Lição 9
24 a 30 de maio
Nos Salmos – parte 2
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: GN 38
Verso para memorizar: “Louvem-Te os povos, ó Deus! Louvem-Te os povos todos! Alegrem-se e exultem as nações, pois julgas os povos com justiça e guias na Terra as nações” (Sl 67:3, 4).
Leituras da semana: Sl 46; Jr 4:23-26; Sl 47:1-4; 1Ts 4:13-17; Sl 75; Ap 14:6-12

Quando pensamos nos eventos finais, geralmente destacamos as bestas e os poderes do Apocalipse. E, sem dúvida, eles têm um papel importante. Caso contrário, Deus não teria colocado essas verdades na Bíblia para que as entendêssemos (Ap 1:3).

As profecias, no entanto, também lidam com questões centrais como o pecado e o sofrimento, o juízo, a batalha entre o bem e o mal, a natureza da justiça e da injustiça, a perseguição ao povo de Deus e vários outros temas.

Os Salmos abordam essas mesmas questões em profundidade, explorando quase todas as emoções humanas possíveis – do desânimo à euforia. Nesse livro, vemos Israel se preparando para a batalha contra as forças das trevas. Lemos sobre indivíduos indagando por que Deus não lida com o mal de forma mais direta e imediata, uma questão que todos nós já fizemos. Somos direcionados ao santuário em busca de respostas, e também há apelos repetidos à condição de Deus como Criador. Essas não são questões com as quais nós também nos deparamos?

Por essas razões, continuaremos examinando o Livro dos Salmos para aprender mais sobre essas verdades cruciais.

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Domingo, 25 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 39
Socorro bem presente nas tribulações

1. Leia o Salmo 46. Que mensagem de esperança encontramos nesse texto em meio à turbulência da vida atual e ao que acontecerá na Terra nos últimos dias, enquanto o grande conflito se desenrola?

O Salmo 46 apresenta um tema que encontramos no livro de Hebreus: o conceito de algo melhor. A Carta aos Hebreus destaca que Jesus é melhor do que os sumos sacerdotes terrenos, Seu sacrifício é melhor do que todos os sacrifícios de animais, e o santuário celestial é melhor do que os santuários que existiram na Terra.

No entanto, esse salmo adota uma abordagem diferente. O autor não mencionou coisas boas e as contrastou com coisas melhores (como faz a Carta aos Hebreus). Ele contrastou um mundo em rebelião, e as terríveis consequências que isso trouxe, com a promessa das coisas melhores que Deus planejou para nós.

Esse Salmo está cheio de esperança e promessas de que, mesmo em meio às tribulações, provações e lutas que enfrentamos, no fim das contas devemos seguir a ordem divina: “Aquietem-se e saibam que Eu sou Deus”, e descansar na certeza de que um dia tudo isso vai acabar, e Deus será “exaltado na Terra” (Sl 46:10).

Observe também o que diz o Salmo: “Portanto, não temeremos, ainda que a Terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares” (Sl 46:2).

Não podemos nos esquecer das cenas que ocorrerão na segunda vinda de Cristo: “E o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então todos os montes e as ilhas foram movidos do seu lugar” (Ap 6:14). Essa profecia traz esperança e nos faz viver “esperando e apressando a vinda do Dia de Deus. Por causa desse dia, os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos se derreterão pelo calor” (2Pe 3:12). Nosso mundo atual, com todos os seus males, não vai durar para sempre, e o que Deus promete é algo que mal conseguimos imaginar. Por enquanto, precisamos permanecer firmes, perseverando na fé e nos apegando à revelação dada por Deus, especialmente aquela manifestada em Jesus na cruz.

Mesmo que as coisas estejam ruins no mundo (e elas vão piorar), que esperança encontramos no conhecimento da bondade, do poder e do caráter de Deus? (Pense especialmente em como essas qualidades foram reveladas na cruz.) 

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Segunda-feira, 26 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 40
Esperança em meio à turbulência

O Livro dos Salmos frequentemente usa linguagem simbólica, mas, quando se trata de textos que apontam para a restauração do planeta, não há razões para acreditar que a linguagem seja meramente simbólica. O Salmo 46 nos lembra de que a Terra física será profundamente afetada pelo retorno de Cristo. No entanto, não apenas os mares e os montes serão afetados; o clímax da história significará o colapso dos reinos do mundo, os fracassados sistemas de governo que causaram tanto sofrimento. Finalmente, esses poderes, e todo o mal e sofrimento que eles trouxeram, chegarão ao fim.

2. Leia Jeremias 4:23-26. O que esse texto diz sobre o destino do mundo, pelo menos até que haja “novo céu e nova Terra” (Ap 21:1)?

A profecia bíblica mostra o que acontecerá com o mundo. A visão de Daniel 7 descreve um mar tempestuoso em meio ao qual surgem as nações do mundo. Os ventos de conflito e guerra sopram no mar dos povos (que representa a Terra). Isso produz um reino após o outro, e nenhum deles é capaz de resolver os problemas reais que afligem a raça humana. Os líderes humanos em quem ousamos confiar quase sempre provam ser tão pecadores e egoístas quanto qualquer um de nós.

Nenhum dos reinos mostrados a Daniel provou ser uma fortaleza para o povo de Deus (embora alguns fossem melhores do que outros). Mas “a nossa pátria está nos Céus” (Fp 3:20), e bem acima do caos da Terra há um trono inabalável (Ez 1:26). Jesus ensinou que o mundo chegará a uma desordem cada vez mais profunda conforme nos aproximamos do Seu retorno (Mt 24). Apesar disso, podemos permanecer inabaláveis com fé, independentemente da condição do planeta, porque sabemos que Deus está no controle e que Ele cumprirá Suas promessas: “Bramam nações, reinos se abalam. Deus faz ouvir a Sua voz, e a Terra se dissolve. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio” (Sl 46:6, 7). Em curto prazo, as coisas vão piorar. Mas em longo prazo? Com Jesus, tudo será diferente.

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O mundo parece caótico e fora de controle. A profecia de Daniel 7 pode nos ajudar a ver que, no fim da história, tudo dará certo para nós se permanecermos fiéis?
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Terça-feira, 27 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 41
Debaixo de seus pés

3. Leia o Salmo 47:1-4. O que ele diz sobre o lugar que, em última análise, nós ocupamos no reino de Cristo?

Em longo prazo, o futuro será brilhante. Enquanto esse tempo glorioso não chega, lutamos com as consequências da escolha humana que cedeu o domínio do planeta a Lúcifer. Quando Satanás compareceu ao concílio celestial, ele se gabou de que a Terra lhe pertencia. Deus perguntou: “De onde você vem?” Ele respondeu: “De rodear a terra e passear por ela” (Jó 1:7).

Com isso, Satanás estava declarando propriedade. Na antiguidade, o pé era usado para indicar essa ideia. Deus instruiu Abraão: “Levante-se e percorra essa terra no seu comprimento e na sua largura, porque Eu a darei a você” (Gn 13:17).

4. Compare 1 Tessalonicenses 4:13-17 com Zacarias 14:4, prestando atenção à referência aos pés de Deus. Que diferenças existem entre essas passagens? O que elas ensinam sobre dois aspectos diferentes, embora relacionados, da soberania final de Cristo sobre o mundo?

Abordando o fim do milênio, Ellen G. White escreveu: “Cristo desce sobre o Monte das Oliveiras, de onde, depois de Sua ressurreição, subiu ao Céu, e onde anjos repetiram a promessa de Sua volta. O profeta escreveu: ‘Virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos, com Ele’ (Zc 14:5). ‘Naquele dia, estarão os Seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o Monte das Oliveiras será fendido pelo meio [...] e haverá um vale muito grande’ (Zc 14:4). ‘O Senhor será Rei sobre toda a Terra; naquele dia, um só será o Senhor, e um só será o Seu nome’ (Zc 14:9). Ao descer do Céu em seu deslumbrante resplendor, a Nova Jerusalém repousa sobre o lugar purificado e preparado para recebê-la, e Cristo com Seu povo e os anjos entram na santa cidade” (O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 548).

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Medite na esperança que recebemos em Jesus. Seria muito triste se tudo terminasse para sempre com a morte. Você acha que a vida teria sentido?
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Quarta-feira, 28 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 42
Vinho e sangue

5. O que o Salmo 75 revela sobre algumas das questões que estarão em jogo no juízo? Leia também Mateus 26:26-29 e Apocalipse 14:9-12. Esses textos nos ajudam a entender essas questões?

Alguns estudiosos acreditam que o Salmo 75 teria sido cantado na destruição sobrenatural do exército de Senaqueribe (2Cr 32; 2Rs 19) – uma história que parece apontar para a destruição final dos ímpios em Apocalipse 20. O povo de Deus estará dentro da cidade santa com seu Rei justo quando os exércitos do mal surgirão, para tentar cercá-los, mas serão destruídos pelo próprio Deus.

Uma das coisas que Deus corrigirá no juízo será a apropriação indevida de poder que ocorreu no mundo caído. As pessoas não vivem para os outros, nem para a glória de Deus, mas para si mesmas. A humanidade sofre as consequências de crer que não existe significado ou padrão moral objetivo no Universo. Segundo o filósofo ateu Friedrich Nietzsche, a vida não tem sentido, mas devemos inventá-lo e fingir que o Universo existe para nosso benefício. Cada um se comporta como se fosse um deus. 

Será que essa filosofia funcionou bem para o próprio Nietzsche? Não! Ele perdeu a sanidade mental, desmaiando em uma rua na Itália após tentar impedir um homem de bater em um cavalo. Nietzsche passou os últimos 11 anos de vida internado em uma instituição para pessoas com doenças mentais antes de sua morte em 1900.

Mesmo diante dos problemas, somos chamados a ter esperança e não julgar o futuro pelos eventos atuais. É fácil se desesperar ao ver os pilares da civilização sendo corroídos pelos incrédulos, que defendem ideias antibíblicas a respeito de Deus. Os valores morais são atacados, mesmo em questões tão fundamentais quanto o fato de que Deus criou o ser humano como homem e mulher, com sexo masculino e feminino. Práticas imorais, das quais muitos teriam vergonha de falar, mesmo em particular, são elogiadas publicamente. O mundo vai de mal a pior (2Tm 3:1-5, 13).

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Devemos fazer nossa parte para tentar melhorar a vida dos outros. Apesar disso, por que é importante lembrar que todas as coisas serão consertadas unicamente após a destruição do mundo atual e sua recriação sobrenatural?
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Quinta-feira, 29 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 43
Para que se conheça a Tua salvação

6. Leia o Salmo 67. Como esse hino de louvor nos ajuda a compreender o papel do povo de Deus em Apocalipse 14:6-12?

Engenheiros do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, criaram um novo revestimento preto que torna quase invisíveis objetos pintados com ele. Criado a partir de nanotubos, ele é muitas vezes mais escuro do que qualquer material preto criado antes. Ele é capaz de absorver 99,995% da luz visível. Mesmo a luz mais brilhante não consegue tornar visíveis objetos cobertos por esse revestimento.

O Salmo 67 começa com o apelo a Deus: “Faça resplandecer sobre nós o Seu rosto; para que se conheça na terra o Teu caminho” (Sl 67:1, 2). No plano da salvação, Deus providenciou um meio de readmitir os pecadores em Sua presença imediata e gloriosa sem serem destruídos por Sua glória; e mesmo agora a cruz de Cristo torna possível que o rosto de Deus resplandeça sobre nós.

No entanto, além disso, Deus nos chama a refletir Sua luz para o resto do mundo. Essa foi a tarefa de Israel: o templo devia ser uma casa de oração para todas as nações: “A Minha casa será chamada ‘Casa de Oração’ para todos os povos” (Is 56:7).

Davi nos lembra de que Deus deseja que “se conheça na Terra o [Seu] caminho e, em todas as nações, a [Sua] salvação” (Sl 67:2). Infelizmente, o povo de Deus muitas vezes falhou nessa tarefa. A história de Israel no AT contém capítulos obscuros, assim como a história da igreja cristã nos últimos dois mil anos. É como se tivéssemos pintado nosso coração com uma substância muito escura, que absorve a luz de Deus sem refleti-la.

Às vezes, tratamos o movimento divino dos últimos dias como uma sala de embarque especial, reservada para viajantes espirituais frequentes, e parecemos contentes sabendo que os outros estão sentados na sala de embarque desconfortável, despreparados para a jornada. No entanto, a igreja remanescente de Apocalipse 14 não se contenta em permanecer em Sião desfrutando a presença de Cristo. Em vez disso, ela voa pela Terra, convidando o mundo a se unir a eles no monte santo de Deus.

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Reconhecemos o compromisso de ensinar aos outros as verdades que tanto amamos?
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Sexta-feira, 30 de maio
Ano Bíblico: RPSP: GN 44
Estudo adicional

Leia o Salmo 133; Atos 1:4-9 e Apocalipse 5:4-7.

“Durante a era patriarcal, a influência do Espírito Santo tinha sido muitas vezes revelada de maneira notável, mas nunca em Sua plenitude. Agora, em obediência à palavra do Salvador, os discípulos suplicavam esse dom e, no Céu, Cristo intercedia por eles ainda mais. Ele reclamou o dom do Espírito para que pudesse derramá-lo sobre Seu povo” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos [CPB, 2021], p. 37).

Os discípulos deviam testemunhar “até os confins da terra”, anunciando a volta de Cristo (At 1:8; Mt 24:14). Devemos continuar o que eles começaram.

Quando Cristo nos disse para levar o evangelho ao mundo, não nos deixou sozinhos para tentar descobrir como fazer isso. A obra é dirigida a partir do santuário celestial. Nossa obra está ligada a Cristo: Ele nos guia e nos capacita. Esse é o trabalho Dele, não nosso: somos chamados a seguir Sua direção. Foi assim que aconteceu com Israel: Deus pediu que eles seguissem Suas instruções, e Ele realizou o impossível. O Espírito Santo já está trabalhando no coração das pessoas; somos chamados a estar presentes quando o momento da decisão chegar, para que possamos convidá-los a se unir ao povo de Deus com o Cordeiro no monte Sião. Não precisamos inventar meios e métodos, porque nunca fomos responsáveis pelo trabalho.

Perguntas para consideração

1. Muitos ainda não foram alcançados, embora as três mensagens angélicas tenham se espalhado no mundo. Como cumprir a tarefa que Cristo nos designou? Como evitar o desespero ao pensar nos que ainda não ouviram as verdades para os últimos dias?

2. João viu o livro sendo dado ao Cordeiro porque Ele é digno (Ap 5). Quando os selos são abertos (Ap 6), surge a história da igreja até o fim. A partir dessa descrição, que lições aprendemos sobre a maneira pela qual Deus pretende terminar a obra?

3. Quais eventos atuais poderiam facilmente levar ao cumprimento final de Apocalipse 13 e 14? E quais obstáculos ainda existem?

Respostas às perguntas da semana: 1. Em meio às maiores turbulências da história, o povo de Deus poderá confiar que Ele está no controle e porá tudo em ordem. 2. A Terra ficará sem forma e vazia, como antes da criação. O planeta estará destruído e sem habitantes humanos. 3. Somos súditos do Rei do Universo. Ele nos prometeu uma herança em Seu reino. 4. Em Sua primeira vinda, Cristo veio humilde; na segunda vinda gloriosa, Ele não pisará na Terra; após os mil anos, Seus pés estarão sobre o monte das Oliveiras. 5. No juízo, Deus exaltará Seu povo e destruirá o pecado e os pecadores. Ele faz separação entre os justos e os ímpios. Com o juízo, Deus revelará Seu caráter e será glorificado por todos. 6. Deus convida todas as nações a conhecer Suas obras de salvação para que possam alegrar-se e glorificá-Lo.

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Resumo da Lição 9
Nos Salmos – parte 2

TEXTO-CHAVE: Sl 67:3, 4

FOCO DO ESTUDO: Sl 46; 47; 67; 75

ESBOÇO

Introdução: Na semana passada, selecionamos salmos que enfatizam o povo de Deus no tempo do fim, enquanto se preparam para a vinda do Senhor. A lição abordou os desafios e as lutas enfrentados pelo povo de Deus. Esses desafios estavam relacionados à vida pessoal deles, e os salmos destacaram a necessidade de um arrependimento profundo e radical – uma transformação completa do coração. Além disso, esses salmos alertaram a comunidade de fé sobre o inimigo externo, que em momentos de dura perseguição trouxe problemas insuportáveis. Nesta semana, os quatro salmos selecionados chamarão a nossa atenção para o próprio Deus. O primeiro salmo nos apresentará Deus como “nosso refúgio”, que nos conforta e tranquiliza, aproximando-se de nós como Aquele que trará “socorro em” tempos de “tribulações” (Sl 46:1).

O segundo salmo aquecerá nosso coração, levando-nos a nos regozijar porque Deus, “nosso Rei [...] é o Rei de toda a Terra” (Sl 47:6, 7). O terceiro salmo fortalecerá essas emoções, transformando-as em gratidão, pois Deus finalmente respondeu ao nosso clamor. Deus não é mais apenas o Deus a quem dirigimos nossas súplicas, pedindo libertação, nem simplesmente o Deus a quem expressamos nossas frustrações por causa da injustiça presente em “lugar do juízo” (Ec 3:16). Em última análise, Deus é o Juiz que trará justiça ao mundo e restaurará a ordem correta (Sl 75:7, 10). O quarto e último salmo representa o cumprimento da bênção sacerdotal, mostrando que Deus, cheio de bênçãos misericordiosas, está presente entre Seu povo (Sl 67:7).

COMENTÁRIO

Salmo 46: Deus é nosso refúgio. O Salmo 46 é atribuído aos “filhos de Corá”, que eram levitas (1Cr 6:16, 22) responsáveis pela música no templo. Essa informação pode explicar a referência ao templo como “o santuário das moradas do Altíssimo” (ver Sl 46:4). De acordo com o salmo, os perigos encontrados aqui são de natureza dupla. Eles não são apenas de ordem natural, como em algum tipo de terremoto cósmico que envolve elementos terrestres e aquáticos. Montanhas também são abaladas (Sl 46:3), e montanhas são removidas para o meio do mar (Sl 46:2). Os perigos cataclísmicos também são devidos ao ataque violento de inimigos humanos, como vemos na frase, “bramam as nações”. Sua fúria catalisa um movimento paralelo que culmina no colapso de todos os reinos terrestres (Sl 46:6).

O povo de Deus, diretamente afetado por essa dupla catástrofe, é identificado como o autor do salmo, expressando sua reação à calamidade apocalíptica: “não temeremos” (Sl 46:2). Em resposta ao duplo ataque da natureza e das nações, o povo de Deus responde com uma defesa dupla tanto da criação quanto de Deus. Por um lado, o rio da cidade de Deus traz alegria (Sl 46:4), evocando as águas curativas da Nova Jerusalém e os rios que fluíam do Jardim do Éden (Gn 2:10). Essa imagem é retomada no livro do Apocalipse para descrever a Nova
Jerusalém (Ap 22:1). Por outro lado, Deus está diretamente envolvido: Ele, que está no meio da cidade santa (Sl 46:5), é chamado de “nosso refúgio” e é descrito como “socorro” e “fortaleza” em tempos de tribulação (Sl 46:1). Observa-se a harmonia cósmica entre o Deus da criação e a natureza, com Deus controlando os elementos, assim como Jesus fez no mar (Mt 8:27). O confronto cósmico mencionado refere-se aos eventos finais do grande conflito, que colocarão o acampamento de Deus, representado pelo monte santo (a Sião celestial), contra as nações. O salmo é ecoado na visão profética da última batalha da história humana, conforme a descrição de Daniel 11:45 e Apocalipse 16:16. O salmo conclui com a garantia da presença de Deus “conosco” (Sl 46:11).

Salmo 47: Deus é nosso Rei. O Salmo 47 dá continuidade à esperança celebrada no salmo anterior. O mesmo autor levítico dos filhos de Corá entoa um cântico de vitória ao Deus de Sião. O Deus do templo está agora assentado em Seu trono, que é Sião. Com a vitória completa sobre o inimigo finalmente alcançada, Deus é aclamado Rei.

Esse salmo faz parte dos chamados “Salmos reais” ou “Salmos de entronização”, caracterizados pelo louvor a Deus como Rei (veja Sl 93; 96–99). 

É interessante observar que o Salmo 47 passou a ser incluído na liturgia judaica de Rosh Hashaná, o primeiro dia do mês de Tishri no calendário judaico. O toque da trombeta mencionado em Salmo 47:5 serve de base para o som do shofar nesse dia, celebrando a esperança de que um dia Deus reinará sobre todas as nações. Além disso, as nações que agora louvam a Deus são as mesmas que foram derrotadas na guerra (Sl 47:3). O livro do Apocalipse menciona um fenômeno semelhante ao falar sobre a “cura das nações” no contexto da Nova Jerusalém (Ap 22:2). No antigo Israel, a palavra “nações” (goyim) se referia aos inimigos de Israel. No entanto, neste novo contexto, essas nações não são mais vistas como adversárias, mas como parte do povo de Deus.

O evento do Êxodo é usado como um modelo para sugerir, espiritualmente, a conquista da nova Canaã. As expressões paralelas “herança” e “a excelência de Jacó” (Sl 47:4) referem-se à conquista da terra prometida, que incluía as nações vizinhas que haviam sido conquistadas (ver Dt 32:8). O salmo termina com a visão escatológica de Israel e de todas as nações do mundo, que reconhecem a soberania de Deus.

Salmo 75: Deus é nosso Juiz. O Salmo 75 é notável por suas três imagens impressionantes que representam os atos de juízo de Deus. A primeira é a imagem da terra tremendo, desmoronando e perdendo todos os seus fundamentos (Sl 75:3). O salmo parece descrever um mundo contemporâneo, repleto de caos e desordem, onde a estabilidade e as colunas morais foram abaladas. Deus, como Juiz, assegura ao Seu povo que restaurará a estabilidade dessas “colunas” (Sl 75:3).

A segunda imagem é a do cálice cheio de vinho muito forte que Deus derrama sobre os ímpios, os quais bebem esse vinho completamente (Sl 75:8). De maneira similar, o livro do Apocalipse frequentemente se refere ao cálice da ira de Deus (Ap 14:10; Ap 16:19; Ap 18:6).

A terceira imagem é a dos chifres (Sl 75:10), que são um símbolo de poder e dignidade (Nm 23:22, Dn 7:8).

Em cada estágio, o juízo de Deus promove justiça na comunidade corrompida. Deus “derruba” o ímpio orgulhoso que “ergue” seu chifre e exalta o justo cujo chifre havia sido abatido (Sl 75:5, 10). O Juiz divino, então, restaura a ordem que foi perturbada pelos poderes do mal.

A mesma esperança é oferecida no livro de Eclesiastes. Após lamentar a instabilidade da ordem na Terra, Salomão confia que “Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo propósito e para toda obra” (Ec 3:17; compare com Ec 12:14). Em sintonia com essa expectativa, em Apocalipse 14 o anjo fala sobre o mesmo juízo duplo. De um lado, o anjo avisa que aqueles que adoram a besta, simbolizando a igreja enganosa, “beberão do vinho da ira de Deus” (Ap 14:10). Por outro lado, aqueles que adoram o Senhor da criação são descritos como os “santos [...] que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” e que descansarão “das suas fadigas” (Ap 14:12, 13).

Salmo 67: Deus é nossa bênção. O Salmo 67, que encerra nossa série, é uma oração expressa através dos verbos jussivos (imperativos suaves) que indicam o desejo do suplicante: “para que se conheça na Terra o Teu caminho” (Sl 67:2; veja também Sl 67:3, 5, 6, 7). Essa súplica por bênção reflete a bênção Aarônica: “Seja Deus gracioso para conosco, e nos abençoe, e faça resplandecer sobre nós o Seu rosto” (Sl 67:1; veja também Nm 6:23-26). Embora o orador não seja especificamente nomeado, a referência ao músico-chefe e a menção da bênção sacerdotal sugerem que é um sacerdote conduzindo a congregação. O que torna essa oração notável é seu alcance universal. O salmo começa com um pedido de bênção para o povo: “sobre nós” (Sl 67:1) e, em seguida, expressa o desejo de que o caminho de Deus seja conhecido “na Terra” e, “em todas as nações, a Tua salvação” (Sl 67:2), expandindo-se para todas as nações convertidas. O salmo antecipa o cumprimento escatológico, quando todas as nações, e não apenas Israel, receberão a bênção de Deus. Essa oração se realizará plenamente na “Nova Jerusalém”, onde não haverá necessidade de sol nem de lua para iluminar a cidade (Ap 21:23).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Não é necessário esperar pela perseguição escatológica iminente para sentir a necessidade do refúgio de Deus. Os desafios e problemas que enfrentamos atualmente já nos trazem a necessidade e são oportunidades para experimentar esse refúgio e proteção de Deus. Em momentos de tribulação, podemos nos sentir ameaçados por colegas ou amigos que não compartilham de nossa fé e que podem zombar de nós ou conspirar contra nós. Também podemos enfrentar doenças, reprovações escolares, dificuldades financeiras ou solidão. Cada uma dessas situações pode ser uma oportunidade para buscar e experimentar o refúgio de Deus. Somente Ele pode oferecer a ajuda necessária para superar qualquer dificuldade e nos dar a força para suportar as adversidades.

A noção de “realeza” não corresponde à nossa vida moderna. No entanto, essa é uma noção importante que nos ajudará, em situações humilhantes, a não nos sentirmos deprimidos e desesperados: o grande Rei de toda a Terra está cuidando de nós. Como Seus filhos, herdaremos Sua promessa muito em breve.

À medida que enfrentamos problemas e injustiças, podemos refletir sobre a seguinte passagem de Eclesiastes: “Vi ainda debaixo do sol que os mais rápidos nem sempre ganham a corrida, que os mais fortes nem sempre vencem a batalha, que os sábios nem sempre têm pão, que os prudentes nem sempre têm riqueza, que os inteligentes nem sempre são honrados, mas que tudo depende do tempo e do acaso” (Ec 9:11). Essa observação sobre a injustiça intrínseca à vida também nos lembra da importância da graça. Não merecemos a bondade e a mi-sericórdia de Deus, mas somos convidados a confiar em Sua graça. A luz de Deus já ilumina nossa vida, aqui e agora. Como podemos receber e aproveitar a misericórdia divina, mantendo a confiança e alegria enquanto caminhamos em Sua luz?

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Ruídos estranhos à noite

Filipinas | James

Pouco depois de James se mudar para sua casa alugada, um casal do vizinho o informou que ela era mal-assombrada.

"Há espíritos morando em sua casa", disse o marido.

"Nós os ouvimos muitas vezes à noite e não conseguimos dormir", acrescentou a esposa.

O casal falou sobre ouvir vozes incomuns, passos misteriosos e objetos estranhos caindo no chão à noite.

James se sentiu estranho quando ouviu os relatos sobre espíritos. Ninguém morava na casa há algum tempo, mas ele não estava preocupado. Ele era estudante missionário e não temia casas mal-assombradas ou espíritos inquietos. Ele havia lido na Bíblia que os mortos estão dormindo no chão até que Jesus os acorde, e ele tinha certeza de que Deus o protegeria de qualquer ruído inexplicável.

James agradeceu ao casal por ter vindo.

"Eu nunca passei por nada assim", disse ele.

James e um colega missionário haviam se mudado para a pequena casa de madeira para um ano de serviço em uma ilha remota nas Filipinas. A casa era pintada de cinza claro e tinha um telhado verde. James dormia no quarto, e o outro missionário dormia na sala de estar. A
cozinha e o banheiro ficavam do lado de fora. Ninguém na comunidade, incluindo James e seu amigo, tinha eletricidade ou água encanada. Para carregar seus telefones celulares, eles pagavam 10 pesos (cerca de 17 centavos de dólar) para conectá-los a um gerador à noite. O
prefeito da cidade morava na mesma rua.

A ilha era povoada principalmente por não cristãos. Mas os cristãos também viviam na ilha, e a missão de James era alcançar os ex-adventistas. Ele deveria encontrá-los e buscar renovar a fé deles.

O casal que falou sobre espíritos assustadores pertencia a outra denominação cristã. Mesmo que não fossem adventistas e, portanto, parte da designação, James e seu amigo tentaram alcançá-los oferecendo estudos bíblicos. Mas o casal recusou. Eles nem aceitavam um panfleto religioso.

Então, James e seu amigo decidiram compartilhar suas devoções diárias com os vizinhos. Eles raciocinaram que, se as paredes de sua casa eram tão finas que os vizinhos podiam ouvir ruídos estranhos à noite, então os vizinhos certamente podiam ouvir suas devoções matinais e
noturnas. A casa dos vizinhos também tinha paredes finas, para que os dois missionários pudessem ouvir quando o casal estava acordado. Eles cronometraram suas devoções de acordo. Quando cantavam, cantavam de todo o coração. Quando liam a Bíblia, falavam alto o suficiente para serem ouvidos por uma multidão. 

James orou pela salvação do casal.

Com o passar dos meses, James não notou nada de incomum em sua casa alugada. Ele não sentia nenhuma presença estranha quando estava sozinho. Ele não ouvia nenhum barulho estranho. Os únicos sons à noite vinham de grilos, sapos e outras criaturas noturnas de Deus.

James e seu amigo passaram o ano orando e encorajando ex-adventistas. Eles se alegraram ao ver a pequena comunidade crescer em sua fé.

Os batismos não faziam parte da designação missionária, mas, quando James e seu amigo encerraram sua estadia, dois jovens pediram para serem batizados. James ficou atordoado. Ambos os jovens vieram de lares não adventistas, e ele agradeceu a Deus por tocar seus corações.

Quanto ao casal vizinho, James não sabia dizer se o canto alto e as discussões bíblicas tiveram algum impacto. Mas enquanto ele se preparava para sair, o casal implorou para que ele ficasse.

"Conseguimos dormir em paz à noite depois que vocês se mudaram", disse o marido.

"Por favor, fiquem", disse a esposa.

Naquele momento, James percebeu que Deus realmente estava trabalhando em seus corações.

Ore pelas preciosas pessoas das Filipinas e, especialmente, pelos grupos de povos não alcançados em áreas remotas. Ore também pelos missionários que estão tentando alcançá-los com a verdade que salva vidas. James foi para a ilha como parte do Movimento Missionário 1000, uma organização que faz parte da Divisão Sul-Asiática do Pacífico, que receberá a oferta deste trimestre. O Movimento Missionário 1000 procura treinar e enviar 1000 missionários por toda a divisão todos os anos. O centro do Movimento Missionário 1000, onde James foi treinado para ser missionário, foi construído perto da capital filipina, Manila, com a ajuda da oferta do trimestre de 1996. Obrigado por planejar uma generosa oferta do trimestre para a Divisão Sul-Asiática do Pacífico em 28 de junho.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

•Mostrar as Filipinas no mapa.
• Assista a um pequeno vídeo no YouTube com James no campus do Movimento Missionário 1000 perto de Manila, Filipinas, em: bit.ly/James-SSD.
• Baixe fotos para esta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.
• Compartilhe as postagens do Informativo Mundial das Missões e os Fatos Rápidos da Divisão Sul-Asiática do Pacífico: bit.ly/ssd-2025.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2025

Tema geral: "Alusões, imagens e símbolos"?

Lição 9 – 24 a 30 de maio

Nos Salmos – parte 2

 

Autor: Elton de Lima Alves Júnior

            Desde a queda, a humanidade enfrenta grandes dificuldades, sobretudo irremediáveis por meios naturais. No entanto, Deus colocou Seu plano de redenção em ação para resolver o problema do pecado no Universo. Esse plano inclui a morte de Jesus na cruz e o juízo investigativo pré-advento.

            As dificuldades resultantes da queda afetam todos os aspectos da vida humana. Gênesis 3 destaca que a vida se tornaria mais difícil a partir da queda –cheia de tribulações e problemas de diversas naturezas, culminando na morte.

            Por outro lado, o plano da redenção revela o cuidado de Deus para com Seu povo, incluindo Sua presença com ele em cada momento. Essa preciosa verdade é apresentada especialmente nos Salmos e complementada pelas profecias apocalípticas. Juntas, essas revelações mostram que, se a cruz pagou o preço do pecado, o juízo trata de eliminá-lo completamente do Universo.

 

Socorro bem presente nas tribulações

            O Salmo 46 é um cântico de segurança e confiança em Deus, mesmo ao reconhecer que na vida cristã existam tribulações. Nesse contexto, o cântico se assemelha ao desenvolvimento da narrativa apocalítica.

            O Salmo apresenta as dificuldades que a vida cristã pode enfrentar, pois menciona “tribulações” (Sl 46:1), abalo dos “montes” e fúria das águas (Sl 46:2, 3), bramido das nações (Sl 46:6) e guerras em todo o mundo (Sl 46:9). Contudo, em cada caso, há o cuidado e a proteção de Deus, pois Ele está com Israel (Sl 46:1, 5, 7, 10).

            O Apocalipse segue uma ideia similar. No início do livro, João fala de “tribulação” (Ap 1:9). Logo, as cartas destacam esse tema também (Ap 2:3, 9, 13). Os santos não pedem vingança e juízo sem motivo (Ap 6:9, 10). O louvor dado a Deus pela queda de Babilônia também destaca as dificuldades que os servos fiéis enfrentam (Ap 19:1, 2). Contudo, o Cordeiro vence e com Ele os eleitos e fiéis (Ap 17:14). Por fim, Ele habitará com Seu povo e protegerá a cada um (Ap 21:3).

 

Esperança em meio à turbulência

            O Apocalipse parece explicar em mais detalhes o sermão escatológico de Jesus. Por isso, comparar os dois textos pode ser útil para o leitor, uma vez que um lança luz sobre o outro.

            A expressão “devem acontecer”, a qual aparece em Apocalipse 1:1, também ocorre em Mateus 24:6. Ou seja, Apocalipse apresenta um detalhamento do sermão escatológico de Jesus. Por isso, ambos falam de coisas similares: falsos profetas (Mt 24:4, 5, 11, 24 e Ap 13:11-17; 16:13; 19:20; 20:10); escurecimento do sol e da lua, queda das estrelas e poderes do céu abalados (Mt 24:29 e Ap 6:12-14); pregação global do evangelho (Mt 24:14 e Ap 12:6-12); e, obviamente, a volta de Jesus (Mt 24:30 e Ap 1:7; 6:16, 17).

            Em ambos os textos, o cenário vai piorando com o tempo. As coisas vão ficando difíceis. Em Mateus 24:9 é mencionado o ódio das nações contra os crentes, enquanto Apocalipse 11:18 se refere à fúria das nações. Em Mateus 24:12, Jesus afirma que a maldade se multiplicará. Em Apocalipse 16:9 e 11 observa-se que mesmo as pragas não são capazes de quebrantar o coração, tamanha a maldade. Mas Deus intervém. Ele livra Seu povo e o salva para sempre (Mt 24:31 e Ap 14:14-16).

 

Debaixo de seus pés

            Como Paulo destacou, pelo pecado a morte passou a todos os seres humanos (Rm 5:12). Mesmo que Jesus tenha morrido em nosso lugar, o pecado ainda permanece em nosso contexto. Entretanto, Deus está trabalhando para eliminá-lo completamente.

            A queda de Lúcifer e, posteriormente, do ser humano lançou uma dúvida sobre o caráter de Deus. Não por acaso, Paulo destacou que Deus teve que “provar” Sua justiça (Rm 3:25). Porém, a morte de Jesus em favor do pecador demonstrou a natureza de Seu caráter. Todo o Universo pode contemplá-lo (Ap 12:10).

            Essa morte pagou o preço do pecado. Contudo, não o eliminou do Universo. A obra do juízo investigativo pré-advento é a responsável por esse apagamento dos pecados. E quando ela terminar, então, Jesus voltará e colocará “as nações debaixo dos nossos pés” (Sl 47:3). E, numa terra purificada, Ele viverá com Seu povo por toda a eternidade (Zc 14:1-11 e Ap 21 e 22).

 

Vinho e sangue

            O juízo divino distinguirá bem o justo do injusto, afinal, ele é segundo as obras. Por isso, para os justos ele representa salvação e alegria, ao passo que para os injustos, a destruição eterna. O Salmo 75 e sua relação com Apocalipse 14 apontam nessa direção.

            O juízo confirmará que Deus é justo ao aplicar Sua justiça (Ap 15:3; 19:2), pois Ele julga segundo as obras de cada um (Ap 2:23; 18:6; 20:12, 13), conforme o que está registrado nos livros. Se por um lado ele representa alegria e salvação para os justos, por outro, a destruição eterna é dada aos injustos.

            Se os justos beberão o “vinho novo” com Jesus outra vez (Mt 26:26-29), os injustos tomarão “do vinho do furor de Deus, preparado sem mistura” (Ap 14:10). À luz do contexto da época, significa que Deus deseja embebedá-los com Sua ira, a fim de que eles não se levantem mais (Grant Osborne, Apocalipse: comentário exegético [Vida Nova, 2014], p. 605). Essa imagem deriva do Salmo 75:8.

 

Para que se conheça a Tua salvação

             Apocalipse 14:6 a 12 contém o último convite de Deus para a humanidade. O povo remanescente é o responsável por transmiti-la ao mundo, antes da volta de Jesus, cumprindo o chamado de Deus para Israel (Sl 67:1, 2).

            As três mensagens angélicas ocorrem dentro de um contexto no tempo do fim. Primeiro, elas são pregadas no tempo de atuação da “besta que emerge da terra”. Os contrastes entre a mensagem deles e da besta sugerem isso. Se a besta faz com que todos adorem a primeira besta (Ap 13:12), os três anjos chamam toda a Terra para adorar a Deus (Ap 14:7). Se há uma consequência por não adorar a besta e sua imagem (Ap 13:15), há também uma consequência para aqueles que a adoram (Ap 14:9-11). Segundo, elas começam a ser pregadas no início do tempo de juízo, próximo da década de 1840 (Ap 14:7). Terceiro, elas são dadas antes do fechamento da porta da graça (Ap 15:5-8). Quarto, os mensageiros a entregam antes da queda das sete pragas (Ap 16:2). E, claro, antes da volta de Jesus (Ap 14:14-20; 19:11-21).

            Essa pregação cumpre o plano de Deus para Israel – especialmente para Seu remanescente – conforme Isaías 66:19. Trata-se de um propósito que Deus sempre desejou realizar (Sl 67:2; Is 56:7) e que ocorrerá sob o poder Dele (Ap 18:1-4).

 

Conclusão

Ainda que o pecado seja uma realidade, seu fim se aproxima. O dia vem quando pecado e pecadores não mais existirão. E para esse momento você deve se preparar, pois a eternidade logo chegará.

 

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Elton Júnior é pastor adventista. Formou-se Bacharel em Teologia pelo UNASP-EC, em 2008. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Trabalhou em diversas funções em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É Mestre em Interpretação Bíblica pelo UNASP. Atualmente mora em Santiago, servindo como Secretário Executivo da União Chilena, desde 2023. É casado com Gisselle, pedagoga. O casal tem três filhos: Isaac, Rebecca e Giovanna.