Quinta-feira
18 de setembro
O CHAMADO
Então o Senhor perguntou a Moisés: “Que é isso que você tem na mão?” Ele respondeu: “Um bordão.” Êxodo 4:2

Moisés estava tranquilo cuidando das ovelhas. Depois de quatro décadas tentando esquecer o incidente que o fez fugir do Egito, o que menos desejava era voltar para lá. Ele havia constituído família e estava feliz. No entanto, Deus apareceu numa sarça em chamas e ordenou que Moisés regressasse ao Egito para libertar Seu povo. Moisés reuniu argumentos para não ir.

Então Deus lhe perguntou: “Que é isso que você tem na mão?” Essa pergunta era mais do que uma simples retórica. Ela fez Moisés refletir sobre o motivo de sua recusa. Aquele cajado era o seu ganha-pão.

Nesse sentido, o bordão era um símbolo paradoxal. Embora os egípcios não apreciassem o ofício pastoril, cajados e varas de pastor estavam entre os principais emblemas da nobreza. Muitos sarcófagos, estátuas e pinturas mostram faraós e deuses segurando um cajado e um malho em
ambas as mãos.

Não sei se Moisés, durante sua fuga, levara consigo o cajado de ouro que anteriormente ostentava. De qualquer forma, o que ele usava agora era um pedaço tosco de madeira, representando sua nova realidade como um simples pastor do deserto.

O cajado então se transformou em cobra, e Moisés fugiu dela. “Pegue-a pela cauda”, disse o Senhor. Obviamente, a maneira usual de agarrar uma cobra é atrás da cabeça. A ordem inusitada evoca imagens de sacerdotes egípcios segurando serpentes pela cauda. Esse era o método, na cultura que Moisés conhecia, para enfrentar a magia de um inimigo. Não que Deus endossasse superstições pagãs, mas Ele falou com Moisés usando sua cultura para facilitar o entendimento da mensagem.

E tem mais, para pegar a cobra pela cauda, Moisés precisou parar de fugir. Ao dar meia-volta e encará-la, foi a cobra que passou a fugir dele. Isso também pode acontecer com você hoje. “Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês” (Tg 4:7).

Não deixemos que nada, nem mesmo um ganha-pão honesto, nos sirva de empecilho para cumprir o desígnio de Deus. Se hoje o Senhor lhe estender um chamado, aceite-o, mesmo que isso implique sair da zona de conforto. Aquele que convida também cuida e capacita.