Lição 11
07 a 13 de junho
Rute e Ester
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: EX 2
Verso para memorizar: “Quando o rei viu a rainha Ester parada no pátio, ela alcançou favor diante dele, e o rei estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão. Ester se aproximou e tocou na ponta do cetro” (Et 5:2).
Leituras da semana: Rt 1:1-5; 2:5-20; Jó 1:6-11; Mt 4:8, 9; Et 3:1-14; Ap 12:14-17

Nesta semana, continuaremos a explorar histórias que prefiguram os eventos dos últimos dias. Ao usar acontecimentos e pessoas da vida real, Deus nos ajuda a ver as coisas de Sua perspectiva e a entender como interpretar as profecias que se cumprirão e que foram dadas para fortalecer nossa fé.

Nossa atenção se volta para duas mulheres importantes cujas histórias tocaram o coração de inúmeras gerações: Rute e Ester. A primeira era uma viúva sem recursos que encontrou esperança após conhecer o gentil Boaz, seu parente resgatador. O casamento deles se tornou uma das histórias de amor mais admiradas da Bíblia, pela maneira como reflete o amor de Cristo por nós. A segunda era uma jovem que vivia em terra estrangeira, tomou conhecimento de uma conspiração para destruir seu povo e se viu empurrada para o palco principal do drama que se desenrolou para salvá-los.

Sabemos que, nas profecias, mulher é um símbolo poderoso da igreja de Deus, o que nos diz muito sobre como Ele considera Seu povo. Vamos examinar os relatos bíblicos dessas duas mulheres, cujas circunstâncias de vida foram imortalizadas na Palavra de Deus, e tirar todas as lições que pudermos da experiência delas.

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Domingo, 08 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 3
Fome na casa do pão

Os críticos da fé cristã frequentemente apontam para a realidade difícil de viver neste mundo como evidência de que: 1) Deus não existe, ou 2) Ele não tem poder para intervir quando coisas ruins acontecem ou 3) Ele não Se importa com nosso sofrimento. Muitas das histórias da Bíblia, no entanto, apresentam evidências de que nenhuma dessas suposições está correta. Deus permite que a raça humana colha as consequências da rebelião. Mas sem violar nosso livre-arbítrio, Ele está sempre presente, trabalhando na história, guiando-nos em direção à resolução final dos problemas do pecado e do sofrimento. A história de Rute é um exemplo dessa verdade.

1. Quais dificuldades Noemi e Rute enfrentaram, e o que as causaram? Como isso reflete a situação que toda a raça humana enfrenta? Rt 1:1-5

O início dessa história é bastante irônico: houve uma fome que afetou Belém, uma cidade cujo nome significa “casa do pão”. Podemos nos lembrar da abundância do Éden, onde Deus disse a Adão e Eva: “De toda árvore do jardim você pode comer livremente” (Gn 2:16). A raça humana começou sua existência com muita fartura, sob os cuidados de um Criador generoso, mas depois trocou seu papel como administradores da criação pela escravidão do pecado. Deus disse a Adão: “No suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra” (Gn 3:19).

Assim como Noemi, perdemos a herança que Deus planejou originalmente para nós, e nossa vida se tornou fonte de sofrimento. Recebemos o Éden como um presente, mas não incondicionalmente: os seres humanos tinham liberdade para se rebelar, mas se isso ocorresse eles teriam que assumir a responsabilidade de buscar seu próprio bem-estar. Fomos criados para dominar o mundo não caído sob a bênção de Deus (Gn 1:28), mas agora nos deparamos com a tarefa de dominar o mundo caído. Seres humanos egoístas competindo por recursos escassos levam a sofrimento e tristeza.

A Terra ainda produz com fartura, o que é um poderoso testemunho do amor de Deus. Porém, tragicamente, entre a ganância humana e os danos do pecado, o mundo parece nos dominar mais do que nós o dominamos. Um dia, no entanto, isso acabará. 

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Com cerca de seis mil anos de pecado, a Terra ainda revela o amor e o poder de Deus?
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Segunda-feira, 09 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 4
Rute e Boaz

Noemi pediu que seu nome fosse mudado para Mara (que significa amarga), por causa da amargura de sua vida (Rt 1:20). Nosso relacionamento com o Criador foi danificado pelo pecado, levando-nos à pobreza espiritual. Nossas perspectivas são sombrias, e passamos a vida colhendo as “espigas” que sobram (Rt 2:16), vivendo dos restos de alegria que podem ser encontrados em um mundo destruído pelo pecado. Mas tudo muda quando fazemos uma descoberta surpreendente: Deus não Se esqueceu de nós.

2. Leia Rute 2:5-20. Qual foi o momento crucial na história? Por que a descoberta de Noemi sobre a identidade de seu benfeitor foi tão boa?

Noemi não poderia tomar posse da terra de seu marido Elimeleque sem obter assistência da família de seu marido. Ela espera que Rute possa se casar com um parente próximo de seu falecido marido e ter um filho em nome de Elimeleque. Deus fez provisão em Israel para que indivíduos reivindicassem sua herança na terra prometida: era necessário um parente próximo para redimir a herança de Elimeleque. Boaz não era apenas um fazendeiro gentil; ele era um parente de Elimeleque que poderia redimir a terra. “Se alguém do seu povo empobrecer e vender alguma parte das suas propriedades, então virá o seu resgatador, seu parente, e resgatará o que esse seu irmão vendeu” (Lv 25:25).

A descoberta de que Boaz não era apenas bondoso, mas um parente, foi a melhor notícia: a pobreza daquelas mulheres não precisava durar para sempre.

Os cristãos entendem que Boaz é um tipo de Cristo, que não é apenas Criador, mas escolheu Se tornar nosso Parente, um ser humano real, uma das razões pelas quais Ele Se chamava de “Filho do Homem” (Mt 12:8; Mc 8:31; Lc 22:22; Jo 3:14).

Muitos pensam em Deus como Alguém severo, que nos deixará entrar no Céu se cumprirmos exigências morais, mas fará isso de má vontade porque escapamos por pouco, com base em um detalhe técnico. A imagem de Cristo vista em Boaz muda esse conceito. Deus nos vê e, apesar de nossa pobreza, Ele nos quer como Sua noiva.

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O Criador não apenas Se tornou parte de Sua criação, mas também morreu por ela. Essa verdade extraordinária transforma nossa maneira de ver a nossa existência?
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Terça-feira, 10 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 5
Boaz, o resgatador

Boaz se apaixonou por Rute e desejava se casar com ela, mas havia uma barreira: um parente mais próximo que também tinha direito à mulher e às terras. Sendo Boaz um tipo de Cristo, essa situação revela uma questão em jogo no conflito: Cristo nos ama, mas há um “parente mais próximo” que também tem uma reivindicação – Satanás.

3. O que Satanás reivindica? Jó 1:6-11; Mt 4:8, 9; Jd 9; Lc 22:31

Satanás disse que rodeava a terra e passeava por ela (Jó 1:7). Quando Deus lhe perguntou se ele tinha reparado o justo Jó, o diabo o reivindicou como seu, sugerindo que o coração de Jó não pertencia ao Senhor. Satanás estava dizendo: “Ele Te segue porque és bom para com ele. Mas para de abençoá-lo e verás a quem ele serve.”

Depois que Moisés foi sepultado por Deus (Dt 34:6), foi ressuscitado. Embora não tenhamos os detalhes, a Bíblia diz que Miguel discutiu com o diabo “a respeito do corpo de Moisés” (Jd 9), indicando que Satanás o reivindicou como sendo dele.

“Pela primeira vez, Cristo estava para dar vida aos mortos. Quando o Príncipe da Vida e os seres brilhantes se aproximaram da sepultura, Satanás ficou apreensivo com respeito à sua supremacia. [...] Levantou-se para contestar a invasão do território que alegava ser sua posse. Vangloriava-se de que o servo de Deus tivesse se tornado seu prisioneiro. Declarou que nem mesmo Moisés foi capaz de guardar a lei de Deus; que tinha tomado para si a glória devida a Jeová – o mesmo pecado que determinara a expulsão de Satanás do Céu – e, com essa transgressão, tinha caído sob o domínio de Satanás” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 417). Cristo refutou a alegação de Satanás, e Moisés foi ressuscitado (Mt 17:3).

Boaz foi ao portão de Belém (Rt 4:1-12), a cidade em que nasceu Cristo, nosso Parente. Os anciãos se reuniram e uma sandália (símbolo de propriedade) foi trocada.

Os casos eram decididos no portão da cidade: esse é um tipo da cena do juízo e reflete o que é descrito em Daniel 7:13, 14, 22, 26, 27. Não devemos ignorar esse aspecto crucial do juízo: ele é “a favor dos santos do Altíssimo” (Dn 7:22, NVI), mas somente porque Cristo pagou o preço por nós, assim como Boaz fez por sua noiva.

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Quarta-feira, 11 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 6
Hamã e Satanás

Na história de Ester, conhecemos Hamã, que tinha sede de posição e poder. Ele recebe grande destaque no império, acima de todos os outros oficiais (Et 3:1).

Nos textos que descrevem a queda de Lúcifer (Ez 28:11-15; Is 14:12-15), vemos paralelos com Hamã, inimigo maligno do povo de Deus, que se recusava a reconhecer a supremacia do Senhor. A história da tentação de Cristo revela as intenções mais abrangentes de Satanás, quando ele levou Jesus a um lugar muito alto para mostrar-Lhe os reinos do mundo (Mt 4:8-11). Cristo veio para redimir o mundo e reivindicá-lo como Seu – e Ele fez isso como um de nós. Jesus é o nosso Parente resgatador, e o preço que Ele pagou para redimir o mundo foi extremamente alto.

No livro do Apocalipse, vemos que a cobiça de Satanás por poder e adoração levará este mundo à crise final. Seus enganos convencerão o mundo a se maravilhar diante da besta e segui-la (Ap 13:3, 4), e serão relativamente poucas as exceções notáveis que se recusarão a adorar o inimigo. Com essas pessoas, ele recorrerá à força.

Hamã percebeu que Mordecai, que fazia parte do povo escolhido de Deus, não se submeteria a ele nem reconheceria seu suposto direito de ser “adorado”. Assim, Hamã “encheu-se de furor” e se tornou determinado a eliminar todo o povo de Mordecai da face da Terra (Et 3:5, 6).

4. Leia Ester 3:1-14; Apocalipse 12:14-17; 13:15. Que paralelos vemos entre essas passagens? Como a descrição da igreja remanescente em Ester é semelhante à descrição do povo de Deus no Apocalipse?

Satanás reivindica este mundo, mas a presença de pessoas que permanecem leais a Deus, que guardam Seus mandamentos, desmente sua reivindicação de supremacia completa. “Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia no cristianismo, [...] a recusa persistente de uma pequena minoria em ceder à exigência popular fará com que essa minoria seja alvo de ódio universal” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 511).

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Se fazemos concessões nos “pequenos” testes, como nos sairemos no teste final?
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Quinta-feira, 12 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 7
Para um tempo como este

Alguns cristãos têm a tendência de se concentrar nos aspectos mais sombrios das profecias. Tempos difíceis estão por vir, e o estudo das profecias pode girar em torno do medo, destacando dificuldades em vez da resolução prometida para o fim da história. Embora Deus não nos iluda quanto ao futuro, e não esconda os eventos que ocorrerão até o fim, é importante buscar uma compreensão mais abrangente.

Temos um padrão nas profecias: Deus revela a verdade sobre a desordem criada pela rebelião, e então nos mostra as consequências. Mas Ele sempre destaca a esperança. Alguns olham para a crise e o “tempo da angústia de Jacó” cheias de medo e apreensão. Os momentos finais não serão fáceis. No entanto, assim como a previsão de tempos difíceis é confiável, a promessa de libertação também é.

Em Apocalipse 12, o diabo persegue a noiva de Cristo cheio de ira, mas Deus intervém para salvá-la. A história de Ester também apresenta uma bela rainha desempenhando um papel central no drama, e Deus a usa para salvar Seu povo.

5. Leia Ester 4:13, 14; 5:1-3; 9:20-28. Que lições tiramos dessas passagens sobre nossa situação nos momentos finais da história da Terra?

Deus levantou Sua igreja remanescente para um momento específico da história. À medida que os 1.260 dias se aproximavam do fim, Deus tirou Sua noiva do esconderijo (ver Ap 12:14) para levar Sua mensagem final de misericórdia ao mundo: as três mensagens angélicas. Estamos aqui “para um momento como este” (Et 4:14, NVI).

Ester descobriu que não estava sozinha para enfrentar a perseguição que Hamã havia desencadeado sobre seu povo: ela encontrou o favor do rei, e seu povo foi finalmente libertado. Não estamos sozinhos ao entrarmos nos momentos finais da história da Terra – o Rei está do nosso lado, e o povo de Deus também será libertado.

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Na história de Ester, tudo terminou bem para o povo de Deus. Mas nem sempre ocorre assim. Por que devemos ter uma visão mais ampla dos acontecimentos para fortalecer a esperança em Cristo?
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Sexta-feira, 13 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 8
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 535, 536 (“O primeiro rei de Israel”).

“Satanás suscitará indignação contra a minoria que recusar aceitar costumes e tradições populares. Pessoas importantes e famosas se unirão com criminosos e indivíduos sem escrúpulos para se aconselharem contra os que fazem parte do povo de Deus. [...] Governantes perseguidores, pastores e membros de igreja conspirarão contra eles. Por discursos falados e escritos, por ameaças e zombarias, procurarão destruir sua fé. Por meio de informações falsas e apelos enfurecidos, despertarão a ira do povo contra os fiéis. Sem encontrar nenhum ‘assim dizem as Escrituras’ para apresentar contra os defensores do sábado bíblico, eles recorrerão a leis opressivas que supram sua falta de razão. Para assegurar popularidade e aprovação, os legisladores cederão às solicitações para que se promulguem leis dominicais. Mas os que temem a Deus não podem aceitar uma instituição que viole um preceito do Decálogo. Nesse campo, será travado o último grande conflito na controvérsia entre a verdade e o erro. [...] Hoje, como nos dias de Ester e Mordecai, o Senhor vindicará Sua verdade e Seu povo” (Ellen G. White, Profetas e Reis [CPB, 2021], p. 352).

Perguntas para consideração

1. Por que Deus permite que Seu povo passe por aflições? Qual é o propósito disso?

2. Como nos prepararmos para dificuldades que podemos enfrentar por causa da nossa fidelidade a Cristo? Onde encontramos esperança?

3. Por que temos a tendência de enfatizar os aspectos sombrios das profecias e permitimos que eles ofusquem o quadro mais amplo das boas-novas?

4. Uma amiga diz a você que achou o Apocalipse “aterrorizante”. Como você a ajudaria a entender o livro e a encontrar nele paz?

5. Alguém diz: “Não acredito que Deus deseja me salvar. Já errei muito.” Que resposta você daria? As histórias de Rute e Ester ajudam a responder?

Respostas às perguntas da semana: 1. Elas enfrentaram fome, morte e tiveram que sair de suas terras. A raça humana perdeu o acesso ao Éden, passando a experimentar o pecado e a morte. 2. Noemi descobriu que sua vida e a de Rute poderia ser completamente transformada por causa do parente resgatador. Ela receberia de volta tudo o que havia perdido. 3. Satanás reivindica a propriedade do mundo e da humanidade. Na verdade, ele age debaixo da autoridade de Deus e foi derrotado por Ele. 4. Satanás, assim como Hamã, odeia o povo de Deus e faz todo o possível para destruí-lo, mas Deus o protege. 5. Assim como levantou Ester no momento certo para libertar Seu povo, Deus guia o remanescente no tempo do fim para cumprir sua missão e chamar para fora de Babilônia o povo de Deus.

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Resumo da Lição 11
Rute e Ester

TEXTO-CHAVE: Et 5:2

FOCO DO ESTUDO: Rt 1–2; 4; Et 3:1–14

ESBOÇO

Introdução: A Bíblia apresenta várias mulheres que desempenharam papéis significativos na história da salvação. Eva, cujo nome significa “vida”, porque era “a mãe de todos os viventes”, transmitiu a semente messiânica que culminou no nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade (Gn 3:15). Durante o período patriarcal, figuras como Sara, Rebeca, Raquel e Lia, bem como Tamar, exerceram influência poderosa no desenvolvimento da história da salvação. Suas ações foram essenciais para a continuidade da linhagem messiânica.

Na época do êxodo, Israel devia sua sobrevivência a duas mulheres quando o Faraó decretou a matança de todos os recém-nascidos do sexo masculino de Israel. As parteiras (Êx 1:15-17), e até mesmo a filha do Faraó (Êx 2:5) e outras mulheres (Êx 2:7), são lembradas na Torá, o Pentateuco, como aquelas que foram essenciais na salvação de Israel, muitas vezes arriscando a própria vida. Posteriormente, Débora, a profetisa que julgou Israel, é referida como aquela que “se levantou” e salvou Israel na guerra (Jz 5:7). Raabe salvou os espiões e, assim, ajudou a salvar Israel em sua luta contra os cananeus. De acordo com a genealogia de Jesus registrada por Mateus, Raabe foi a mãe de Boaz, que se casou com Rute e se tornou ancestral do Messias (Mt 1:5). Nesta lição, vamos nos concentrar em duas mulheres importantes que deram seus nomes a livros bíblicos: Rute e Ester. Apesar da diferença no tempo e no cenário de suas histórias, de certa forma essas duas mulheres exemplificam o caráter de muitas mulheres que Deus designou para ajudar a salvar Israel.

COMENTÁRIO

A história do antigo Israel é, de certa forma, emoldurada pelas narrativas de Rute e Ester. Rute viveu nos “dias em que os juízes julgavam” (Rt 1:1), durante o período inicial de Israel, quando as tribos ainda estavam se estabelecendo na terra prometida. Ester, por sua vez, pertence ao último período de Israel, durante o exílio persa. O fato de que a história bíblica de Israel começa e termina com a voz de uma mulher é significativo, pois, na Bíblia, uma mulher frequentemente simboliza a igreja. Portanto, podemos nos perguntar como essas duas mulheres representam a igreja de Deus e quais lições nós, como igreja de Deus dos últimos dias, podemos aprender com a história delas.

É interessante observar que sociedades nômades geralmente valorizavam mais as mulheres do que as sociedades sedentárias. Considerando essa tendência, é pertinente refletir sobre como as vozes e a influência de Rute e Ester, assim como suas contrapartes modernas, podem ser particularmente valiosas em um mundo que está se tornando cada vez mais instável e violento.

Rute: o poder da bondade

Ler a história de Rute através das lentes do plano da salvação no fim dos tempos é esclarecedor. O nome Rute tem origem em uma palavra que significa “amiga, aliada”, evocando suavidade e frescor. O tema central do livro é a bondade. A história, bela e poética, é marcada por uma ausência de tensão; não há pessoas maldosas, conflitos ou críticas; não aparece nem mesmo amargura implícita na bela e poética história. Rute é identificada como moabita, uma designação mencionada duas vezes no texto. A heroína do livro é uma mulher estrangeira. A mensagem de bondade que permeia o livro é, portanto, desconectada de qualquer pertencimento nacional; a bondade é universal e transcende as fronteiras de todas as nações. 

A história nos conta que essa moabita era casada com um marido israelita que morreu; ela decidiu, então, seguir sua sogra Noemi, não apenas em sua jornada física de volta à terra de Israel, mas também em sua religião israelita: “Onde quer que você for, irei eu; O seu povo é o meu povo, e o seu Deus é o meu Deus. Onde quer que você morrer, morrerei eu e aí serei sepultada” (Rt 1:16, 17). A história começa, então, com um sucesso evangelístico, embora nenhum relato da estratégia missiológica seja dado. Rute não foi convertida por um milagre sen-
sacional em uma campanha evangelística. Ela simplesmente seguiu sua sogra por amor a ela, porque a conhecia e confiava em seu julgamento.

Note que Noemi não usou nenhum argumento para convencer Rute a ficar. Pelo contrário, Noemi até encorajou Rute a retornar para a casa de sua mãe (Rt 1:8). Noemi parou de discutir com Rute somente quando ela “viu que Rute estava mesmo decidida a acompanhá-la” (Rt 1:18).

O próximo passo da história nos leva a Boaz, parente de Noemi, um rico fazendeiro a quem Rute humildemente pediu permissão para recolher alguns grãos de seus campos. A história diz que Boaz falou “palavras gentis” [ou “falou ao coração”] (Rt 2:13, NVT) e foi generoso com ela (Rt 2:8). Acontece que Boaz era o único parente próximo que estava disposto a cumprir sua responsabilidade como o go’el, o redentor da família. O verbo “redimir” é uma palavra-chave da passagem (Rt 4:4, 7).

Observe o zelo e a ousadia de Rute ao se aproximar de seu redentor. Observe também sua humildade, pois ela reconhece suas origens modestas como uma “estrangeira” (Rt 2:10) e sua indignidade por não ser “como uma de suas servas” (Rt 2:13). Observe também que sua gentileza para com sua sogra foi notada por muitas pessoas, incluindo Boaz, seu potencial redentor (Rt 2:12). O autor bíblico nunca se refere à fidelidade de Rute em seus deveres religiosos e rituais, como se sua gentileza para com os outros fosse evidência suficiente para convencer seu redentor de sua devoção.

A conclusão da história é ainda mais impressionante: Rute não apenas se casou com Boaz, restaurando a dignidade de sua família, mas também recebeu a maior recompensa possível, assegurando um lugar na genealogia do Messias. O legado do livro é significativo. Rute foi aceita em Israel apesar de sua origem estrangeira – e talvez, paradoxalmente, por causa dela, como enfatizado ao longo do texto (Rt 1:4, 22; Rt 2:2, 6, 10-13, 21; Rt 4:5, 10). Na liturgia judaica, o livro de Rute é lido durante a festa de Shavuot, também conhecida como Festa das Semanas ou Pentecostes, uma celebração associada à colheita e ao dom da Lei.

Ester: o poder da beleza

Igualmente inspirador, bem como desafiador, é ler o livro de Ester à luz do plano divino da salvação durante os últimos dias da história humana. Desafiador porque o livro de Ester é lido como um livro secular, sem nenhum conteúdo religioso explícito. Não há referência a Deus. O texto nunca menciona nenhuma prática religiosa. O curso dos eventos parece correr por si só, sem nenhuma intervenção divina e milagrosa. Tudo o que acontece na história depende da perspicácia de Mordecai, um cortesão real, e da beleza e bravura da rainha Ester, bem como do tempo (Et 3:7, Et 9:24). Os papéis de sacerdote e profeta estão totalmente ausentes da história. Até mesmo o fim da história, com a morte de muitas pessoas, levanta suspeitas sobre seu valor espiritual. Mais importante, a identidade judaica de Ester e Mordecai não os impediu de alcançar as posições mais altas na corte pagã. Nada no livro sugere uma tensão entre eles e aquele ambiente. Não é de se espantar que muitos rabinos antigos e pais da igreja questionem o valor espiritual do livro, até mesmo negando seu lugar canônico.

No entanto, o livro de Ester também se destaca como uma fonte de inspiração, especialmente devido aos elementos desafiadores. A ausência de uma referência direta a Deus é, na verdade, um aspecto importante que confere relevância e significado ao livro para nós, que vivemos em um mundo secular e tumultuado. A experiência do silêncio de Deus é um paradoxo que revela Sua presença providencial. Quando o povo está sob ameaça, Ester é uma rainha. Além disso, durante um episódio de insônia do rei, ele descobre um ato de lealdade de Mordecai, que havia salvado sua vida. O texto sugere claramente que o povo judeu está sob a proteção divina. Se Ester optar por permanecer em silêncio e não interceder junto ao rei, o socorro e a salvação para os judeus virão de outro lugar (Et 4:14). Da mesma forma, Jesus usou um argumento semelhante em Seu tempo: “Se eles se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc 19:40).

Alguns comentaristas veem a providência de Deus refletida no nome de Ester, relacionando-o ao conceito de hester panim, que significa “ocultação do rosto”. Esse conceito é crucial no relacionamento entre Deus e Seu povo quando Ele parece ausente (veja Is 8:17; 50:6; 53:3). Há também uma alusão ao Dia da Expiação, observada com base em elementos comuns como o jejum, a ideia de juízo, e a redenção do povo de Deus em contraste com a destruição dos ímpios. Os antigos rabinos apoiaram essa conexão, notando um jogo de palavras entre pur, que significa “sorte”, e kippur, o Dia da Expiação. Além disso, o livro de Ester termina com a mesma esperança e perspectiva de “paz” e busca do “bem” (Et 10:3), similar ao espírito do Dia da Expiação (veja Sl 122:8, 9).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Como você pode aplicar as seguintes reflexões sobre Rute e Ester em sua própria vida?

Rute: A crença de que pertencemos ao povo de Deus e nossa religiosidade não devem nos levar à tristeza, ira ou orgulho, mas a adotar um código de ética sério. Assim como Rute era gentil e amigável com todos ao seu redor, devemos nos esforçar para ser igualmente amáveis com nossa família e com a sociedade. Note também a humildade de Rute; ela não se vangloria de suas qualidades ou de sua piedade. Em vez disso, sente-se humilde e evita julgar os outros. Rute não se engaja em ativismo religioso nem em legalismo, acreditando que merece salvação por suas obras. Ela confia somente na graça de sua sogra e do parente. Além disso, observe que o método missionário de Noemi é fundamentado em sua atitude graciosa e em atos de gentileza.

Ester: A história de Ester se reproduz na vida moderna e secular. Em qualquer lugar em que estivermos, seja no escritório, na estrada, na faculdade ou em casa, e mesmo nas tarefas mais simples, nossa presença tem importância e pode influenciar a salvação dos outros. Podemos refletir sobre a pergunta: “Mas quem sabe se não foi para uma conjuntura como esta que você foi elevada à condição de rainha?” (Et 4:14). Seja prudente: nem sempre é necessário revelar imediatamente nossa identidade religiosa (Et 2:10, 20). Procure ser amável, como Ester foi (Et 2:17). Comprometa-se a fazer o melhor para enfrentar seus desafios e confie na graça de Deus para reverter o curso dos eventos a seu favor.

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Lula ou carne de cachorro?

Indonésia | Jhon

Jhon tinha uma agenda lotada de pregação na Indonésia. Um pastor de uma igreja que realiza cultos aos domingos em Papua havia acabado de concluir uma série de reuniões em uma ilha e precisava voltar para casa para outra série de reuniões. Ele deveria viajar de avião, mas o voo estava lotado. Então, ele comprou uma passagem de barco para a viagem de três dias.

Foi uma decisão que mudaria sua vida.

Jhon comprou a passagem mais barata no convés econômico, um extenso salão onde inúmeros passageiros dormiam lado a lado no chão. Enquanto estavam acordados, os passageiros passavam o tempo conversando.

Jhon conversou com uma mulher sentada perto. Como um gesto gentil, Jhon ofereceu a ela parte de uma de suas refeições.

Ela balançou a cabeça enquanto ele estendia um recipiente de plástico com lula cozida no vapor temperada com uma pitada de óleo.

"Sinto muito", disse ela. "Eu não como esse tipo de comida."

Jhon pensou que ela não gostava de lulas. Então, ele puxou outro recipiente. Este tinha carne de cachorro que ele havia comprado de um vendedor ambulante pouco antes de embarcar no barco.

Mas a mulher também recusou.

"Eu não como esse tipo de comida", disse ela.

Jhon ficou surpreso.

"Por que você não come esse tipo de comida?", perguntou ele.

"É porque sou adventista", disse ela.

A única coisa que Jhon sabia sobre os adventistas do sétimo dia era que ele havia ensinado um aluno adventista em uma escola missionária onde havia trabalhado antes de se tornar pastor. Mas ele respeitava o desejo da mulher de ser fiel às suas crenças. Então, ele guardou a
comida, e os dois conversaram sobre outras coisas. Ele descobriu que o nome dela era Ingrid.

Agora, quando Jhon embarcou no navio, ele não contou a ninguém que era pastor. Mas Papua é uma ilha predominantemente cristã, e os indonésios que vivem lá têm uma tradição de navegação. Em algum momento da viagem, o capitão do navio sempre pergunta: "Há algum pastor a bordo? Queremos pedir que você ore por nós e que tenhamos um culto de adoração."

No último dia da viagem de Jhon, o capitão do navio levantou a questão. Jhon revelou sua posição e liderou os passageiros em oração e louvor.

Ingrid ficou surpresa ao descobrir que ele era pastor, e não parecia ter certeza se queria continuar conversando com ele.

Mas quando o navio atracou, Jhon insistiu que eles trocassem números de telefone. Quando ele pediu para vê-la novamente, ela o convidou para a Igreja Adventista.

Todos os sábados do mês seguinte, Jhon participou dos cultos com ela.

Então algo incomum aconteceu. Ele começou a se sentir desconfortável adorando no domingo. Ele se sentiu tão desconfortável que, quando lhe pediram para pregar em sua igreja, deu desculpas sobre a necessidade de ir a outro lugar.

Quando ele disse à sua igreja que pretendia se tornar adventista, foi-lhe oferecido um cargo mais alto com um salário mais alto.

Mas ele não ficou tentado. Em seu estudo pessoal da Bíblia, ele se convenceu de que o sábado do sétimo dia era o verdadeiro dia de adoração de Deus. Ele também aceitou a proibição bíblica de carne impura, como lulas e cachorros.

Três anos após a viagem de barco, Jhon e Ingrid se casaram.

Hoje, Jhon está concluindo seus estudos como estudante de Teologia na Universidade Klabat, na ilha de Sulawesi. Ele está feliz que Ingrid rejeitou sua comida. Por meio de seu testemunho, ele acabou aprendendo sobre o sábado.

Ele está ansioso para voltar para casa em Papua e ensinar outras pessoas sobre o Senhor do sábado.

Parte da oferta deste trimestre ajudará a espalhar o evangelho na ilha natal de Jhon, Papua. Os fundos irão para a construção de salas de aula, um prédio administrativo, uma biblioteca e um auditório para a Faculdade de Teologia Adventista de Papua em Nabire, Papua. A propósito, a Universidade Klabat, onde Jhon está estudando, na ilha de Sulawesi, recebeu parte da oferta do trimestre em 1981. Obrigado por planejar uma generosa oferta para o sábado em 28 de junho para continuar a apoiar a proclamação do evangelho na Indonésia. 

Por Andrew McChesney

Dicas para a história
• Mostrar Papua, Indonésia, no mapa.
• Assista a um curto vídeo no YouTube com Jhon em: bit.ly/Jhon-SSD.
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• Compartilhe as postagens do Informativo Mundial das Missões e os Fatos Rápidos da Divisão Sul-Asiática do Pacífico: bit.ly/ssd-2025.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2025

Tema geral: "Alusões, imagens e símbolos"?

Lição 11 – 7 a 13 de junho

Rute e Ester

 

Autor: Elton de Lima Alves Júnior

Editoração: Lucas Diemer de Lemos

Revisão: Rosemara Santos

 

            As histórias de Rute e Ester podem ser úteis no estudo das profecias. Há várias razões para isso. Em primeiro lugar, esses relatos parecem representações em miniaturas de conceitos presentes no grande conflito entre o bem e o mal. Em segundo, os personagens possuem papéis relevantes no contexto do plano da salvação. Por fim, em cada narrativa se destaca o alcance universal do poder de Deus. Por isso, conhecer esses relatos é importante no contexto do estudo das profecias bíblicas. E é exatamente o que faremos na próxima semana.

 

Fome na casa do pão

            A rebelião do ser humano contra Deus gerou desdobramentos. Embora todos sejam livres para escolher, todos são escravos das consequências. A história de Noemi e Rute é um exemplo disso.

            Ao criar nosso planeta, Deus deu a Adão e Eva abundantes recursos. O Éden era um lugar espetacular. Havia água pura (Gn 2:10), alimento especial (Gn 1:29, 30 e 2:9, 16), pedras preciosas (Gn 2:12), entre outras coisas. Contudo, o ser humano perdeu esse lugar após o pecado, e sua vida passou a ser mais difícil em todos os sentidos.

            A história de Noemi e Rute ilustra essas dificuldades decorrentes do pecado. Rute 1:1 a 5 descreve esses desafios em detalhes. Primeiro, o texto menciona a fome em Belém de Judá, o que resulta em migração para Moabe. Em seguida, Elimeleque, o pai da família, morre. Depois de quase dez anos nesse lugar, os filhos também morrem, de maneira inesperada e surpreendente. E Noemi fica só – e essa também é a realidade de Rute, sua nora. Porém esse não é o fim da história.

 

Rute e Boaz

            Rute e Boaz fazem parte da genealogia de Jesus em Mateus 1:5, o que evidencia a importância de sua história para o povo de Deus. Por isso, sua inclusão nessa genealogia não é aleatória. Ela tem importantes implicações para a compreensão da obra de Jesus.

            A história de Rute e Boaz mostra como as coisas podem mudar para melhor. Boaz, o resgatador, é o responsável direto por essa mudança. Sua atuação diligente é destacada no texto sagrado (Rt 4:1-12), em contraste com a decisão do outro resgatador (Rt 4:4-6), pois ele amou a Rute desde o início.

            Jesus também é um resgatador. Mateus destaca que Seu nome é dado “porque Ele salvará o Seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21). E como Boaz, esse resgate é válido para todos os povos. Por isso, Rute, Raabe, Tamar e Bate-Seba são mencionadas nessa genealogia. Afinal, Ele nos ama profundamente.

 

Boaz, o resgatador

            Jesus, assim como Boaz, nos resgatou completamente. A história da ressurreição de Moisés é um bom exemplo disso, pois demonstra a natureza desse resgate em favor de seu servo.

            Boaz teve que pagar um alto preço como resgatador. Primeiro, ele deveria pagar pela terra de Noemi (Rt 4:3). Segundo, ele deveria desposar a Rute e dar a ela descendência, a qual pertenceria a Malom (Rt 4:5). Isso não lhe acrescentaria patrimônio, mas aumentaria suas responsabilidades e despesas com Rute.

            Judas 9 faz referência à ressurreição de Moisés, ao relatar que “Miguel entrou em conflito com o diabo e discutia a respeito do corpo de Moisés”. O termo grego chave é traduzido por “entrou em conflito” e sugere uma disputa com conotações legais, indicando que se tratava de mais do que uma simples questão sobre o direito de enterrar Moisés. Curiosamente, Deuteronômio 34:5 e 6 não apresenta a disputa, o que parece indicar que ela ocorreu depois de seu sepultamento.

            O outro texto, ao qual Judas alude, é Zacarias 3:1 a 5. Nele, o Senhor diz a Satanás a mesma frase que Miguel profere contra ele, indicando que Miguel seja uma referência a Jesus Cristo – Aquele que morreu por nós e pagou o preço da nossa salvação.

 

Hamã e Satanás

            Tanto Ezequiel 28:11 a 15 quanto Isaías 14:12 a 15 revelam as razões pelas quais Lúcifer caiu. E, como sabemos, o desejo por ser como Deus foi a principal razão. Sua história tem relação com a de Hamã.

            Ezequiel 28:11 a 15 usa uma linguagem interessante para se referir à queda de Lúcifer. O profeta menciona que o rei de Tiro era “querubim ungido”, era “perfeito”, “estava no Éden”, possuía sabedoria e era formoso. Contudo, seu coração se encheu de iniquidade. Isaías 14:12 a 15 também trata do assunto. É dito para o rei de Babilônia que ele caiu do céu, que ele era o “filho da alva”, que pretendia ser “semelhante ao Altíssimo”. Essa linguagem simbólica, evidentemente, não pode se referir a esses reis literais.

            O ponto em comum com a história de Hamã envolve a adoração e o desprezo pelo Senhor e Seu povo. O desejo por adoração (Et 3:2) motivou o desprezo pelo Senhor, o qual resultou na tentativa de destruir Seu povo (Et 3:6). A história do grande conflito revela as mesmas verdades sobre Satanás.

 

Para um tempo como este

            Assim como Ester, o remanescente final da história existe para ser relevante. Especialmente, sua mensagem singular é importante para todos os que habitam sobre a Terra no tempo do fim, e será proclamada com o poder do Deus todo-poderoso.

            O modo como Deus cuidou e conduziu a vida de Ester é fantástico. Sua história tem um enredo digno de um Oscar, com a mão de Deus em cada detalhe. Isso se torna ainda mais claro na parte final da narrativa, pois sua escolha pelo rei Assuero não é aleatória, assim como os conselhos que recebeu de Mordecai. Não por acaso os conselheiros de Hamã perceberam isso (Et 6:13).

            Em Apocalipse 12, o modo como Deus cuida de Seu povo é destacado de forma poderosa. Primeiro, Ele impede o diabo de devorar o “filho homem” (Ap 12:5). Depois, Ele sustenta Seu povo por 1.260 anos no deserto (Ap 12:6, 13, 14) e impede o dragão de destruí-lo (Ap 12:15, 16). Além disso, Ele o abençoa com uma descendência especial (Ap 12:17). O restante dessa descendência tem uma mensagem singular para proclamar ao mundo (Ap 14:6-12), e o faz sob o poder de Deus (Ap 18:1-4).

 

Conclusão

Ainda que o cristão enfrente problemas decorrentes do pecado, o desfecho será feliz. Essa não é uma promessa vazia do Senhor. Ele já demonstrou que essa realidade é possível. Na verdade, para Ele, ela é mais do que possível: é certa. As histórias de Rute e Ester indicam isso.

Por isso, confie mais e se preocupe menos. Pregue mais Seu evangelho, pois o Senhor logo virá e todos os povos da terra O adorarão. Sua mensagem finalmente triunfará. Que façamos parte daqueles que estarão para sempre ao Seu lado.

 

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Elton Júnior é pastor adventista. Formou-se Bacharel em Teologia pelo UNASP-EC, em 2008. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Trabalhou em diversas funções em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É Mestre em Interpretação Bíblica pelo UNASP. Atualmente mora em Santiago, servindo como Secretário Executivo da União Chilena, desde 2023. É casado com Gisselle, pedagoga. O casal tem três filhos: Isaac, Rebecca e Giovanna.