Terça-feira
15 de janeiro
Depois da parábola
Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. Lucas 10:33, 34

Você já pensou sobre o que aconteceu na história do bom samaritano – depois da parábola? Já se perguntou como o altruísmo e a bondade do samaritano mudaram a vida do ferido? A menos que o homem ferido fosse transformado pela graça, ele teria se afastado com vergonha e constrangimento na próxima vez que encontrasse o samaritano em público. Não porque ele não apreciasse o que o samaritano havia feito, mas porque ele era muito orgulhoso para arriscar a perda de prestígio que o reconhecimento público poderia trazer.

Percebi que é possível ser tocada pela graça, mas não ser transformada por ela. O judeu ferido foi tocado, literalmente, pelo cuidado que veio diretamente do coração do bom samaritano. Mas o judeu não teve que sacrificar o orgulho para receber o cuidado. Foi livremente concedido enquanto ele estava muito ferido para aceitá-lo ou rejeitá-lo. No entanto, uma vez recuperado, o judeu podia escolher como responder à bondade do samaritano. Se o coração dele não fosse transformado pela graça, haveria uma boa chance de que ele não reconhecesse o seu benfeitor – pelo menos, não publicamente.

Imagino que, ao longo do tempo, o judeu pode ter ficado bastante endurecido pelo orgulho para argumentar que, de certo modo, o incidente fez um favor ao samaritano, permitindo que ele ajudasse um dos escolhidos de Deus. Ele pode ter racionalizado todo o incidente para que não tivesse qualquer obrigação com alguém que arriscou a vida para salvar uma pessoa que o desprezava.

Você acha que nunca seria culpada de algo assim? Olhe para dentro de si, e você talvez pense de forma diferente. O orgulho está em todos nós e, salvo o milagre da graça, em algum momento ele pode fazer com que nos desviemos com vergonha, talvez até de alguém que nos tenha ajudado a nos tornar quem somos. Isso porque o beneficiário da graça não muda você automaticamente. Você precisa escolher ser transformada. Então, da próxima vez que você se sentir envergonhada por ter feito algo a alguém, lembre-se da história que pode ter acontecido após a parábola do bom samaritano: o judeu recuperado e o samaritano rejeitado.

Rachel Williams-Smith