Pare e pense: se a Bíblia diz que “não há nenhum justo, nem um sequer” (Rm 3:10) e que, se alguém descumpre apenas um ponto da lei, torna-se culpado de todos (Tg 2:10), que esperança nós temos?

Essas dúvidas aparecem porque não percebemos que, logo após a Lei ser pronunciada, a próxima ordem de Deus é exatamente a construção de um altar de sacrifícios. É como se Deus dissesse: Lembrem-se de que não são as obras que purificam vocês. O altar é o centro da aliança entre Deus e Seu povo.

Anular a Lei criaria uma sociedade permissiva. A Lei estabelece um padrão, um referencial. Sem ela, nem sequer poderíamos tentar construir um mundo melhor. A base da Lei é a misericórdia. Exatamente por isso, a construção do altar apontava para a singularidade do sistema legal celestial: caso você peque, alguém tem que pagar, mas esse alguém não é você. O Deus das oportunidades está disposto a assumir as consequências do nosso pecado e nos dar uma nova chance de recomeçar.

Estamos acostumados a um sistema legal punitivo. O descumprimento das leis deve resultar inevitavelmente em uma pena. Quando Deus instituiu Suas Leis, contrariando a lógica do castigo, Ele estabeleceu o altar como local de perdão. Ele era uma prefiguração da cruz de Cristo, o altar de madeira onde o Cordeiro de Deus foi sacrificado como nosso substituto para nos reconciliar com o Pai pagando a pena por nossa transgressão da Lei.

Isso me faz recordar a história de Bridger Walker, um garotinho de seis anos que lutou com um cão feroz e levou 90 pontos em seu rosto, encarou a morte e se tornou o mais novo herói da internet. A razão de sua luta? Bridger enfrentou o animal para defender sua irmã caçula da morte. Quando lhe perguntaram por que havia feito aquilo, ele respondeu: “Se alguém deveria morrer, esse alguém era eu.”

Foi exatamente isso que Jesus fez. Como primogênito da criação, Ele enfrentou a fúria do pecado e cambaleou com o corpo rasgado pelas chicotadas para que você e eu tivéssemos vida! Diante disso, o mínimo que podemos fazer é viver por Aquele que preferiu morrer em nosso lugar.