Lição 7
08 a 14 de fevereiro
O problema do mal
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: 1TM 3
Verso para memorizar: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima. E já não existirá mais morte, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21:4).
Leituras da semana: Jó 30:26; Mt 27:46; Jó 38:1-12; Sl 73; Gn 2:16, 17; Ap 21:3, 4

Talvez a questão mais difícil que o cristianismo enfrenta seja o problema do mal: como conciliar o fato de que Deus é perfeitamente bom e amoroso com o fato de que o mal existe neste mundo ? Em outras palavras, se Deus é bom e todo-poderoso, por que o mal existe, e em tanta quantidade?

Essa não é apenas uma discussão acadêmica, mas algo que perturba profundamente muitas pessoas e que impede algumas de conhecer e amar a Deus.

“Muitas pessoas ficam confusas e cheias de dúvidas quando param para pensar na origem do pecado e na razão de sua existência. Elas veem a obra do mal, com seus terríveis resultados de miséria e desolação, e questionam como tudo isso pode existir sob o reinado de um Ser que é infinito em sabedoria, poder e amor. Esse é um mistério para o qual não encontram explicação” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 412).

Muitos ateus apresentam o problema do mal como a razão de seu ateísmo. Mas, como veremos nesta semana e nas próximas, o Deus da Bíblia é totalmente bom, e podemos confiar Nele – mesmo com o mal que tanto afeta o nosso mundo decaído.

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Domingo, 09 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: 1TM 4
Até quando, Senhor?

O problema do mal é expresso não apenas em contextos contemporâneos, mas na própria Bíblia.

1. Como a Bíblia mostra a importância do problema do mal na experiência humana? Jó 30:26; Jr 12:1; 13:22; Ml 2:17; Sl 10:1

Esses textos levantam questões com as quais nos defrontamos. Por que aparentemente os ímpios prosperam e os que praticam o mal se beneficiam dele, se não sempre, pelo menos com frequência? E por que os justos sofrem? Onde está Deus quando o mal ocorre? Por que Ele parece estar longe de nós, e até mesmo escondido?

Independentemente do que dissermos sobre essas questões e sobre o problema do mal como um todo, jamais devemos banalizar o mal. Ao tentar compreender o problema do mal, não podemos minimizar o tipo ou a quantidade do mal existente no mundo. O mal é realmente terrível – e Deus o odeia ainda mais do que nós. Assim, podemos nos juntar ao clamor que permeia as Escrituras diante dos muitos males e injustiças do mundo: “Até quando, Senhor?”

2. Leia Mateus 27:46. Como você entende essas palavras de Jesus? O que elas dizem sobre como Deus foi tocado pelo mal do modo mais impressionante?

Na cruz, o próprio Jesus perguntou: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mt 27:46). Aqui vemos, com palavras bastante impressivas, que o próprio Deus é tocado pelo mal, uma verdade destacada de maneira surpreendente no sofrimento e na morte de Cristo na cruz, onde todo o mal do mundo recaiu sobre Ele.

Mas mesmo aqui há esperança. Por Sua morte na cruz, Cristo derrotou a fonte do mal, Satanás, e, no futuro, irá destruir totalmente o mal. Essas palavras de Jesus foram retiradas do Salmo 22:1, e esse salmo termina em triunfo.

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Na cruz, Jesus ansiava por uma esperança que, naquele momento, não conseguia ver. Como obter conforto de Sua experiência quando não vemos esperança à nossa frente?
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Segunda-feira, 10 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: 1TM 5
Há muitas coisas que não sabemos

O fim da história virá com o triunfo do amor sobre o mal. Contudo, ainda existem questões que nos afligem. Como podemos pensar e falar sobre o problema do mal de uma forma que possa ajudar as pessoas?

3. Leia Jó 38:1-12. Como a resposta de Deus a Jó lança luz sobre o problema do mal? O que sabemos e o que não sabemos a respeito do que pode estar acontecendo nos bastidores do grande conflito?

Jó sofreu e questionou por que tanto mal e sofrimento tinham lhe sobrevindo. Jó pedia uma audiência com Deus para que encontrasse respostas às suas perguntas, sem saber que muitas coisas aconteciam nos bastidores, na corte celestial (Jó 1; 2).

A resposta de Deus a Jó é impressionante: “Do meio de um redemoinho, o enhor respondeu a Jó e disse: ‘Quem é este que obscurece os Meus planos com palavras sem conhecimento?’” (Jó 38:1, 2). Uma paráfrase da Bíblia apresenta esse texto da seguinte maneira: “Por que você fala tanto quando sabe tão pouco?” (Jó 38:2, Contemporary English Version). E Deus acrescenta: “Onde você estava, quando Eu lancei os fundamentos da Terra? Responda, se você tem entendimento” (Jó 38:4).

4. Leia Jó 42:3. Como a resposta de Jó mostra o que devemos reconhecer sobre nossa própria posição?

Em Suas respostas a Jó, o Senhor deixou claro que havia muitas coisas que Seu servo não sabia e não compreendia. Nós também devemos reconhecer, com humildade, que muitas coisas acontecem no mundo e nos bastidores a respeito das quais nada sabemos. Mas o fato de não termos todas as respostas não significa que não haja boas respostas nem que as coisas nunca serão resolvidas. Até lá, precisamos confiar na bondade de Deus, revelada de várias maneiras.

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Sabemos pouco sobre qualquer assunto. Por que devemos conviver com temas complexos (como o mal e o sofrimento), para os quais não temos todas as respostas?
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Terça-feira, 11 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: 1TM 6
O teísta cético

“‘Os Meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, e os caminhos de vocês não são os Meus caminhos’, diz o enhor. ‘Porque, assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim os Meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os Meus pensamentos são mais altos do que os pensamentos de vocês’” (Is 55:8, 9).

Os pensamentos do Senhor são muito mais altos do que os nossos. Não podemos imaginar as complexidades do plano de Deus para o mundo. Diante disso, por que deveríamos achar que temos condições de saber exatamente quais são as razões pelas quais Ele faz ou deixa de fazer alguma coisa em determinada situação?

Uma forma de lidar com o problema do mal, que se baseia no reconhecimento de que, como criaturas, sabemos muito pouco, é chamada de “teísmo cético”. Segundo esse entendimento, Deus possui boas razões para agir como faz, mas, por causa de nosso conhecimento limitado, não podemos achar que estamos em condições de saber exatamente quais são essas razões. O teísta cético possui ceticismo em relação à capacidade humana de conhecer ou de compreender plenamente as razões de Deus para a existência do mal no mundo. Só porque não podemos ver, por exemplo, germes flutuando, isso não significa que esses organismos não existam. O fato de não conhecermos as razões de Deus não significa que Ele não tenha boas razões.

5. Como o salmista lidou com o mal e a injustiça ao seu redor? O que ele percebeu que o ajudou a ver a realidade de maneira diferente? Sl 73

O salmista ficou perturbado com o mal que existe. Ele olhou ao redor e viu os ímpios prosperando. Tudo parecia injusto. Ele não tinha respostas para isso. Então se perguntou se vale a pena crer em Deus e servi-Lo. Até que olhou para o santuário.

O santuário oferece parte da chave para o problema do mal: por meio dele, reconhecemos que existe um Juiz justo, que trará justiça e juízo em Seu próprio tempo.

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O entendimento adventista do santuário e do juízo investigativo nos ajuda a compreender o problema do mal? Você se alegra em saber que, embora tenhamos perguntas, os detalhes sobre a história e os juízos de Deus serão revelados no fim?
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Quarta-feira, 12 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: 2TM 1
A defesa do livre-arbítrio

Por mais que não entendamos as ações e os pensamentos de Deus, as Escrituras revelam fatos que nos ajudam a resolver o problema do mal. Uma das respostas mais convincentes ao problema lógico do mal é conhecida como defesa do livre-arbítrio.

A defesa do livre-arbítrio é o entendimento de que o mal é resultado do uso errado do livre-arbítrio. Deus não é culpado pelo mal, o qual existe porque as criaturas usaram de modo indevido o livre-arbítrio que o Senhor, por boas razões, nos concedeu. Por que Deus nos deu o livre-arbítrio, apesar dos riscos? C. S. Lewis escreveu que o “livre-arbítrio, embora possibilite o mal, também é a única coisa que torna possível todo o amor, toda a bondade ou toda a alegria. Um mundo de autômatos, de criaturas que trabalhassem feito máquinas, dificilmente valeria a pena ser criado. A felicidade que Deus designou para Suas criaturas superiores é a felicidade de serem unidas a Ele e umas às outras livre e voluntariamente [...]. Para isso [elas] têm de ser livres” (Cristianismo Puro e Simples [Thomas Nelson Brasil], p. 81).

6. Como Deus concedeu liberdade moral a Adão e Eva? Gn 2:16, 17

Por que o Senhor daria uma ordem, a menos que Adão e Eva tivessem livre-arbítrio para escolher se a obedeceriam ou não? Eles comeram o fruto proibido, e, desde então, a Terra está repleta do mal. Em Gênesis 4, o capítulo seguinte ao relato da queda, vemos os terríveis efeitos do pecado no assassinato de Abel por seu irmão. O uso errado do livre-arbítrio de Adão e Eva trouxe o pecado para a história do planeta.

Em toda a Bíblia, encontramos a realidade do livre-arbítrio moral (veja Dt 7:12, 13; Js 24:14, 15; Sl 81:11-14; Is 66:4). Todos os dias de nossa vida, em um grau ou outro, nós mesmos exercemos o livre-arbítrio, que nos foi dado pelo nosso Criador. Sem ele, não seríamos humanos. Seríamos como máquinas ou robôs.

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A Sony Corporation criou um cão-robô chamado Aibo, que não fica doente, não pega pulgas, não morde, não precisa ser vacinado e não perde pelos. Você trocaria seu cachorro de carne e ossos por um Aibo? Essa questão o ajuda a entender por que Deus nos criou com livre-arbítrio, apesar dos riscos?
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Quinta-feira, 13 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: 2TM 2
O amor e o mal?

Deus concedeu às criaturas o livre-arbítrio porque ele é necessário para que o amor exista. O uso indevido do livre-arbítrio é a causa do mal. No entanto, Deus permite que o mal exista por algum tempo, ainda que o deteste com todas as forças, porque excluir a sua possibilidade excluiria o amor, e destruí-lo antes do momento certo enfraqueceria a confiança que é necessária para que o amor exista.

“A Terra se obscureceu por causa da compreensão errada sobre Deus. Para que as tristes sombras pudessem ser desfeitas, para que o mundo pudesse voltar para o Senhor, era preciso que o poder enganador de Satanás fosse neutralizado. Isso não podia ser feito pela força. O uso da força é contrário aos princípios do governo de Deus. Ele deseja apenas o serviço do amor. E o amor não pode ser imposto, não pode ser conquistado pela força ou autoridade. Só o amor desperta amor. Conhecer a Deus é amá-Lo. Seu caráter deve ser manifestado em contraste com o de Satanás” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 11).

Sem o livre-arbítrio, não existiria amor. E, se Deus é amor, Ele não poderia negar o amor ou a liberdade necessários para que o amor existisse. Além disso, concluímos que, se conhecêssemos o fim desde o princípio, como o Senhor conhece, não desejaríamos que Ele nos tirasse a liberdade. Quem gostaria de viver sem amor?

7. Leia Romanos 8:18; Apocalipse 21:3, 4. Esses textos aumentam nossa confiança na bondade de Deus, apesar do mal que há no mundo?

Mesmo quando não conseguimos enxergar através da escuridão, Deus vê “o fim desde o princípio” (Is 46:10, ARC). Ele também vê a recompensa prometida aos que depositam a fé em Jesus. “Os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8:18). Cremos nessa promessa?

Além disso, a liberdade inerente ao amor é tão sagrada e essencial que, em vez de negá-la, Cristo a concedeu a nós, mesmo sabendo que ela O levaria à cruz, onde sofreria muito. Por que é tão importante sempre nos lembrarmos dessa verdade?

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O livre-arbítrio evita a conclusão de que tudo o que acontece é a vontade de Deus?
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Sexta-feira, 14 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: 2TM 3
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 9-19 (“A origem do mal”).

“Mesmo quando foi expulso do Céu, a Sabedoria infinita não destruiu Satanás. Visto que unicamente o serviço do amor pode ser aceito por Deus, a fidelidade de Suas criaturas deve se basear em uma convicção de Sua justiça e benevolência. Os habitantes do Céu e dos mundos, não estando preparados para compreender a natureza ou consequência do pecado, não poderiam ter visto então a justiça de Deus na destruição de Satanás. [...]

“A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o Universo durante todas as eras futuras – um perpétuo testemunho da natureza do pecado e de suas terríveis consequências. Os resultados do governo de Satanás, seus efeitos tanto sobre os homens quanto sobre os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se deixar de lado a autoridade divina. Testificariam que ligado à existência do governo de Deus está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim a história dessa terrível experiência com a rebelião seria uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, para impedir que fossem enganados quanto à natureza da transgressão e para salvá-los de cometer pecado e sofrer a pena” (Patriarcas e Profetas, p. 18).

Perguntas para consideração

1. “Teodiceia” é a tentativa de explicar por que Deus permitiria a existência do mal, mas não é a tentativa de explicar ou justificar o mal. Imagine que alguém chegue ao Céu e diga: “Jesus, agora entendo por que minha família foi torturada e morta na minha frente. Agora tudo faz sentido. Obrigado, Jesus!” Isso seria absurdo. Como entender que é Deus, e não o mal, que, no fim, será vindicado? (Ver a lição 9.)

2. Você já foi tentado a pensar que não existe explicação para o sofrimento? O reconhecimento de Jó, de que tinha falado de coisas que “não entendia” (Jó 42:3), lança luz sobre a nossa condição?

Respostas às perguntas da semana: 1. A maioria das pessoas, inclusive personagens bíblicos, se pergunta por que o mal existe e coisas ruins acontecem. 2. O próprio Jesus Se sentiu desamparado pelo Pai. Deus é quem mais sofre diante do mal. 3. O Senhor mostrou a Jó que Ele criou o Universo e tem pleno conhecimento e controle sobre todas as coisas. 4. Jó reconheceu que, como criatura, o conhecimento e o poder dele eram limitados. 5. O salmista questionou por que os ímpios prosperam e os justos sofrem. Ele percebeu que o santuário é a chave para compreender o problema do mal. 6. Adão e Eva podiam escolher se obedeceriam ou não a Deus. 7. O Senhor promete que dará fim a todo o mal e sofrimento.

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Resumo da Lição 7
O problema do mal

TEXTO-CHAVE: Apocalipse 21:4

FOCO DO ESTUDO: Jó 38; 42:3; Romanos 8:18

ESBOÇO

Introdução: Em nosso esforço para entender o problema do mal no mundo, temos que reconhecer nossas limitações e visualizar, com esperança, a solução final de Deus para ele.

Temas da lição: A lição desta semana destaca três ideias principais.

1. A Bíblia contém questões abertas sobre o problema do mal – Em momentos de sofrimento e de aflições, é difícil entender como o amor e a imensa bondade de Deus podem ser conciliados com a presença do mal neste mundo. Nas Escrituras, encontramos personagens que questionaram o Senhor dizendo: “Até quando?” Perguntas como essa mostram que eles esperavam uma ação de Deus. Da mesma forma, em nosso próprio sofrimento e afl ição, aguardamos o dia em que o Senhor fi nalmente triunfará sobre o mal.

2. Nossas explicações sobre o problema do mal são limitadas – O problema do mal e do sofrimento representa um desafi o para a humanidade. Em meio ao sentimento de incapacidade para resolver o problema do mal, Jó levantou diversas questões a Deus. No entanto, em vez de apresentar respostas, Deus fez mais perguntas. Por sua vez, Jó reconheceu suas limitações para compreender adequadamente a realidade do mal.

3. Somos encorajados a abordar o problema do mal com esperança – Devemos aprender a conviver com perguntas sobre o problema do mal para as quais não temos respostas totalmente satisfatórias. O pecado é um intruso, e não podemos (nem devemos) dar nenhuma razão para explicar completamente sua presença em nosso mundo. O amor de Deus nos ajuda a lidar com esse problema com esperança.

Aplicação para a vida: Ao lidarmos com o difícil problema do mal e do sofrimento, precisamos reconhecer que somos limitados na compreensão de muitas coisas que acontecem conosco e ao nosso redor, assim como Jó. Diante disso, de que maneira podemos tratar do problema do mal com esperança?

COMENTÁRIO

A Bíblia contém questões abertas sobre o problema do mal

Vários personagens bíblicos, diante do mal e do sofrimento que existem no mundo e, mais pessoalmente, em sua própria vida, perguntaram a Deus: “Até quando?” Essa pergunta ocorre, por exemplo, no Salmo 13:1 e 2, pois o salmista estava preocupado com a tristeza que enfrentava constantemente e com o sucesso de seus inimigos. Ele disse: “Até quando, Senhor, Te esquecerás de mim? Será para sempre? Até quando esconderás de mim o Teu rosto? Até quando estarei relutando em minha alma, com tristeza no coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim?”

Da mesma forma, o escritor do Salmo 94:3 estava perturbado com o que parecia representar o triunfo injusto dos ímpios: “Até quando, Senhor, os ímpios, até quando os ímpios exultarão?” Além disso, na introdução de seu livro, Habacuque questiona fortemente a Deus, usando a expressão “Até quando?” Ele perguntou: “Até quando, Senhor, clamarei pedindo ajuda, e Tu não me ouvirás? Até quando gritarei: ‘Violência!’, e Tu não salvarás? Por que me fazes ver a iniquidade? Por que toleras a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há litígios e surgem discórdias. Por isso, a lei se afrouxa e a justiça nunca se manifesta. Porque os ímpios cercam os justos, e assim a justiça é torcida” (Hc 1:2-4).

Paradoxalmente, embora o profeta Jeremias tivesse certeza da justiça de Deus, ele indagou a respeito dos juízos divinos: “Tu és justo, Senhor, quando apresento uma causa diante de Ti. Contudo, eu gostaria de discutir Contigo sobre a Tua justiça. Por que o caminho dos ímpios prospera? Por que todos os traidores vivem sem problemas?” (Jr 12:1, NVI). Além disso, ele também usou a expressão “Até quando?” ao interrogar Deus: “Até quando a terra estará de luto, e se secará a erva de todo o campo? Os animais e as aves estão morrendo por causa da maldade dos moradores da terra” (Jr 12:4).

No livro do Apocalipse, a abertura do quinto selo revela a imagem simbólica daqueles “que tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho que deram” (Ap 6:9). Mais especificamente, eles estavam “debaixo do altar” (Ap 6:9) e clamavam a Deus em voz alta perguntando: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra?” (Ap 6:10).

Esses questionamentos que incluem a pergunta “Até quando?” indicam perplexidade diante do problema do mal e transmitem um profundo anseio pela justiça divina. Embora o Salmo 10:1 e 2 não utilize a expressão “Até quando?”, a mesma perplexidade e a forte expectativa da ação divina estão presentes na pergunta apresentada a Deus nessa passagem: “Por que, Senhor, Te conservas longe? Por que Te escondes nas horas de angústia? Com arrogância, os ímpios perseguem os pobres; que eles sejam apanhados nas ciladas que armaram!” (Sl 10:1, 2).

Nossas explicações sobre o problema do mal são limitadas

Talvez Jó seja o livro bíblico que traga mais questionamentos a respeito do problema do mal. Jó 30:26, 27, 31 parece apresentar um resumo básico de como Jó se sentia naquela situação de profunda tristeza: “Quando eu esperava o bem, eis que me veio o mal; esperava a luz, e veio a escuridão. O meu íntimo se agita sem cessar; e dias de aflição me sobrevêm” (Jó 30:26, 27). Além disso, ele utiliza a linguagem metafórica dos instrumentos musicais para descrever seus sentimentos negativos: “Por isso, a minha harpa é usada para fazer lamentações, e a minha flauta, para acompanhar os que choram” (Jó 30:31).

Talvez pudéssemos imaginar que a manifestação de Deus no fim do livro finalmente oferecesse todas as explicações necessárias para a conclusão da narrativa, mas ficamos com mais questões. Em vez de dar respostas, Deus fez várias perguntas a Jó (veja os capítulos 38 e 39). Basicamente, o Senhor o interrogou sobre os mistérios da criação, para contrastar quão pequeno era Jó como criatura, em comparação com a grandeza do Criador. À medida que Jó percebeu esse contraste tão profundo e humildemente reconheceu sua compreensão limitada sobre a vida e o mundo criado, ele passou a se ver como alguém “que, sem conhecimento”, apenas encobria os planos de Deus. Além disso, ele destacou: “Falei do que eu não entendia, coisas que são maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia” (Jó 42:3).

Portanto, ao lidarmos com questões difíceis sobre o mal e o sofrimento, precisamos reconhecer que somos bastante limitados para compreender de maneira adequada e explicar plenamente muitas coisas que acontecem conosco e à nossa volta. Paradoxalmente, devemos conviver com muitas perguntas sem resposta e, ao mesmo tempo, dar o nosso melhor, como seres humanos limitados, para compreender e explicar o mundo ao nosso redor de acordo com o que Deus nos revelou. Uma das maneiras de compreender e explicar, pelo menos parcialmente, as razões da realidade do mal e do sofrimento é explorar a ideia do livre arbítrio, que é um presente extremamente valioso que Deus concedeu às Suas criaturas inteligentes, mas infelizmente foi mal utilizado no mundo perfeito criado por Ele.

Ellen G. White ressalta: “Adão era um agente moral livre. Mas utilizou sua liberdade de maneira equivocada. Ele se permitiu ser vencido pelo apetite. Pela desobediência ele perdeu a inocência. Por sua própria vontade, ele se tornou pecador, separando-se do favor de Deus” (Manuscrito 132, 1902). Ela argumenta em outro texto que “a sabedoria infinita coloca diante do ser humano a distinção entre o certo e o errado, entre o pecado e a santidade. No entanto, o governo de Deus é um governo de livre-arbítrio, e não existe ato de rebelião ou de obediência que não seja um ato de livre-arbítrio” (Manuscrito 79, 1896).

Consequentemente, o mau uso do livre arbítrio fez com que o mundo perfeito criado por Deus se tornasse um lugar de mal, pecado, sofrimento e morte. Tal conceito de mau uso do livre-arbítrio não esclarece totalmente a existência do mal e do sofrimento. Contudo, ele nos ajuda a compreender e explicar esse problema, ainda que seja de forma parcial e limitada, de acordo com a revelação dada por Deus a nós.

Somos encorajados a abordar o problema do mal com esperança

É importante destacar que a Bíblia contém questões abertas sobre o problema do mal. Nossas explicações sobre esse tema são limitadas pelo fato de que o mal não pode nem deve ser justificado. Ellen G. White oferece uma exposição concisa desse argumento, dizendo: “É impossível explicar a origem do pecado apontando a razão de sua existência. Contudo, podemos compreender o suficiente com respeito ao surgimento e ao fim do pecado, para que a justiça e a benevolência de Deus em Sua relação com o mal fiquem plenamente evidentes. Deus não é responsável, de maneira nenhuma, pela origem do pecado. Nada é mais claramente ensinado nos Escrituras do que isso. Ele nunca privou alguém de Sua graça nem houve qualquer deficiência em Seu governo que motivasse a rebelião. O pecado é um intruso, cuja presença não tem justificativa. É algo misterioso, inexplicável. Justificá-lo equivale a defendê-lo. Se fosse possível encontrar uma razão para ele, um motivo para sua existência, deixaria de ser pecado. Nossa única definição de pecado é a que se encontra na Palavra de Deus: ‘o pecado é a transgressão da lei’ (1Jo 3:4); é a manifestação de um princípio em guerra com a grande lei do amor, que é o fundamento do governo divino” (O Grande Conflito [CPB, 2021, p. 412). Assim, nossa ênfase ao estudar o problema do mal deve estar no caráter amoroso de Deus, e não no próprio mal. Com base em Seu caráter de amor, somos capazes de lidar com esperança com o difícil problema do mal, não para justificá-lo, mas para nos concentrarmos em algo maior, ou seja, a gloriosa esperança (Rm 8:18) centrada Naquele que “enxugará dos [nossos] olhos toda lágrima” (Ap 21:4).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Discuta as seguintes questões com sua classe:

1. Você já passou por uma situação de profunda tristeza e sofrimento em que sentia que Deus não estava ouvindo seu clamor? Se sim, como a experiência de Jó pode ajudá-lo a confiar em Deus, mesmo quando parece que o mal está triunfando?

2. Ao enfrentar momentos difíceis, como podemos passar do entendimento sobre o problema do mal para uma atitude de esperança em meio ao sofrimento?

3. Como podemos abordar o problema do mal de forma que esse assunto seja interessante e importante para as gerações mais novas da igreja?

4. Que explicações e conselhos você daria a alguém que esteja enfrentando circunstâncias extremamente difíceis?


Dando uma chance a Bíblia - Parte 3

Mongólia | Bold Batsukh

Nota do editor: Esta é a história de como Bold Batsukh, o primeiro pastor adventista do sétimo dia da Mongólia, entregou seu coração a Deus no início dos anos 7990. A história começa com Bold lutando para estudar inglês em uma universidade na Mongólia. Ele pede à sua irmã gêmea que o apresente a alguns americanos que estão ensinando inglês e falando sobre Deus. Ele está determinado a aprender inglês com eles e, se preciso, mostrar que o cristianismo não tem espaço na Mongólia. 

Os americanos não se reuniam em uma igreja, mas na sala de estar de sua casa. 

Eles receberam Bold com gentileza quando ele chegou com sua irmã gêmea à igreja doméstica na capital da Mongólia, Ulan Bator. 

Foi uma experiência muito incomum para Bold. Cerca de 20 pessoas estavam sentadas em círculo no chão, cantando corinhos. As letras das músicas pareciam tão estranhas para Bold.

Ele estava confuso e entretido. Ele pensou: "O que eles querem dizer com 'hosana'? Por que eles estão cantando sobre um 'Cordeiro'?" Ele segurou a coletânea de músicas sobre o rosto para esconder o riso. 

Após o momento de louvor, os americanos lideraram uma classe da Escola Sabatina. Eles falaram sobre o sonho do rei Nabucodonosor em Daniel 2. 

Bold ficou fascinado e tinha muitas perguntas. Mas ele ficou em silêncio. 

Então um dos americanos pregou um breve sermão. Nenhuma das palavras fazia sentido para Bold. O pregador falou sobre uma imagem no livro de Apocalipse que Bold não entendeu. O pregador falou sobre a vinda de Jesus, e Bold se perguntou: "Para onde Ele foi e por que precisa voltar?" 

Após o almoço, o grupo da igreja doméstica foi a um orfanato para fazer atividades manuais com as crianças. 

Quando Bold retornou para casa naquela noite, ele se sentiu bem. Tinha sido um bom dia, e ele tinha gostado de ajudar as crianças. "Vou ter que dar uma chance aos america­nos", pensou ele. "Talvez eu devesse ouvir as ideias deles." 

Ele esperou ansiosa mente pelo próximo sábado. 

Após o sermão do sábado, ele se sentou com os americanos e escutou. O que ele ouviu foi muito diferente do que ele tinha aprendido. Os americanos abriram uma Bíblia no livro de Gênesis e compartilharam a história da Criação. Bold estava muito interessado. Ele havia estudado com um professor de uma religião tradicional da Mongólia por dois anos quando menino, mas seu professor não foi capaz de explicar a origem da vida. O professor havia contado uma lenda sobre poeira se juntando e formando a Terra. No entanto, a lenda não explicava as origens da água, do ar e dos seres vivos. Para essas perguntas, o professor não tinha respostas. Mas a Bíblia tinha respostas claras para todas essas questões. 

Bold tinha muitas perguntas e começou a fazê-las. Os missionários americanos responderam às suas perguntas com base na Bíblia. Quando descobriram que ele sabia falar russo, deram-lhe uma Bíblia em russo. Na época, apenas o Novo Testamento estava disponível em mongol. Então, com a Bíblia russa, Bold teve acesso a toda a Palavra de Deus. 

Em seu terceiro sábado na igreja, um missionário disse: "Por que você não ensina histórias do Antigo Testamento com feltros para crianças?" 

Bold ficou surpreso. Ele não se sentia qualificado para ensinar a Bíblia a ninguém. 

O missionário o incentivou a tentar. "Apenas vá em frente", disse ele. 

O desafio intrigou Boi d. Então ele concordou. 

Naquela semana, ele leu cuidadosamente o Antigo Testamento em russo e fez anotações em mongol. Na sexta-feira, ele foi à casa dos missionários e escolheu os feltros que gostaria de usar no dia seguinte. No sábado, ele contou histórias do Antigo Testamento em mongol para uma plateia extasiada na igreja doméstica. 

Em casa, Bold continuou lendo a Bíblia e encontrou respostas para todas as suas dúvidas. Ele aprendeu que Deus e o diabo são reais. Ele leu em Gênesis 3 que o diabo, disfarçado de serpente, introduziu o pecado e a morte no mundo. Ele também leu em Gênesis 3 que Deus elaborou um plano para salvar a humanidade. Como resultado, ele aprendeu que a morte não é o fim e que as pessoas que creem em Jesus têm vida eterna. Em João 3:16, ele leu: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (NAA}. 

Ele entregou seu coração a Jesus. 

Hoje, Bold é líder da Igreja Adventista na Mongólia. Ele detém as distinções de ser não apenas o primeiro pastor adventista mongol, mas também o primeiro pastor mongol ordenado. Ele também fala inglês fluentemente. 

"Na Bíblia, aprendi sobre um Deus amoroso que nos criou e que, quando pecamos, veio nos resgatar. Isso foi mais cativante do que tudo o que eu tinha aprendido antes. Eu dei uma chance à Bíblia, e é por isso que sou adventista hoje." 

Ele disse que, apesar de ter sofrido após a morte de seu pai, encontrou Deus como consequência. 

"Embora tenha sido uma tragédia em minha vida, acabou sendo muito bom", disse ele. "Ao me aproximar de Cristo, encontrei respostas para todas as minhas perguntas. Deus esteve comigo o tempo todo." 

Ore pelo povo da Mongólia que, assim como Bold, está procurando respostas. Parte da oferta deste trimestre ajudará a abrir um centro de recreação infantil para compartilhar o evangelho em Ulan Bator, Mongólia. Obrigado por planejar uma oferta generosa em 29 de março. 

Por Andrew McChesney 

Dicas para a história 

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2025

Tema geral: O amor e a justiça de Deus

Lição 7 – 8 a 15 de fevereiro

O problema do mal

 

Autor: Erico Tadeu Xavier

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

 

“Deus não criou o mal. Ele fez apenas o bem, à Sua própria semelhança. [...] O mal, o pecado e a morte [...] são o resultado da desobediência, originada em Satanás” (Ellen G. White, Review and Herald, 4 de agosto de 1910).

 

Resultados do mal

Nos escritos do Espírito de Profecia, encontramos vários resultados da queda do homem. Alguns deles são:

  1. O homem tornou-se habitação de demônios

“Um demônio tornou-se o poder central no mundo. Onde devia estar o trono de Deus, Satanás colocou seu trono. O mundo rendeu ao inimigo sua homenagem como oferta voluntária” (Ellen G. White, Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes [CPB, 2024], p. 27).

Ellen G. White comenta que nos dias de Cristo “Instrumentos satânicos tomavam posse das pessoas. O corpo humano, feito para habitação de Deus, tornou-se morada de demônios. Os sentidos, os nervos e órgãos dos homens eram manejados por influências sobrenaturais na condescendência com as mais vis concupiscências. A estampa dos demônios se achava impressa na fisionomia das pessoas. O semblante humano refletia a expressão das legiões do mal de que os próprios homens estavam possuídos” (A Ciência do Bom Viver [CPB, 2024], p. 77).

Segundo deduzimos dos escritos de Ellen G. White, anteriormente à queda do homem não era permitido a Satanás fazer uso dos nervos do cérebro por meios invisíveis, sobrenaturais. O único meio era a árvore da ciência do bem e do mal, que estava no Éden; até mesmo ali a única maneira de se aproximar do ser humano era externa (Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 21-23).

Escrevendo a uma pessoa, Ellen G. White demonstra crer que é através dos nervos cerebrais que Satanás exerce seu poder (notadamente no que diz respeito ao espiritualismo): Seus “nervos têm estado sob o controle de demônios” (Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 3, p. 346).

  1. As faculdades do homem se perverteram

“Após a queda não foi dado ao homem outro conjunto de faculdades. Os poderes dados, antes de o pecado entrar no mundo por intermédio de Adão, eram elevados, e seus alvos santos; tudo em perfeita harmonia com a mente divina. A queda não criou no homem novas faculdades, energias e paixões, pois isso teria causado um reflexo sobre Deus. Foi por intermédio da desobediência aos requisitos divinos que esses poderes foram pervertidos; as afeições foram deslocadas, e mudaram de um propósito elevado e nobre para um objetivo mais baixo, buscando um padrão inferior” (Ellen G. White, Review and Herald, 1º de março de 1887, p. 129).

“O inimigo regozijou-se no seu êxito em destruir a imagem divina da mente das pessoas que Deus tinha escolhido como Seus representantes” (Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã [CPB, 2015], p. 499).

  1. A natureza inferior do homem governa a natureza mais elevada

“O homem, cedendo à tentação de Satanás para condescender com a intemperança, põe as faculdades superiores em subordinação aos apetites e paixões animais, e estas, uma vez conquistando a ascendência, o homem, criado um pouco menor que os anjos com faculdades susceptíveis do mais alto cultivo, rende-se ao controle de Satanás e ele adquire fácil acesso aos que se encontram na servidão do apetite. Mediante a intemperança, alguns sacrificam metade e outros dois terços de suas faculdades físicas, mentais e morais, tornando-se joguetes do inimigo” (Temperança [CPB, 2005], p. 146).

  1. A mente pecaminosa do homem é caracterizada pelo egoísmo

Segundo Ellen G. White, “a idolatria do próprio eu, [...] faz parte do fundamento de todo pecado” (Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 9, p. 26).

“A transgressão da lei de Deus trouxe miséria e morte em seu rastro. Por causa da desobediência, as faculdades do ser humano foram pervertidas, e o egoísmo tomou o lugar do amor. Sua natureza ficou tão enfraquecida que lhe era impossível resistir ao poder do mal. [...] A humanidade escolheu um governante que a acorrentou como cativa à sua carruagem” (Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade [CPB, 2024], v. 2. p.144).

“Qualquer que seja a aparência, toda vida centralizada no eu está arruinada. Todo aquele que procura viver separado de Deus dissipa seus bens, desperdiça anos preciosos, esbanja as forças do intelecto, do coração e da alma e trabalha para sua eterna perdição. [...] A mente, que Deus criou para a companhia de anjos, degradou-se no serviço do que é terreno e carnal. Esse é o fim para o qual tende aquele que serve ao próprio eu” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus [CPB, 2022], p. 114).

  1. O homem herdou uma natureza pecaminosa

“Foi o orgulho e ambição nutridos no coração de Satanás que o baniram do Céu. Esses males acham-se arraigados profundamente em nossa natureza caída e, se não forem removidos, lançarão sua sombra sobre todas as qualidades boas e nobres, produzindo invejas e discórdias como seus frutos malignos” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 5, p. 205).

“Em sua natureza [do homem] há uma inclinação para o mal, uma força à qual, sem auxílio, não poderá resistir” (Ellen G. White, Educação [CPB, 2021], p. 20).

“Em razão do pecado, todo o organismo humano fica perturbado, a mente é pervertida, e a imaginação corrompida” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 305).

“Por herança e exemplo, os filhos se tornam participantes do pecado dos pais. Más tendências, desejos pervertidos e moral corrompida, assim como enfermidades físicas e degeneração. [...] Essa terrível e solene verdade deveria inibir as pessoas de seguir uma conduta de pecado” (Patriarcas e Profetas, p. 257).

“Muitos têm de lutar contra fortes tendências hereditárias para o mal. Fortes desejos não naturais, impulsos carnais, eis a herança que por nascimento receberam” (A Ciência do Bom Viver, p. 100).

“Os pais dão aval ao caráter dos filhos. Portanto, os filhos nascidos desses pais herdam deles disposições mentais vulgares e perversas. E Satanás incentiva tudo que está relacionado à corrupção” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 1, p. 388).

 

A restauração e a solução para o problema do mal

“O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19:10).

Um dia todas as coisas serão restauradas e o mal não mais existirá (Ap 21:4). Inclui todo o ser: corpo, espírito e alma (Educação, p. 9, 10). Inclui a restauração do relacionamento direto com Deus (comunhão). Inicia-se aqui por meio da educação e redenção e será completado por ocasião da volta de Cristo (1Co 15:51-57; 1Ts 4:16, 17; Fp 3:20, 21; 1Jo 3:2; O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 533-535).

“Apenas uma lembrança permanece: nosso Redentor conservará para sempre as marcas de Sua crucifixão. Em Sua fronte ferida, em Seu lado e em Suas mãos e pés estarão os únicos vestígios da obra cruel realizada pelo pecado” (O Grande Conflito, p. 557).

“O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única pulsação de harmonia e felicidade vibra por toda a vasta criação. Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeita alegria, declaram que Deus é amor” (O Grande Conflito, p. 560).

 

Ilustração e conclusão

Duas mulheres coreanas permaneciam de pé, observando a realização do serviço fúnebre do filhinho de um missionário.

“Isso, na verdade, é muito triste” disse uma delas.

“Sim, é um momento deveras amargo, mas não tanto quanto para nós”, retrucou a outra. “Eles alimentam em no coração a esperança de que terão o filhinho nos seus braços, de volta, algum dia. Contudo, nós nada sabemos de que modo nem quando poderá ocorrer um novo encontro com os nossos queridos que partiram. [...]”

O mal existe, porém, logo tudo vai acabar. Jesus virá e porá um fim ao sofrimento e tudo será restaurado. Cremos nessa mensagem? Estamos preparados para a vinda do Senhor? Está tudo em ordem? Deus nos abençoe!

 

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Erico Tadeu Xavier é Pós-doutor em Teologia Sistemática e Missão Integral pela FAJE (Faculdade de Filosofia e Teologia Jesuíta de BH), Doutor em Ministério pela FTSA, Faculdade Teológica Sul-Americana e Doutor em Teologia pela PUC (Pontifícia Universidade Católica do RJ). Iniciou seu ministério em 1991 como pastor distrital e atuou em três diferentes regiões. Foi professor do Seminário Adventista de Teologia na Universidade Adventista da Bolívia, da Faculdade Adventista da Bahia (antigo IAENE), e da FAP (antigo IAP), no Paraná. É casado com Noemi Pinheiro Xavier, Doutora em Educação. O casal tem dois filhos: Aline (psicóloga) e Joezer (designer gráfico).