No coração da savana africana, o leão busca sua presa. À medida que se aproxima daquela que é uma forte candidata a se tornar sua próxima refeição, ele entra em um estado de concentração absoluta. Antes do ataque, ele lança um rugido aterrador, a fim de deixá-la desorientada e, consequentemente, mais vulnerável.

O que isso tem a ver com o texto de hoje? Curiosamente, muita coisa. Em certos círculos religiosos, a meditação é usada na tentativa de levar o indivíduo a alcançar uma conexão mais profunda consigo mesmo ou com o transcendente. Em outros contextos, ela se tornou um exercício meramente acadêmico e intelectual. Mas, no verso de hoje, a palavra meditar não está relacionada a nenhuma dessas práticas religiosas equivocadas.

Em Isaías 31:4, a mesma palavra traduzida no Salmo 1:2 como “medita” é usada em referência ao rugido de um leão prestes a capturar a presa. Com base nisso, podemos dizer que o tipo de meditação louvado no verso de hoje é semelhante ao método de caça do rei da selva. No que diz respeito à finalidade, é um ato de sobrevivência, motivado pela necessidade de saciar a fome da Palavra de Deus, que atinge e move todo o ser.

Como um leão, o leitor da Bíblia precisa de tempo e concentração para nutrir-se do alimento espiritual. Ellen G. White aconselhou: “É muito pequeno o benefício que se tira de uma leitura apressada da Bíblia. Pode-se ler a Bíblia inteira sem que se veja sua beleza ou se compreenda sua profundidade, nem seus significados escondidos. Tem mais valor uma passagem estudada até que seu significado fique claro, e sua relação com o plano da salvação se torne evidente, do que percorrer os olhos por vários capítulos sem um propósito definido e sem que se obtenha alguma instrução. Esteja sempre com sua Bíblia. Leia-a sempre que tiver oportunidade; decore as passagens. Mesmo andando pelas ruas, você pode ler uma passagem e meditar sobre ela, fixando-a na mente” (Caminho a Cristo, p. 57 [90]).

Devemos, portanto, ser caçadores da Palavra de Deus. Somente ela é capaz de nos trazer a real satisfação ao saciar a fome do nosso coração.