Lição 12
14 a 20 de junho
Precursores dos eventos finais
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: EX 9
Verso para memorizar: “Porque Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2Tm 1:7).
Leituras da semana: Dn 2:31-45; 3:1-12, 17, 18; Ap 13:11-17; Rm 1:18-25; At 12:1-17; Mt 12:9-14

Nesta semana, estudaremos outras duas histórias bíblicas que prenunciam os eventos dos últimos dias em detalhes notáveis.

Primeiramente, examinaremos o relato de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que tem paralelos com as questões retratadas em Apocalipse 13. Então, voltaremos ao NT, onde descobrimos que a experiência dos primeiros cristãos pode nos ajudar a entender o que esperar antes do retorno de Cristo.

Ambos os exemplos destacam uma coragem notável e apresentam chaves para encontrar paz de espírito mesmo nas circunstâncias mais difíceis.

Repetidamente, Jesus fez declarações como “Não tenham medo” e “Por que vocês estão assustados?” (Jo 6:20; Lc 24:38). É importante lembrar que o foco da profecia é Cristo e, sendo assim, em todas as cenas retratadas nos momentos finais da Terra devemos seguir o Seu conselho: “Que o coração de vocês não fique angustiado. Vocês creem em Deus, creiam também em Mim” (Jo 14:1).

Os eventos dos últimos dias serão desafiadores para os fiéis a Deus. Mas é preciso encarar esses acontecimentos com esperança.

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Domingo, 15 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 10
Daniel 2 e a interpretação historicista

Uma das profecias mais poderosas de toda a Bíblia é Daniel 2. Escrevendo mais de 500 anos antes de Cristo, o profeta predisse a história mundial, começando em seu próprio tempo na Babilônia, e depois passando pela Média-Pérsia, Grécia, Roma e a divisão de Roma nas nações da Europa moderna como existem até hoje.

Na verdade, referindo-se às nações europeias, a profecia diz que “procurarão se misturar por meio de casamentos, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro” (Dn 2:43). Essa profecia foi cumprida de maneira notável: apesar de todos os tipos de casamentos entre as pessoas dessas nações (de príncipes a plebeus), elas permanecem divididas.

Por exemplo, a monarquia britânica é chamada de Casa de Windsor, um belo nome tipicamente inglês. No entanto, esse termo é relativamente recente – originou-se em 1917. Antes disso, a família real britânica era chamada de Casa de Saxe-Coburgo-Gota, um nome claramente alemão, porque muitos da realeza britânica – tentando se misturar “por meio de casamentos” – eram parentes de sangue dos alemães. No entanto, esses laços de sangue não foram suficientes para mantê-los longe da guerra, e então, durante a Primeira Guerra Mundial, querendo se dissociar de seus odiados inimigos, eles mudaram o nome para Casa de Windsor.

1. Leia Daniel 2:31-45. Qual foi o sonho de Nabucodonosor e qual a interpretação dada por Daniel?

Todas as profecias de Daniel seguem o fundamento estabelecido no capítulo 2. O restante das profecias do livro, assim como Daniel 2, apresenta a sequência de um império mundial após o outro até que Deus estabeleça Seu reino eterno (ver Dn 2:44; 7:13, 14). Em outras palavras, as profecias se cumprem ao longo da história em uma sequência ininterrupta de impérios, começando na época do profeta e terminando no futuro, com o reino eterno de Deus. Essa é a interpretação historicista das profecias, que se fundamenta no próprio texto bíblico. Esse entendimento é crucial para entender os eventos dos últimos dias, especialmente como são descritos no Apocalipse.

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Como Daniel 2 mostra que Deus conhece o futuro e está no comando dele?
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Segunda-feira, 16 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 11
Adorando a imagem

Por mais leal que o rei tivesse sido a Daniel e ao seu Deus, porque havia ficado impressionado com a revelação do mistério (Dn 2:46-48), isso não durou muito.

2. Leia Daniel 3:1-12. A estátua era toda de ouro e o rei exigiu que ela fosse adorada. Qual é a relevância desses fatos?

O rei ressaltou seu desafio à mensagem dada por Deus construindo uma estátua inteiramente de ouro. Que ideia ele queria transmitir com isso? Babilônia jamais cairia, e Nabucodonosor sempre seria rei. E quem ousasse desafiar essa ideia seria morto. Isso é um forte lembrete de que o desejo humano por autodeterminação pode nos cegar para a verdade sobre como o grande conflito se desenrolará.

Nabucodonosor revela características de Lúcifer: ele era ambicioso, presunçoso e orgulhoso o suficiente para se rebelar contra a autoridade de Deus. Naturalmente, existem diferenças marcantes: Nabucodonosor depois expressou fé em Deus, e é provável que o encontremos no reino que ele inicialmente desafiou.

3. Quais palavras dos três rapazes hebreus desafiaram o rei? O que isso nos ensina sobre fé e o que às vezes ela pode exigir de nós? Dn 3:17, 18

Muito facilmente esses três homens poderiam ter apresentado justificativas para sair daquela situação perigosa. Afinal, eles não estavam sendo fanáticos, dispostos a ser queimados vivos simplesmente por causa da questão de se curvarem? Usando uma linguagem atual, eles não poderiam ter simplesmente fingido, curvando-se para amarrar seus cadarços enquanto oravam ao Deus verdadeiro? Realmente valia a pena o que estavam enfrentando? Sem dúvida eles acreditavam que sim, embora suas palavras mostrassem que sabiam que talvez não escapassem vivos.

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“Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito” (Lc 16:10). Esse texto ajuda a evitar justificativas fáceis que levam as pessoas a comprometer sua fé?
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Terça-feira, 17 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 12
Adorando a imagem – novamente

Os estudiosos há muito tempo observam uma conexão entre Daniel 3 e o que o Apocalipse ensina sobre os eventos dos últimos dias. E com razão, porque Daniel 3 descreve a ordem para adorar a imagem, e a desobediência a essa ordem seria punida com a morte (Dn 3:15); esse evento é refletido no que o Apocalipse prediz sobre a ordem de adorar outra imagem (Ap 13:15), e a desobediência também será punida com a morte: “E lhe foi concedido poder para dar vida à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse morrer todos os que não adorassem a imagem da besta.”

4. Que contraste o Apocalipse apresenta entre os mandamentos de Deus e os mandamentos humanos? Ap 13:11-17; 14:9, 11, 12; 16:2; 19:20; 20:4

O povo de Deus é chamado a adorar o Criador (Ap 14:7), em oposição à besta e sua imagem. Os três rapazes hebreus, enfrentando uma ameaça semelhante, recusaram-se a adorar qualquer coisa que não fosse Deus, o Criador. Portanto, por mais diferentes que sejam as circunstâncias entre o que aconteceu na planície de Dura, com a ordem para adorar a imagem, em oposição ao Criador, e o que acontecerá no mundo com o chamado para adorar a imagem também em oposição ao Criador, o princípio é o mesmo.

5. Leia Romanos 1:18-25 e veja a ligação entre Romanos 1:18 e Apocalipse 14:9, 10, acerca da “ira de Deus”. A adoração à imagem seria apenas mais uma manifestação do princípio relacionado com a autoridade a quem realmente adoramos?

Adoração não significa necessariamente curvar-se e oferecer incenso, embora possa incluir essas práticas. Adoramos tudo aquilo a quem prestamos lealdade suprema. Quando consideramos quem Deus é, nosso Criador e Redentor, então fica claro que somente Ele deve ser adorado. Adorar outra coisa é idolatria. Talvez isso ajude a explicar as palavras aparentemente duras de Jesus: “Quem não é por Mim é contra Mim; e quem Comigo não ajunta espalha” (Mt 12:30). Os eventos finais são uma manifestação mais intensa dessa verdade.

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Quarta-feira, 18 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 13
Perseguição à igreja apostólica

O AT e o NT apresentam antecedentes dos eventos finais. A vida não era fácil para os cristãos do primeiro século. Foram odiados pelos compatriotas judeus, que os viam como ameaça à fé de Moisés e enfrentaram a ira dos romanos: “Os poderes da Terra e do mal se mobilizaram contra Cristo na pessoa de Seus seguidores. O paganismo previa que, se o evangelho triunfasse, seus templos e altares desapareceriam; então, convocou suas forças para destruir o cristianismo. Acenderam-se as fogueiras da perseguição” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 30).

Uma história do livro de Atos mostra, de forma bastante poderosa, o que o povo de Deus pode esperar ao nos dirigirmos para o cenário de Apocalipse 13.

6. Quais elementos de Atos 12:1-17 prenunciam os eventos finais?

Tiago havia sido decapitado, e Pedro seria o próximo; os cristãos enfrentavam pena de morte. Um dos aspectos notáveis da história é que Pedro estava dormindo naquela noite terrível em sua vida! O anjo teve que tocar no lado dele para acordá-lo!

Pedro foi libertado miraculosamente e se dirigiu a uma reunião de crentes que tiveram dificuldade em acreditar que ele realmente havia sido libertado, embora estivessem orando por isso. Eles ficaram admirados – o que nos faz pensar com que frequência oramos e mal ousamos acreditar que Deus realmente nos responderá.

Alguns crentes foram livrados, mas outros foram mortos. À medida que nos aproximamos do fim dos tempos, isso também acontecerá. Até Pedro, embora liberto naquela ocasião, acabou morrendo por sua fé. O próprio Jesus chegou a lhe dizer como isso iria acontecer: “Em verdade, em verdade lhe digo que, quando era mais moço, você se cingia e andava por onde queria. Mas, quando você for velho, estenderá as mãos, e outro o cingirá e o levará para onde você não quer ir. Jesus disse isso para significar com que tipo de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois de falar assim, Jesus acrescentou: – Siga-Me” (Jo 21:18, 19).

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Depois de dizer a Pedro como ele morreria, Jesus concluiu: “Siga-Me” (Jo 21:19). Isso fortalece nossa decisão de seguir a Jesus, mesmo diante de uma ameaça de morte?
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Quinta-feira, 19 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 14
A marca da besta

À medida que os anos passam, e eventos finais como o decreto de morte e a marca da besta ainda não aconteceram, algumas pessoas expressam dúvidas, e até mesmo ceticismo, sobre nossa interpretação dos eventos finais, incluindo a centralidade do sábado e do domingo no conflito final.

O Apocalipse é claro: ou adoramos o Criador ou adoramos a besta e sua imagem. E não deveria nos surpreender que, em uma questão que gira em torno da adoração ao Criador, o sábado fosse central, uma vez que esse é o sinal fundamental de que Deus é o Criador que deu origem a esse dia de guarda no próprio Éden (ver Gn 2:1-3). Além disso, não é coincidência que o poder representado pela besta é o mesmo poder que alega ter mudado o mandamento do sábado para o domingo, sem base bíblica alguma. Com esse pano de fundo em mente, faz todo o sentido a ideia de que sábado e domingo estão envolvidos na questão da adoração – novamente, ao Criador (ver Ap 14:6, 7) ou à besta. Encontramos no NT um antecedente da questão do sábado versus a lei humana.

7. Leia Mateus 12:9-14 e João 5:1-16. O que levou os líderes religiosos a querer matar Jesus?

Em Mateus 12, depois que Jesus curou no sábado o homem com a mão ressequida (Mt 12:9-13), como os líderes religiosos reagiram? “Mas os fariseus, saindo dali, conspiravam contra Ele, procurando ver como O matariam” (Mt 12:14). Eles procuraram matar Jesus por causa do sábado? Em João 5:1-16, depois de outra cura miraculosa ocorrida no dia sagrado, os líderes “perseguiam Jesus, porque fazia essas coisas no sábado” (Jo 5:16).

O desejo de matar por causa da tradição (a Bíblia não proíbe curas no sábado, assim como nenhum texto bíblico colocou a guarda do domingo em lugar da observância do sábado) versus a maneira correta de observar o sábado? Embora a questão específica com Jesus não seja a mesma dos eventos finais, é bem próxima: lei humana versus a lei de Deus – e, em ambos os casos, a lei contestada gira em torno do sábado bíblico.

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Que justificativas alguém poderia usar para evitar a morte por causa da lei de Deus?
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Sexta-feira, 20 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 15
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 527-540 (“O grande resgate”).

“Em todos os tempos, Deus tem usado os santos anjos para socorrer e livrar Seu povo. [...] vieram como homens com roupa de peregrino. Anjos apareceram em forma humana a homens de Deus. Repousaram, como se estivessem cansados, sob os carvalhos ao meio-dia. Aceitaram a hospitalidade dos lares humanos. Agiram como guias aos viajantes surpreendidos pela noite. Acenderam com suas próprias mãos o fogo no altar. Abriram as portas do cárcere, libertando os servos do Senhor. Revestidos da armadura do Céu, vieram para remover a pedra do túmulo do Salvador.

“Muitas vezes, anjos aparecem em forma humana nas assembleias dos justos. Eles visitam também as reuniões dos ímpios, assim como foram a Sodoma, para fazer um relatório de suas ações e verificar se passaram dos limites da paciência de Deus. O Senhor tem prazer na misericórdia; e, por amor aos poucos que realmente O servem, restringe as calamidades, prolongando a tranquilidade das multidões. Aqueles que pecam contra Deus mal compreendem que devem sua própria vida aos poucos fiéis que eles gostam de ridicularizar e oprimir” (O Grande Conflito, p. 524).

Perguntas para consideração

1. Leia 2 Timóteo 1:7. Que aspectos das profecias mais o preocupam? Como nos livrar do medo e ver esperança nas profecias?

2. Pode ser difícil ver como o sábado e o domingo se tornarão o centro das atenções no fim, mas o mundo pode mudar. Devemos basear nossa fé em eventos que podem mudar em um instante, ou unicamente na Palavra?

3. Os impérios de Daniel 2 e 7 surgiram e desapareceram como previsto. De nossa perspectiva hoje, apenas mais um reino está por vir. Qual é esse reino, e por que podemos ter certeza de que ele, de fato, virá como previsto?

Respostas às perguntas da semana: 1. Nabucodonosor viu uma estátua, e cada parte era formada de um metal. Daniel explicou que representavam os reinos deste mundo, desde Babilônia até os reinos que surgiram do Império Romano. Os reinos humanos serão substituídos pelo reino eterno de Deus. 2. Nabucodonosor desafiou a mensagem de Deus e disse que o seu reino (a cabeça de ouro) duraria para sempre. Essa história é um tipo do que ocorrerá no futuro. 3. Ler Daniel 3:17, 18. Eles estavam dispostos a servir e obedecer a Deus mesmo que isso lhes custasse a vida. 4. O Apocalipse destaca dois grupos: o povo de Deus, que obedece aos Seus mandamentos, honrando-O como o Criador; o outro grupo é a maior parte do mundo, que segue mandamentos humanos. 5. A questão central é quem adoramos: Deus ou alguma outra coisa? A ira de Deus é Sua justa reação ao pecado. 6. Os primeiros cristãos estavam sendo perseguidos por servirem a Cristo. Alguns foram libertados por Deus, mas outros foram mortos. O mesmo acontecerá nos últimos dias. 7. Jesus observava o sábado conforme estabelecido por Deus; os líderes religiosos, segundo suas próprias tradições.

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Resumo da Lição 12
Precursores dos eventos finais

TEXTO-CHAVE: 2Tm 1:7

FOCO DO ESTUDO: Dn 2:31-45; Ap 13:11-17

ESBOÇO

Introdução: Nas últimas duas semanas, estudamos histórias bíblicas e salmos que continham alusões a profecias futuras. No entanto, essas projeções para o futuro eram apenas percepções indiretas que nos preparavam para receber e entender a mensagem da profecia. Nesta lição, prestaremos atenção às profecias que se referem explicitamente ao tempo do fim. Devemos lembrar que a Bíblia não é apenas um livro de belas histórias escrito para nosso entretenimento. Nem é simplesmente um livro de edificação espiritual e moral. O que torna a Bíblia única é sua mensagem de esperança: Deus salvará o mundo no fim dos tempos.

A mensagem de esperança, é claro, está presente em diferentes formas ao longo das Escrituras. Mas são particularmente os dois livros apocalípticos, Daniel e Apocalipse, que focalizam o destino final do mundo. 

Esses dois livros estão interligados e, por isso, serão consultados em conjunto. A lição desta semana começará abordando a sequência geral dos eventos proféticos, conforme revelada na profecia da estátua em Daniel 2:31 a 45. Em seguida, vamos considerar os últimos dias da história humana, analisando como a profecia de Daniel expõe o poder do mal e sua mentalidade, que já se manifestaram nos reis de Babilônia (Dn 3). A profecia, então, se cumprirá no chifre pequeno dos capítulos 7 e 8, e na besta de Apocalipse 13 e 14.

COMENTÁRIO

A mentalidade de Babel. O livro de Daniel começa com uma alusão à história da torre de Babel. Conforme o profeta relata o evento da vinda de Nabucodonosor contra Jerusalém, ele menciona a rara e antiga palavra Shinar, o próprio nome que se referia ao lugar em que os construtores de Babel construíram sua torre (Gn 11:2). Essa referência específica revela, desde o início do livro, a intenção do autor bíblico de associar o movimento de Nabucodonosor de trazer os artigos do templo de Jerusalém para seu lugar, Babilônia (Shinar), com os construtores da torre de Babel.

Em Daniel 2, esse mesmo rei teve um sonho que o perturbou. Daniel, que foi chamado para interpretar o sonho, explicou ao rei que o Deus do Céu enviou esse sonho para ajudá-lo a entender e perceber a iniquidade do “que passou pela sua mente” (Dn 2:30). Nabucodonosor tinha de fato a mesma mentalidade dos construtores da torre de Babel. Quando Nabucodonosor trouxe os artigos do templo de Deus para seu próprio templo, ele demonstrou a mesma intenção de tomar o lugar do Criador. Desde o início, Daniel revelou, então, a chave para o sonho. Esse sonho dizia respeito primeiro à mentalidade de “Babel” do rei. Posteriormente, em Daniel 3, o comportamento de Nabucodonosor confirmou esse juízo (veja a seguir). De fato, essa denúncia constitui o fio condutor que tece toda a profecia dos reinos da Terra.

Na sua introdução, Daniel destacou o orgulho e a pretensão de Nabucodonosor. Ele se referiu ao rei pelo título habitual, “rei dos reis”, um título que sugeria divindade, como se Nabucodonosor governasse sobre outros reis. Por outro lado, Daniel identificou claramente “o Deus do Céu” como o Único a quem o rei devia seu poder (Dn 2:37). Daniel retratou o rei como se ele fosse o próprio Criador (ao menos, segundo a visão de Nabucodonosor); mas, ao mesmo tempo, lembrou ao rei que é o Deus do Céu quem lhe concedeu tudo o que possui (Dn 2:38).

Então, Daniel anunciou que os seguintes reinos mundiais seriam inferiores ao reino de Nabucodonosor, implicando, novamente, que eles eram tão humanos e transitórios quanto ele e seu reino. Significativamente, o fim dos reinos é característico da mesma mentalidade que definiu Babel: os líderes dos reinos tentariam unir seus reinos e consolidar seu poder, assim como os construtores da torre de Babel fizeram (Gn 11:4).

Vale destacar que as principais características dessa tentativa de se misturar são simbolizadas pelo “barro do oleiro”. Esse barro representa um dos poderes escatológicos que surgiram logo após a queda de Roma pagã (Dn 2:41) e perduraram até o fim dos tempos, como indicado na frase que introduz o estabelecimento do reino de Deus: “Mas, nos dias desses reis, o Deus do Céu levantará um reino que jamais será destruído” (Dn 2:44).

Que esse poder escatológico tinha a mesma ambição de tomar o lugar de Deus como os homens de Babel já está implícito no material de barro do oleiro que o representa, e que é frequentemente associado na Bíblia com o símbolo da humanidade (Is 29:16; Jr 18:2; Rm 9:20, 21, etc.). Enquanto os outros materiais representam poderes políticos humanos, o barro representa um poder espiritual diferente, que afirma ser divino. É interessante notar que a última cena da visão, que culmina com o esmagamento de todos os reinos, termina com o barro no centro de todos os materiais: “o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro” (Dn 2:45). Posicionado como tal, no ápice de todos os outros materiais, o “barro” parece encarnar a essência do que esses reinos mundanos buscaram: a usurpação das prerrogativas divinas de Deus. 

O poder usurpador. Em Daniel 3, Nabucodonosor, de forma imediata (e ironicamente), desconsiderou o juízo do qual havia acabado de saber por meio do seu sonho. Ele se empenhou em tomar o lugar do Deus do Céu. O sonho deixou claro que “o Deus do Céu [levantaria] um reino que jamais será destruído” (Dn 2:44, ênfase acrescentada); mas, contrariando a vontade de Deus, Nabucodonosor se esforçou para “erguer” uma imagem de ouro que o representasse, a “cabeça de ouro” (Dn 2:38). Porém, Nabucodonosor não se contentou em ser apenas a cabeça de ouro, como o sonho indicava; ele agora se proclamou um rei eterno, cujo império duraria para sempre, simbolizado por sua estátua de ouro maciço. 

Em essência, Nabucodonosor “ergueu” sua imagem para substituir o reino eterno de Deus. Note o uso do mesmo verbo, “erguer”. A história não terminou aí com a usurpação de Nabucodonosor.

O próximo passo desse rei foi a perseguição violenta a todos aqueles que não se curvaram diante de sua imagem. A história nos conta que três hebreus se recusaram a adorar a imagem; e, como resultado, eles foram ameaçados de morte, quando um arauto proclamou que, “quem não se [prostrasse] e não [adorasse]” a imagem de ouro “[seria], no mesmo instante, lançado na fornalha de fogo ardente” (Dn 3:6). Todos os tipos de estratégias foram usados para convencer os hebreus a se curvarem. A ameaça de morte foi explicitamente representada pela fornalha aos pés da imagem. O poder da administração em todos os níveis foi empregado para garantir o controle de todas as várias camadas da população. O poder da mídia de massa foi usado para alcançar as pessoas em todas as partes do império. Até mesmo o poder da música e da arte foi usado para influenciar e controlar as emoções.

No relato de sua resistência, esses três hebreus não hesitaram em manter sua fidelidade a Deus. Os dois grupos de adoradores, o campo de Babel e o dos três hebreus, foram claramente delineados e contrastados: o campo de Babel é barulhento, pois eles “proclamaram em alta voz” (Dn 3:4). O campo de Deus, por outro lado, é silencioso: “Não precisamos nem responder” (Dn 3:16). Babel é poderoso, composto de “sátrapas”, “governadores” e outros líderes (Dn 3:2). O campo de Deus é humilde e modesto, descrito apenas como “homens judeus” (Dn 3:12). O campo de Babel é numeroso, abrangendo “todos os povos” (Dn 3:7). O campo de Deus é composto de apenas “três homens” (Dn 3:23). Babel está focado no presente: “quando ouviram [...], pessoas de todos os povos, nações e línguas se prostraram e adoraram” (Dn 3:7). O campo de Deus, porém, olha para o futuro: “Deus [...] nos livrará” (Dn 3:17). Os adoradores em Babel são legalistas, obedecem por medo e interesse próprio. Já os do campo de Deus servem a Ele por graça, mesmo que Ele escolha não os livrar (Dn 3:18).

O chifre pequeno e a besta. A mentalidade de Babel que caracterizou o poder representado pelo barro do oleiro reaparece no chifre pequeno de Daniel 7 e 8. Desta vez, porém, os personagens de usurpação e perseguição são mais vívidos e explícitos. Assim como o barro alegava ser divino, o chifre pequeno alega ser divino, e sua arrogância e usurpação são ainda mais pronunciadas (Dn 7:25), com a mesma conexão entre usurpação e perseguição (Dn 8:24, 25).

O livro do Apocalipse repete o mesmo cenário terrível, mas com simbolismo diferente. Logo após os mesmos quatro animais que vimos pela primeira vez em Daniel 7, a revelação apocalíptica identifica um poder de usurpação, que é identificado como uma besta. Como o pequeno chifre de Daniel 7 e 8, essa besta afirma ser divina (Ap 13:4) e persegue o povo de Deus (Ap 13:5, 7). Essa rápida pesquisa da profecia é necessária para que entendamos a palavra profética de advertência e para encorajar o povo de Deus (2Tm 1:7).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. Considerando que o chifre pequeno e a besta são frequentemente interpretados como representações históricas da Igreja Católica, como devemos lidar com essa identificação? Como devemos nos relacionar com pessoas católicas? Identifique a mentalidade de Babel ao longo da história (não apenas na Igreja Católica, mas também em regimes totalitários como o nazismo e o marxismo-stalinismo). Examine como a mentalidade de Babel pode se manifestar na sua igreja, em seu caráter pessoal, em suas relações com os outros, no ambiente familiar, no trabalho e na forma como você trata seus liderados, cônjuge e filhos. Como podemos fazer a transição de uma mentalidade de Babel para uma mentalidade bíblica?

2. Compare o acampamento de Babel com o dos três hebreus, considerando cada aspecto e refletindo sobre suas lições práticas: Essa comparação impacta sua vida na igreja? O que aprendemos com esses exemplos para nossos cultos? A música que tocamos ou a forma como pregamos influencia nossa adoração ao Criador? O que você aprende com o fato de que o acampamento de Deus é sempre uma minoria? Como essa verdade afeta o uso do argumento da maioria para sustentar verdades teológicas? Discuta com os membros da sua classe a importância de ser orientado para o futuro em vez de focalizar o presente. Como o pensamento voltado para o futuro ou o presente influencia suas escolhas éticas e conjugais? Uma perspectiva orientada para o futuro nos leva a considerar as consequências de nossas ações, enquanto o foco no presente, com ênfase na recompensa imediata, tende a ser superficial, egoísta, materialista e até perigosa para nós e para os outros. Comente sobre esse tema com a classe.

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Orando pela cidade sem igreja

Indonésia | Jerry

Quando era menino, Jerry viajava com seu pai de cidade em cidade para visitar os membros da igreja na ilha indonésia de Papua. Seu pai, um pastor adventista do sétimo dia, parava de tempos em tempos nos arredores de uma cidade que não tinha uma igreja adventista.

"Querido Deus", orava o pai. "Por favor, abençoe esta cidade dando-lhe uma Igreja Adventista um dia."

Jerry viu Deus responder a essas orações. Em uma cidade, uma igreja foi estabelecida cinco anos depois que seu pai orou. Em outra cidade, uma igreja foi inaugurada 20 anos depois.

Jerry seguiu os passos de seu pai e se tornou pastor em Papua. Ao visitar os membros da igreja ao redor do Lago Sentani em uma ocasião, ele se inspirou ao ver várias igrejas que haviam sido plantadas em cidades pelas quais seu pai havia orado anos antes.

Mas então ele viu uma cidade no Lago Sentani sem nenhuma Igreja Adventista e sem adventistas. Seu pequeno barco passou pela cidade de Yoboi enquanto ele navegava para outra cidade com membros da igreja.

Jerry lembrou-se do hábito de seu pai de orar por cidades sem igrejas e pediu ao barqueiro que diminuísse a velocidade. Ele queria orar por Yoboi.

Inclinando a cabeça, ele disse: "Querido Deus, por favor, abençoe esta cidade dando-lhe uma Igreja Adventista um dia".

O que aconteceu depois, ele só soube mais tarde.

Um morador proeminente da cidade viajou para Israel para uma excursão à Terra Santa dois meses após a oração de Jerry. O homem, cujo nome era Thonce, olhou pela janela de seu hotel em Jerusalém enquanto o sol se punha e notou uma atividade incomum na rua. Uma
sirene tocou, e os ônibus aceleraram para suas estações. Então tudo ficou quieto.

Thonce olhou para o relógio e viu que era sexta-feira à noite. Ele percebeu que o povo judeu estava parando seu trabalho para o sábado.

Então ele se lembrou de que trabalhou com vários adventistas em Papua que também paravam seu trabalho do pôr do sol de sexta-feira ao pôr do sol de sábado para guardar o sábado. Ele se perguntava: "A Igreja Adventista adora no mesmo dia que o povo de Israel. Por
que minha igreja também não? Minha igreja afirma adorar o Deus de Israel". Ele resolveu encontrar respostas quando voltasse para casa.

De volta a Papua, ele foi a uma Igreja Adventista em uma cidade vizinha e soube que ela estava realizando reuniões evangelísticas. O pastor da igreja, Jerry, convidou Thonce para participar.

Nas reuniões, Thonce encontrou respostas bíblicas para todas as perguntas sobre o sábado. Ele decidiu guardar o sábado, e ele e sua esposa tornaram-se adventistas do sétimo dia.

Pouco depois de seus batismos, Jerry visitou a casa deles em Yoboi e ajudou a organizar uma igreja doméstica. Foi uma resposta à sua oração e a continuação do legado de seu pai.

"Sou muito grato pela herança que meu pai me deixou", disse Jerry Jacobs, que agora é pastor da Igreja Adventista na Universidade Klabat. "Vamos continuar a orar para que um prédio da igreja seja aberto nesta cidade um dia."

Ore pela cidade de Yoboi em Papua, Indonésia. Ore para que o evangelho alcance mais lugares na ilha e mais igrejas sejam construídas lá. Parte da oferta deste trimestre ajudará a espalhar o evangelho em Papua por meio da construção de salas de aula, um prédio administrativo, uma biblioteca e um auditório na Faculdade Adventista de Teologia de Papua. A faculdade mudou-se para sua localização atual em Nabire depois que seu antigo campus em outra parte de Papua foi destruído por uma enchente em 2019. Atualmente, os alunos se reúnem em salas de aula cedidas por uma escola adventista. Obrigado por planejar uma oferta generosa para apoiar o treinamento de pastores e obreiros bíblicos na faculdade.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história
• Mostrar Papua, Indonésia, no mapa.
• Assista a um curto vídeo no YouTube com Jerry em: bit.ly/Jerry-SSD.
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• Saiba que Jerry adaptou a prática de seu pai de orar por cidades para prédios de apartamentos. Enquanto morava em Cingapura por cinco anos, ele orou por muitos prédios de apartamentos com entradas trancadas e descobriu que Deus providenciou maneiras de testemunhar aos residentes lá dentro. Vários residentes se tornaram adventistas depois.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2025

Tema geral: "Alusões, imagens e símbolos"?

Lição 12 – 14 a 20 de junho

Precursores dos eventos finais

 

Autor: Elton de Lima Alves Júnior

Editoração: Lucas Diemer de Lemos

Revisão: Rosemara Santos

 

            Os eventos finais da história terrestre têm seus precursores, e eles são aludidos no livro do Apocalipse. Esse é o caso, por exemplo, das histórias de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Contudo, cenários e contextos da igreja primitiva também encontram eco nesse registro.

            Portanto, perceber essas alusões e ecos nos ajuda na compreensão da mensagem profética, pois esses cenários se repetirão. A igreja receberá a chuva serôdia em um novo pentecostes, e o evangelho chegará com bastante força em todos os lugares. Contudo, a perseguição voltará a existir – inclusive com a promulgação de um decreto de morte contra os fiéis que não adorarem a besta nem a sua imagem.

Ou seja, Deus terá um povo que se distanciará dos demais habitantes da Terra. Eles terão uma fé inabalável e obedecerão aos Seus mandamentos.

 

Daniel 2 e a interpretação historicista

            Embora existam outras escolas de interpretação profética, os adventistas adotam o historicismo. Há boas razões para essa escolha. A principal delas se origina no próprio texto sagrado, tanto no livro de Daniel quanto no Apocalipse.

            Cinco são as chamadas escolas de interpretação profética. O preterismo defende que as profecias chegam, no máximo, ao tempo da queda do Império Romano Ocidental. O futurismo entende que as profecias têm cumprimento no futuro, inclusive do ponto de vista do leitor. O idealismo propõe que os textos proféticos apenas tratam da luta entre o bem e o mal. Assim, em todos os tempos e épocas, os textos podem se “cumprir”. O ecleticismo faz uma espécie de amálgama de todas essas abordagens, permitindo uma leitura preterista em alguns capítulos e futurista em outros, por exemplo.

            Contudo, Daniel como um todo e, especialmente, o capítulo 2, sugere que a leitura deveria ser historicista. Afinal, os impérios mundiais são apresentados em uma sequência até a volta de Jesus. Apocalipse 1 também aponta nessa direção. Uma combinação, sugerida pelo próprio texto em seu contexto, entre Apocalipse 1:3 e 7, sugere que as profecias do livro iniciam nos dias de João ainda e avançam até a volta de Jesus e seus desdobramentos (Ap 20 a 22).

 

Adorando a imagem

            A história de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não apresenta apenas uma cena de fé no Antigo Testamento. Ela contém paralelos com a experiência do povo de Deus nos últimos dias. Apocalipse 13:11 a 17 parece indicar isso.

            A história dos amigos de Daniel é especial. Primeiro, porque relata uma fé inabalável em Deus (Dn 3:16-18). Segundo, em virtude de que ela se repete no tempo do fim com o povo de Deus (Ap 13:15). Esse povo é o mesmo que guarda os Seus mandamentos (Ap 12:17), aceita (Ap 15:2-4) e prega as três mensagens angélicas (Ap 14:6-12).

            Em Apocalipse 13:15 há uma referência explícita a Daniel 3 (G. K. Beale e Sean M. McDonough, Apocalipse. Em: G. K. Beale e Carson [Org.], Comentário do uso do Antigo Testamento no Novo Testamento [Vida Nova, 2014], p. 1375). Os paralelos são interessantes. Primeiro, tanto a ordem de Nabucodonosor (Dn 3:4, 7) quanto a atuação da besta da terra (Ap 13:12) são universais. Segundo, a pena por não adorar a imagem de Nabudoconosor (Dn 3:6) e a imagem da besta (Ap 13:15) é a mesma: a morte. E claro, em cada contexto, há os que não adoram (Dn 3:16-18 e Ap 13:15).

 

Adorando a imagem novamente

            O Apocalipse menciona repetidamente um grupo identificado como “os que habitam sobre a terra” (3:10; 6:10; 8:13: 11:10 [2x]; 13:8, 12, 14 [2x]; 17:2, 8). Em todas essas referências, esse grupo é caracterizado por seu afastamento da vontade de Deus. No entanto, Deus tem um povo que não se assemelha a esses. Eles guardam os Seus mandamentos.

            Apocalipse 13:11 a 17 sugere que “os que habitam sobre a terra” adorarão a imagem da besta. João afirma que a besta que emerge da terra “engana” (Ap 13:14) esse grupo, levando-os a criar uma imagem para a primeira besta. Esses são os mesmos que recebem também a marca da besta (Ap 13:16, 17), a qual está diretamente ligada com a transgressão do quarto mandamento.

            Contudo, Deus terá um povo que obedecerá aos Seus mandamentos (Ap 12:17), inclusive à ordem de não fazer nem adorar qualquer imagem de escultura (Êx 20:4-6). Essa prática claramente implica em juízo de Deus, algo evidente tanto em Êxodo 20:6 quanto em Apocalipse 14:9 a 11, por exemplo. O povo de Deus, assim como os amigos de Daniel, prefere enfrentar o decreto de morte (Ap 13:15) dos homens do que pecar contra Deus.

 

Perseguição à igreja apostólica

            A perseguição ao povo de Deus não é novidade; ela começou bem cedo na história da igreja cristã. No tempo do fim voltará com mais força ainda. É o que revela Apocalipse 13:15 e seus desdobramentos no livro.

            Entre os relatos da igreja cristã em seus primórdios, temos o de Atos 12:1-17. Ali a pena de morte é dada para os cristãos. Um deles, Tiago, morre decapitado por ordem de Herodes Agripa I, enquanto Pedro é miraculosamente libertado do cárcere. Isso mostra que Deus nem sempre livra de forma imediata, ainda que o faça em algumas ocasiões.

            No fim dos tempos, um decreto de morte voltará a ser pronunciado contra os servos de Deus. Isso ocorrerá quando as duas bestas se unirem, após a ressurreição da primeira besta (Ap 13:14, 15). A besta da terra liderará um movimento de adoração à primeira besta, usando a imagem dela. Isso resultará na restrição da liberdade e na imposição de dogmas não bíblicos.

 

A marca da besta

            Os adventistas entendem que a marca da besta é uma direta contrafação ao mandamento do sábado. Há diversas razões para ter essa compreensão, tanto no contexto de Apocalipse quanto em um antecedente em Mateus.

            Literariamente, a passagem de Apocalipse 12:6, 13 a 16 se desdobra em Apocalipse 13:1 a 10, enquanto Apocalipse 12:17 é ampliada em Apocalipse 13:11 a 17. Essa estrutura indica que a marca da besta tem algum tipo de relação com os mandamentos. Além disso, o contexto sugere que ela está diretamente ligada ao tema da adoração (Ap 13:12 e 14:9-11).

            Há fortes indicações de que o sábado estará em foco na crise final. Primeiro, Apocalipse 13:16 alude a Deuteronômio 6:6 a 8, o que explica porque a marca é colocada sobre a mão e sobre a fronte. Segundo, Apocalipse 13:17 alude a Neemias 10:31, pois os verbos comprar e vender possuem relação direta com o quarto mandamento. Por fim, Mateus 12:9 a 14 pode ser um antecedente que mostra que mandamentos humanos podem se chocar de tal forma com os divinos que resultam em perseguição e morte.

 

Conclusão

            O fim se aproxima rapidamente. A perseguição virá com muita força. Porém o Senhor dos exércitos é o nosso Deus, e Ele protegerá os Seus filhos. A redenção daqueles que são fiéis é certa. Estejamos entre eles.

 

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Elton Júnior é pastor adventista. Formou-se Bacharel em Teologia pelo UNASP-EC, em 2008. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Trabalhou em diversas funções em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É Mestre em Interpretação Bíblica pelo UNASP. Atualmente mora em Santiago, servindo como Secretário Executivo da União Chilena, desde 2023. É casado com Gisselle, pedagoga. O casal tem três filhos: Isaac, Rebecca e Giovanna.