Lição 8
17 a 23 de maio
Nos Salmos – parte 1
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: GN 31
Verso para memorizar: “Olhei, e eis que o Cordeiro estava em pé sobre o monte Sião. Com Ele estavam cento e quarenta e quatro mil, que tinham escrito na testa o nome do Cordeiro e o nome de Seu Pai” (Ap 14:1).
Leituras da semana: Hb 9:11-15; Sl 122; 15; 24; Êx 33:18-23; Sl 5; 51:7-15

Como adventistas do sétimo dia, estamos acostumados a procurar os símbolos do Apocalipse nas histórias do AT a fim de compreendê-los. Essas narrativas, no entanto, não são a única fonte de nosso estudo, pois, a fim de compreender as profecias, precisamos examinar todo o AT.

Uma fonte especialmente rica é o Livro dos Salmos, uma coleção de poesia sagrada que apresenta inúmeras experiências humanas e interações com Deus, que variam desde o desânimo e o sofrimento pelo pecado até a alegria quase desenfreada na presença do Senhor e em Suas repetidas promessas de perdão e salvação.

Uma leitura atenta dos salmos leva muitas partes do Apocalipse a ganhar vida, especialmente o capítulo 14, que descreve a obra final da igreja remanescente de Deus. O povo de Deus dos últimos dias recebeu a mesma tarefa que o antigo Israel: devemos ser luz para as nações, levando o último chamado de misericórdia para todos, a fim de que adorem e obedeçam ao Criador.

Detalhes providos nos salmos nos proporcionam novas maneiras de compreender e avaliar nosso papel nos momentos finais da história da Terra.

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Domingo, 18 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 32
Nosso Sumo Sacerdote

Quando Moisés supervisionou a construção do tabernáculo, ele não foi autorizado a usar qualquer projeto que desejasse. Deus lhe deu o projeto e disse: “Tenha o cuidado de fazer tudo segundo o modelo que foi mostrado a você no monte” (Êx 25:40). O padrão usado no tabernáculo era o de uma realidade superior, o santuário celestial.

1. Leia Hebreus 9:11-15, que apresenta Cristo como nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial. O que Ele está fazendo por nós?

O santuário terrestre prefigurava a Pessoa e a obra de Jesus em detalhes surpreendentes, desde o sacerdote e as ofertas até os móveis e outros detalhes da construção. Tudo falava a respeito de Jesus.

O Apocalipse está repleto de imagens do santuário. Encontramos o candelabro do santuário (Ap 1:12, 13), a sala do trono (Ap 4:2-5), o altar de incenso (Ap 8:3), a arca da aliança (Ap 11:19) e outras referências ao templo. Sem uma compreensão do santuário do AT, é simplesmente impossível compreender o que João queria dizer ao descrever suas visões. Segundo Paulo, as experiências de Israel “aconteceram com eles para servir de exemplo e foram escritas como advertência a nós, para quem o fim dos tempos tem chegado” (1Co 10:11).

Podemos aprender muito estudando os detalhes do templo do AT. No Livro dos Salmos, encontramos uma verdade importante para entender alguns desses detalhes: como o povo de Deus interagia pessoalmente com o templo. Obtemos vislumbres de como Davi se envolvia com o santuário e seus serviços, e vemos a reação espiritual do povo de Deus ao que o Messias faria por eles. O santuário não apresenta apenas símbolos que nos ajudam a ver Jesus, mas por meio dele também podemos explorar as experiências pessoais daqueles que compreenderam o que Deus desejava ensinar por meio dos seus serviços. Assim, podemos tirar lições para nós mesmos em nossa própria experiência com o Senhor.

Leia o Salmo 122. Não podemos ir à “Casa do Senhor” terrena, pois o templo não existe mais. No entanto, que elementos desse salmo revelam o que Cristo fez por nós e que motivação ele nos traz? Observe os temas de paz, segurança, louvor e juízo.

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Segunda-feira, 19 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 33
Sobre o monte Sião

Em Apocalipse 14, o povo de Deus está em pé no monte Sião, que ficava a oeste da “Cidade Velha” da Jerusalém atual e era considerado o assento do trono de Deus (que representava Sua presença) entre Seu povo. Com o tempo, o monte Moriá, por ser o monte do templo, também passou a ser chamado de monte Sião.

A importante descrição do remanescente dos últimos dias (Ap 14) é apresentada usando a linguagem do santuário – como acontece na maioria das cenas principais do Apocalipse. Graças ao Cordeiro, o povo de Deus está em Seu santo monte!

2. Davi perguntou: “Quem poderá morar no Teu santo monte?” (Sl 15; 24). Compare a resposta dele com a descrição dos salvos no monte Sião (Ap 14:1-5). Quais são as semelhanças? Como fazer parte desse grupo? O que significa o nome do Pai inscrito na testa dos 144 mil?

Estar à altura da descrição dos que podem entrar na presença de Deus, conforme vemos nesses Salmos, é uma tarefa difícil para pecadores. Quem pode dizer honestamente que sempre “vive com integridade” ou que sempre, “de coração, fala a verdade” (Sl 15:2)? Ninguém pode dizer que “não será jamais abalado” (Sl 15:5). “Se dissermos que não temos pecado nenhum, [...] a verdade não está em nós” (1Jo 1:8).

A única conclusão possível é que o Cordeiro nos capacita a ficar em pé no monte Sião. O Cordeiro não é mencionado nesses dois salmos de Davi, mas Ele aparece de repente na descrição encontrada em Apocalipse 14. É quase como se Apocalipse 14 estivesse respondendo à pergunta de Davi. Agora que o Cordeiro de Deus está estabelecido no monte Sião, no santuário, também podemos estar presentes nesse lugar porque Sua justiça perfeita é atribuída a nós pela fé. Podemos ter a “ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que Ele nos abriu por meio do véu, isto é, pela Sua carne” (Hb 10:19, 20). Sem o sangue de Cristo, que esperança teríamos? Absolutamente nenhuma!

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A Bíblia tem promessas de vitória sobre o pecado. Por que estamos longe de alcançar a perfeição de Jesus? Por que precisamos que Sua vida perfeita substitua a nossa?
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Terça-feira, 20 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 34
A lei em nosso coração

O remanescente reunido em Sião tinha escrito na testa o nome do Pai e o nome do Cordeiro. Nas Escrituras, “nome” significa mais do que uma palavra que identifica alguém; representa o caráter. Até hoje, em muitas culturas ainda se diz que alguém tem um “bom nome” quando seu caráter é bem visto pelos outros.

3. Leia Êxodo 33:18-23; 34:1-7; Salmo 119:55. Quando Moisés pediu para ver a glória de Deus, o que o Senhor prometeu lhe mostrar? O que aconteceu quando Deus proclamou Seu nome a Moisés (Êx 34:5)?

Muitos definem a glória de Deus como uma luz brilhante e inacessível, o que, sem dúvida, é verdade. No entanto, a glória de Deus é mais do que simplesmente uma exibição visual. É Seu caráter. E isso também é verdade em relação ao nome de Deus.

O nome do Criador escrito na testa do remanescente não se trata de letras escritas no corpo. É uma questão de ter o caráter de Deus na mente e no coração e, assim, refletir na vida o Seu amor e o Seu caráter. Quando somos atraídos para perto de Deus, passamos a amá-Lo por quem Ele é e pelo que Ele fez por nós.

Deus Se descreveu a Moisés quando entregou ao Seu servo uma segunda cópia dos Dez Mandamentos, que é uma transcrição de Seu caráter. Da mesma forma, os que têm o “nome” de Deus (Ap 14:1) são descritos como os que “guardam os mandamentos de Deus” (Ap 14:12). A profecia de Jeremias, citada em Hebreus, descreve essa experiência: “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Imprimirei as Minhas leis no coração deles e as inscreverei sobre a sua mente, [...] dos seus pecados e das suas iniquidades jamais Me lembrarei” (Hb 10:16, 17). Que expressão do evangelho! Embora a lei seja refletida em nossa vida, precisamos que nossos pecados não sejam “jamais” lembrados.

O nome de Deus é Seu caráter. A lei é uma transcrição de Seu caráter. Os que estão no monte Sião amam o Senhor. Esse amor se manifesta na obediência à lei.

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Somos salvos pela graça mediante a fé, não pela lei. Então qual é a importância da lei de Deus? (1Jo 5:3)
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Quarta-feira, 21 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 35
Salmo 5

4. No Salmo 5, Davi apresentou contrastes entre os perdidos e os redimidos. Compare esse salmo com Apocalipse 14:1-12. Que semelhanças existem entre essas passagens? Isso nos ajuda a entender o que significa ser parte do remanescente dos últimos dias?

Davi destacou que o mal “não pode habitar” com Deus (Sl 5:4, NVI). O objetivo do tabernáculo era que Deus habitasse entre Seu povo, e isso também será verdade no reino de Cristo (Ap 21:3). Os que se aproximam do trono de Deus devem ser redimidos.

No Salmo 5:7, Davi descreve um ato de adoração, que é a questão central do grande conflito. Apocalipse 13 usa cinco vezes o verbo “adorar”, e as três mensagens angélicas chamam o mundo a adorar o Criador (Ap 14:7). Davi disse que temia a Deus, e a mensagem do remanescente apresenta o seguinte chamado: “Temam a Deus e deem glória a Ele, pois é chegada a hora em que Ele vai julgar”.

Na boca dos redimidos “não se achou mentira” (Ap 14:5). Eles falam a verdade, e suas palavras e ações refletem o caráter justo de Deus. Por outro lado, de acordo com Davi, “na boca dos meus adversários não há sinceridade” (Sl 5:9).

Nessa parte fundamental do Apocalipse, João apresenta uma cena surpreendente: pecadores foram resgatados da morte e têm o privilégio de estar na presença de Deus. Eles não conquistaram esse direito. Em vez disso, o receberam porque o Cordeiro de Deus, o justo Filho do Homem, estava lá com eles. Eles foram perdoados e redimidos; não precisam mais carregar sua culpa (compare com Sl 5:10), porque o Cordeiro de Deus a carregou por eles (compare com Is 53:12; 2Co 5:21).

Uma vez que o nome de Deus é escrito em nosso coração, não podemos ficar em silêncio. O povo de Deus apresenta ao mundo uma oferta final de misericórdia usando uma “voz forte” (Ap 14:7). Davi disse: “Alegrem-se todos os que confiam em Ti; cantem de júbilo para sempre, porque Tu os defendes; e em Ti se gloriem os que amam o Teu nome” (Sl 5:11).

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Imagine estar diante de um Deus santo no juízo. Cada ação praticada está exposta diante Dele. O que essa perspectiva lhe diz sobre sua necessidade da justiça de Cristo?
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Quinta-feira, 22 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 36
Ensinar aos transgressores os Teus caminhos

Depois que Isaías viu o Senhor na sala do trono, e depois que foi informado de que “a sua iniquidade foi tirada, e o seu pecado, perdoado”, ele respondeu ao chamado divino dizendo: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:7, 8). Uma vez que ele estava em paz com Deus, apesar de conhecer suas falhas, estava pronto para trabalhar para o Senhor.

Isso também ocorre conosco? Como proclamar a salvação aos outros se nós não a recebemos? Só podemos recebê-la pela fé em Jesus e no que Ele fez por nós.

5. Leia o Salmo 51:7-15. O que Davi prometeu fazer depois que Deus o perdoasse e purificasse do pecado?

Ser chamado à presença de Deus é, em última análise, ser enviado de volta ao lugar em que estávamos. Em Sua sabedoria, Deus designou os redimidos para servir como Sua voz para o mundo caído. Em breve, o mundo sentirá o impacto do povo de Deus. O apelo final à humanidade caída iluminará o mundo inteiro (Ap 18:1).

“Tão logo uma pessoa aceita a Cristo, em seu coração nasce um desejo de apresentar aos outros o precioso amigo que encontrou em Jesus Cristo; a verdade salvadora e santificadora não pode ficar escondida em seu coração. Se estivermos revestidos da justiça de Cristo e cheios da alegria que Seu Espírito produz, será impossível nos contermos. Se já provamos e vimos que o Senhor é bom, teremos alguma coisa a dizer. Como Filipe, ao encontrarmos o Salvador, convidaremos outros para Sua presença” (Ellen G. White, Caminho a Cristo [CPB, 2024], p. 50).

As três mensagens angélicas estão fundamentadas no “evangelho eterno”. O fundamento do evangelho, a salvação em Jesus, é proclamado antes da adoração ao Criador, da queda de Babilônia, ou da advertência contra a adoração à “besta e a sua imagem” (Ap 14:6-9). E isso porque as mensagens dos três anjos significam, acima de tudo, a esperança e a promessa que temos em Jesus e no que Ele fez por nós. Fora do “evangelho eterno”, realmente não temos nada de valor a dizer ao mundo.

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Antes da proclamação das três mensagens angélicas, somos conduzidos ao “evangelho eterno”. Qual é a importância dessa verdade fundamental para todas as nossas crenças?
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Sexta-feira, 23 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 37
Estudo adicional

“Os salmos de Davi passam por uma série completa de experiências, desde as profundezas da culpa consciente e da condenação própria até a fé mais sublime e a mais exaltada comunhão com Deus. O registro de sua vida declara que o pecado traz apenas vergonha e tristeza, mas que o amor e a misericórdia de Deus podem alcançar as maiores profundidades, e que a fé erguerá a pessoa arrependida para que participe da adoção dos filhos de Deus. De todas as promessas contidas em Sua Palavra, esse é um dos mais fortes testemunhos da fidelidade, justiça e misericórdia de Deus em Sua aliança. [...]

“‘Jurei a Davi, Meu servo: [...] A Minha mão estará sempre com ele, o Meu braço o fortalecerá. [...] Em Meu nome crescerá o seu poder. Porei a sua mão sobre o mar e sua direita, sobre os rios. Ele Me invocará, dizendo: ‘Tu és o meu Pai, meu Deus e a Rocha da minha salvação.’ Por isso, farei dele o Meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra. Conservarei para sempre a Minha bondade para com ele, e lhe confirmarei a Minha aliança’” (Sl 89:3, 21, 24-28; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 670, 671).

Perguntas para consideração

1. A humanidade fracassou na sua parte da aliança. Davi, homem segundo o coração de Deus (1Sm 13:14), apesar de erros graves, foi usado para transmitir a salvação. Em que sentido Davi prefigurou Jesus, que cumpriu perfeitamente a aliança de Deus em nosso favor? Por que o que Cristo fez em nosso favor é nossa única esperança?

2. Quais passagens dos Salmos refletem a sua experiência pessoal?

3. Por que os Salmos fazem referências frequentes ao templo? O que aprendemos do amor de Davi pelo santuário? Isso nos ajuda a apreciar a obra do nosso Sumo Sacerdote, que “está à direita de Deus” e “intercede por nós” (Rm 8:34)? Por que, mesmo tendo sido redimidos, precisamos da intercessão de Cristo por nós no Céu?

4. Após a “vergonha e tristeza” do pecado, o Senhor o ergueu “para que participe da adoção dos filhos de Deus”?

Respostas às perguntas da semana: 1. A obra de Cristo é o cumprimento do santuário do AT. Ele apresenta ao Pai Seu próprio sangue em favor de Seu povo. 2. Aqueles que habitam no monte santo são íntegros, falam a verdade e temem ao Senhor. Os 144 mil refletem o nome de Deus. 3. O Senhor prometeu mostrar Sua bondade e proclamar Seu nome. Ele revelou Seu caráter. 4. Aqueles que foram redimidos adoram a Deus e temem o Seu nome. Eles falam a verdade e se afastam do mal. O remanescente vive uma experiência de salvação e santificação. 5. Prometeu guiar os transgressores no caminho divino, ajudando-os a passar pela mesma transformação que ele experimentou.

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Resumo da Lição 8
Nos Salmos – parte 1

TEXTO-CHAVE: Ap 14:1

FOCO DO ESTUDO: Sl 15; 24; 51; 122

ESBOÇO

Introdução: No coração da Bíblia, os salmos oferecem testemunhos sobre a oração e a adoração do antigo Israel. Não são apenas os sacerdotes profissionais que oram; o povo comum, poetas e reis, todos cantam louvores ao Criador e Salvador. Eles também choram e clamam ao Senhor, ansiando por Seu juízo e por salvação. Entre esses salmos, que refletem o sofrimento do antigo povo de Israel, também encontramos vislumbres proféticos sobre o fim dos tempos, quando o grande Juiz finalmente virá em resposta ao anseio das nações. O impulso esca-tológico desses salmos tem sido observado por vários estudiosos da Bíblia.

Nas próximas duas lições, exploraremos esses poemas e canções sagrados em busca de mensagens que falem conosco, que vivemos no tempo do fim. Refletiremos sobre nosso sofrimento, nossas frustrações e nossas experiências dolorosas diante do silêncio de Deus. Desejaremos paz em tempos de problemas e guerras. Choraremos com o povo dos salmos. Mas também encontraremos conforto e força em nossa esperança ao aprendermos sobre a realidade e a certeza da promessa de Deus. Nossa resposta final será adorar ao Senhor.  Compreenderemos melhor a profundidade e o significado do anseio de Israel e, mais importante, descobriremos que as canções desses poetas e sacerdotes dos salmos são muito relevantes para nós, que vivemos no tempo do fim.

COMENTÁRIO

Para esta jornada dentro da “alma” da mensagem profética, escolhemos quatro salmos: Salmo 122, por seu apelo intenso e tocante, “Orem pela paz de Jerusalém!” (Sl 122:6); Salmos 15 e 24, porque esses salmos indagam sobre a ausência do Senhor e fazem as mesmas perguntas intrigantes: “Quem poderá morar no Teu santo monte?” (Sl 15:1), “Quem subirá ao monte do Senhor?” (Sl 24:3); e o Salmo 51, por sua súplica trêmula diante da presença do Senhor em Seu templo: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Sl 51:10).

Salmo 122: A paz de Jerusalém. Embora o Salmo 122 seja atribuído a Davi (Sl 122:1), muitos estudiosos questionaram essa conexão com base na referência à “casa do Senhor” (Sl 122:9). Argumenta-se que Davi não poderia ter mencionado “a casa do Senhor”, isto é, o templo de Jerusalém, simplesmente porque o templo ainda não havia sido construído em seu tempo. No entanto, o tabernáculo nos dias de Davi é frequentemente chamado de “casa do Senhor” (1Sm 1:7, 24; Jz 19:18). Assim, o que está faltando nesse argumento é o fato de que o monte Moriá, que se tornará o lugar de Jerusalém, também é designado como “o monte do Senhor” muito cedo na história bíblica (Gn 22:14). As noções de “casa do Senhor” e de “Jerusalém” devem, portanto, ser tomadas em um sentido espiritual que transcende o tempo real de Davi. Enquanto Davi ora pela paz de Jerusalém, somos inspirados a sonhar tipologicamente com a Jerusalém espiritual, da qual a paz e o juízo irradiarão em direção às extremidades do mundo, como uma bênção para as nações (Gn 22:17, 18; compare com Gn 12:3).

O fato de que Davi, o guerreiro, pensa na paz de Jerusalém sugere que o mundo estará em guerra contra Jerusalém. O profeta tem em vista o evento do “Armagedom”, conforme previsto em Apocalipse 16:16 e Daniel 11:45. O nome Armagedom, que significa “monte da reunião”, refere-se à montanha do Senhor onde o povo de Deus se reúne para adorar. Essa “reunião” também se refere à reunião das nações que virão atacar o povo de Deus. A frase “monte do Senhor” tipologicamente representa Sião espiritual ou Jerusalém. Davi vê profeticamente que a
paz do mundo depende da paz de Jerusalém. Portanto, ele nos exorta a orar pela paz de Jerusalém, da qual depende a paz, a bênção e a salvação do mundo.

Salmos 15 e 24: O monte do Senhor. Nos salmos 15 e 24, Davi faz uma pergunta que diz respeito ao mesmo evento, isto é, a ocupação do “monte santo”, que se refere à Nova Jerusalém no Céu. No entanto, a resposta a essa pergunta é diferente em cada salmo. No Salmo 15, o foco está no nível humano e na preocupação com o povo de Deus. A descrição dos justos contrasta aqui com a descrição dos ímpios no Salmo 14, que perseguem o povo de Deus (Sl 14:4), que são identificados como a “linhagem dos justos”. O povo de Deus busca “refúgio” no Senhor (Sl 14:5, 6) e anseia por Sua salvação, que virá “de Sião” (Sl 14:7).

O Salmo 15 continua na mesma linha, e a questão surge, então, “Quem poderá morar no Teu santo monte?” (Sl 15:1). Para responder a essa pergunta, o salmista se refere ao povo de Deus que, em contraste com os ímpios do salmo anterior, vive de acordo com princípios de conduta, todos os quais equivalem aos Dez Mandamentos: três são positivos (Sl 15:2), e sete são negativos (Sl 15:3-5). O primeiro princípio inclui todos os outros: “Aquele que vive com integridade” (Sl 15:2). A palavra hebraica tamim (“integridade”) significa completude, tem a conotação de ingenuidade e sugere uma religião verdadeira na qual não há falsidade ou duplicidade. A religião do povo de Deus é baseada no temor do Senhor, no meio do Salmo (veja Sl 15:4). Observe também que esses princípios são essencialmente de ordem ética, lidando com nosso tratamento para com os outros. Eles dizem respeito a comportamento negativo: mentir, caluniar e enganar (Sl 15:2, 3, 5).

O Salmo 24 complementa o Salmo 15. Enquanto o Salmo 15 tem uma perspectiva existencial, o Salmo 24 tem uma perspectiva cósmica, que é articulada em três seções. O salmo começa com uma afirmação do Deus da criação, que governa o Universo (Sl 24:1, 2). O salmo então se move para o chamado à adoração, por meio da pergunta: “Quem há de permanecer no Seu santo lugar?” (Sl 24:3). Nos salmos, a adoração é geralmente uma resposta humana à criação de Deus (Sl 95:6, Sl 100:1-3). A segunda seção (Sl 24:3-6) responde à pergunta do Salmo 24:3 enfatizando que somente aquele que “é limpo de mãos e puro de coração” e que não comete idolatria se qualifica para subir ao monte do Senhor, ou seja, para adorar (Sl 24:4). O salmo não está se referindo aqui a um ideal de perfeição absoluta. Depois, esses adoradores são des-
critos como “a geração dos que O buscam” (Sl 24:6).

A terceira seção (Sl 24:7-10) descreve a vinda do Rei da glória. Deus é aqui retratado como um Guerreiro vitorioso, “poderoso nas batalhas” (Sl 24:8), que derrotou as forças do mal e do caos, e assim restaurou a ordem da criação. Em outras palavras, o ideal religioso do povo de Deus, que espera pela salvação de Sião, é tanto vertical quanto horizontal. Esse ideal é composto de fé pessoal no Deus invisível e esperança no reino vindouro; portanto, é tanto perceptivo (transmitindo sabedoria) quanto apocalíptico.

Salmo 51: Um coração limpo. De acordo com o cabeçalho do Salmo 51 (Sl 51:1), essa oração deve ter sido escrita por Davi quando ele foi confrontado pelo profeta Natã por seu pecado. Mas essa oração também pode ser entendida e interpretada como uma súplica típica de qualquer pessoa que esteja ciente de sua iniquidade e deseje se encontrar com nosso Deus que Se aproxima. 

A oração começa com o clamor de Davi a Deus por perdão, implorando por Sua misericórdia devido às suas “transgressões” (Sl 51:1). Em seguida, o Salmo se divide em duas partes. A primeira parte (Sl 51:1-9) é um apelo a Deus para que apague suas “transgressões”, que o separam do Senhor. Deus é descrito como misericordioso (Sl 51:1), o Deus da “verdade” (Sl 51:6), e como alguém que esconde Seu rosto (Sl 51:9). O pecado é tão grande e profundo que todas as palavras para pecado são usadas para designá-lo: khet’ (“pecado”), pesha‘ (“transgressão”) e awon (“iniquidade”). Para traduzir a magnitude de seu pecado, o poeta usa uma imagem hiperbólica: seu pecado se origina do momento de sua concepção no ventre de sua mãe (Sl 51:5). Portanto, a única maneira de Davi se aproximar de Deus e recuperar seu relacionamento com Ele é pedir que Deus faça seu pecado desaparecer, como se nunca tivesse acontecido. Nessa primeira seção, palavras-chave que expressam essa ideia de apagar pontuam a oração: “apagar” (Sl 51:1, 9), “lavar” (Sl 51:2, 7), “purificar” (Sl 51:2) e “purgar” (Sl 51:7).

A segunda parte do Salmo (Sl 51:10-19) concentra-se na ideia de renovação. As palavras-chave são “criar”, “renovar”, “restaurar” e “construir”. Deus é descrito como o Criador (Sl 51:10, 12, 15) e Salvador (Sl 51:14). O salmo conclui com a visão das “muralhas de Jerusalém” e do sacrifício que é aceito por Deus (Sl 51:18, 19).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. À luz da lição desta semana, pondere sobre as seguintes perguntas: O que o chamado do salmista para “orar pela paz de Jerusalém” significa para nós hoje? O que devemos fazer para alcançar essa paz? 

2. Medite na recomendação de Jesus de orar ao nosso Pai celestial: “Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu” (Mt 6:10). Note que essa oração não consiste apenas em uma solução espiritual para nosso mundo angustiante; trata-se da vinda de Jesus para transformar o mundo. Discuta.

3. Por que nossa esperança na vinda do Senhor, a atenção aos sinais dos tempos, os eventos sensacionais no mundo e o desejo de nos preparar para o reino de Deus complementam nosso crescimento e desenvolvimento pessoal como cristãos? Por que os sentimentos e pensamentos do nosso coração devem estar alinhados com os ideais do reino de Deus? Por que nosso esforço em direção à santificação e nosso ideal de santidade devem nos tornar mais sensíveis e éticos no tratamento com nossos vizinhos?

4. Atividade: Como vivemos em tempos de guerras em todo o mundo, precisamos aprender a orar pela “paz de Jerusalém”. Isso significa que a paz do mundo deve ser parte de nossa preocupação. Organize uma semana de oração para orar pela paz na Terra. Aprenda a desenvolver empatia pelas pessoas que sofrem sob as condições de guerra.

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Deus responde as orações

Tailândia | Somsak

Somsak ouviu falar pela primeira vez sobre orar ao Deus do Céu quando era um garotinho no jardim de infância na escola adventista do sétimo dia em Korat, Tailândia. Como a maioria das pessoas na Tailândia, ele veio de uma família não cristã e não sabia nada sobre o Deus do Céu.

Todas as manhãs, no início das atividades do jardim de infância, a bandeira da Tailândia era hasteada no alto de um mastro no pátio da Escola Internacional Adventista de Korat. Em seguida, todas as crianças do jardim de infância e das séries mais avançadas ficavam perto da bandeira para tocar o hino nacional tailandês. Depois de tudo, os professores conduziram as crianças a cantar "A Canção da Oração" – uma bela canção que pede ao Deus do Céu para abençoar seu dia. 

Quando Somsak ficou um pouco mais velho, ele aprendeu a orar sozinho. Sua professora da segunda série o ensinou como. No início da aula todos os dias, a professora iniciava uma oração e convidava Somsak e as outras crianças a continuá-la. A professora dizia: "Querido Deus". Então uma criança dizia: "Por favor, faça-me inteligente". Outra dizia: "Por favor, mantenha-me em segurança". E uma terceira acrescentava: "Por favor, ajude-me a ser bom". A professora terminava a oração dizendo: "Em nome de Jesus, amém". 

Depois de aprender a orar na escola, Somsak começou a orar sozinho na segunda série. Mas ele não orava todos os dias. Ele nem mesmo orava todos os meses. Ele só orava como último recurso. Normalmente, ele se sentia inteligente. Normalmente, ele se sentia seguro. Mas às vezes ele se preocupava por não ser inteligente ou por não estar seguro. Então ele orava: "Querido Deus, por favor, faça-me inteligente. Por favor, mantenha-me seguro. Em nome de Jesus, amém".

Somsak também orou sozinho como último recurso na terceira série e na quarta série. Depois disso, ele orou na quinta, sexta, sétima, oitava e nona séries.

Hoje, ele é um adolescente forte de 16 anos no primeiro ano do ensino médio. Ele pode não ter orado todos os dias, mas orou por muitos anos. Quantas de suas orações você acha que Deus respondeu? Cem? Cinquenta? Talvez 10 ou 15? Se você perguntar a Somsak, ele não lhe
dirá nenhuma. Zero. Nada.

"Não senti que Deus respondeu às minhas orações", disse ele. "Confio mais em mim mesmo."

Somsak pode não ter orado todos os dias. Ele pode até orar só como último recurso. Mas você acha que é possível que Deus não tenha respondido nem mesmo a uma de suas orações? O que você acha? Se você disse que Deus certamente respondeu a pelo menos uma de suas orações, então você está certo. Na Bíblia, Deus diz que Ele responde às pessoas antes mesmo que elas orem. Ele diz: "Antes mesmo que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei" (Isaías 65:24, NAA). 

Então, por que Somsak acha que Deus não respondeu às suas orações? Será que Deus respondeu e Somsak simplesmente não percebeu? Será que também oramos e não percebemos que Deus respondeu?

Os professores da escola de Somsak estão orando para que ele conheça o Deus do Céu que ouve e responde às orações. Pode ser difícil para um menino ou uma menina acreditar no Deus do Céu quando ninguém mais em sua família acredita. Os professores estão orando para
que Somsak e todas as outras crianças da Escola Internacional Adventista de Korat vejam que Deus realmente ouve e responde às orações.

Você gostaria de se juntar aos professores para orar por Somsak e pelas outras crianças? Vamos orar.

Querido Deus, obrigado pela Escola Internacional Adventista de Korat, onde Somsak estuda em Korat, Tailândia. Obrigado pelas muitas crianças ao redor do mundo que doaram generosamente para a oferta do trimestre que ajudou a construir a escola. Agora, por favor, ajude Somsak e as outras crianças da escola que não O conhecem a ver que o Senhor as ama e realmente ouve e responde às orações. Ajude-os — e a nós — a perceber Suas respostas à oração. Por favor, abençoe também a oferta deste trimestre, que ajudará outras crianças na Ásia a aprenderem sobre o Senhor. Em nome de Jesus, amém.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

•Mostrar Korat (também conhecido como Nakhon Ratchasima), Tailândia, no mapa.

• Saiba que Somsak não é o nome verdadeiro do menino. O Informativo Mundial das Missões não está publicando seu nome para sua própria privacidade.

• Saiba que a foto com esta história mostra a Escola Internacional Adventista de Korat. Parte da oferta do quarto trimestre de 2018 ajudou a Escola Internacional Adventista de Korat, anteriormente conhecida como Escola Internacional Adventista de Missão, a se expandir para se tornar uma escola com educação de ensino básico ao ensino médio e se mudar para um prédio escolar maior em um novo campus.

• Baixe fotos para esta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.

•Compartilhe as postagens do Informativo Mundial das Missões e os Fatos Rápidos da Divisão Sul-Asiática do Pacífico: bit.ly/ssd-2025.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2025

Tema geral: "Alusões, imagens e símbolos"?

Lição 8 – 17 a 23 de maio

Nos Salmos – parte 1

 

Autor: Elton de Lima Alves Júnior

            Alguns estudiosos sugerem que Salmos é o segundo livro mais aludido em Apocalipse (Steve Moyise, The Old Testament in the Book of Revelation [Sheffield Academic Press, 1995], p. 16), o que aponta para sua relevância na compreensão da mensagem profética. Alguns dos símbolos e imagens do Apocalipse podem ser mais bem entendidos à luz dos Salmos.

            Entre os diversos exemplos que poderiam ser mencionados, alguns se destacam. O primeiro ocorre em Apocalipse 1:5, onde os termos “fiel testemunha”, “primogênito”, e “Soberano dos reis da terra” remetem ao Salmo 89:27 e 37. Em segundo lugar, Apocalipse 3:5 parece aludir a Salmo 69:28. A ideia de riscar o nome de algum livro está presente em ambos os textos, mas, de modo mais peculiar, em um contexto de juízo contra aqueles que conhecem a vontade de Deus, mas não a praticam, como ocorre em Apocalipse 3:3 a 5.

 

Nosso Sumo Sacerdote

O Apocalipse contém diversas alusões ao santuário, abrangendo esse tema do início ao fim. O Santuário funciona como um elemento organizador do livro, apontando para Cristo. Já os Salmos mostram a interação com esse lugar especial.

O Apocalipse é frequentemente dividido em sete partes (Ap 1:12–3:21; 4:1-8:1; 8:2–11:18; 11:19–15:4; 15:5–18:24; 19:1–20:15; 21:1–22:5), organizadas dentro de uma estrutura quiástica. Cada uma dessas sete seções, com exceção do prólogo e do epílogo, inicia com uma imagem do santuário.

Apocalipse 1:12-20 apresenta Jesus entre os candelabros. Em seguida, há uma visão do santuário celestial (Ap 4 e 5). Em seguida, Apocalipse 8:2-5 menciona o altar de incenso. Depois, Apocalipse 11:19 mostra a arca da aliança. Em Apocalipse 15:5-8, o texto fala do tabernáculo do testemunho. Logo depois, o santuário deixa de ser mencionado diretamente, ainda que exista um cenário de louvor (Ap 19:1-10). Por fim, ele volta a aparecer em Apocalipse 21:1-8.

Em outras palavras, o plano salvífico de Deus passa diretamente pelo santuário. O livro de Apocalipse deixa isso bem claro. Tudo o que ocorre no livro aponta para Jesus, Sua obra de salvação e o relacionamento que Ele deseja ter conosco – um relacionamento ilustrado no livro de Salmos.

 

Sobre o monte Sião

            A cena de Apocalipse 14:1-5 é fantástica. João vê os cento e quarenta e quatro mil de pé no monte Sião. A cena contrasta especialmente com a descrição de Apocalipse 13:11 a 17.

            Essa é uma cena de vitória. O contexto é proléptico. Sugere ao leitor que vale a pena enfrentar todas as dificuldades para se manter fiel a Deus e Sua vontade (Ap 7:14; 13:16, 17). Essa compreensão deriva do fato de que esse grupo é o mesmo chamado de “grande multidão”, “restantes da descendência da mulher” (Ap 12:17) e “santos” (Ap 14:12).

            Os contrastes são interessantes. Se por um lado a besta da terra parece cordeiro, no monte Sião está o Cordeiro real. Se a besta impõe sua marca sobre as pessoas, o povo de Deus tem o Seu nome e do Cordeiro em sua fronte. Se todos seguem a besta, após a sua ressurreição (Ap 13:3, 8), o que ocorre no contexto da atuação da segunda besta, os salvos “seguem o Cordeiro por onde quer que ele vá” (Ap 14:4).

            A forma como esse grupo é descrito revela a atuação da graça de Deus mediante a fé. Assim como os descritos em Salmo 15:2, esse povo fala a verdade (Ap 14:5). Eles são limpos “de mãos” e puros “de coração”, “não têm mácula” (Sl 24:4 e Ap 14:5), porque foram comprados pelo sangue de Jesus (compare Ap 14:4 com Ap 5:9).

 

A lei em nosso coração

            A obediência à lei de Deus é uma característica do remanescente (Ap 12:17), também chamado de cento e quarenta e quatro mil. E há razões especiais pelas quais eles vivem dessa maneira.

            Apocalipse 12:17, reconhecidamente, faz uma alusão a Gênesis 3:15. Contudo, alude também a Neemias 9 e 10. E há implicações dessa alusão combinada. A primeira é que o remanescente será fiel até o fim, guardando os dez mandamentos de Deus (Ne 10:28-31), especialmente, o sábado (Ne 10:31), seguindo a orientação profética (Ne 9:26, 29, 30).

            Em segundo lugar, ela tem relevância para a correta leitura das alianças Adâmica, Abraâmica e Mosaica, uma vez que se relaciona com todas elas e revela uma direção comum: uma combinação de fé e obediência. A relação também explica a razão pela qual o sábado será um sinal distintivo desse grupo, pois ele foi destacado na aliança com Adão.

            Por fim, a alusão a Genesis 3:15 e seu contexto sugere que o remanescente obedece pelo motivo correto. Esse grupo sabe das consequências da desobediência. E sabe que a obediência não salva, não os torna perfeitos, não faz com que Deus os ame mais. Contudo, ela é necessária (Sl 119:105), assim como foi no Éden. Por isso, obedecem de coração.

 

Salmo 5

            Na oração matinal do Salmo 5, Davi diz coisas importantes dentro do contexto do grande conflito, as quais possuem certa relação com as profecias do Apocalipse.

            De modo especial, o Salmo 5 revela que Deus não Se agrada da iniquidade (Sl 5:4) e odeia os que a praticam (Sl 5:6). Além disso, não permite que os arrogantes permaneçam em Sua presença (Sl 5:5) e destrói os que praticam a mentira (Sl 5:6), pois são transgressores da lei (Sl 5:10). Em contrapartida, atua com misericórdia com os humildes e com os que Nele confiam (Sl 5:3, 7). Por isso, eles podem estar em Sua presença.

            Esse contraste também ocorre em Apocalipse 13 e 14. Aqueles que são vistos com o Cordeiro no monte Sião possuem algumas características. Eles “seguem o Cordeiro” (Ap 14:4), em sinal de humildade e confiança. Vivem uma vida de louvor a Deus (Ap 14:2, 3). Não proferem mentiras e não têm mácula (Ap. 14:5). Do outro lado, aqueles que recebem a marca da besta vivem o engano (Ap 13:14) e transgridem a lei do Senhor: o primeiro mandamento (Ap 13:4, 8), o segundo (Ap 13:14, 15), o terceiro (Ap 13:1, 5, 6) e o quarto (Ap 13:16, 17).

 

Ensinar aos transgressores os Teus caminhos

            É sintomático que, após Isaías ter sua boca tocada com a brasa do altar, se ofereça para ser o missionário que Deus esperava (Is 6:1-8). A mesma coisa ocorre em Apocalipse 14. Após a salvação (Ap 14:1-5), vem a pregação da mensagem de salvação (Ap 14:6-12). Essa sequência também acontece em Salmo 51:13.

            Quando um pecador é perdoado e entende isso, a reação é uma só: Ele se torna um missionário – alguém que deseja contar aos outros o que Deus realizou em sua vida. Não é por acaso que esses textos destacam esse detalhe da importante combinação entre salvação e missão.

 

Conclusão

Que a salvação é um presente divino, ninguém tem dúvida. Contudo, que ela deve despertar envolvimento na missão, talvez nem todos estejam conscientes. Que essa seja a sua experiência!

 

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Elton Júnior é pastor adventista. Formou-se Bacharel em Teologia pelo UNASP-EC, em 2008. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Trabalhou em diversas funções em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É Mestre em Interpretação Bíblica pelo UNASP. Atualmente mora em Santiago, servindo como Secretário Executivo da União Chilena, desde 2023. É casado com Gisselle, pedagoga. O casal tem três filhos: Isaac, Rebecca e Giovanna.