Nascemos com muita fome e pouca paciência. E parece que, ao longo do tempo, pouca coisa muda. Por isso, jejuar é um enorme desafio. Afinal, nossa geração não precisa sentir fome para desejar comida. Mais do que uma necessidade, comer se tornou um vício. Sempre cabe mais um pedacinho de pizza ou uma porção de batatas fritas. Quando estamos com fome, muitas vezes nos tornamos agressivos, bravos, primitivos. Para muitos, é difícil se controlar quando a barriga não está cheia.
Pedimos um coração igual ao de Jesus, mas não conseguimos nem ter um estômago como o Dele. Logo após Seu batismo, o Filho de Deus não optou por uma comemoração regada a comida farta e sobremesas açucaradas. Ele escolheu jejuar por 40 dias no deserto. Faminto, desfigurado, enfraquecido, torturado pelas circunstâncias, foi assim que enfrentou o inimigo. Incrivelmente, tanto tempo sem comer não afetou Sua fidelidade: “Nem só de pão viverá o homem” (Mt 4:4), exclamou Jesus diante do tentador. Aquele tempo de escassez paradoxalmente o guiou à plenitude da fé.
A experiência de Cristo nos ensina algo que há alguns anos eu traduzi em uma pequena rima ao tratar do tema com os jovens: “Jejum não é ato de penitência. / É exercício de obediência. / É provar que a essência / Vale bem mais que a aparência. / Alimenta a consciência, / Acaba com a prepotência, / Nos ensina paciência. / É presença na ausência. / Jejum não é prova de resistência / Nem é mera obediência. / É viver a experiência / Da completa dependência.”
Os primeiros cristãos jejuavam semanalmente. Em nossos dias, mal fazemos isso uma vez ao ano. Quando fazemos, recorremos a uma alternativa mais soft: um jejum frugal. Chegou o tempo de subir o nível da nossa experiência de fé. O jejum precisa fazer parte do estilo de vida de qualquer cristão. Tire pelo menos um dia por mês para jejuar e buscar a Deus em oração por uma causa aparentemente impossível. Você verá Deus fazendo milagres em sua vida. Não ignore o poder de um estômago vazio e de um coração cheio de fé. Jejum e oração são o verdadeiro empoderamento na vida de um jovem cristão.