Quarta-feira
06 de agosto
O medo, o furão e a piada
Acalme-se! Fique quieto! Marcos 4:39

–Ahhhh! – gritou Melissa, pulando no sofá, com a pipoca voando pelo ar. Virei-me e vi um furão correndo pelo tapete e desaparecendo sob a poltrona na sala ao lado. Fechei a porta de vidro rapidamente e ponderei sobre o que eu deveria fazer. Mas era difícil pensar enquanto Melissa continuava gritando e pulando.

– Há duas semanas, tinha um guaxinim debaixo do carrinho de mão. Na semana passada, era um gambá dormindo na secadora de roupas. Agora, é um…

– Furão – eu disse, pretendendo explicar que o nome significa “pequeno ladrão”. Mas o caos era ensurdecedor e perturbador demais.

– Melissa, fique quieta! Você pode ir para seu quarto e pular, gritar e ser parte do problema, ou pode pegar a vassoura e ser parte da solução. Você decide.

Que silêncio abençoado, mas que durou pouco. Em um piscar de olhos, ela estava de volta. Com a vassoura na mão, entrei na marquise e, afastando-me da poltrona, abri a porta externa. Do outro lado, bati a vassoura propositalmente no chão antes de enfiar o longo cabo sob a poltrona. Voilà! O furão passou pela porta aberta e desapareceu na floresta.

– A culpa é minha – disse Melissa, apontando para a porta da frente, entreaberta.

– Acontece – respondi. – O que você pode fazer diferente numa próxima vez?

– Fechar e trancar a porta – ela respondeu, trêmula. – Vou aspirar a pipoca do chão. Desculpe por ter gritado. Como você conseguiu ficar tão calma?

– Quanto mais calma você estiver, mais rápido será para seu cérebro encontrar a solução – eu disse.

Senti-me grata por haver apenas um furão e não uma porção deles; assim, eu soube como proceder.

Nunca tive a intenção de rir, na verdade. Mas, ao me lembrar de como a Melissa parecia engraçada pulando, com a pipoca voando por toda parte e gritando igual uma louca, comecei a rir. Em pouco tempo, nós duas estávamos às gargalhadas, chorando de tanto rir. Outra boa lembrança para saborearmos com o passar dos anos…

Você consegue “ficar calma”? É possível ter paz mesmo em meio ao caos.

Arlene R. Taylor