Domingo
09 de novembro
SEDE DE ETERNIDADE
Deus fez tudo formoso no seu devido tempo. Também pôs a eternidade no coração do ser humano, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim. Eclesiastes 3:11

No texto bíblico de hoje, a eternidade que Deus colocou em nosso coração está em contraste com o “devido tempo” que aparece no início do versículo. A vida como a conhecemos não é mais do que uma sucessão alternada de eventos marcados por riso e choro, alegria e tristeza, dor e alívio.

Para cada um desses sentimentos Deus designou um tempo como forma de aliviar a condição em que nos encontramos. Com a queda de Adão e Eva, a história humana se tornou uma sequência constante de dor e sofrimento, que durará até a restauração de todas as coisas.

Foi por misericórdia que o Criador nos deu o milagre do alívio, que interrompe essa linha de tragédias, dando-nos fôlego para enfrentar novos infortúnios. Ao contrário do que se pode supor, na atual condição deste mundo, não são as dores que interrompem a felicidade; é a felicidade
que interrompe a dor.

Mas, para que não nos acostumássemos com essa condição, Deus colocou a eternidade em nosso coração, que é o anseio pela continuação permanente da alegria e do prazer. Nenhum de nós experimentou a felicidade completa. O que temos são momentos de alívio, como se a alegria demandasse a tristeza para poder existir. Por exemplo: quanto maior a fome, mais gostosa a comida; quanto maior o cansaço, melhor o sono; quanto maior a saudade, mais aconchegante o abraço.

No entanto, nossa alma anseia por uma saciedade que não dependa da sensação de sede para ser experimentada, um descanso que não pressuponha o cansaço, um reencontro que não envolva a dor da separação. Nossa mente não consegue imaginar como seria isso, mas é o que queremos.

Que mãe não sofre com o crescimento dos filhos, mesmo desejando vê-los se desenvolverem? Lembro-me de uma amiga que, em lágrimas, expressou a dor ao pensar na última noite em que colocará suas gêmeas para dormir no quarto, quando já estarão grandes demais para isso.

Portanto, aproveite bastante sua vida com a consciência de que as coisas ruins passarão e as boas serão apenas a degustação de algo infinitamente melhor que teremos no paraíso com Cristo.