Terça-feira
23 de abril
Palavras caducas e palavras perenes
“Os lábios que falam a verdade permanecem para sempre, mas a língua mentirosa desaparece num instante.” Provérbios 12:19

As palavras que utilizamos são como árvores: algumas são caducas, desaparecendo ao menor sinal de adversidade, enquanto outras são perenes, resistindo mesmo à geada e à neve. Enquanto as primeiras devem ser esquecidas, as segundas merecem ser lembradas e até memorizadas. Não se trata aqui de palavras passageiras da moda, mas sim daquelas que possuem prazo de validade por serem baseadas na mentira, que é ainda mais perigosa e destrutiva do que a dinamite.

A língua mentirosa está intimamente ligada a um coração malicioso (Pv 6:14), é uma das “coisas [que] o Senhor odeia” (Pv 6:16), e “melhor é ser pobre do que mentiroso” (Pv 19:22, NVI). O salmista clama para ser salvo “do poder de estranhos, cuja boca profere mentiras, e cuja mão direita é a mão direita da falsidade” (Sl 144:11). O mentiroso é considerado filho de Satanás (o inimigo), porque ele é “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8:44).

O poeta persa Omar Khayyam afirmou: “Se quiser ouvir um conselho, eu o dou: não use a roupa da hipocrisia, pelo amor de Deus. A vida futura é eterna, enquanto este mundo é apenas um instante. Não troque o reino da eternidade por um segundo.” As palavras mentirosas e a vida que elas representam são efêmeras, caducas. Poderíamos dizer que as mentiras são palavras sem futuro, porque, no final, a verdade sempre será revelada. Além disso, uma mentira nunca resolve um problema e só gera desconfiança. O caminho da falsidade sempre leva à perdição. Como diz um provérbio judaico, “com uma mentira você pode ir muito longe, mas sem a esperança de voltar”. A árvore da falsidade pode florescer intensamente, mas não produz frutos.

Por outro lado, as palavras verdadeiras são duradouras e de longa vida. São palavras que estabelecem a integridade de maneira precisa, capazes de resistir às pressões sociais e aos interesses pessoais. George Orwell afirmou que, “em uma época de engano universal, dizer a verdade é um ato revolucionário”. Nós somos os revolucionários da Palavra. A Palavra perene. A Palavra sincera. A Palavra honesta. A Palavra generosa. A Palavra amorosa. A Palavra com letra maiúscula que não é efêmera e nos conduz à eternidade.