Lição 13
23 a 29 de março
Espere no Senhor
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Lm 3
Verso para memorizar: “Espera no Senhor , anima-te, e Ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor” (Sl 27:14, ARC).
Leituras da semana: Sl 27:14; Rm 8:18-25; Sl 131; Mt 18:3; Sl 126; 92; Mc 16:1-8; 2Pe 1:19

Chegamos à última semana de estudo deste trimestre sobre Salmos. A jornada espiritual nos levou através da experiência de temor diante do majestoso Criador, Rei e Juiz; consideramos as alegrias da libertação, do perdão e da salvação divinas; refletimos sobre momentos de entrega em pesar e lamento; e pensamos nas gloriosas promessas da presença eterna de Deus ea expectativa da adoração universal ao Senhor, que durará para sempre. Entretanto, a jornada continua enquanto vivemos na esperança da vinda do Senhor, quando nosso anseio por Deus será finalmente satisfeito. Se há uma frase final que podemos extrair de Salmos, esta é: “Espere no Senhor”.

Esperar no Senhor não é uma espera ociosa e desoladora pelo tempo de alguém. Em vez disso, esperar no Senhor é um ato cheio de confiança e fé que se revela na ação. Esperar no Senhor transforma nossas noites sombrias com a expectativa da manhã gloriosa (Sl 30:5; 143:8); fortalece nosso coração com esperança renovada e paz; motiva-nos a trabalhar mais, trazendo os feixes da colheita abundante dos campos missionários do Senhor (Sl 126:6; Mt 9:36-38). Esperar no Senhor nunca nos envergonhará; seremos ricamente recompensados, pois o Senhor é fiel a todas as Suas promessas (Sl 37:7-11, 18, 34; 71:1; 119:137, 138).

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Domingo, 24 de março
Ano Bíblico: RPSP: Lm 4
O chamado da espera

1. Leia os Salmos 27:14; 37:7, 9, 34; 39:7; 40:1; 69:6; Gálatas 5:5 e Romanos 8:18-25. O que esses textos rogam que o povo de Deus faça? 

Talvez a espera seja um dos maiores estresses da vida. Não importa quem somos, onde vivemos e a nossa condição na vida, precisamos esperar pelas coisas: filas de atendimento, consultas médicas, etc. Geralmente não gostamos de esperar, não é? O que dizer sobre esperar por Deus? A ideia de esperar no Senhor aparece nos salmos e em toda a Bíblia. A palavra usada nesse contexto é perseverança, que é o compromisso de nos recusarmos a sucumbir ao medo da decepção de que, de alguma forma, Deus não nos ajudará. O servo de Deus espera, na certeza de que Ele é fiel. Os que esperam Nele podem confiar que, se Lhe entregamos nossas preocupações, Ele as resolverá para o nosso melhor, mesmo que não vejamos necessariamente desse modo. 

Esperar no Senhor é mais do que aguardar. É um anseio que se compara à sede em uma terra seca (Sl 63:1). O salmista espera muitas bênçãos, mas seu anseio de ser levado para perto de Deus supera qualquer desejo e necessidade na vida. 

Como lemos em Paulo, nessa passagem surpreendente em Romanos, Deus e toda a criação estão esperando a renovação do mundo e o abençoado encontro de Deus e Seu povo no fim dos tempos. Ele escreveu: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8:19). Que promessa incrível! 

No entanto, enquanto esperamos a salvação final e o reencontro com Deus, assim como “toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora” (Rm 8:22), o Senhor permanece com Seu povo no presente, por meio do Espírito Santo. 

Enquanto isso, somos chamados a testemunhar (At 1:4-8) do plano da salvação, que culminará em uma nova criação. Essa nova criação é o que aguardamos, o cumprimento final de nossas esperanças como cristãos adventistas. Esse nome, adventista, contém a ideia da esperança que temos. Esperamos, mas sabemos que não é em vão. A morte e ressurreição de Cristo, na primeira vinda, são a nossa garantia de Sua segunda vinda. 

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O que você espera de Deus? Como aprendemos a esperar com fé e confiança, especialmente quando aquilo pelo que estamos orando ainda não chegou?


Segunda-feira, 25 de março
Ano Bíblico: RPSP: Lm 5
Paz de uma criança desmamada

2. O que o Salmo 131 nos ensina sobre nosso relacionamento com Deus? 

O povo de Deus vive em um mundo que aflige os fiéis, um mundo cheio de tentações e dificuldades. A convicção renovada de que era filho de Deus e que sua vida dependia Dele confortava o salmista e o levou a confessar que seu orgulho não tinha valor. O orgulho engana, pois faz com que o orgulhoso se torne egocêntrico e incapaz de olhar além de si mesmo. Os orgulhosos são cegos para a realidade superior de Deus. Em contrapartida, os justos elevam os olhos a Deus (Sl 123:1, 2). O reconhecimento da grandeza divina os torna humildes e livres da busca de si mesmos e da ambição vã. O salmista confessou que não buscava “coisas grandes” nem “coisas maravilhosas demais” (Sl 131:1). Essas expressões descrevem as obras de Deus que estão além da compreensão humana. A ciência moderna nos mostra que mesmo as coisas “mais simples” podem ser incrivelmente complicadas e estar muito além de nossa compreensão, pelo menos por enquanto. De fato, há uma grande ironia: quanto mais aprendemos sobre o mundo físico, maiores são os mistérios diante de nós. 

Enquanto isso, a metáfora no Salmo 131:2, “como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe”, é uma imagem poderosa de alguém que encontra paz e calma no abraço de Deus. Ela aponta para o relacionamento amoroso que uma criança tem com sua mãe em vários estágios de sua infância. 

Ao desmamar-nos de ambições e orgulhos ilusórios, Deus nos introduz ao alimento sólido, que é “fazer a vontade Daquele que [enviou Jesus] e realizar Sua obra” (Jo 4:34; Hb 5:12-14). A confiança infantil descrita no Salmo 131 é a fé madura que foi provada e testada nas dificuldades e descobriu que Deus é fiel à Sua Palavra. 

Finalmente, a atenção do salmista repousa sobre o bem-estar do povo de Deus. Somos chamados a usar nossa experiência com Deus para fortalecer Sua igreja. Ou seja, a partir do que aprendemos da fidelidade e bondade divinas, podemos compartilhar com outros que, por algum motivo, ainda lutam com sua fé. Nosso testemunho sobre Cristo pode até mesmo se dar dentro da própria igreja, onde muitos precisam conhecê-Lo. 

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Leia Mateus 18:3. O que Jesus quis dizer com essas palavras e o que isso sugere?


Terça-feira, 26 de março
Ano Bíblico: RPSP: Ez 1
Trazendo os seus feixes

3. Leia o Salmo 126. O que dá força e esperança aos fiéis? O que é dito nessa passagem, nesse contexto, que podemos aplicar à nossa vida? 

Os livramentos do passado são fonte inesgotável de inspiração para os fiéis e fonte de esperança para o futuro. A libertação foi tão grande que poderia ser descrita como sonho que se tornou realidade (Is 29:7, 8). Observe que a geração que louva ao Senhor pela libertação do cativeiro (Sl 126:1) ainda se encontrava no cativeiro (Sl 126:4). No entanto, por meio de canções o povo revive a alegria e o alívio do passado e se apropria desses sentimentos na experiência de então. As novas gerações mantêm viva a história bíblica, incluindo-se entre os que viram os eventos em primeira mão. Assim, uma fé viva preza pelas grandes obras que Deus realizou em favor de Seu povo no passado como algo que o Senhor fez por nós, e não simplesmente coisas que o Senhor fez por eles (pelas gerações anteriores de crentes). 

A lembrança do passado suscita uma esperança renovada hoje. A imagem das “torrentes no Neguebe” (Sl 126:4) é uma metáfora da ação repentina e poderosa de Deus em favor do povo. O sul de Judá era uma região de deserto. Os riachos se formavam de forma repentina e ficavam cheios de água após fortes chuvas. As chuvas temporãs e serôdias tinham papel crucial no sucesso do ano agrícola (Dt 11:14; 28:12). Da mesma forma, a ideia de semear com lágrimas e colher com alegria (Sl 126:5, 6) é a promessa de que Deus conduzirá de um presente difícil para um futuro feliz. 

O fim da época da colheita era o tempo em que os peregrinos traziam os frutos da estação para o templo em Jerusalém (Êx 34:22, 26). A colheita oferecia uma lição espiritual para as pessoas. Assim como o trabalho de semear e cuidar dos campos, pomares e vinhedos é recompensado com a alegria da colheita, as provações do povo de Deus serão coroadas com a alegria da salvação no fim dos tempos. A imagem da grande colheita aponta para a restauração do reino de Deus na segunda vinda de Cristo (Am 9:13-15; Mt 9:37). Contudo, há a espera. Tal como acontece com a colheita, devemos esperar para ver o fruto e os resultados do nosso trabalho. 

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Você já viu o Senhor atuando em sua vida ou na vida de outras pessoas? Como nutrir esperança a partir dessas experiências para enfrentar seus desafios presentes?


Quarta-feira, 27 de março
Ano Bíblico: RPSP: Ez 2
Esperando no sábado de descanso divino

4. Quais dois aspectos do sábado são destacados no Salmo 92? 

O louvor a Deus pelas obras de Suas mãos (Sl 92:4, 5) e a descrição dos justos semelhante ao Éden (Sl 92:12-14) apontam para a criação, o primeiro aspecto que o sábado comemora. O salmo magnifica o Senhor por Sua vitória sobre os inimigos como o Deus da justiça (Sl 92:7-15) e assim reforça o segundo tema do sábado – a libertação (Dt 5:12-15). O Salmo 92 exalta a Deus pela criação passada e sustentação do mundo e aponta para a esperança na paz e na ordem divinas e eternas. O povo pode desfrutar do descanso sabático porque Deus é o “Altíssimo” (Sl 92:1); Sua posição superior lhe dá uma vantagem incomparável sobre seus inimigos. 

No entanto, embora seja o Altíssimo, o Senhor estende a mão para resgatar os que O invocam. A criação e, especialmente, a redenção devem inspirar as pessoas a adorar a Deus. Afinal, viver em uma criação devastada pelo pecado, sem a esperança de redenção, não seria nada animador, pois não teríamos qualquer esperança. Por isso, louvamos ao Senhor, não apenas como Criador, mas também como Redentor. 

“Óleo fresco” transmite a devoção renovada do salmista para servir a Deus como servo reconsagrado (Sl 92:10). Os escolhidos como sacerdotes e reis eram ungidos com óleo para consagração (Êx 40:15; 1Sm 10:1). No entanto, o salmista escolheu uma palavra hebraica incomum, balal, para descrever sua unção, a qual não retrata a unção dos servos de Deus, mas denota a “mistura” de óleo com outras partes do sacrifício (Êx 29:2; Lv 2:4, 5). O uso de balal implica que o salmista desejava se apresentar como sacrifício vivo ao Senhor e consagrar todo o seu eu a Deus (Rm 12:1). 

Não é surpreendente que encontremos pensamentos sobre consagração em um salmo dedicado ao sábado, pois esse dia é o sinal de que o Senhor santifica Seu povo (Êx 31:13). As imagens de palmeiras e cedros do Líbano retratam o povo de Deus crescendo na fé e na verdadeira apreciação dos maravilhosos propósitos e do amor de Deus. O sábado é o sinal da aliança eterna do Senhor com o Seu povo (Ez 20:20). Assim, o descanso sabático é essencial para o povo de Deus, visto que o capacita a esperar com confiança de que o Senhor cumpre as promessas da aliança (Hb 4:1-10). 

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Que esperança é oferecida no Salmo 92, e como podemos nos consolar com ela?


Quinta-feira, 28 de março
Ano Bíblico: RPSP: Ez 3
A alegria vem de manhã

5. Leia os Salmos 5:3; 30:5; 49:14; 59:16; 92:2; 119:147; 2 Pedro 1:19; Apocalipse 22:16. Que hora do dia é simbolicamente retratada como o tempo da redenção divina? Por quê? 

Nos salmos, a manhã é tipicamente o momento em que se espera a redenção. A manhã revela o favor divino, que põe fim à longa noite de angústia (Sl 130:5, 6). A libertação de Deus reverte a escuridão da morte (Sl 143:3) em luz de uma nova manhã (Sl 143:8) e nos tira do abismo (Sl 143:7) para um “caminho reto e seguro” (Sl 143:10, NVT).

6. Leia Marcos 16:1-8. O que aconteceu na manhã relatada nessa passagem, e por que esse evento é tão importante para nós? 

A manhã da ressurreição abriu o caminho para a manhã eterna da salvação para os crentes. Os discípulos experimentaram a promessa do Salmo 30:5: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”, quando encontraram o Senhor ressuscitado. A graça de Deus transforma nosso choro em alegria (Sl 30:5, 7). 

Assim como a estrela da manhã anuncia o nascimento de um novo dia, a fé anuncia a nova realidade da vida eterna dos fiéis (2Pe 1:19). Jesus é chamado de brilhante estrela da manhã (Ap 22:16), a qual aguardamos, pois ela estabelecerá Seu reino, no qual não haverá mais noite, mal nem morte (Ap 21:1-8, 25). Mais do que qualquer coisa, é isso que esperamos no Senhor. E, certamente, a espera vale a pena. 

“Sobre a tumba aberta de José, Cristo proclamara vitorioso: ‘Eu sou a ressurreição e a vida!’ Essas palavras só podiam ser pronunciadas pela Divindade. Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. [...] Somente Aquele que é um com Deus podia dizer: ‘Tenho autoridade para a entregar [a vida] e também para reavê-la’ (Jo 10:18). [...] Cristo possuía o poder de quebrar as algemas da morte” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 630, 631). 

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A morte foi gravada em nossas células no nascimento. Embora isso seja verdade, o que a ressurreição de Jesus nos prometeu sobre a transitoriedade da morte?


Sexta-feira, 29 de março
Ano Bíblico: RPSP: Ez 4
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 67-75 (“O crescimento espiritual”). Os salmos apelam para que esperemos no Senhor (Sl 37:7). Quando a espera parece pesada, incerta e solitária, devemos nos lembrar dos discípulos no dia da ascensão de Jesus (At 1:4-11). Cristo foi levado ao céu diante de seus olhos, enquanto eles foram deixados para esperar Sua volta no futuro. Quem já experimentou um anseio mais intenso de receber a bênção divina do que os discípulos naquele dia? Eles devem ter pensado: “Senhor, leve-nos contigo agora”. No entanto, foram instruídos a esperar a promessa do Pai e o retorno de Jesus. Se imaginamos que os discípulos estavam em desespero e decepcionados, ficaremos surpresos. Eles retornaram a Jerusalém e fizeram exatamente o que Jesus lhes disse: esperaram pelo dom do Espírito Santo e depois pregaram com poder o evangelho ao mundo (At 1:12-14; 2). 

É impossível cumprir o mandamento de esperar no Senhor, a menos que Ele tenha feito Sua obra em nós pelo Espírito Santo. Nenhum entusiasmo, por mais intenso que seja, resistirá à tensão que a espera imporá ao nosso coração. Apenas uma coisa suportará a tensão: permanecer em Cristo, ter um relacionamento com Ele. “Se Cristo habitar em nosso coração, Ele operará em nós ‘tanto o querer como o realizar’ (Fp 2:13). Trabalharemos como Ele trabalhou; manifestaremos o mesmo espírito. E assim, amando-O e Nele habitando, ‘cresçamos em tudo Naquele que é a cabeça, Cristo’” (Ef 4:15; Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 75). Ao continuarmos a esperar no Senhor, encontraremos paz e contentamento nos salmos. O encontro diário do coração de Deus com o nosso coração ocorre nas nossas orações e canções. Perguntas para consideração 1. Por que a espera é significativa na vida espiritual? Como a espera purificou e fortaleceu o coração dos heróis da fé? (Rm 4:19-22; Hb 11) 2. Qual é o fim da nossa espera? (Sl 37:34-40). O que nos foi prometido como solução final para a injustiça? 3. Os mortos esperam de modo consciente? Até quando eles esperarão Jesus? (Ec 9:5) 

Respostas e atividades da semana: 1. Que espere no Senhor. 2. Nosso relacionamento com Deus deve ser como o de uma criança desmamada nos braços da mãe, onde encontra paz e calma. 3. Recordar a libertação do passado e as obras maravilhosas que Deus realizou em favor de Seu povo. Devemos ter paciência para ver o resultado de nosso trabalho. 4. Criação e libertação. 5. A manhã. Jesus é comparado à estrela da manhã. 6. A ressurreição de Jesus Cristo. Esse evento oferece salvação a todos os que creem Nele.

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Resumo da Lição 13
Espere no Senhor

ESBOÇO 

Introdução: O conceito de espera no Livro de Salmos está ligado a ter e demonstrar uma fé inabalável. Os crentes são chamados a esperar no Senhor pelo cumprimento de Suas promessas, assim como Abraão e Sara foram chamados a esperar pela bênção do filho prometido (Gn 12:1-4; 21:1-5), o qual, finalmente, receberam depois de 25 anos. Da mesma forma, Israel esperou pela libertação, permanecendo 430 anos no Egito, antes de partir para a Terra Prometida (Gn 15:13; Êx 12:40, 41). Semelhantemente, os salmistas, com fé inabalável, apegaram-se às promessas de Deus, assim como Daniel, que, em cumprimento dos 70 anos da profecia de Jeremias (Jr 29:10, 11), esperou o retorno dos judeus à terra prometida (Dn 9:1, 2). Os judeus também esperaram centenas de anos pelo Messias prometido até que chegasse a plenitude dos tempos e Jesus viesse à Terra em carne humana. 

A espera é formada por dois elementos: (1) a preparação para o cumprimento de uma promessa e (2) a expectativa de que o que foi prometido se cumprirá dentro de determinado tempo. Na vida, quando esperamos, nos preparamos de maneira ativa para um acontecimento que está por vir – seja um novo emprego, um casamento iminente, o nascimento de um bebê, a conclusão de um curso acadêmico, uma viagem que se aproxima, um novo compromisso, etc. Deve transcorrer um lapso de tempo entre a espera pelo evento e a realização dele. Isso também é verdade em relação às promessas de Deus em nossa vida diária e ao cumprimento definitivo dos grandes eventos do plano da redenção. 

COMENTÁRIO 

Seis verbos ou palavras hebraicas foram usados pelos salmistas quando desejaram expressar os desafios associados à espera. Vamos considerar cada um deles brevemente. 

Qawah 

Qawah é o verbo hebraico mais comum usado para expressar o conceito de “esperar” ou “aguardar”. Das ocorrências de qawah no Saltério, em 20 vezes o Senhor é o objeto dele, isto é, Aquele por quem se anseia: “Na verdade, dos que em Ti esperam, ninguém será envergonhado” (Sl 25:3; veja Sl 69:6); “Que a sinceridade e a retidão me preservem, porque em Ti espero” (Sl 25:21); “Somente em Deus, ó minha alma, espere silenciosa, porque Dele vem a minha esperança” (Sl 62:5). Como esses versículos mostram claramente, nossa confiança deve estar sempre no Senhor. 

A forma substantiva, “esperança” (em hebraico, tiqvah), também vem da raiz verbal de qawah: “Pois Tu és a minha esperança, Senhor Deus, a minha confiança desde a minha mocidade” (Sl 71:5). Para o salmista, a única esperança que temos nesta vida está em Deus. 

Depois de considerar quão efêmera é esta existência, o salmista exclamou ao Senhor: “E eu, Senhor, que espero? Tu és a minha esperança” (Sl 39:7). 

O verbo qawah pode ser usado em sentido negativo, referindo-se aos inimigos que esperam para destruir o povo de Deus (Sl 56:6; 119:95). O uso negativo dessa palavra nos lembra, como pecadores, que o foco de nossa esperança muitas vezes está centrado na perspectiva de um resultado ruim. Para evitar essa tendência, nossas expectativas devem vir de um coração regenerado pelo Espírito Santo. 

Yahal 

Yahal significa “esperar, suportar, ansiar”. Depois de qawah, é a raiz verbal mais usada no Antigo Testamento para expressar esperança. Das 48 vezes em que é usado, 21 ocorrem no Livro de Salmos. Yahal geralmente é conectado com qawah (Jó 30:26; Sl 39:7; 130:5; Pv 10:28; 11:7; Is 51:5). 

No livro de Jó, yahal geralmente é aplicado à esperança que é fútil ou parece inútil e, portanto, não está conectada a Deus (Jó 6:11; 14:14; 29:21). Mas esse não é o caso no Saltério. Deus é o objeto explícito da esperança que vem de yahal: “todos vocês que esperam no Senhor” (Sl 31:24); “como está em Ti a nossa esperança” (Sl 33:22, NVI); “Pois em Ti, Senhor, espero” (Sl 38:15); “Tu és a minha esperança” (Sl 39:7); “Espere em Deus” (Sl 42:11); e “Meus olhos estão inchados de tanto chorar, à espera de meu Deus” (Sl 69:3, NVT). Nosso Criador é digno de toda a nossa confiança. Confiar em Sua fidelidade e amor é o fundamento de toda a religião verdadeira e a base do relacionamento entre Deus e os seres humanos. Esse relacionamento se baseia em Sua misericórdia e benignidade, que Ele concede àqueles que Nele confiam (Sl 33:18; 147:11). 

À luz dessas verdades bíblicas, é conveniente dirigir nossa atenção, mais uma vez, para o Salmo 119. Como esse salmo enfatiza, o objeto de nossa esperança é a Palavra de Deus (Sl 119:43, 49, 74, 81, 114, 147). Além disso, as palavras que procedem da boca de Deus, conforme registradas nas Escrituras, são o único fundamento verdadeiro para a fé cristã. É nas páginas e promessas das Escrituras que o cristão pode encontrar a certeza de sua esperança e salvação. O inimigo está bem ciente desse fato e tornou a Bíblia um objeto especial de seus ataques, tentando distrair o crente de suas verdades ou induzi-lo a crer que as Escrituras são mero mito, inventado por seres humanos. Todas as evidências que encontramos em apoio à Bíblia, seu poder transformador, suas profecias cumpridas e suas maravilhosas promessas, devem nos impelir a nos unirmos ao salmista na afirmação: “Na Sua Palavra ponho a minha esperança” (Sl 130:5, NVI). Acima de tudo, nossa atenção deve estar voltada para as Escrituras como fonte de toda a nossa esperança. 

Hkah 

O verbo hkah significa “esperar, suportar, ter esperança”. Assim como o verbo anterior, yahal, o objeto de hkah geralmente é Deus (Is 8:17; 30:18; 64:3, 4; Sf 3:8). 

Hkah é usado apenas duas vezes no Saltério. O primeiro uso ocorre no Salmo 33:20, um cântico que exalta o Criador e Sustentador do mundo (Sl 33:1-11). O Salmo 33:12 é o verso-chave desse texto, declarando que o Senhor escolheu Seu povo. Essa eleição é o fundamento da confiança do crente em Deus. Em contraste, não podemos confiar na força de armas ou guerreiros (v. 16, 17). O salmista proclamou: “Nossa alma espera no Senhor, nosso auxílio e escudo” (v. 20). Como seres humanos que vivem em uma cultura secular e materialista, tendemos a colocar nossa fé em nosso dinheiro, nossos diplomas e habilidades, na ciência ou no governo; mas, como cristãos, nossa confiança deve repousar unicamente no Senhor. 

O outro uso de hakah, que ocorre no Salmo 106, indica a ausência de um espírito paciente e inabalável. Esse é um salmo histórico, como vimos em uma lição anterior. Nele, o escritor relembrou os milagres de Deus em favor de Seu povo ocorridos durante o êxodo e a posterior travessia pelo deserto (Sl 106:6-12). Os israelitas “logo, porém, se esqueceram das obras de Deus e não esperaram [hakah] pelos Seus desígnios” (v. 13). Hoje enfrentamos a mesma grande tentação. Todos podemos facilmente esquecer o que o Senhor já fez em nossa vida, e essa tendência nos impede de esperar Suas promessas. O coração que se esquece de esperar no Senhor pode fazer uma tentativa desesperada de “ajudar” o Senhor a cumprir Suas promessas, como vemos na história de Jacó e sua mãe, Rebeca. A impaciência dele para garantir a bênção da primogenitura, quase a qualquer custo, serve como um poderoso lembrete para esperarmos que o Senhor providencie, em Seu próprio tempo, o que Ele prometeu. 

Dumah 

Dumah é um substantivo que significa “silêncio, descanso”. “Refere-se ao silêncio da morte (Sl 94:17; 115:17). [...] Dumah refere-se também a um silêncio ou descanso que reflete confiança em Deus (Sl 39:2; 62:1). No Salmo 22:2, a palavra indica a falta de silêncio que resulta da aparente inatividade de Deus” (New International Dictionary of Old Testament Exegesis [Zondervan, 1997], v. 1, p. 912). 

O Salmo 62 usa duas vezes esse substantivo, relacionado a esperar em silêncio: 

Salmo 62:1: “Somente em Deus a minha alma espera silenciosa; Dele vem a minha salvação.” 

Salmo 62:5: “Somente em Deus, ó minha alma, espere silenciosa, porque Dele vem a minha esperança.” 

Em outras partes das Escrituras, “esperar” envolve “ficar em silêncio”. Em tempos de espera, a melhor maneira de perseverar e permanecer firme é ficar em silêncio e meditar na Palavra de Deus. Essa atitude ajuda a nos sustentar e a nos preparar para o teste de resistência pelo qual devemos passar antes de vermos o cumprimento de nossas expectativas. As Escrituras nos confortam em nossa espera com estas palavras: “Porque a visão ainda está para se cumprir no tempo determinado; ela se apressa para o fim e não falhará. Mesmo que pareça demorar, espere, porque certamente virá; não tardará” (Hc 2:3). 

Sabar 

O verbo sabar é usado no Antigo Testamento com menor frequência do que as outras palavras que consideramos até agora. Sabar transmite a ideia de “esperar, examinar”. O salmista declarou com confiança: “Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, cuja esperança [sabar] está no Senhor, seu Deus” (Sl 146:5). Confiar no Senhor trará felicidade ao crente, mesmo em meio às provações. Estudamos acerca das razões para confiar em Deus e adorá-Lo; o cerne dessas razões é a esperança. 

É interessante notar que o salmista usou sabar duas vezes para expressar a ação de esperar e, assim, exemplificou de maneira concreta o que significa esperar. Os Salmos 104 e 145 descrevem os animais esperando o Criador para alimentá-los: “Todos esperam de Ti” (Sl 104:27); “Em Ti esperam os olhos de todos” (Sl 145:15). Essa imagem recorda as palavras de Jesus: “Observem as aves do céu, que não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros. No entanto, o Pai de vocês, que está no Céu, as sustenta. Será que vocês não valem muito mais do que as aves?” (Mt 6:26). Como essa imagem nos ensina, devemos esperar com a paciente expectativa das aves, sem angústia ou desespero, pelas bênçãos celestiais que Deus nos prometeu. Ao cultivarmos a paciência e a humilde fé de uma criança, seremos fortalecidos em nossa espera. Como resultado disso, nossa vida de oração também será fortalecida. 

Hil 

O verbo hil significa “sentir dores do parto, contorcer-se, tremer” e “estar em trabalho de parto” ou “dar à luz”. Assim, o Salmo 37:7 pode ser traduzido literalmente: “Descanse em Yahweh e sinta as dores do parto [ou dê à luz] na espera por Ele” (grifo nosso). Em consequência disso, a longanimidade que devemos ter enquanto esperamos que as promessas de Deus sejam cumpridas é semelhante à angústia da mãe pronta para dar à luz seu filho. Esse período de sofrimento envolve árduo trabalho de parto, dor intensa e lágrimas. O bebê recém-nascido, no entanto, compensa a expectativa e a experiência do sofrimento. Da mesma forma, esperar pelo Senhor geralmente envolve angústia e sofrimento temporários, mas o resultado será repleto de bênçãos do Senhor. 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

A esperança é um componente indispensável de todos os aspectos da vida temporal e espiritual. O apóstolo Paulo a classificou, junto com a fé e o amor, como uma das três virtudes supremas de uma vida cristã frutífera e cheia do Espírito (1Co 13:13). 

A esperança nos motiva a perseverar firmes diante da doença ou da tragédia. Ela é o fogo que arde dentro de nós, acendendo o desejo de compreender o poder das promessas de Deus. Essa chama é alimentada pela leitura diária e pela meditação nas Escrituras. Cada problema em nossa vida tem sua solução em uma pedra preciosa específica da verdade bíblica. A esperança é a mão que apanha esses tesouros cintilantes e os coloca firmemente no coração. Enquanto esperamos o cumprimento das promessas de Deus, nossa resistência será testada, às vezes por horas, às vezes por anos, mas a esperança nos dá forças para permanecermos inabaláveis, não importa a duração ou a severidade de nossa provação. 

Sem dúvida, a esperança é a virtude que mantém nossos olhos voltados para o Céu enquanto aguardamos a segunda vinda de Cristo.

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Feliz por estar vivo

Índia | Shiva

Shiva só rezava para deuses e deusas tradicionais na Índia. Para ele, não havia outro modo de vida. Ele ficou surpreso quando sua filha adulta, Arati, decidiu acreditar em outro Deus chamado Jesus. Shiva estava desconfiado sobre este novo Deus.

Mas ele parou de se preocupar quando viu que mudanças positivas ocorreram na vida de Arati enquanto ela orava a Jesus. Ainda assim, ele apenas rezou para seus deuses e deusas. Ele era um homem velho e não via nenhuma necessidade desse novo Deus.

Então Shiva sofreu uma queda feia em casa. Sua filha o levou às pressas para o hospital e, depois de alguns dias, o trouxe de volta para casa para cuidar dele. Quando ela falava com amigos ao telefone, Shiva podia ouvi-la orar por sua saúde.

Após três meses, Shiva se recuperou totalmente. Ele continuou orando a seus deuses e deusas.

Então, ele levou outra queda feia. Desta vez, ele ficou internado por 15 dias. Ele havia sofrido uma fratura fina de costela, e o médico recomendou repouso absoluto.

Quando ele voltou para casa, sua saúde começou a piorar. Sua filha, Arati, ficou preocupada e o levou a um centro de estilo de vida adventista do sétimo dia

Sob os cuidados de um médico adventista, Shiva lentamente começou a recuperar suas forças. Um jovem chamado Mark cuidou de Shiva em seu quarto. Shiva apreciava especialmente Mark, pois ele era muito gentil e atencioso. Por meio de Mark, Shiva sentiu o amor de Jesus pela primeira vez. Ele viu Jesus por meio da bondade de Mark. Shiva foi aos cultos da igreja todos os sábados durante os quatro meses em que permaneceu no centro. Ele aprendeu sobre Jesus, sobre o sábado, sobre a importância de uma boa nutrição.

Um dia, um pregador visitante fez um sermão que tocou o coração de Shiva. Ele sentiu um forte desejo de entregar seu coração a Jesus. Mas questões familiares desviaram a atenção de Shiva dos assuntos espirituais. Ele esqueceu seu desejo de viver para Jesus, e sua saúde começou a se deteriorar novamente.

Com a ajuda do médico adventista e de Mark, Shiva conseguiu recuperar as forças. Foi então que Shiva percebeu um padrão. Cada vez que ele se afastava de Jesus, parecia sofrer problemas de saúde. Cada vez que seguia seu próprio caminho, caía ou enfrentava outras lutas.

Ele sentiu que Jesus não queria que ele fosse embora. Parecia que Jesus o estava chamando para ficar perto Dele. Shiva decidiu naquele momento entregar seu coração a Jesus.

Ele ligou para a filha. “Antes de morrer amanhã, seria melhor aceitar Jesus como meu Salvador pessoal hoje”, disse ele. Exatamente 10 meses depois de Shiva sofrer sua primeira queda feia, ele entregou seu coração a Jesus. Sua antiga vida foi lavada nas águas do arrependimento. O homem de 78 anos emergiu das águas de um rio indiano como um novo filho de Cristo.

Hoje, Shiva não reza mais para os deuses e deusas. Ele ora apenas ao Deus do Céu. “Jesus me ajudou a parar de fumar e de beber chá preto”, disse ele. “Estou melhor, sintome saudável e oro três vezes ao dia.”

Ele agradece a Jesus por mantê-lo vivo até hoje. “Sou grato a Jesus por minha filha ter me levado a esse centro de estilo de vida”, disse ele. “Caso contrário, eu não teria conhecido Jesus e tido a chance de aceitá-lo como meu Salvador pessoal.”

Obrigado por suas ofertas missionárias da Escola Sabatina que ajudam a compartilhar o amor de Jesus com as pessoas na Índia e ao redor do mundo. Parte de suas ofertas irá especificamente para projetos na Índia e no Nepal.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

Pronuncie Shiva como: SHEE-va.

Pronuncie Arati como: ahr-TEE.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2024

Tema geral: O Livro dos Salmos

Lição 13 – 23 a 30 de março

Espere no Senhor

 

Autor: Ezinaldo Ubirajara Pereira

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

 

Introdução

O ato de esperar sempre foi uma dificuldade para o ser humano. Esperar requer paciência, persistência, perseverança, e esses elementos são contrários à natureza ansiosa e preocupada. No entanto, precisamos saber esperar, pois nem tudo ocorre no tempo em que queremos. Esperar requer fé, pois aquele que espera acredita que aquilo que ele aguarda em algum momento ocorrerá.

Para concluir este trimestre, a lição trouxe o tema da espera: “Espere no Senhor”. Esse tema é muito apropriado, principalmente porque os cristãos estão esperando a vinda do Senhor (2Pe 3:12), e essa espera requer paciência, perseverança (Ap 14:12). Além da espera da segunda vinda, cada crente também tem as suas “esperas” em relação às suas expectativas confiadas às mãos de Deus. Como esperar em Deus? O que fazer em relação à demora? Como cultivar a fé, a perseverança e a paciência nessas horas de espera? São os temas que serão abordados ao longo deste comentário.

O chamado da espera

Além dos cristãos, todo o mundo natural também experimenta a expectativa da vinda do Senhor. Como Paulo escreveu em Romanos, a natureza “geme e suporta angústias até agora” em relação à restauração de todas as coisas que se dará no estabelecimento do reino de Deus, na segunda vinda de Cristo (Rm 8:22, 23; 2Pe 3:13; Ap 21:1, 5; 22:1-4). Esta expectativa, precisa ser dosada com fé, paciência e perseverança.

Certamente, essa espera pela volta de Cristo não é algo passivo, em que a pessoa fica estacionada no tempo, apenas aguardando. Essa espera é acompanhada por ação evangelística, pois em 2 Pedro 3:12 o apóstolo descreveu os cristãos “esperando e apressando a vinda do Dia de Deus”.

Nos próprios textos em que Deus pede que esperemos, Ele nos ensina como esperar. No Salmo 27:14, são indicados dois elementos que ajudam na espera: ter “bom ânimo” e fortalecer o “coração”. No Salmo 37:9, o ato de esperar vem acompanhado do imperativo “Descansa no Senhor”. Esperar significa “descansar”, remetendo à confiança que se tem quanto à espera.

Esperar como uma criança – Salmo 131

O Salmo 131 inicia fazendo um contraste entre a pessoa ansiosa pelas “grandes coisas” da vida (v. 1), e a criança sossegada “nos braços de sua mãe” (v. 3). O contraste traz um alerta e advertência contra o desejo por aquilo que possa trazer ansiedade e frustação ao ser humano.

O versículo 1 sugere alguém com o coração “soberbo” e o “olhar altivo”, procurando “grandes coisas”. Isso retrata a realidade das pessoas no mundo de hoje, ansiando por “luzes” e “glórias”, que por fim podem se desvanecer e trazer apenas preocupação e frustação. A cena de contraste é alguém que, em vez de ansiar por essas coisas, descansa em Deus, assim como uma criança descansa nos braços de sua mãe. O interessante é que a imagem dessa criança não é bem um recém-nascido, mas uma “criança desmamada”. Esse termo, no hebraico é ?????? (gamal), cujo sentido é de uma criança já “madura”, que passou da fase inicial da infância. Ainda que essa criança saiba andar e correr, ela consegue se aquietar “nos braços de sua mãe”. Ainda que o cristão experiente já tenha a habilidade de “andar e correr”, ele não confia em suas próprias habilidades, mas sabe descansar e esperar pelo Senhor (Sl 131:3).

Trazendo os seus feixes – Salmo 126

Quem trabalha esperando resultados conhece bem o penoso trabalho de esperar o resultado que possivelmente esteja demorando. A pessoa trabalha e espera a fim de receber o resultado do que foi investido, seja tempo, mão de obra ou esforço. Os últimos dois versículos do Salmo 126 ilustra a necessidade de saber esperar com a imagem do semeador, que planta a semente e espera ver o resultado. Os versículos são ajustados em forma de paralelismo de contraste, quando a linha seguinte apresenta uma imagem de contraste com a linha anterior:

  1. 5 – Linha A – Os que com lágrimas semeiam,

Linha B – com júbilo ceifarão;

  1. 6 – Linha A’ – Quem sai andando e chorando enquanto semeia,

Linha B’ – voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.

As “lágrimas” do versículo 5 contrastam com o “júbilo” da linha seguinte (B) e combinam com o verbo “chorando” do versículo 6 (A’), contrastando de novo com o “júbilo” ainda no versículo 6 (B’). O “júbilo” do versículo 5 (B), contrasta com “lágrimas” (A) e “chorando” (A’) e se repete no versículo 6 (B’). Essa estrutura do texto mostra que na vida podemos enfrentar esses contrastes entre “lágrimas” e “júbilo”, entre “sair” e “voltar”. No entanto, o texto sempre termina com uma nota positiva, pois o que começa com “lágrimas” termina com “júbilo”. Aquele que “sai” sempre “volta”. O que é semeado com esforço, lágrimas e choro, trará o resultado de “júbilo” e “alegria”.

Um canto para o sábado – Salmo 92

O Salmo 92 é usado pela comunidade judaica para ser cantado na entrada do shabbath (sábado). Nos versículos 4 e 5, Deus é exaltado pelas Suas obras criadas. O que se celebra nesse dia é a soberania de Deus como Criador. Deus pede que paremos com as demais atividades e descansemos no dia de sábado a fim de contemplar as Suas obras e glorificá-Lo.

Com esse enfoque, o sábado acaba sendo o símbolo do descanso em Deus (Hb 4:4-6). Ao descansar no sábado, a pessoa expressa sua confiança, tendo fé que Deus vai prover todo o suficiente para a sua subsistência. Essa mensagem sempre foi relevante para o ser humano que, durante os demais dias da semana, corre em busca do trabalho e dos compromissos, mas precisa parar no sábado para descansar. O descanso no sábado é uma demonstração da certeza de que Deus vai cuidar de tudo. O ato de descansar e esperar andam juntos nos Salmos (Sl 37:7). 

A alegria vem pela manhã – Salmo 30:5

Duas “manhãs” são importantes para a humanidade. A primeira ocorreu há cerca de 2000 anos, em Jerusalém. Após morrer e ser sepultado na tarde da sexta-feira (Mt 27:45-61), passando o sábado inteiro na sepultura, na madrugada do primeiro dia da semana, muito cedo, Jesus quebrou as correntes da morte e da sepultura (Mt 28:1-10; Mc 16:1-8; Lc 24:1-12; Jo 20:1-10). Essa manhã foi determinante para a história da salvação no contexto do grande conflito. Sem a ressurreição de Jesus, não teríamos esperança (1Co 15:19, 20).

A outra “manhã” ainda vai ocorrer, que é a “manhã” da segunda vinda de Cristo. Certamente, não usamos a expressão “manhã” em relação ao tempo/hora da segunda vinda, mas é uma linguagem figurada relacionada com esse evento. Assim como a noite passa, deixando as horas mais escuras do dia, e depois nasce a manhã, trazendo luz e alegria, assim será a segunda vinda (Ml 4:1-3; Rm 13:11, 12). O sentimento dos salvos, após terem esperado, pacientemente por esse dia, será de “alegria eterna” (Is 51:11). “Mas para vocês que temem o meu nome nascerá o Sol da justiça, trazendo salvação nas Suas asas. Vocês sairão e saltarão como bezerros soltos da estrebaria” (Ml 4:2).

Espere, Ele voltará!

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Ezinaldo Ubirajara Pereira nasceu na capital de São Paulo. É graduado em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo – campus, Engenheiro Coelho, e Administração de Empresas pela Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ), campus Belém, Pará. Tem pós-graduação em Interpretação Bíblica pelo UNASP-EC. Possui Mestrado em Teologia com ênfase em Antigo Testamento pela Universidad Peruana Unión (UPeU – campus Lima, Peru). Atualmente cursa o programa de Doutorado em Teologia do Antigo Testamento pela UAP (Universidad Adventista del Plata – Libertador San Martin – Argentina). Atuou como capelão e pastor distrital. Hoje é professor na Faculdade Adventista de Teologia do UNASP-EC. É casado com Teresa Ramos Pereira, nascida em Taboão da Serra, SP, mestre em Liderança pela Andrews University. O casal tem dois filhos: Benjamim Dérek, de 6 anos, e Richard Dérek, de 2 anos.