Sábado
02 de maio
Mãos
Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos. Mateus 20:28, ARA

Sempre achei minhas mãos feias e grandes demais para o meu porte físico. Na adolescência, sofria com as brincadeiras e apelidos dados a mim pelos meus primos. Sempre tentava escondê-las, seja colocando-as nos bolsos ou deixando-as para trás. Era torturante quando alguém notava as minhas mãos e com isionomia de espanto as olhava.

Certo dia, na igreja, ouvi pela primeira vez um hino que mexeu muito comigo. Em suas estrofes dizia o seguinte: “Estas mãos que Deus me deu, / foram feitas pra servir / […] Mãos consagradas para a causa em prol do amor; / Mãos dedicadas ao serviço do Senhor” (Hinário Adventista, no ). Ouvi cada palavra dessa música com um misto de tristeza e arrependimento. Lembrei-me de todas as vezes em que reclamei a Deus por minhas mãos não serem delicadas e harmoniosas; que odiei ter nascido com estas mãos e da mágoa que sentia.

Ao final da música, senti vergonha. Pedi a Deus em oração que me perdoasse por tudo que havia falado e sentido de ruim em relação às minhas mãos.

Entendi que elas se tornariam belas à medida que fossem úteis aos outros e a Deus. Aquele que projetou cada parte do meu corpo e idealizou cada estrutura do meu ser sabia muito bem a importância que minhas mãos teriam.

Resolvi que, daquele dia em diante, não sentiria mais vergonha das mãos que Deus me deu e faria delas canais de bênçãos às pessoas. Minhas mãos seriam as mãos de Deus neste mundo.

Esse hino se tornou o meu preferido e, toda vez que o canto, sinto ainda mais o desejo de usar minhas mãos na obra do Senhor.

Hoje ajudo meu esposo no serviço de pastoreio e me sinto feliz em saber que estas mãos são úteis aos que estão ao meu redor, e belas para Deus.

Que este seja o seu desejo também, de usar suas mãos para o Senhor. Elas podem ser as mãos de Deus aqui neste mundo!

Társsyla Cavalcante Agustinho