemunho é enfatizada novamente pelo testemunho de João, que aponta para Jesus. Os que recebem esse testemunho e creem em Jesus têm a vida eterna. Aqueles que não O recebem permanecem sob a ira de Deus. Isso é o que diz o texto. Deus ama o mundo e enviou o Seu Filho para redimir o mundo (Jo 3:16, 17). Mas aqueles que recusarem a dádiva que lhes é oferecida terão de pagar a pena pelos seus próprios pecados – a morte eterna.
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2. Leia João 1:32-36. O que João Batista disse sobre Jesus que o povo não esperava do tão aguardado Messias?
Os judeus esperavam um Messias que os libertaria de Roma. Tendo vivido durante muito tempo sob opressão, acreditavam que o Messias não apenas derrubaria o Império Romano, mas também os estabeleceria como uma nação poderosa. No entanto, as palavras de João, chamando Jesus de “Cordeiro de Deus” (Jo 1:29), embora apontassem para o Seu sacrifício expiatório, provavelmente foram mal interpretadas pela maioria das pessoas. Muitas delas não sabiam do que João Batista estava falando.
Assim, João, com o seu evangelho, pretendia mudar a compreensão dos judeus sobre o Messias, para que reconhecessem em Jesus o cumprimento das profecias a respeito do Rei vindouro e das Suas obras. Cristo não veio como líder político e militar, mas com o propósito de Se oferecer como sacrifício pelos pecados do mundo. Somente depois disso, quando tudo estiver consumado, virá o reino final (Dn 7:18).
“Quando, no batismo de Jesus, João O apontou como o Cordeiro de Deus, nova luz foi projetada sobre a obra do Messias. A mente do profeta foi dirigida às palavras de Isaías: ‘Como cordeiro foi levado ao matadouro’” (Is 53:7; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 99).
João Batista disse: “Eu mesmo não O conhecia” (Jo 1:31). Então, de que maneira ele reconheceu Jesus como o Messias? A resposta é que o Senhor, que enviou João, já havia lhe dito: “‘Aquele sobre quem você vir descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.’ Pois eu mesmo vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus” (Jo 1:33, 34). Deus revelou a João que Jesus era o Messias.
“Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus” (1Co 1:24). O conhecimento de que Jesus é o Cristo vem de Deus, por meio do poder convincente do Seu Espírito. Esse tema aparece com frequência em João. A salvação não vem da filosofia humana, da ciência ou da instrução avançada. Vem somente de Deus para um coração rendido em fé e obediência a Jesus.
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A lição 2 examinou a multiplicação de pães e peixes, registrada em João 6, mas não cobriu a seção final da história, que estudaremos hoje.
3. O que Jesus disse que as pessoas não aceitaram? Jo 6:51-71
Depois de ser alimentado miraculosamente por Jesus, o povo estava pronto para coroá-Lo rei (Jo 6:1-15). Mas ao falar posteriormente na sinagoga de Cafarnaum, Ele explicou o significado espiritual do milagre: “Eu Sou o pão da vida.” Jesus explica que esse pão é a Sua carne, que Ele daria pela vida do mundo (Jo 6:35, 51).
Essa declaração abriu os olhos da multidão para o fato de que Jesus não seria seu rei terrestre. Ele não Se encaixava nos padrões do pensamento terreno. Aquelas pessoas recusavam a conversão, o que transformaria a forma como pensavam e as levaria a reconhecer e aceitar Jesus como o Messias. Muitos de Seus discípulos O abandonaram naquele momento (Jo 6:66).
Do ponto de vista humano, isso deve ter sido difícil para Jesus. Ser aprovado pela multidão é bastante agradável. Quem não quer ser amado? Mas, naturalmente, ver muitos se afastarem, questionando o que dizemos, é desanimador. Ao ver a multidão ir embora, Jesus perguntou ao Seu círculo de amigos, os 12, se eles queriam se retirar.
Nesse momento, Pedro faz uma confissão impressionante, testemunhando acerca do que Jesus tem e do que Ele é: “O Senhor tem as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que o Senhor é o Santo de Deus” (Jo 6:68, 69).
Os discípulos estavam com Jesus havia alguns anos, viajavam com Ele, viam Seus milagres e ouviam Seus sermões. Sabiam por experiência própria que não existia ninguém comparável a Ele. Tinham a convicção de que, por mais incomuns que fossem algumas situações, aquele Homem era o Messias – independentemente do quanto ainda não entendessem o propósito de Sua vinda. Somente depois de Sua morte e ressurreição eles começaram a entender por que Jesus veio ao mundo.
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O Evangelho de João começa dizendo que a Palavra (o Logos) estava com Deus – isto é, Deus, o Pai (Jo 1:1). Quando a Palavra Se tornou carne, o Espírito Santo testemunhou sobre Jesus, repousando sobre Ele em Seu batismo (Jo 1:32-34). Mas o Pai também deu testemunho de Jesus durante Seu ministério terrestre.
4. Leia João 5:36-38. O que Jesus disse sobre o Pai?
Jesus relacionou o Pai às obras e aos milagres que realizava. Ele deixou bem claro que o Pai O enviou e testemunhou sobre Cristo.
5. O que o Pai disse sobre Jesus? Mt 3:17; 17:5; Mc 1:11; Lc 3:22; veja também 2Pe 1:17, 18
No batismo de Jesus, o Pai e o Espírito Se juntaram ao Filho para marcar essa importante ocasião: o início do ministério de Jesus. O Pai declarou que Jesus é o Seu Filho amado, em quem Ele Se agrada. Mas, em um momento crucial do ministério de Cristo, o Pai falou mais uma vez, conforme registrado no Evangelho de João.
A situação estava atingindo o auge nos últimos dias do ministério de Jesus. Os líderes religiosos, incapazes de detê-Lo (veja Jo 12:19), O queriam morto, agora mais do que nunca. As multidões estavam entusiasmadas com Ele, porque cada vez mais pessoas, ouvindo o testemunho dos que O viram ressuscitar Lázaro (Jo 12:17, 18), estavam começando a seguir Jesus. Até os gregos presentes na festa queriam vê-Lo.
Nesse momento, em resposta às palavras de Jesus, “Pai, glorifica o Teu nome”, o Pai novamente falou do Céu: “Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei” (Jo 12:28).
A hora da glória de Jesus é a cruz. Assim, o testemunho do Pai sobre Ele aponta para o grande sacrifício do Cordeiro de Deus pelos pecados do mundo. É o auge do Seu ministério terrestre. Sua morte em nosso favor pagou a penalidade completa pelos nossos pecados, e Nele, pela fé, jamais teremos que enfrentar essa penalidade.
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“Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7:37, 38).
João registra várias vezes em que Jesus fez declarações ousadas sobre Si mesmo, sobre quem Ele é e o que veio fazer.
O texto de João 7:37 e 38 é outro exemplo do que Jesus afirmou sobre Si mesmo e sobre o que faria a todos que fossem até Ele. Essas também foram reivindicações impressionantes.
6. Quando Jesus falou aos judeus que participavam da Festa dos Taber-náculos, qual foi a resposta de muitos da multidão? Jo 7:37-53
Alguns disseram que Jesus era o Profeta que Moisés predisse (Dt 18:15-19). Outros pensavam que Ele fosse o Cristo. Mas isso levantou o argumento de que o Messias não viria da Galileia, pois Ele seria descendente de Davi e nasceria em Belém. Tudo isso era verdade sobre Jesus (Mt 1; 2), embora muitos não soubessem!
Até mesmo os guardas enviados para prender Jesus ficaram impressionados com a eloquência de Suas palavras. Os fariseus responderam aos guardas com outra pergunta: “Por acaso alguma das autoridades ou algum dos fariseus creu Nele?” (Jo 7:48). A pergunta dos fariseus deu a João a oportunidade de mencionar novamente Nicodemos, que, depois de ter se encontrado com Jesus, tentava protegê-Lo das maquinações dos líderes religiosos: “Será que a nossa lei condena um homem sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?” (Jo 7:51).
Será que Nicodemos já aceitava Jesus como o Messias? Embora essa cena não prove que ele já aceitasse, a Bíblia dá evidências sólidas de que Nicodemos passou a crer Nele entre esse momento e o que ocorreu depois da morte de Jesus (Jo 19:39, 40).
Assim, a resposta àquela pergunta dos fariseus era: sim, um dos fariseus acreditava Nele.
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Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 300- 310 (“Crise na Galileia”); p. 497-502 (“‘Queremos ver Jesus’”).
“‘Para quem iremos?’ Os mestres de Israel eram escravos do formalismo. Os fariseus e saduceus viviam em contínuas disputas. Deixar Jesus significava associar-se a pessoas que discutiam de forma obstinada ritos e cerimônias e a homens ambiciosos que buscavam a própria glória. Os discípulos haviam encontrado mais paz e alegria desde que tinham aceitado a Cristo do que em toda a sua vida anterior. Como voltariam para os que haviam desprezado e perseguido o Amigo dos pecadores? Por muito tempo aguardaram o Messias; agora Ele viera, e não podiam se afastar de Sua presença para ir àqueles que estavam procurando tirar Sua vida e os tinham perseguido por se tornarem seguidores Dele.
“‘Para quem iremos?’ Não podiam se afastar dos ensinos de Cristo, de Suas lições de amor e misericórdia e ir para as trevas da incredulidade e para a perversidade do mundo. Enquanto o Salvador era abandonado por muitos que haviam testemunhado Suas maravilhosas obras, Pedro expressava a fé dos discípulos: ‘Tu és o Cristo’ (Mt 16:16). O próprio pensamento de perder essa âncora de seu coração os enchia de temor e pesar” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 309, 310).
Perguntas para consideração
1. Diante das evidências de Jesus como o Messias e da verdade do cristianismo, por que alguns as aceitam e outros as rejeitam?
2. Jesus morreu pelos nossos pecados. Existe uma verdade mais importante do que essa? Como chegamos a conhecer essa verdade? A ciência, a lei natural, a teologia natural, a lógica e a razão podem até nos levar a crer no Criador, na Causa Primeira ou no Motor Imóvel, mas essas disciplinas não podem ensinar a verdade mais importante de que precisamos: que Cristo morreu pelos nossos pecados. O que isso nos ensina sobre quão crucial é fazer da Bíblia a autoridade final em questões de fé?
3. Por que é importante para nossa fé contar aos outros o que Deus fez em nossa vida?
Respostas às perguntas da semana: 1. João se compara ao amigo do noivo e descreve Jesus como o noivo. Jesus é o Messias e Filho de Deus, enquanto João é o Seu precursor. 2. Jesus era o Cordeiro de Deus, que morreria como sacrifício pelos pecados. 3. Somente quem comesse a carne e bebesse o sangue de Jesus poderia receber a vida eterna. 4. O Pai enviou Jesus e dava testemunho Dele por meio das Suas obras. 5. “Este é o Meu Filho amado, em quem Me agrado.” 6. O povo se dividiu: muitos reconheceram que Jesus era enviado por Deus, enquanto outros duvidaram.
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FOCO DO ESTUDO: João 1:32-36; 6:1-71; 5:36-38; 7:37-53
ESBOÇO
Introdução: Na lição desta semana, exploraremos mais detalhadamente o testemunho de João Batista. João não estava confuso ou duvidoso quanto à identidade de Cristo. A cada passo, João apontava Jesus como o Filho de Deus e como a personificação da profecia cumprida. João não se assemelhava a um político conservador em busca da aprovação da multidão; pelo contrário, estava comprometido com a verdade revelada do reino de Deus, independentemente de ser aceita pela maioria ou não. Ele estava disposto a permanecer firme e inabalável ao lado da verdade que ele tinha certeza de ter sido enviada por Deus, mesmo que isso significasse ficar sozinho.
Nesta semana, também veremos que a verdade provoca divisão, o que determina quem a receberá com a mente aberta e o coração humilde.
COMENTÁRIO
A humildade de João Batista
João Batista não foi pronta e totalmente apagado do cenário da história após desempenhar seu papel crucial e profético como precursor do Messias. Ele foi sinceramente dedicado à missão de Cristo; nem mesmo a prisão e o martírio poderiam impedi-lo de cumprir sua obra. O seu exemplo de compromisso radical com a causa de Cristo também deveria nos inspirar a permanecer firmes em favor dessa mesma causa.
Demonstrando lealdade inabalável, João conhecia seu próprio limite e papel em relação a Cristo. Esse realismo e humildade eram incompatíveis com qualquer sentimento de ciúmes ou competição. João declarou: “Eu não sou o Cristo” (Jo 3:28). Ele direcionava as pessoas para longe de si mesmo, orientando-as a focalizar Jesus, o “Noivo”, a quem ele servia como amigo e em quem encontrava alegria.
Cristo é Aquele que veio do Céu, do seio do Pai, e as Suas palavras vivas conferem vida eterna. João, o discípulo amado, faz referência ao seu professor anterior, o humilde João Batista, que, ao falar de si mesmo em relação a Cristo, declarou: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3:30). A ordem correta é o crescimento de Cristo e a diminuição do eu.
Não podemos ser verdadeiramente humildes, a menos que Jesus cresça em nossa vida; somente Ele pode crucificar o eu e remover sua posição de destaque no trono do coração. É claro que Satanás tenta apresentar João 3:30 na ordem inversa: ele encoraja as pessoas a diminuir primeiro (por meio das obras) e depois observar o crescimento da graça de Jesus na vida delas. No entanto, tal abordagem é espiritualmente impossível, pois apenas o poder dominante de Cristo no coração pode subjugar o eu. Em outras palavras, não devemos inverter a ordem natural das coisas.
Um menino gostava de cantar canções sobre Jesus, a quem amava de todo o coração. Ele orava com frequência pedindo a Jesus que viesse e habitasse em seu coração, e ele verdadeiramente acreditava que isso aconteceria. Contudo, sua curiosidade o levou a questionar como o grandioso Jesus poderia caber em seu pequeno corpo. Seu pai não encontrou uma resposta adequada para essa pergunta intrigante, mas o menino encontrou a resposta por si mesmo. Ele explicou ao pai que Jesus era infinitamente maior do que ele e, ao convidá-Lo para entrar em seu coração, Cristo sempre encheria seu coração, Se destacaria e transbordaria para fora dele.
Que bela expressão do nosso testemunho cristão! O que se manifesta quando nos relacionamos com os outros? É o Salvador ou apenas nós mesmos? O nosso Salvador anseia ocupar o trono do nosso coração, inundando nossa vida com Sua graça salvadora como um aroma suave.
Uma nova compreensão do Messias (Jo 1:32-36)
João Batista ressaltou a dimensão espiritual do reino de Cristo: a renovação espiritual e a entrega pessoal do coração a Deus. Sua mensagem divergia das expectativas dos judeus em relação ao Messias. Ao negligenciarem as profecias bíblicas sobre um Salvador que sofreria, os judeus ignoraram Sua humilhação. Em vez disso, concentraram suas esperanças em um rei poderoso que os libertaria do jugo romano e estenderia Seu domínio pelo mundo.
Ao examinarmos atentamente João 1:32 a 36, percebemos que João fez questão de reiterar aos judeus a natureza espiritual do Messias. Ele enfatizou o papel crucial do Espírito Santo no ministério, quando desceu e repousou sobre Jesus, capacitando-O para batizar aqueles que cressem. Além disso, observe como João destaca a identidade eterna de Jesus como o Filho divino de Deus, ressaltando Sua função como o sacrifício, o “Cordeiro de Deus”, destinado a libertar Seu povo da escravidão do pecado.
O anúncio de João sobre o Messias enfatiza a importância de direcionarmos nossa atenção para aquilo que é de natureza eterna, em contraste com as coisas temporais ao nosso redor. Tudo o que percebemos, mesmo os mais preciosos bens, finalmente desaparecerá, enquanto as realidades espirituais durarão para sempre. Precisamos seguir os passos de nosso pai Abraão, que “aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e construtor” (Hb 11:10). A referência aos “fundamentos” pretendia lembrar a Abraão, o pai da fé, a solidez e a durabilidade da promessa de Deus, contrastando com a natureza efêmera de sua vida nômade.
Aceitação e rejeição (Jo 6:1-71)
Após o milagre da multiplicação dos pães e peixes para mais de 5 mil pessoas, a multidão, de repente, sentiu-se impelida a proclamar Jesus como rei sobre todo o Israel. No entanto, Jesus não alimentava ambições políticas e, diferentemente de muitos políticos, não era influenciado pela popularidade ou opinião pública predominante. Pelo contrário, Jesus desejava ardentemente estabelecer Seu reino no coração das pessoas. O povo tentou coagir Jesus a cumprir seus planos políticos, mas Ele Se retirou para buscar um momento a sós com Seu Pai.
As pessoas desejavam aceitar Jesus em seus próprios termos, ignorando a necessidade de aceitá-Lo nos termos Dele. No fim, eles decidiram rejeitá-Lo porque escolheram se concentrar no que era imediato e temporário. Não conseguiram enxergar além desses aspectos para contemplar o quadro mais amplo das realidades eternas e invisíveis do reino de Deus. Essa tendência é característica do coração humano não convertido, que muitas vezes rejeita o que não se alinha com suas noções preconcebidas mantidas por muito tempo. É evidente que as pessoas estavam tão absortas pelo pão físico que se tornaram cegas para a oferta do pão espiritual de Jesus, que era essencial para a salvação.
Jesus Se ofereceu ao povo como aquele pão espiritual que desceu do Céu, para que nunca mais tivessem fome. De maneira semelhante, Ele ofereceu a Si mesmo como a água viva à mulher samaritana, que bebeu da Fonte da vida, nunca mais tendo sede. Apesar das tentativas amorosas de Jesus de revelar a luz da verdade divina a muitos outros discípulos além dos 12, alguns pareciam endurecer o coração, recusando-se a aceitar essa verdade. Em vez de tentar compreender e acreditar, as pessoas se desculparam dizendo: “Duro é este discurso; quem pode suportá-lo?” (Jo 6:60). Assim, lamentavelmente, eles “O abandonaram e já não andavam com Ele” (Jo 6:66).
Nesse momento, Jesus dirigiu Seu olhar para os 12 discípulos remanescentes e indagou: “Será que vocês também querem se retirar?” (Jo 6:67). Pedro, agindo como porta-voz do grupo, respondeu de maneira profunda e inspirada pelo Espírito Santo: “Senhor, para quem iremos? O Senhor tem as palavras da vida eterna” (Jo 6:68). Essas são palavras de inspiração que todos devemos ter em mente! Não há outro lugar nem outra pessoa a quem possamos recorrer para a salvação, senão Jesus.
O testemunho do Pai (Jo 5:36-38)
João Batista testemunhou diversas vezes sobre a realidade do verdadeiro Messias enviado do Céu. Mas certamente o testemunho do Pai sobre Seu Filho, juntamente com o testemunho do Espírito Santo, são os mais poderosos. No batismo de Jesus, todos os três membros da Trindade estavam totalmente envolvidos. A voz do Pai testificou: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me agrado” (Mt 3:17). Naquela ocasião, os céus foram abertos e Jesus “viu o Espírito de Deus descendo como uma pomba, vindo sobre Ele” (Mt 3:16).
Todas as palavras e ações de Jesus, incluindo o significativo evento de Seu batismo, não foram suficientes para persuadir Seus oponentes. Além disso, João Batista, a quem reverenciavam, testificou da veracidade do testemunho do Céu. Então, por que os oponentes de Cristo não acreditaram no testemunho audível e visual do Pai e do Espírito em Seu favor? Por que eles não acreditaram nas poderosas obras e palavras divinas?
O testemunho impactante da ressurreição de Lázaro deveria ter sido suficiente para convencer os líderes judeus de que Jesus era o verdadeiro Messias. No entanto, envolvidos em sua escuridão espiritual, eles não conseguiam perceber a luz da verdade divina brilhando ao seu redor. Mesmo diante de evidências claras, recusaram-se a acreditar. De fato, os fariseus, normalmente em desacordo com os saduceus, encontraram uma oportunidade apropriada para se unir e condenar Jesus à morte. Logo depois, Jesus orou: “Pai, glorifica o Teu nome” (Jo 12:28). A voz do Pai testificou em favor do sacrifício de Cristo na cruz, declarando que O havia glorificado e O glorificaria novamente (Jo 12:28).
O testemunho da multidão (Jo 7:37-53)
Muitas pessoas comuns, incluindo alguns gentios, passaram a acreditar em Jesus, tendo testemunhado Suas obras poderosas. Jesus Se tornou muito popular entre as massas que não eram tão instruídas e, portanto, não tão fechadas ou preconceituosas como os seus líderes. O ciúme assassino dos líderes atingiu o ponto de ebulição. Eles se recusaram terminantemente a acreditar em qualquer evidência de Jesus, humana ou divina, não importando o que acontecesse.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Considere as seguintes questões e comente com a classe:
1. Em relação à humildade de João Batista: Em um mundo marcado pelo egocentrismo e engrandecimento pessoal, João tinha clara compreensão de sua identidade e missão. Em nenhum momento ele buscou obscurecer Jesus ou usurpar Sua posição; ele estava disposto a ser eclipsado para que a verdadeira Luz brilhasse intensamente. Qual deve ser nossa postura apropriada em relação à posição e ao reconhecimento humano? O que a ideia de que Jesus deve crescer e nós devemos diminuir revela sobre Jesus e sobre nós?
2. No que diz respeito ao tema vital da salvação em Cristo: Estudar e crer de todo o coração nos poderosos testemunhos de Deus, de João Batista e de outros que afirmam que Jesus é verdadeiramente o único e inigualável Filho de Deus, pode nos atrair para Ele, reconhecendo que sem Ele somos desamparados e sem esperança?
3. Com relação a alimentar-se de Jesus, o pão da vida: Como você aplica este pertinente conselho inspirado à sua vida diária: “O que a comida é para o corpo, Cristo deve ser para a alma. O alimento não nos aproveita se não o ingerimos, a menos que se torne parte de nosso corpo. [...] Precisamos nos alimentar Dele, recebê-Lo no coração, de modo que Sua vida se torne nossa vida” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 305).
4. Qual é o caminho para estabelecer uma base moral a fim de defender o que é correto diante da popularidade, opinião majoritária ou pressão dos pares? Reconhecendo que, conforme a Bíblia nos ensina, a maioria nem sempre está certa. Como o respaldo de Deus e Sua verdade nos transforma em uma maioria, mesmo quando estamos em minoria?
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Propriedade perfeita
Arizona | Igreja Adventista do Sétimo Dia de All Nations, em Page
Os adventistas do sétimo dia queriam plantar uma igreja na reserva indígena americana Nação Navajo, no estado do Arizona. Membros da Igreja ao redor do mundo contribuíram para o projeto quando a oferta do décimo terceiro sábado foi recolhida em 2011. Mas havia um grande problema: onde abrir a igreja.
A cidade de Page, localizada na divisa da Reserva Navajo, foi escolhida como o local ideal. No entanto, a igreja simplesmente não conseguia ser construída. As autoridades da cidade tinham uma regra de que todas as igrejas deveriam que estar localizadas em uma rua específica. A rua era tão bem conhecida por suas casas de adoração que recebeu o apelido de “Fileira de Igreja” e “Curva Santa”.
Mas não havia espaço na rua para construir uma nova igreja. Então, a única opção que restou foi comprar uma igreja já existente se os proprietários estivessem dispostos a vendê-la.
Havia uma igreja na rua que não estava sendo usada. A Igreja Batista do Sul sucumbiu ao abandono após seus membros terem envelhecido e falecido. O idoso diácono responsável pela igreja decidiu colocar a propriedade à venda.
Um avaliador foi chamado para determinar o valor da propriedade. Ele disse que valia 850 mil dólares.
Mas os adventistas não tinham 850 mil dólares. A porção da oferta do décimo terceiro sábado que havia sido recolhida para a nova igreja era menor. Mesmo com as contribuições da Divisão Norte-Americana e de outras entidades eclesiásticas que geralmente são adicionadas à oferta do décimo terceiro sábado, não havia muito dinheiro para a propriedade. Os líderes adventistas conversaram com o diácono e oraram.
No entanto, os adventistas não eram os únicos interessados na propriedade.
O terreno ocupava um local privilegiado na estrada principal que chegava à cidade. Era também do outro lado da rua de uma escola pública. Uma franquia de fast-food achou que o terreno seria o lugar perfeito para abrir um restaurante. A rede de fast-food entrou em contato com o diácono e ofereceu 2 milhões de dólares.
O diácono enfrentou uma séria decisão. O que ele deveria fazer? O terreno valia 850 mil dólares, os adventistas estavam interessados, e franquia de fast-food havia oferecido 2 milhões de dólares.
O diácono orou fervorosamente. Enquanto orava, ele sentiu que as pessoas precisavam mais de uma igreja do que de um restaurante fast-food. Ele pediu para os líderes da Convenção Batista do Sul para vender a propriedade para os adventistas por 250 mil dólares. Então, com a bênção dos líderes, ele ofereceu aos adventistas por aquela quantia. A oferta do décimo terceiro sábado e outras contribuições foram suficientes para comprar a propriedade.
“Foi inacreditável”, disse Nancy Crosby, que supervisiona a ação missionária adventista para os nativos americanos na Reserva Navajo, bem como em Utah e Nevada. “Não há dúvida de que Deus abriu a porta.”
Normalmente, ao plantar uma nova igreja, uma congregação começa a se reunir em uma casa com algumas pessoas. Quando a igreja cresce muito, ela se muda para um lugar maior. Em Page, a congregação começou em um edifício que era muito maior do que precisava.
“Parecia que a carroça estava sendo colocada na frente dos bois”, disse Nancy. “Mas Deus sabia o que estava fazendo.”
Obrigado por sua oferta em 2011 que ajudou a plantar a Igreja Adventista do Sétimo Dia de All Nations em Page, no Arizona. Ore por aqueles que estão compartilhando o evangelho com os nativos americanos, incluindo Nancy e seu marido, James, que é o pastor da igreja.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
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Leia mais sobre o trabalho do pastor James e da Nancy Crosby na Igreja de Page na semana que vem.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2024
Tema geral: Temas do Evangelho de João
Lição 6 – 2 a 9 de novembro
Mais testemunhos sobre Jesus
Autor: Manolo Damasio
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
As memórias resgatadas por João em seu evangelho impressionam profundamente por várias razões. Primeiramente, pelo que Jesus disse sobre Si mesmo, revelando Sua natureza divina e Seu propósito como o Filho de Deus. Suas palavras, carregadas de autoridade e verdade, iluminavam o entendimento daqueles que O ouviam. Além disso, os extraordinários sinais que acompanharam Suas declarações, milagres que iam desde curas até a ressurreição de um morto, confirmavam o poder de Suas palavras e deixavam claro que Ele era mais do que um simples mestre. Por fim, a reação das pessoas diante de Suas obras e ensinamentos foi marcante, com muitos testemunhando a respeito de quem Jesus era, enquanto outros, perplexos e desafiados por Suas palavras, espalhavam o impacto de Seu ministério por toda parte. O Evangelho de João, portanto, é uma rica testemunha da grandiosidade de Jesus, tanto em Sua revelação quanto na resposta daqueles que O encontraram.
A figura de João Batista aparece de forma peculiar e seu testemunho sobre Jesus é considerado importante na composição do quarto evangelho. Surgiu uma disputa e os discípulos de João Batista demonstraram sua insatisfação com o aumento da influência de Jesus à medida que a de João Batista ia perdendo força. O profeta precisou resistir à inveja e sua nobre reação serve de inspiração a todos os que servem os interesses do Reino de Deus. A preservação desse episódio nos traz outros elementos na construção da identidade de Jesus e nos ensina preciosas lições.
A compreensão que João Batista tem de si mesmo esclarece ao leitor a distinção entre os papéis dele e o de Jesus, destacando a supremacia do Messias e o perigo de rejeitar a oferta da salvação.
João reuniu evidências sobre a identidade messiânica de Jesus (Jo 20:31). Ao apresentar eventos específicos, João, ao contrário dos três primeiros evangelhos, acrescenta uma interpretação aos acontecimentos históricos, algo que parece não ter sido uma prioridade para Mateus, Marcos e Lucas.
A expectativa messiânica prevalecente apontava para um tipo de libertário político. As palavras de João Batista, “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29), estavam muito distantes do anseio popular. Em seu evangelho, João pretendia corrigir essa percepção. Jesus estava empenhado em remover o pecado do mundo, não as bandeiras romanas, como a maioria esperava.
Quando a pomba repousou sobre Jesus (Jo 1:33), João Batista reconheceu o sinal e deu seu testemunho. Nessa cena, de certa forma, vemos retratada a experiência de qualquer um que reconhece Jesus como Salvador. Sem o auxílio do Espírito Santo, nenhum de nós seria capaz de reconhecer Jesus como Ele é.
Se a perda de popularidade não foi suficiente para abalar João Batista, tal antipatia depois também não seria capaz de desviar Jesus do Seu propósito. O capítulo 6 de João relata o milagre da multiplicação dos pães e peixes. Talvez esse tenha sido o ápice da popularidade de Jesus. Contudo, no dia seguinte, Jesus foi cancelado por uma boa parte das pessoas que O teriam coroado rei algumas horas antes. João relatou que depois disso muitos discípulos O abandonaram (Jo 6:66). Diante dessa reação, Jesus perguntou aos discípulos se eles também iriam embora. Essa pergunta não foi uma expressão de autopiedade, mas uma tentativa de provocar uma reflexão e demonstrar a motivação dos doze. Não foi fácil para os discípulos absorver o “discurso duro” de Jesus (Jo 6:60). Por outro lado, eles não podiam negar a própria experiência. Afinal, para onde iriam? Eles reconheciam que Jesus era “o Santo de Deus” e que só Ele tinha “as palavras da vida eterna” (Jo 6:68, 69).
A Divindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, aparecem na narrativa de João de forma distinta, com ênfases variadas, a depender daquilo que se buscava comunicar. Ora Jesus ressalta Sua relação com o Pai (Jo 1:18; 5:19-23; 10:30; 14:9-11; 17:21; 8:28, 29), ora Ele apresenta o Espírito Santo como essencial, em semelhança e unidade com Ele (Jo 1:32, 33; 3:5, 6; 7:38, 39; 14:16, 17, 26; 15:26; 16:7, 8).
Tanto o Pai quanto o Espírito Santo dão Seu testemunho a respeito de Jesus. No batismo, Deus o Pai fez Sua voz ser ouvida, declarando a origem de Jesus e a relação entre ambos: “Este é o Meu Filho Amado” (Mt 3:17). Enquanto isso, o Espírito Santo repousou sobre Jesus em forma corpórea, na figura de uma pomba (Jo 1:32-34). O investigador bíblico pode perceber a Trindade unida nesse momento marcante. O Pai e o Espírito atestando a identidade de Jesus no início do Seu ministério público.
Se no início dos Seus trabalhos Jesus contou com o testemunho do Pai a Seu respeito, uma outra manifestação, agora no fim da obra de Jesus, foi oferecida para confirmar Seu trabalho e ampará-Lo numa hora difícil (Jo 12:28).
No capítulo 7 de João temos a descrição de uma ida de Jesus a Jerusalém, numa das festas mais importantes do calendário judaico – a Festa dos Tabernáculos. Jesus decidiu dirigir-Se depois à capital, dizendo aos Seus irmãos que fossem na frente. Havia um clamor por Sua chegada (Jo 7:11).
No dia mais importante da festa Jesus entrou sem ser notado e tomou lugar no pátio do templo, no meio da multidão (Jo 7:37). As tochas afixadas nas paredes de mármore branco refletiam a luz das chamas. O sacerdote de plantão tomava um jarro de bronze com água do tanque de Siloé, e diante de toda a multidão presente, derramava a água num recipiente. Toda a cena inspirava profunda reverência e admiração. Todos os elementos visavam encaminhar a atenção dos presentes a episódios passados. A coluna de fogo, um estandarte do Deus invisível e verdadeiro Guia de Israel pelo deserto; a água que jorrou em Horebe quando a rocha foi ferida dando de beber aos viajantes a caminho da terra prometida.
Nesse momento solene, Jesus Se fez conhecer e pronunciou com autoridade que Ele era a fonte da água viva. Ele trouxe para Si a prerrogativa de YWHW. E esse testemunho que Jesus deu a respeito de Si mesmo foi preservado unicamente por João em seu evangelho. Ninguém ousou interromper Seu discurso. Ellen G. White comenta que Sua divindade irradiou de Sua humanidade.
Mas, embora ninguém houvesse questionado Sua autoridade naquele momento, a discussão surgiu depois. “Por acaso alguma das autoridades ou algum dos fariseus creu Nele?” (Jo 7:48). Se lida com cuidado, a sequência do texto acaba revelando que sim, um membro do Sinédrio, que havia tido uma entrevista particular com Jesus, O defendeu (v. 51) e, posteriormente, após Sua morte, temos evidências de que Nicodemos reconheceu a identidade messiânica de Jesus (Jo 19:39, 40).
A nota explicativa de João no verso 39 do capítulo 7 deveria também chamar nossa atenção. João não apenas narra eventos, mas também lança luz sobre o significado deles. Aqui notamos algo mais amplo do que ocorrera em Horebe, quinze séculos antes. A Rocha ferida era um símbolo de Jesus e de Seu sacrifício (Êx 17:6; 1Co 10:4), enquanto a Água viva é associada ao Espírito Santo (Is 12:3; 44:3). O povo poderia contar com um suprimento para a sua jornada entre a escravidão e a terra prometida tanto quanto a igreja pode contar com o sustento divino até ver cumprida a promessa do retorno de Jesus e a chegada à Nova Jerusalém.
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Manolo Damasio é pastor adventista. Formou-se Bacharel em Teologia pelo UNASP-EC, em 2004. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Em 2008, foi chamado para o Distrito Federal, onde desempenhou diferentes funções. É Mestre em Liderança pela Andrews University e Pós-graduado pelo UNASP, com MBA em Liderança. Atualmente mora no Texas, servindo como pastor da Igreja Adventista Brasileira de Dallas desde 2017. É casado com Jeanne, jornalista e escritora. O casal tem dois filhos, Noah e Otto.
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