Os fariseus foram, talvez, o grupo religioso dentro do judaísmo mais destacado nos dias de Jesus. Seu nome deriva da palavra aramaica perushim, que significa “separados”. Sua intenção era a devoção à lei judaica e a observância rigorosa das tradições construídas pelos sábios ao longo da história do judaísmo. Eles eram respeitados por sua devoção zelosa e erudição, mas foram reprovados por Cristo em Seus ensinos, como sendo indivíduos que negligenciaram os aspectos mais importantes da lei: justiça, misericórdia e fé.

Os fariseus, em sua maioria, eram mestres da lei, mas muitas vezes falhavam na expressão da graça. Peritos na letra, revelavam-se em muitos casos analfabetos para o agir do Espírito. Grandes campeões da doutrina, mas fracassados quanto à compreensão da salvação.

Ávidos estudiosos de disciplinas religiosas que nem eles mesmos eram capazes de praticar em sua essência, portavam-se como donos da verdade. Propunham-se a ser advogados de Deus, mas se esquivavam de ser Suas testemunhas; supostos homens de Deus que não conduziam os homens a Ele; povo da Bíblia, que não guiava o povo ao Verbo encarnado. Guardiões indefesos de rituais vazios, tão atentos ao seu trabalho que se esqueciam da verdadeira obra de Deus.

Muitos deles foram os mais renomados pregadores de um “euvangelho”, ou seja, um evangelho centrado no ego. Preferiram confiar em seu próprio suor a aceitar pela fé o sangue do Salvador. Estudiosos das profecias, se tornaram os principais oponentes do evangelho. Pobres fariseus, no fim, a mais severa punição de muitos deles era a própria religiosidade estéril. Cheios de rituais, vazios de relacionamento.

O espírito do farisaísmo continua vivo entre nós, e corremos o risco de reproduzir os mesmos erros. Hoje, peça a Deus que sonde seu interior e lute com as armas da graça para viver a verdade do evangelho em sua vida.