No livro Não Faça Tempestade em Copo D’água, o psicoterapeuta Richard Carlson propõe o seguinte desafio: “Imagine que todas as pessoas do mundo sejam iluminadas, menos você.” Nesse exercício, o autor sugere que olhemos para os que estão ao nosso redor como se todos fossem nossos professores e estivessem fazendo as coisas certas para nos ajudar a crescer.

Essa forma de ver a vida é interessante e, em certo sentido, contraria nossa natureza. Afinal, temos dificuldade de admitir que estamos errados, pois não gostamos de ser repreendidos e, em muitos casos, até nos afastamos daqueles que tentam nos corrigir. Estar sempre na posição de aprendiz é desagradável para nós. Mas o verso de hoje nos adverte quanto à importância da disciplina e do aprendizado.

A postura que adotamos diante da correção determina o impacto que ela terá sobre nós. Se adotarmos a postura natural de autodefesa, dificilmente conseguiremos enxergar a bênção por trás de uma repreensão pertinente. Por outro lado, se a enxergarmos como uma oportunidade para o aperfeiçoamento, amadureceremos. Mas é importante ressaltar que nosso orgulho tende a tornar esse processo mais doloroso do que deveria.

Obviamente, não vivemos em um mundo repleto de iluminados, mas podemos aprender algo com todos, até mesmo aprender o que não fazer. Um cartão em uma partida de futebol, uma multa de trânsito e, principalmente, aquelas indiretas de pessoas com as quais mais convivemos e temos intimidade, tudo isso pode nos ajudar a crescer.

Se nos conscientizarmos de que não somos perfeitos e estamos em um processo contínuo de crescimento, que é a santificação, encararemos a repreensão como uma oportunidade para nos tornarmos pessoas melhores. E quem não quer ser melhor hoje do que foi ontem?