Quarta-feira
21 de outubro
Amigo dos pecadores
Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa. Lucas 19:9

As queixas que atualmente são feitas contra a corrupção desenfreada, extorsão e outras artimanhas financeiras que têm enriquecido ilicitamente muitas pessoas também existiam nos dias de Jesus. Pela forma com que atuavam como cobradores de impostos nas províncias do Império Romano, os publicanos davam lugar à insatisfação popular. Entre eles, havia “um acordo, de modo que podiam oprimir o povo e apoiar uns aos outros em suas práticas fraudulentas” e, assim, enriqueciam espantosamente. Contagiados pela avareza, “os próprios sacerdotes e rabinos que os desprezavam eram culpados de se enriquecer por meios desonestos, sob a aparência de seu trabalho sagrado” (Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 555).

Entretanto, os braços da graça divina estão abertos a todos os pecadores, indistintamente, e Jesus não os marginalizou. De fato, a censura mais justa contra Ele O identificava como “amigo de publicanos e pecadores” (Lc 7:34). Houve, por exemplo, Mateus, a quem Cristo chamou para o grupo de discípulos, estando ele no local de trabalho (Mt 9:9); e Zaqueu, outra figura emblemática do divino poder transformador.

Extremamente rico, Zaqueu era o “chefe dos publicanos” (Lc 19:2, NVI). Tendo concentrado seus esforços apenas em acumular bens materiais, ele não era feliz. Se o patrimônio acumulado por meios lícitos não garante felicidade, que poderíamos esperar da riqueza cujos meios ilícitos de aquisição golpeiam secretamente a consciência? Assim era Zaqueu, até que se deixasse encontrar por Jesus. De fato, ele O buscou; mas, quando Cristo ordenou que descesse da árvore e “Se convidou” para ser hóspede do pequenino pecador, deixou claro que o tinha na mente e no coração.

Na casa do anfitrião, diante da atitude crítica da oposição farisaica, Jesus ouviu a confissão de Zaqueu e decretou: “Hoje, houve salvação nesta casa.” Para as demais pessoas, a vida continuou na mesma rotina. Mas a vida e o coração de Zaqueu foram transformados. Ele já não era o mesmo de antes, e seus atos comprovaram isso. Tudo resultante do encontro com Jesus. Conforme disse João Mohana, “o núcleo, o âmago, o miolo, a semente, o motor de tudo”, toda mudança operada na vida do ser humano, “é o coração de Cristo no meu, o amor de Cristo em mim” (O Encontro, p. 85). Somente à luz desse amor descobrimos quem realmente somos, e nos abrimos à transformação que Ele opera em nós.