Desde criança, meus maiores momentos de paz surgem em meio à natureza. E era exatamente dessa segurança que eu estava precisando naquele momento, pois estava em um hospital de Joanesburgo, após uma cirurgia de emergência. Sozinha naquele continente, passando por uma emergência de vida ou morte, eu me sentia extremamente assustada. Ai, como eu precisava ser confortada e tranquilizada! Foi aí que Deus levou meu olhar para além da janela do meu quarto de hospital: o sol estava se pondo e salpicava o céu com uma linda tonalidade avermelhada – um lembrete inesperado de que a tarde e a manhã do primeiro dia tinham passado.
Nosso Deus Criador ainda estava no céu. Aquilo tocou profundamente minha alma ferida, quebrantada e deprimida. Lágrimas brotaram em meus olhos. Embora eu tenha me sentido muito pequena diante daquela imensidão do céu, também me senti muito importante. Naquele momento, pude ouvir claramente a resposta à pergunta que eu havia feito antes de partir para aquela viagem à África do Sul: Será que Deus realmente me ama?
“Eu amo você, Gail, e você terá que confiar em Mim!” Confiar? Confiança – do outro lado da Terra. Confiança – em um país onde eu não conhecia ninguém. Só confiar. No entanto, a mensagem foi clara. Se eu quisesse me recuperar – corpo, mente e espírito –, caso eu estivesse doente e cansada, então eu teria que confiar. Precisaria permitir que o Deus que me ama fosse realmente o Deus da minha vida. Eu teria que entregar a Ele meus anos de culpa reprimida, dor, mágoa, tristeza e depressão. Teria que me entregar e estar disposta a segui-Lo e a aprender com Ele.
Ali, naquela cama de hospital, perto daquela janela panorâmica – sendo que tanto a cama de hospital como a janela haviam sido me dadas para um momento como esse –, decidi que, pela primeira vez em muito tempo, eu seguiria o que Deus me dissesse. Restauração e recuperação, Criador e criatura, dom e Doador, filha e Pai, humana e Divino – unidos em um mesmo pensamento. Essa seria a minha primeira experiência como um ato puro de adoração, sem aplausos, afiliações ou rituais humanos. Somente Ele e eu.
Eu sabia que nunca mais seria a mesma por causa do que tinha acontecido naquele quarto de hospital. Sou muito grata pelo dom da adoração! Obrigada, Senhor, pela oportunidade de eu ser apenas humana na presença do Todo-Poderoso.
Gail Masondo