Lição 7
10 a 16 de maio
Fundamentos proféticos
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: GN 24
Verso para memorizar: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: – A quem enviarei, e quem há de ir por Nós? Eu respondi: – Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:8).
Leituras da semana: Is 6:6-8; Gn 3:21-24; Ez 1:4-14; Ap 4:1-11; Nm 2:3-25; Is 14:12-14

O direito de Deus de governar o Universo está fundamentado em Sua posição como o Criador de todas as coisas (Ap 4:11) e em Seu caráter. Ao descobrir o caráter justo do Senhor começamos a entender como e por que os pecadores estão “destituídos da glória de Deus” (Rm 3:23, NVI).

Nesta semana, vamos avançar no estudo das visões sobre a sala do trono e considerar como a raça humana pode se relacionar com um Deus santo e como o sacrifício de Cristo pode nos restaurar e nos aproximar do trono divino. Deus planeja nos restaurar, não apenas como indivíduos, mas também como povo, para que mais uma vez revelemos Sua glória ao restante da criação. Quando examinamos a Bíblia, encontramos pistas importantes que nos ajudam a compreender e apreciar o alto chamado que Deus estendeu a nós, pecadores perdoados e redimidos.

A rebelião humana terminará para sempre. Mais do que isso, o caráter amoroso de Deus, Seu caráter abnegado e Sua disposição para Se sacrificar, resplandecerá ainda mais do que em Seu projeto original para a humanidade. Embora Ele nunca tenha pretendido que a humanidade pecasse, por meio da cruz o Seu caráter amoroso se manifestou de maneira extraordinária.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Download iOS Download Android


Domingo, 11 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 25
Eis-me aqui, envia-me a mim

Uma igreja decidiu reformar um porão antigo para criar um novo salão de reuniões sociais. Uma das primeiras coisas que fizeram foi instalar novas luzes, acreditando que elas tornariam o espaço mais bonito. Uma vez instaladas, no entanto, o espaço parecia ainda pior, porque luzes intensas geralmente revelam as imperfeições.

A visão impressionante do trono de Deus deixou Isaías dolorosamente ciente de seus defeitos. “Ai de mim! Estou perdido!”, lamentou ele. “Sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Is 6:5). Sentiríamos o mesmo se fôssemos subitamente levados à presença visível do Senhor. A luz celestial é brilhante o suficiente para deixarmos de lado todas as nossas desculpas. Na presença de Deus, sentimos que estamos perdidos. Isaías estava prestes a ter a experiência mais marcante de sua vida.

1. Leia Isaías 6:6-8. Isaías sabia que o pecado destrói, pois o salário do pecado é a morte. No entanto, em vez de nos abandonar às consequências do pecado, um Deus de amor nos atrai para Si. Qual foi o resultado do encontro de Isaías com Deus? Por que ele é importante?

Isaías foi purificado quando um serafim pegou uma brasa do altar e tocou sua boca com ela. Provavelmente era o altar de incenso, onde a intercessão era feita pelo povo (Ap 8:3, 4). Os pecados de Isaías foram perdoados, e ele estava apto a ficar na presença de Deus. Além disso, foi designado para representar Deus perante o mundo.

A palavra “serafim” significa “aquele que queima”. Jesus descreveu o ministério de João Batista usando as seguintes palavras: “João era a lâmpada que estava acesa e iluminava, e, por algum tempo, vocês quiseram se alegrar com a sua luz” (Jo 5:35). João obviamente era um pecador que necessitava de graça e salvação, mas seu ministério apontava para o Único que poderia trazer graça e salvação.

Jesus veio ao mundo como a representação perfeita da glória do Pai – e Deus enviou um profeta, um pecador, que realizou uma tarefa semelhante à dos serafins.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Somente depois de saber que seu pecado estava purificado, Isaías disse: “Eis-me aqui, envia-me a mim.” Purificados pelo sangue de Jesus, podemos responder como Isaías?
Download iOS Download Android


Segunda-feira, 12 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 26
Os dois querubins

Assim que nossos pais foram expulsos do Éden, Deus apresentou a esperança do Messias (Gn 3:15). Ele estabeleceu um símbolo poderoso nos portões do Éden: dois querubins e uma “espada flamejante” (Gn 3:24). Essa cena se assemelha bastante à arca da aliança, que representava o trono de Deus (Êx 25:18).

2. Leia Gênesis 3:21-24. Qual era a tarefa dos querubins? E por quê?

Embora os querubins tivessem responsabilidade de impedir o acesso dos pecadores à árvore da vida (Gn 3:22), eram também símbolo de esperança, indicando a promessa de que um dia os salvos serão levados de volta ao paraíso. O “Éden permaneceu na Terra muito depois que o homem tinha sido expulso [...] (Gn 4:16). Por um prolongado período, foi permitido à raça decaída contemplar o lar da inocência, cuja entrada era vedada pelos anjos vigilantes. À porta do paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória divina. Adão e seus filhos iam ali para adorar a Deus. Ali renovaram seus votos de obediência àquela lei cuja transgressão os havia banido do Éden. [...] No entanto, na restauração final de todas as coisas, quando houver ‘novo céu e nova Terra’ (Ap 21:1), ele será restabelecido, mais gloriosamente adornado do que no princípio” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 38).

Quando a Bíblia diz que Deus “colocou” querubins a leste do Éden (Gn 3:24), o termo hebraico é shakan, de onde vem a palavra traduzida como “tabernáculo” (Êx 25:9; Nm 3:26). O tabernáculo era o lugar em que Deus habitava no meio do povo. Embora a palavra Shekiná (que se refere à presença de Deus) não ocorra na Bíblia, ela vem do termo traduzido como “tabernáculo”. Portanto, uma tradução literal de Gênesis 3:24 poderia ser: “Deus tabernaculou querubins a leste do jardim do Éden.” 

Na Bíblia, os querubins são associados à presença de Deus (1Cr 13:6; Sl 80:1; Is 37:16), especialmente ao Seu trono, o lugar em que Seu nome é proclamado. Os 24 anciãos que estão diante do trono (Ap 4; 5) louvam e declaram o direito divino de governar, pois Ele é Criador (Ap 4:11). Isso nos ajuda a compreender a cena da sala do trono e nosso papel como pecadores perdoados em relação ao nosso Criador.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Terça-feira, 13 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 27
Como brasas vivas

Querubins são mencionados no AT como seres viventes (Ez 10:8, 14) ou como representações deles feitas de ouro (Êx 25:18). Eles são retratados como estando ao lado do trono de Deus, irradiando Sua glória para o Universo. Imagens deles foram bordadas no véu que estava diante do lugar santíssimo (Êx 26:1). Na descrição poética do poder de Deus sobre a criação, Ele “cavalgava um querubim” (Sl 18:10). Deus ordenou que a arca da aliança fosse coberta por dois querubins de ouro com suas asas estendidas uma em direção à outra (Êx 25:18-20).

3. Leia Ezequiel 1:4-14. Que semelhanças existem entre essa passagem e as cenas descritas em Isaías 6:1-6 e Apocalipse 4:1-11?

Ezequiel viu uma impressionante manifestação do poder de Deus. Essa cena complexa, e às vezes confusa, combina com a situação difícil do povo: o povo escolhido não vivia na terra prometida, mas no cativeiro babilônico. Enquanto Ezequiel observava atentamente aquela cena, olhou para cima e viu o trono de Deus.

Observe as semelhanças com outras visões do trono de Deus. Os seres viventes que Ezequiel testemunhou tinham os mesmos rostos que os quatro seres viventes da visão de João: leão, boi, águia e homem. 

Essas criaturas misteriosas, que tinham quatro rostos, não são nomeadas na descrição inicial de Ezequiel; porém mais tarde, em outra cena da sala do trono, elas são chamadas de “querubins” (Ez 10:1-21). Além disso, eles são associados às brasas vivas da visão que Isaías teve dos serafins. 

Os querubins sempre estão presentes nas descrições do trono de Deus – seja na arca da aliança, que era o local de encontro de Deus com Moisés (Êx 25:22), seja nas visões de tirar o fôlego dos profetas. Eles estão intimamente ligados ao trono divino. Todas as criaturas de Deus foram projetadas para refletir Sua glória – tanto a raça humana, feita à Sua imagem, quanto os seres celestiais que estão ao lado de Seu trono.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

“Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso” (Ap 4:8). Como você se compara com a santidade vista pelos profetas? Qual é a sua necessidade do evangelho?
Download iOS Download Android


Quarta-feira, 14 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 28
Deus no meio de Seu povo

Guiados pela presença de Deus, que se manifestava na nuvem, os israelitas deveriam parar em sua jornada para a terra prometida e armar o tabernáculo, de modo que as tribos montassem seus acampamentos ao redor dele – três tribos de cada lado. A presença de Deus desceria ao lugar santíssimo e se estabeleceria no meio do povo.

4. Em cada um dos quatro lados do tabernáculo havia uma tribo guiando as demais. De acordo com Números 2, quais eram essas quatro tribos?

Números 2:3 (leste):

Números 2:10 (sul):

Números 2:18 (oeste):

Números 2:25 (norte):

Observe que cada uma dessas quatro tribos dominantes hasteava seu próprio estandarte para designar quem era. Embora as Escrituras não descrevam o que havia em cada bandeira, existe uma tradição interessante que usa como base Gênesis 49 e Deuteronômio 33 e que atribui os quatro rostos da visão de Ezequiel a cada um dos quatro pontos cardeais. “De acordo com a tradição rabínica, o estandarte de Judá tinha a figura de um leão, o de Rúben a semelhança de um homem ou a cabeça de um homem, o de Efraim a figura de um boi e o de Dã a imagem de uma águia. Assim, os quatro seres viventes descritos por Ezequiel eram representados nesses quatro estandartes” (Carl Friedrich Keil e Franz Delitzsch, Commentary on the Old Testament [Hendrickson, 2011], v. 1, p. 660). 

Não podemos confiar muito nessa tradição, mas é bastante interessante compará-la com as descrições bíblicas da Nova Jerusalém. Vemos um padrão instigante: há portões representando três tribos em todos os quatro lados da cidade (Ap 21:12, 13).

As descrições tanto do acampamento de Israel quanto da Nova Jerusalém ressaltam um fato crucial: Deus pretende atrair a humanidade para perto de Seu trono. O Apocalipse afirma que o “santuário” da cidade santa “é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21:22).

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Mesmo não vivendo no acampamento de Israel, como podemos nos aproximar de Deus?
Download iOS Download Android


Quinta-feira, 15 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 29
A queda de Lúcifer

Não podemos compreender o fato de que algum dia Lúcifer já ocupou a posição de querubim da guarda, ao lado do trono de Deus. Uma de suas funções era revelar a glória de Deus ao Universo. Mas, em vez disso, ele começou a se concentrar em sua própria glória, e não na glória do Criador. Para ser mais preciso, ele começou a imaginar que não estava recebendo toda a honra que merecia.

5. O que levou à queda de Lúcifer? Compare a queda de Lúcifer com a honra que os salvos recebem. Ez 28:11-17; Is 14:12-14; Ap 14:1-12

Lúcifer foi lançado fora do “monte santo de Deus” (Ez 28:14, 16), enquanto os redimidos estão no monte Sião com o Cordeiro de Deus (Ap 14:1). Lúcifer “estava no Éden” (Ez 28:13); a raça humana também esteve lá, mas em contraste com o destino de Satanás, ela está sendo restaurada ao paraíso por meio de Cristo (Ap 22:1-3).

Esta citação de Ellen G. White é esclarecedora: “O Céu triunfará, pois as vagas deixadas pela queda de Satanás e de seus anjos serão preenchidas pelos redimidos do Senhor” (A Verdade Sobre os Anjos [CPB, 2022], p. 177).

Os salvos estarão no Céu somente por causa do evangelho. De fato, o tema do evangelho, a redenção, é encontrado de maneira bastante expressiva na cena da sala do trono (Ap 4; 5). Por exemplo, os anjos proclamam: “Digno és de pegar o livro e de quebrar os selos, porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5:9). Que descrição do evangelho – a morte de Jesus pela redenção da humanidade!

Observe também que essa linguagem reflete a mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14, que nos chama a pregar o “evangelho eterno [...] aos que habitam na terra, e a cada nação, tribo, língua e povo” (Ap 14:6). Que representação poderosa do que Cristo fez pelo mundo! Não há um ser humano em toda a história da Terra por quem Cristo não tenha morrido. É preciso somente conhecer essa verdade e decidir aceitá-la.

Qual é nosso papel em contar aos outros o que Cristo fez por todos nós?

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Sexta-feira, 16 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 30
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 553-555, 558-560 (“A vitória do amor”).

Satanás, que já foi um querubim da guarda, procurou destruir a confiança no trono de Deus. O Criador permitiu que os anjos caídos continuassem sua rebelião para mostrar ao Universo o mal que vem da exaltação própria. E embora Satanás tenha levado o ser humano a se unir a ele na guerra contra Deus, Cristo o derrotou na cruz, garantindo que a humanidade ocupasse o lugar que pertencia aos anjos caídos. Por meio de Cristo, os pecadores se voltam publicamente contra as alegações de Lúcifer. O resultado é uma revelação maior do amor de Deus do que existia antes da rebelião. Ainda que Deus não tenha criado o mal, quando tudo estiver feito, o amor do Criador será revelado de um modo que não ocorreria se o pecado não tivesse existido.

No fim da história, Cristo “olha para os redimidos, renovados conforme Sua própria imagem, cada um trazendo no coração a impressão perfeita da Divindade e com o rosto refletindo a semelhança de seu Rei. Contempla neles o resultado de Seu sofrimento e fica satisfeito. Então, com voz que atinge as multidões congregadas dos justos e ímpios, Jesus declara: ‘Eis a aquisição de Meu sangue! Por estes Eu sofri e por estes morri, para que pudessem morar em Minha presença por toda a eternidade.’ E aqueles que estão vestidos de branco em redor do trono cantam em louvor: ‘Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor’” (Ap 5:12; O Grande Conflito, p. 555).

Perguntas para consideração

1. Imagine estar diante de Deus com todos os seus pecados! O que você mereceria? Qual é sua única esperança? Por que a “justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo” (Rm 3:22) nos cobre agora e no juízo, quando mais precisaremos?

2. João Batista desempenhou o papel dos serafins – era uma lâmpada que iluminava (Jo 5:35). Ele foi o precursor de Cristo, anunciando a primeira vinda do Messias. Como o povo de Deus dos últimos dias desempenha um papel profético semelhante?

Respostas às perguntas da semana: 1. Somente depois que Isaías reconheceu sua condição pecaminosa e recebeu o perdão divino foi capacitado a cumprir sua missão. 2. Eles impediam que os pecadores tivessem acesso à arvore da vida. Ao mesmo tempo, indicavam a promessa de que os pecadores arrependidos voltariam ao Éden. 3. Esses seres celestiais estão junto ao trono de Deus. Possuem quatro rostos: de leão, de boi, de águia e de homem. Têm a função de revelar a glória de Deus. 4. Leste: Judá; sul: Rúben; oeste: Efraim; norte: Dã. 5.
Lúcifer foi lançado fora do monte santo de Deus; os salvos estarão no monte Sião com Cristo. Lúcifer esteve no Éden; a raça humana será restaurada ao Éden por meio de Cristo.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Resumo da Lição 7
Fundamentos proféticos

TEXTO-CHAVE: Is 6:8

FOCO DO ESTUDO: Is 6:6-8; Ap 4:9-11

ESBOÇO

Introdução: Deus é o fundamento de tudo o que é bom, pois Ele é o Criador de todas as coisas boas, animadas e inanimadas. Essa verdade essencial é ouvida nas primeiras palavras da Bíblia: “No princípio, Deus criou os céus e a Terra” (Gn 1:1). Na frase em hebraico, o verbo “criar” precede o sujeito “Deus”, enfatizando que, por ser o Criador, Deus é Deus. Na lição desta semana, refletiremos sobre o significado dessa verdade fundamental, que serve de base para três revelações bíblicas de Deus.

Primeiramente, nossa atenção se voltará para o trono de Deus no Céu. Visto que Ele é a causa de tudo e sustenta todas as coisas, Deus é o Rei que governa sobre tudo. Ele é apresentado como o Rei dos reis, assentado em Seu trono celestial (Is 6:1, 6-8; Ap 4:9-11). Em seguida, focalizaremos o trono de Deus na Terra. Como Deus governa o Universo, Seu trono também exerce jurisdição sobre a Terra. Nessa segunda parte, exploraremos a realeza de Deus na Terra, começando no Jardim do Éden, passando pela arca da aliança em Israel e, posteriormente, em Sião, todos descritos como lugares do trono de Deus.

Na terceira seção, abraçaremos nossa esperança no futuro trono de Deus na “Nova Jerusalém” no Céu. Concluindo, consideraremos a seguinte lição: O que significa para nós, em nossa existência presente, ter o trono de Deus em nosso coração hoje?

COMENTÁRIO

O trono de Deus no Céu

A existência do trono de Deus no Céu é anterior à criação da Terra. De acordo com Jeremias, esse lugar existe desde o início da criação do Universo (Jr 17:12). É nesse contexto celestial em particular que a primeira rebelião de Lúcifer e, portanto, a origem do mal, ocorreu. Esse testemunho é importante porque mostra que o problema do mal é cósmico e também diz respeito a outros mundos, não apenas à Terra. A única solução para o problema do mal é cósmica e, portanto, deve implicar a deposição de Lúcifer (Ap 20:7-10). Isaías descreve o trono de Deus como o lugar em que os seres celestiais estão servindo, louvando e adorando o Rei do Universo: “Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono” (Is 6:1). A situação do trono no Céu é rica em várias ideias sobre a realidade divina e com lições que nos dizem respeito.

A primeira ideia expressa pela imagem do trono representa, por simbolismo, a realeza. Como o Rei de toda a criação, Deus governa e controla todo o Universo. Para nós, essa ideia implica obediência às Suas leis e confiança em Seu poder e em Sua liderança. Além disso, como a realeza é frequentemente associada à função de juiz (Sl 122:5), todas as criaturas, incluindo os humanos, devem ver Deus como seu Juiz, o que significa que Deus é Aquele que vê e pode avaliar todas as nossas ações, boas e más (Ec 12:14). Não apenas isso, vemos que Deus é Aquele que nos salvará do mal. Na Bíblia, o juiz também é o “salvador” (Jz 3:9, 15; Jz 6:36; Jz 12:3). Ao localizar o trono de Deus no Céu, a Bíblia mostra que o juízo e a salvação não estão em nossas mãos. Somente Deus julga, e somente Ele nos salvará.

A ênfase bíblica no Céu como a localização do trono de Deus transmite várias mensagens importantes. Essa localização indica que Deus é distinto de Sua criação; Ele não é a árvore nem está na árvore. Deus não é um produto dos seres humanos. Como Criador, Ele está infinitamente distante da Terra, sendo assim inalcançável e além da nossa compreensão: “Deus está nos Céus, e você, aqui na Terra. Portanto, sejam poucas as suas palavras” (Ec 5:2).

Qualquer teologia ou descrição humana de Deus é inadequada, pois Deus está além da nossa compreensão (Jó 11:7-12; Jó 36:26; Is 55:8, 9). Quando oramos, nossas palavras e até mesmo nosso silêncio devem expressar reverência. O profundo mistério de Deus é evidenciado pela complexidade do trono, que parece uma carruagem sobrenatural movida por poderosos querubins e outras criaturas vivas com asas e mãos poderosas por baixo (Ez 1:8). A beleza gloriosa e sublime do trono de Deus transmite uma sensação de transcendência inalcançável. Ezequiel descreve o trono como sendo feito de pedras preciosas, especialmente “lápis-lazúli” [ou “safira”], um material associado à divindade no Antigo Oriente Próximo (Ez 1:26). Daniel vê o trono feito de chamas (Dn 7:9), enquanto no Apocalipse ele é cercado por um arco-íris esmeralda, e há sete tochas ou lâmpadas de fogo diante de um mar de cristal (Ap 4:3-6). A única resposta humana apropriada a essa exibição de beleza magnífica e perfeita é admiração, misturada com humildade e uma profunda consciência de nossa miséria e condição pecaminosa diante de Deus.

Por outro lado, esse mistério e beleza perfeita nos convidam a reconhecer Sua existência em nossos cultos de adoração. Testemunhamos Sua presença quando, com reverência, buscamos Sua revelação por meio de Suas palavras e de Sua criação. A beleza e o mistério de Deus também chamam a humanidade ao arrependimento e à transformação do nosso caráter pecaminoso. Além disso, a beleza e o mistério do trono de Deus nos convocam a testemunhar, aqui e agora, tanto da justiça quanto da realidade dos princípios absolutos da verdade divina.

O trono de Deus na Terra. No entanto, Deus não se limita ao Céu, nem está distante e indiferente ao destino humano. Várias manifestações do trono celestial também estiveram presentes na Terra.

O Jardim do Éden. A primeira manifestação terrena do trono “celestial” de Deus é encontrada no Jardim do Éden, descrito com termos que remetem ao templo celestial de Deus. Os querubins que guardam a entrada do jardim com uma espada flamejante (Gn 3:24) são semelhantes aos querubins ao redor do trono celestial de Deus, que ministram como chamas de fogo (Sl 104:4; compare com Dn 7:9 e Ap 4:3-6). Os rios que fluem no Jardim do Éden (Gn 2:10-14) são uma alusão à água da vida, clara como cristal, que brota do trono de Deus (Ap 22:2). As pedras preciosas também aparecem em ambos os locais, no Céu e na Terra (Gn 2:12; compare com Ez 1:26).

A arca da aliança. Outro local importante do trono de Deus era a arca da aliança, que compartilha várias características com o trono celestial de Deus, como a presença de querubins, e é considerada Seu trono ou estrado. Essa identificação é evidenciada em 1 Crônicas 28:2, onde a expressão “a arca da aliança do Senhor” é associada ao “estrado dos pés do nosso Deus”. Assim como outros tronos, era o local no qual o juízo ocorreria. O termo “estrado dos pés” também é mencionado mais adiante em 2 Crônicas 9:18, que está localizado abaixo do trono de Salomão, seguindo o antigo costume do Antigo Oriente Próximo de colocar estrados aos pés do deus no templo (ver Sl 99:5; Sl 132:7; Lm 2:1), indicando que Deus estava acima dele.

Monte Sião. Quando Israel se estabeleceu em seu país, eles colocaram a arca da aliança no templo de Jerusalém, no Monte Sião. O nome Sião foi então usado como sinônimo para o lugar do trono de Deus, o assento do juízo (Sl 9:4, Is 16:5). Todas as noções precedentes sobre o trono de Deus são, então, transferidas para Sião, onde Deus habita e julga as nações (Sl 9:11-15). Essa linha de pensamento continuará no NT, que menciona que Cristo e Seus apóstolos se sentarão em tronos para julgar o mundo (Mt 19:28). Sião designará a Nova Jerusalém
no Céu, onde a esperança bíblica de paz, amor e vida eterna será finalmente cumprida (Ap 21:1-4).

Nós somos o templo de Deus. Em última análise, Deus habita entre Seu povo. O verbo em hebraico, shakan, “habitar”, é usado para descrever a habitação de Deus entre Seu povo no santuário (Êx 25:8, 9). Essa ideia da habitação de Deus era tão poderosa que produziu a palavra mishkan, “tabernáculo”, o próprio lugar no qual Deus habitaria. O verbo também se refere à nuvem que habitava, “repousava” (shakan), no tabernáculo (Êx 40:35). No NT, essa noção é estendida à pessoa cristã, incluindo o corpo: “Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo, que está em vocês e que vocês receberam de Deus, e que vocês não pertencem a vocês mesmos?” (1Co 6:19). “Agora, pois”, conclui Paulo, “glorifiquem a Deus no corpo de vocês” (1Co 6:20).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Pedagogia do trono. Hoje em dia, as ideias de realeza e “trono” podem parecer menos relevantes, fazendo com que percamos o senso de transcendência, respeito e sacralidade associado a elas. Para discutir essas noções com jovens e idosos, considere as seguintes estratégias como possíveis maneiras de transmitir esse conceito:

1. Organize um passeio na natureza para que as pessoas possam experimentar a grandeza e o esplendor da criação de Deus, promovendo um senso de transcendência e admiração por Seu trono.

2. Visite um museu de astronomia como forma de apreciar nosso Universo infinito.

3. Convide um cientista para explicar a complexidade e os mistérios do corpo humano.

O trono na adoração. À luz do estudo do trono de Deus, reflita sobre seus cultos de adoração e o comportamento na igreja, incluindo a forma como ora, canta e prega. Comente com a classe: Seria apropriado se gabar do sucesso da missão da sua igreja ou do número de estudos bíblicos?

O trono na ética. Reconheça e valorize a presença real de Deus em seu vizinho, parente, irmão ou irmã, pais e cônjuge. De que maneira a realidade do trono e da transcendência de Deus influencia a natureza do seu relacionamento com essas pessoas?

O trono em sua vida pessoal. Pergunte a si mesmo: “O que significa para a sua vida diária a ideia de que você é o trono de Deus?” Em outras palavras, como essa ideia influencia sua maneira de cuidar do corpo, organizar o tempo, manter a casa e se comportar no trabalho?

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Longa caminhada até Deus, Parte 2

Tailândia | Pada

Na semana passada: Pada, de doze anos, se perguntava por que seu irmão mais velho, Morja, havia deixado a religião da família e se tornado adventista do sétimo dia na Tailândia. Morja o convidou a descobrir por si mesmo, indo morar com ele, sua esposa e seus três filhos.

Semanas e meses se passaram enquanto Pada acompanhava Morja e sua família na longa caminhada de 13 quilômetros até a igreja todos os sábados.

Pada continuava a se perguntar por que Morja havia se tornado adventista. Ele não tinha respostas imediatas, mas percebeu que Morja era muito assíduo em ir à igreja aos sábados. Não importava se estava chovendo ou frio, a família sempre se levantava antes do amanhecer
e fazia a longa caminhada até a igreja. Ele também notou que Morja era muito fiel com o dízimo e as ofertas. Todos os sábados, ele colocava algum dinheiro na salva de ofertas. Morja explicava a seu irmão mais novo que o dinheiro, na verdade, pertencia a Deus. 

"Estou devolvendo a Deus o que já Lhe pertence como um presente de gratidão", disse ele.

Pada viveu os primeiros 12 anos de sua vida com sua mãe em uma casa muito pobre. Ele não entendia como Morja conseguia se dar ao luxo de doar dinheiro. Mas ele notou que Morja nunca parecia ter falta de dinheiro. Sempre havia comida suficiente e outras necessidades
atendidas.

Um ano se passou. Dois anos se passaram. Três anos se passaram. Os três filhos de Morja cresceram e foram para uma escola adventista em outra cidade. Morja não era rico, mas de alguma forma encontrou dinheiro para a mensalidade de seus filhos.

Pada nunca tinha ido à escola. Agora que tinha 15 anos, ele desejava também poder ir à escola. Enquanto pensava em sua situação, ele se perguntou: "Será que é por isso que Morja se tornou adventista? Ele não é rico, mas nunca lhe falta nada. Ele tem comida e roupas e pode
mandar seus filhos para a escola. Ele ama o Deus do Céu, e o Deus do Céu provê todas as suas necessidades".

O amor por Deus se enraizou no coração de Pada. Ele ansiava viver pelo Deus que supria todas as necessidades de seu irmão. Ele ansiava viver pelo Deus que estava suprindo todas as suas necessidades antes mesmo de conhecê-Lo. Ele entregou seu coração a Deus e foi batizado. Embora Pada não tivesse nenhuma família que pudesse ajudá-lo, ele entrou na primeira série da escola adventista quando tinha 17 anos. Ele estudou muito e trabalhou duro para pagar seus estudos.

Quando terminou a escola, decidiu ensinar aos outros sobre o Deus que supre as necessidades de todos. Ele foi para o Mission College (hoje Universidade Internacional Ásia-Pacífico) e se tornou pastor.

Hoje, Pada é pastor e líder da Igreja Adventista na Tailândia. Ele tem uma esposa, que conheceu na escola adventista, e eles têm três filhas. Ele tem uma boa formação. Dirige um bom carro. Ganha um salário confortável e devolve fielmente o dízimo e as ofertas. Sua família sempre tem comida e roupas suficientes.

Mais do que tudo, ele ama falar aos outros sobre o Deus do Céu. Ele retorna à aldeia de sua infância, situada nas montanhas na fronteira entre a Tailândia e Mianmar.

O povo da montanha que vive lá continua muito pobre, e poucos acreditam em Deus. Pada sempre enche 50 ou mais envelopes com notas de 50 ou 100 baht para dar aos moradores. Não é muito dinheiro, mas é um presente valioso aos olhos deles. Quando ele distribui os envelopes, os aldeões o cumprimentam com grandes sorrisos. Ele os ouve dizendo uns aos outros: "Pada é um de nós. Ele cresceu aqui, mas tem uma boa educação, um bom carro e um salário confortável. Seu Deus está cuidando dele. Talvez seu Deus também possa cuidar de nós".

Ele ora para que o povo da montanha, seu povo, saiba um dia que seu Deus já está cuidando deles e quer salvá-los para a eternidade.

Parte de uma oferta do trimestre de 1988 foi para ajudar a construir um refeitório e um segundo prédio na Universidade Internacional Ásia-Pacífico, onde Pada estudou para se tornar pastor. Como estudante, Pada ajudou a construir o refeitório. Assim como o impacto daquela oferta ainda está sendo sentido na vida de Pada e de muitos que estudaram na Universidade Internacional da Ásia-Pacífico, a oferta deste trimestre também terá uma influência duradoura com a bênção de Deus. Obrigado por planejar uma oferta generosa. 

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

• Mostrar a Tailândia no mapa.
• Pronuncie Pada como: PA-da.
• Pronuncie Morja como: MORDG-a.
• Baixe fotos para esta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.
• Compartilhe as postagens do Informativo Mundial das Missões e os Fatos Rápidos da Divisão Sul-Asiática do Pacífico: bit.ly/ssd-2025.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2025

Tema geral: "Alusões, imagens e símbolos"?

Lição 7 – 10 a 16 de maio

Fundamentos proféticos

 

Autor: Elton de Lima Alves Júnior

            A visão de Apocalipse 4 e 5 apresenta dois grandes motivos de louvor a Deus. O primeiro está relacionado ao fato de que Ele é o criador (Ap 4:11). O segundo passa diretamente pela morte de Jesus, uma evidência do caráter do Céu (Ap 5:12). Ambos os motivos legitimam o governo divino sobre o Universo.

            A visão revela que Deus é o originador de nosso mundo. Portanto, naturalmente, ele Lhe pertence – incluindo os seres humanos. Contudo, por que Ele teve que comprá-los com o sangue de Jesus (Ap 5:9, 10)? O texto sugere que, em algum momento, e já sabemos quando, os seres humanos deixaram de pertencer a Deus.

            Essa redenção do homem aponta para o caráter divino. Desde o início do Apocalipse, Jesus é apresentado como Deus (compare Ap 1:8 com Ap 1:17). Portanto, a morte de Jesus, para “comprar” o ser humano, é um sinal claro do amor divino pela humanidade.

 

Eis-me aqui, envia-me a mim

A experiência vivida por Isaías no ano da morte do rei Uzias é fantástica (Is 6:1-8) e está repleta de ensinos importantes. O primeiro tem que ver com a relação entre Isaías e os serafins. O segundo, com Deus e a forma como Ele lida com o pecado humano. E o terceiro, com a missão que Ele concede aos seres humanos.

A passagem sugere um contraste entre os serafins e Isaías. Se os serafins cobrem o rosto e não veem o Senhor, Isaías, por outro lado, O vê. Os serafins louvam a Deus de maneira especial (Is 6:3), mas Isaías reconhece que possui lábios impuros (Is 6:5). Em outras palavras, Isaías confessa sua incapacidade para louvar a Deus plenamente.

Em segundo lugar, ao ver a confissão de Isaías, um dos serafins, certamente sob a permissão de Deus, toca-o com uma brasa viva tirada do altar. Possivelmente de incenso, pois Isaías está dentro do templo (Is 6:1, 4). Esse fato não foi aleatório. É um reconhecimento da confissão de Isaías e de sua confiança no perdão divino. Afinal, esse altar era onde estavam as orações dos santos (Ap 8:3, 4).

Finalmente, quando Deus, em sequência, pergunta por um voluntário para enviar, Isaías se oferece. A lição não poderia ser mais interessante. Somente quem foi perdoado e entendeu isso se envolve na missão de salvar outros.

 

Os dois querubins

            A expulsão do Éden teve um propósito redentivo. A colocação de “querubins a leste do jardim” e uma “espada flamejante” era para o bem do primeiro casal (Gn 3:24), ainda que isso passe despercebido por alguns.

            Gênesis 3:22 deixa claro que, após ter sua natureza mudada, era necessário que o ser humano não pudesse mais ter acesso à árvore da vida. Então, o texto sugere que viver eternamente nessa condição seria complicado. Seria uma situação irreversível, impedindo Deus de salvar a humanidade.

            A colocação dos querubins e da espada visavam garantir que Adão e Eva não teriam acesso a essa árvore. Contudo, isso não implicava em uma proibição de se aproximar do jardim. A ênfase é sobre “o caminho da árvore da vida” (Gn 3:24). Um olhar atento ao capítulo 4 pode sugerir que Caim e Abel ofereceram seus sacrifícios próximos ao Éden, pois Gênesis 3:23 diz que “o Senhor o lançou fora do jardim” e Genesis 4:3 afirma que Caim “trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor”. O uso desse verbo parece indicar que eles levaram a oferta para o lugar em que Deus estava.

 

Como brasas vivas

            Esse fato é sugerido também pela presença dos querubins na porta do jardim, uma vez que eles apontam para a presença de Deus (Êx 25:18; Nm 7:89; 2Rs 19:15; Sl 99:1; Is 37:16; Ez 9:3; 10). De maneira mais especial, para Seu trono.

            Esse é caso da visão de Ezequiel 1:4-14. Ainda que a terminologia não seja explícita, a declaração “e no meio disso havia uma coisa como metal brilhante, que saía do meio do fogo” é uma referência à glória de Deus, conforme fica evidente em Ezequiel 1:26-28. Além disso, Ezequiel 10, capítulo que repete a visão do capítulo 1, menciona que os seres viventes eram querubins (Ez 10:1-9, 14-16, 18-20).

            O propósito dessa visão, que tem relação com as visões de Isaías (Is 6:1-8) e João (Ap 4 e 5), foi demonstrar que Deus estava no comando de tudo. E ainda que Israel enfrentasse severas dificuldades, Deus não os havia abandonado. Além disso, a visão revela o desejo divino de ver suas criaturas refletindo Sua glória ao mundo por meio da confiança Nele e da obediência à Sua vontade.

 

Deus no meio de Seu povo

            Deus sempre desejou estar em comunhão plena com Seu povo. E, por meio dele, resplandecer a Sua glória para todos os povos. E apesar da limitação imposta pelo pecado, Deus buscou estar perto (Nm 2). Mas esse desejo será realizado no contexto da Nova Jerusalém (Ap 21 e 22).

            O propósito de Deus com o santuário era “estar no meio do povo” (Êx 25:8), algo que fica bem claro em Números 2. Esse capítulo indica a ordem que as doze tribos deveriam ter no acampamento. Elas se acampariam “ao redor da tenda do encontro e de frente para ela” (Nm 2:2). Contudo, haviam restrições para se aproximar de Deus.

            A Nova Jerusalém é chamada por João de “tabernáculo de Deus” (Ap 21:3), um lugar no qual Ele habitará com os seres humanos (Ap 21:4). A cidade também possui a glória de Deus (Ap 21:11, 23; 22:5). Essas declarações sugerem que a cidade assume o papel do santuário de Israel. Não por acaso, João afirma que nela não viu santuário, “porque o santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro” (Ap 21:22), o que sugere que ele esperava ver um. E que o santuário é mais do que um lugar – ele aponta para a divindade.

            João também descreve que a cidade tem “uma muralha grande e alta” (Ap 21:12). Contudo, ela não tem o objetivo de proteger a cidade, pois seus portões permanecem sempre abertos (Ap 21:25). E uma vez que ela é feita de jaspe (Ap 21:18), uma pedra com brilho intenso (Ap 21:11), seu propósito é refletir a glória de Deus para as nações, a fim de atraí-los para a presença do trono de Deus. Será algo espetacular!

 

A queda de Lúcifer

            O problema que gerou a queda de Lúcifer foi o desejo de ser adorado (Mt 4:9). Uma comparação entre Gênesis 3:1-6 e Mateus 4:1-11 parece indicar isso. Em outras palavras, em vez de refletir a glória de Deus, a qual ele tinha acesso direto como querubim, ele a desejou. E ainda que tenha pecado, o ser humano não o fez na condição de Lúcifer. Ele rejeitou voluntariamente a bondade e a graça de Deus, ao passo que o ser humano foi enganado. Por isso, a humanidade tem esperança de salvação em Cristo.

 

Conclusão

Deus nos salva para salvarmos outros. Ele nos atrai para Si, para que possamos atrair outros para Ele. E Ele nos mostra a Sua glória, para que ela O glorifique. Vivamos essa maravilhosa experiência!

 

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Elton Júnior é pastor adventista. Formou-se Bacharel em Teologia pelo UNASP-EC, em 2008. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Trabalhou em diversas funções em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É Mestre em Interpretação Bíblica pelo UNASP. Atualmente mora em Santiago, servindo como Secretário Executivo da União Chilena, desde 2023. É casado com Gisselle, pedagoga. O casal tem três filhos: Isaac, Rebecca e Giovanna.