Sábado
09 de fevereiro
Laços da doença
Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e Ele endireitará as suas veredas. Provérbios 3:5, 6

Sorri esta manhã ao pensar em um incidente que ocorreu há algum tempo. Era época de exames na Universidade do Norte do Caribe quando uma jovem senhora veio até mim com lágrimas nos olhos. Ela implorou:

– Reitora, contraí varíola. Você acredita nisso? É época de exames, e, se eu perder meus exames, vou ficar muito atrasada. Não poderei me graduar a tempo.

Conhecendo o contexto e as dificuldades financeiras daquela jovem senhora, imediatamente me propus a buscar uma alternativa para ela. Meus esforços foram infrutíferos, e eu não sabia o que fazer. Fui ao meu apartamento, pensei sobre a situação e fiz mais perguntas sobre o processo de exame. Então procurei a estudante preocupada.

– Por que você não fica no meu quarto de hóspedes por enquanto? – sugeri. – O pessoal do exame diz que vai lhe conceder permissão para fazer seus exames em reclusão.

– Ah, Sra. Cain, isso será ótimo! – disse ela.

Cuidei dela e ofereci amor maternal e fraternal durante a doença, enquanto ela fazia os exames. Aqueles poucos dias cuidando daquela jovem senhora, assim como de minhas outras responsabilidades como reitora das residências universitárias, criaram um vínculo entre nós, um vínculo que não é susceptível de ser quebrado, embora possivelmente não nos vejamos novamente na Terra, porque nossas vidas tomaram diferentes direções geográficas desde então.

Estender a mão ao outro em circunstâncias negativas como doença, sofrimento e morte nos permite formar vínculos com eles. Talvez não consideremos um simples ato de ajuda como um vínculo, mas essa atitude geralmente cria o vínculo. Aqueles a quem nós ajudamos provavelmente estejam ao nosso lado quando precisarmos da ajuda deles. Gosto de pensar que vivemos em um mundo que não só precisa da ajuda dos outros, mas que também está disposto a ajudar em troca. Gosto de pensar que, em certo sentido, quando ajudamos os outros, ajudamos a nós mesmos. A oração diária pela orientação de Deus certamente nos levará a tomar decisões corretas quando se trata de ajudar os outros.

Da minha experiência com a aluna que contraiu varíola, sei que os “laços da doença” podem ser uma bênção para todos os envolvidos quando estendemos a mão do amor e do cuidado.

Elizabeth Ida Cain