Freud não acreditava no livre-arbítrio no sentido tradicional de liberdade completa e consciente de escolha. Ele entendia que o comportamento humano é determinado por fatores inconscientes, conflitos internos e experiências passadas. Sua teoria conquistou muitos adeptos. Entre eles estava Viktor Frankl, psiquiatra judeu e ex-professor da Universidade de Viena. Contudo, ao prosseguir em seus estudos, especialmente após a experiência traumática como prisioneiro em Auschwitz, Frankl abandonou o pensamento determinista proposto por Freud.
“Graças a Deus, Sigmund Freud não precisou conhecer os campos de concentração do lado de dentro”, escreveu Viktor Frankl em seu clássico Em Busca de Sentido. “Seus objetos de estudo”, acrescentou, “se deitavam sobre divãs de veludo desenhados no estilo da cultura vitoriana, e não na imundície de Auschwitz.” Foi no campo de concentração que Frankl percebeu que a teoria determinista de Freud não podia ser comprovada empiricamente.
De acordo com Frankl, Freud disse que, se um grupo de pessoas fosse submetido a uma situação uniforme de fome, as nuances individuais se apagariam e os indivíduos teriam comportamentos semelhantes na busca pela sobrevivência. Entretanto, em Auschwitz, Frankl presenciou comportamentos diferentes de pessoas submetidas a torturas desumanas. Com base nessa experiência, ele escreveu: “O homem, em última análise, é autodeterminante. Aquilo que ele se torna – dentro dos limites dos seus dons e do ambiente – é ele que faz de si mesmo. No campo de concentração, […] testemunhamos alguns dos nossos companheiros se portarem como porcos, ao passo que outros agiram como santos. O homem tem dentro de si ambas as potencialidades; qual será concretizada depende de decisões, e não de condições.”
De modo diferente de Freud, Frankl acreditava que o ser humano é capaz de fazer escolhas significativas, mesmo em circunstâncias difíceis. O indivíduo tem poder para agir e responsabilidade sobre suas ações, independentemente das circunstâncias. A Bíblia nos diz que Adão fracassou no paraíso, enquanto Cristo venceu no deserto. A escolha, portanto, está em nossas mãos, e o poder para agir está em Deus. Pense nisso!