Terça-feira
20 de julho
Dor ou sofrimento?
Por volta da meia-noite, Paulo e Silas estavam orando e cantando hinos a Deus. Atos 16:25

Estudiosos modernos veem o sofrimento como uma reação evitável. Quando feridos, respondemos com a dor, um recurso do organismo para proteção. No entanto, segundo o Dr. Belisário Marques, “o sofrimento é uma reação que depende da interpretação, avaliação e atitude, frente à dor. […] Logo, o sofrimento varia conforme a pessoa. Sendo consequência da interpretação da reação, o sofrimento é passível de alteração, reformulação, negociação e compreensão”.

Paulo e Silas exemplificaram a diferença entre dor e sofrimento. Levando o evangelho ao mundo, passaram por uma cidade onde viram uma mulher possessa. Usada por demônios, ela adivinhava, e isso rendia bons lucros aos donos. Sendo liberta desses maus espíritos e restituída à razão, seus senhores ficaram irados e, unindo-se a outros que lucravam com satânicos enganos, conduziram os apóstolos aos magistrados, como perturbadores da sociedade.

Paulo e Silas foram rodeados por uma turba que rasgou seus vestidos e exigiu o açoite. Duramente castigados, os fiéis apóstolos foram presos, sob alta segurança.

Apesar das feridas intumescidas e sangrentas dos açoites e da posição em que estavam, não superestimaram o sofrimento. “Em vez disso, nas densas trevas e na desolação do calabouço, encorajavam um ao outro com palavras de oração, e cantavam louvores a Deus por terem sido considerados dignos de sofrer vergonha por Sua causa. O coração deles foi animado por um amor fervoroso e profundo por seu Redentor” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 214).

Os prisioneiros e os guardas se espantaram ouvindo orações e hinos, em vez de urros e xingamentos, e quiseram saber quem eram aqueles que reagiam assim à dor.

Reconhecendo a injustiça cometida, os líderes os libertariam em segredo na manhã seguinte. Mas atento aos Seus amados, Deus enviou um terremoto, abrindo as portas de ferro da prisão e as cadeias dos prisioneiros. Paulo e Silas foram libertados, cuidados e tratados pelo carcereiro, que aceitou o Deus deles.

Na hora da dor, é difícil escolher não sofrer. Mas daqui em diante, treine essa habilidade. Tendo um grande sentido na vida, como Paulo e Silas, você sentirá suas dores, mas verá o sofrimento sob outra perspectiva, não se rendendo a ele.