Quarta-feira
15 de dezembro
Trabalhando no jardim
Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa, esperando o dia de Deus. 2 Pedro 3:11, 12

Eu estava decidida a embelezar os quatro metros quadrados de terra na frente de casa. Comprei alecrins, lavandas e flores-de-mel e, com enxada, chapéu e luvas, passei três dias fazendo buracos no chão e calos nas mãos.

Depois do trabalho finalizado, passei a aguá-las todos os dias. Logo as lavandas e flores-de-mel floriram, e os galhinhos de alecrim se multiplicaram.

Então choveu muito. Viajei e tive compromissos, deixando o jardim de lado. Quando me dei conta, as florezinhas estavam sumidas no meio de tiriricas, trevos, carurus, dentes-de-leão, turneras, picões e outras ervas daninhas.

De onde surgiram? O vento, os passarinhos, o próprio húmus e as sementes adormecidas fizeram esse serviço.

Sob o sol quente da manhã, peguei as ferramentas e voltei ao jardim. Trabalhava cuidadosamente para não cortar só o caule de algumas ervas e deixar os estolões (batatinhas) que logo rebrotariam.

E nesse arranca-corta-capina-limpa, lembrei que nossa vida é como um jardim. Alguns, deliciosamente perfumados com as flores do altruísmo, da simpatia, do amor, da humildade ao reconhecer erros, da empatia, da paciência… Suas donas estão sempre arrancando pacientemente as ervas daninhas, em um trabalho incansável.

Volta e meia, circunstâncias inesperadas conspiram contra suas flores, mas essas jardineiras resignadas persistem na bela arte do crescimento consciente e ativo.

Entretanto, há jardins descuidados, onde crescem livres as pragas da medíocre repetição de cansativos e ineficientes padrões familiares, do desânimo, da baixa autoestima, da arrogância, do preconceito, da inveja, do comodismo, da imaturidade que faz excelentes relacionamentos murcharem, do egoísmo, do consumismo, do orgulho que leva a pessoa a preferir morrer sangrando a ceder. Como as flores, é difícil que vidas e relacionamentos fluam felizes assim.

Foi um trabalho árduo! Mas senti satisfação vendo o jardim limpo. Certamente haviam ficado algumas ervas-bebês que logo cresceriam, fazendo-me retornar logo ao jardim. Porque as ervas daninhas não dão trégua, e, da mesma forma, os defeitos, os quais precisamos vencer.

Estamos a caminho do Céu! Como está o seu jardim?